segunda-feira, 31 de julho de 2006

O primo Murad

No útimo inverno resolvemos ir para a terra do meu pai, Brasópolis, interior do interior do sul de Minas.
Ficamos 4 dias, levamos os agregados da família, Tia Malu e Kiki, e meu afilhado e a afilhada da minha irmã. Foram 4 dias bem divertidos, descobrimos um lugarzinho para comer e todos os dias íamos lá. O dono ficou encantado, nunca viu tanta gente no seu modesto restaurante, e ele não sabia mais como agradar a gente. Colocava DVD's de Ivete, Chicele com banana, e outras coisas que ele achava que ia nos agradar, até que minha mãe fala:
- O senhor podia chamar o meu primo, o Murad para tocar aqui, ele é ótimo.
O dono do bar respondeu humildemente que o Murad já havia tocado lá, mas ele era meio exigente para tocar no seu resturante.
No dia seguinte...
- O senhor devia chamar o Murad, meu primo, ele toca tão bem... (minha mãe insiste)
No dia seguinte...
Estávamos lá, comendo muito e rindo mais ainda, ouvindo Ivete Sangalo (de novo) quando ele troca o DVD, ficamos rindo do DVD que ele colocou, um tiozinho de colete desafinando… um horror!
Minha mãe berra.
- Quem é este homem tão ruim que esta tocando? Volta para a Ivete.
O moço responde:
- É o seu primo Murad...

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Meus herois

Eu e meu marido casamos e fomos morar em Recife, lá aprendemos muitas coisas... falar e entender um vocabulário novo e nunca deixar os cachorros sozinho em casa foram as melhores lições.
Um dia cheguei do trabalho umas 7 da noite, tento entrar em casa e nada de conseguir abrir a porta, existia uma tranca por dentro, mas era impossível estar fechada pois não havia ninguem em casa.
Chega meu marido e nada de conseguirmos abrir a porta, e nisso os cachorros não paravam de chorar... Provavelmente eles trancaram a porta. Chega a minha cunhada que era a dona do apartamento e... nada.
- Vamos arrombar... disse meu marido. (porque homem acha que violência resolve tudo?)
- Não, vamos ligar para os bombeiros. (eu e minha cunhada, bem mais sensatas)
Ligamos, toca, espera, atendem.
Qual é a emergência?
- Meus cachorros se trancaram dentro de casa. Preciso urgente que salvem eles... (achei a frase meio exagerada, mas eu estava falando com os bombeiros, poxa, nunca tinha pensado em como falar com eles)
A mulher responde do outro lado, que dentro de meia hora estariam no local.
Meia hora, 1 hora.. e nada...
Meu marido chamou um amigo e tiveram a brilhante idéia de serem bombeiros por um dia, pegaram uma escada e acharam que fossem chegar no segundo andar com ela, depois imaginaram que podiam ir até o terceiro, entrar no apartamento do vizinho e se jogar para o segundo andar, nisso vão acumulando pessoas na rua curiosos com as façanhas e indignados com os latidos dos cachorros.
Ligo para os bombeiros de novo:
- Moça, eu continuo esperando, (resolvi dramatizar) tem uma panela no fogo, 2 cachorros e uma gata sozinhos em casa!!!
- Mas a senhora não havia mencionado a panela no fogo antes. Responde ela com ar de desconfiança
- Ah! Eu tinha me esquecido!
Droga, agora ela está com raiva de mim e nunca mais vai mandar o bombeiro.
Mais um tempo, curiosos se dispersando... Ligo de novo
- Moça, eles estão lá no segundo andar sozinhos.
- Segundo andar??? Nossa escada não chega até o segundo andar.
- Mas como não??? Vc não tem aquela escada magirus???
- Temos minha senhora, mas não é usada para qualquer emergência.
Eu não tinha mais argumentos, meu marido quase caiu do terceiro andar, a escada magirus era grandiosa demais para salvar meus cachorros, a mulher me odiava pela mentirinha da panela no fogão. Acho que vou partir para a violência, arrombar a porta.
Quando já desanimados lá pelas 11 da noite ouvimos a sirene.
- São eles, são eles... (parecíamos crianças vendo o caminhão se aproximando de nós, os nossos olhos brilharam, foi uma emoção única, os nossos heróis...)
Juntam mais curiosos, tentam colocar a escada, que cabe bem até o segundo andar, sobe o bombeiro (meu herói, ou melhor herói da minha porta), rasga a tela, entra, cachorros e gata felizes, destranca a porta e procura a panela no fogão...

terça-feira, 25 de julho de 2006

As japonesas

Mais um quase amor que me deixou por tão pouco.... lá pelos 18 anos, estava saindo com um mocinho do bairro, o Ivan. Segundo encontro, ele me liga e diz, desce que vou passar aí com uns amigos...
Xi, te apresentar aos amigos significa ser quase namoro firme, preciso me comportar, ser simpática... vamos lá.
Toca o interfone e desço.
Na entrada do meu prédio tinha um carro parado e uma 5 japonesas, pensei: - Ele gosta da comunidade.
Cumprimento as meninas, dois beijinhos, prazer Renata. Dois beijinhos, muito prazer Renata, oi! muito prazer Renata e entro na parte de tras do carro e sento.
Estranho a demora para elas entrarem no carro, mas tudo bem, olho pela janelinha e do outro lado da rua vejo. Ele. O Ivan. E seus amigos. Sentados na calçada. Rindo de mim.
Em menos de 1 segundo vejo japonesas se entreolhando, porteiro me dizendo que ele estava do outro lado da rua, amigos dele chorando de rir, e o Ivan, com cara de quem percebeu neste momento que era o fim...

segunda-feira, 24 de julho de 2006

Tenho um amigo, o Pinho, que tem um blog que eu amo, leiam e vejam que gostosos e engraçados são os textos dele.
http://blogdopinho.zip.net/

A festa

Certa noite, meu pai chega "em casa", e estava cheia de gente, umas 30 pessoas, ele pensa.
- Minha mulher é maluca. Faz uma festa e nem me comunica.
Entra "em casa" e vem uma pessoa lhe perguntar o que deseja tomar.
- Puxa, a Silvia contratou até um barman, a festa é chique.
Aceita um whisky e tenta dizer que é o anfitrião da festa, mas deixa quieto. Começa a circular, fazer amizade, contar histórias, entra em uma rodinha ouve uma história e conta outra, mais uma rodinha e conta que namorou a miss paraíba quando era jovem e que Florinda Bulcan virou lésbica por causa dele, percebe que tem um público bom para as suas histórias, começa a se soltar, e pensar.
- Cadê a Silvia? Ela vai me deixar aqui sozinho e aposto que ainda não chegou do salão.
Passa-se mais um tempo, outra dose de whisky pede uns canapés e pensa (receita nova, aposto que comprou pronto, que festa cara), alguns convidados já se entreolhando desconfiados quando ele se aproximava. Chegou o barman por perto e meu pai discretamente pergunta.
- Cadê a minha mulher? E o barman responde.
- Na sua casa provavelmente.
Meu pai cai em si, olha a sua volta e percebe que não está na sua casa, que o barman é o vizinho dele e que não conhece ninguém. Ele se desculpa sai discretamente e vai para seu apartamento de verdade. Durante anos ele passou a evitar encontrar o vizinho dele que a partir disso passaram a achar a nossa família meio excêntrica.... por que será?

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Uma sereia

Lá pelos meus 15 anos, eu tinha um namoradinho do Rio chamado Tuca, nossas saídas eram sempre pela orla, mão dadas, até que ele me convidou para ir à praia. Fomos em Copacabana, dia ensolarado, férias...
Ele estava na areia e eu para me exibir fui entrar no mar, não sei porque já que odeio o mar de Copacabana, é bravo, gelado, principalmente no posto 4. Fui andando para o mar me sentindo a garota de Ipanema e ele olhando: Uau, estou abafando! resolvi inovar, entrei no mar até a altura do joelho abaixei a cabeça, meu cabelo ia até o meio das costas, e molhei o cabelo com aquele movimento de cabeça, bem estlo garota do Fantástico, uma verdadeira sereia... na hora de voltar o cabelo e fazer aquela chuva de água do mar, veio uma onda e me desequilibrei, cai no mar e fui rolando pra lá e pra cá do mar, sempre que conseguia olhar por cima da onda olhava para ver se o gatinho estava olhando a minha performance, sobrevivendo ao caldo e Ufa, ele estava entretido com outras coisas. Depois de umas 8 ondas, pecebi que ele ainda não tinha se tocado do meu tombo e resolvi voltar a fingir que nada tinha acontecido... dei mais um mergulho e fui andando em direção a ele, que agora estava com uns amigos por perto, fui saindo do mar e pensando, hum, tem areia no meu biquini, tudo bem continua andando ele está acenando.... dei um tchauzinho sexy... e fui andando até ele chego perto e percebo um certo constrangimento no ar, ele me olha e diz: Seu peito está aparecendo!!! Eu quase morri de vergonha, biquini cortininha, dois peitos pra fora, areia na parte de baixo, enfim. Hora de fingir que é chique e não pode pegar o sol do meio dia e ir embora. Puxa, este gatinho sumiu pra sempre. Porque será?

terça-feira, 18 de julho de 2006

Bem basica

Venho de uma família bem básica, meu marido diz que ela é excentrica, mas eu acho básica: pai, mãe e 1 irmã.
Meu pai é um contador de histórias complusivo, minha mãe... uma engraçada perua por natureza, e minha irmã e eu somos bem, bem básicas.
Acho que é por meus pais falarem tanto que somos até meio caladas.
Meu pai teve paralisia infantil quando criança, o sonho dele era ser militar e se tornou engenheiro de minas, adora explodir coisas.... era do interior de Minas, foi criado no Rio de Janeiro e estudou em Ouro Preto. Certa vez fui para lá e meu pai dissse que foi fundador de uma república de lá, que a foto dele estaria na parede e eu pra variar não acreditei e meio sem graça fui atras da tal república purgatório, bato na porta, entro meio com vergonha de dizer o que me levava lá e quando vejo a parede de entrada, a foto dele... me deu um alívio, vi que a minha infância toda foi real, as histórias dele eram reais (bem, algumas delas ;))
Minha mãe perua mor, certa vez estava no shopping center com uma saia longa, mil chales e colares, e os anéis.... um em cada dedo, passeando, foi então descer da escada rolante quando sua saia ficou presa. Pára-se a escada e o segurança sugere que ela se segure bem, pois ele iria mudar o sentido da escada e assim soltar a saia, ela se segura no corrimão com toda força e se esquece que a tal saia era de elástico na cintura, escada subindo, saia descendo e minha mãe... de calcinha no meio do shopping. O segurança desesperado rasgou a saia dela para cobri-la, e ela sem perder a pose, anda pelo shopping com a saia em frangalhos e com a certeza que todos viram que a calcinha dela era cor da pele...