segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Empadas da discórdia

Meu pai ama empadas. De camarão então… Sempre que ele vai para o Rio todo dia come uma, lá tem muitas lojinhas dessas que só vendem empada, acho que carioca gosta de empada, até… Descobrir que o arqui-inimigo dele, que vamos chamar de “herdeiro”, abriu uma franquia de empadas na região dos lagos no Rio.
Carnaval, muitos amigos do meu pai, curtindo Cabo Frio e meu pai como quem não quer nada liga:
- Luis? Oi é o Cintra. Ouvi dizer que as empadas da região estão envenenadas, avisa para todo mundo não comer.
- Mas como você soube disso?
- Eu tenho meus contatos… Mas nada de comer empadas. Avisa para os amigos!
Êta vingancinha boba e gostosa…

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Samba no pé

Eu e umas amigas fomos desfliar na Unidos da Tijuca no Rio. Foi uma experiência maravilhosa, primeira vez na Sapucaí.
Antes do desfile, aquela empolgação, fantasias, pensar na maquiagem, decorar o samba, ver se o sapato está apertado, ver o horário do metrô, enfim…. Deixar tudo sob controle.
Chegou o grande dia e às 3 da manhã saía a nossa escola, preparativos prontos, chegamos a tempo, samba decorado, fantasia perfeita, sonho de aparecer na Rede Globo e a Lanica, minha amiga, pergunta: - Rê, você acha que devíamos saber sambar?
Bateu o desespero, e agora? A gente ia levantar os indicadores e pronto? Nada de samba no pé?
Aí a Lanica teve a idéia brilhante de só balançarmos o chapéu com cara de quem, no pé está sambando… Fácil, fácil.
Treinamos um pouco e fizemos enquetes, e todos que olhavam o balançar dos nossos chapéus achavam mesmo que estávamos sambando.
Missão cumprida, aprendemos a sambar, ou melhor fazer cara de quem sabe sambar, e… hora do desfile.
Lá fomos nós às vezes com os indicadores pra cima, mas na paradinha balançávamos os chapéus enlouquecidamente enquanto nossos pés permaneciam imóveis, pois na verdade nem sabíamos o que fazer com eles.
Não é que enganamos a Rede Globo?

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

SAC

Eu odeio qualquer serviço de atendimento ao consumidor. Levo muitos foras deles.
Comprei um creme depillatório, usei na maior boa vontade e ao final dos 15 minutos exigidos, os pêlos continuavam ali, firme e fortes. Irritada liguei para o 0800 do produto.
- Oi, eu usei o creme de vocês e os pêlos não sairam.
- Vai ver seus pêlos são grossos demais.
- Mas minha senhora eu quase não tenho pêlo (não sou uma mulher macaca, longe disso).
- Então porque você queria tirar os pêlos se você não tem.
- Porque vou colocar uma saia e não deu tempo de marcar depilação e não vou sair com a perna peluda e nem usar gilete. (Eu precisava explicar isso?)
- Mas a senhora não disse que quase não tinha pêlo.
Enfim… desencana. Usei a gilete e saí de saia assim mesmo.
Mas aí na esperança de resolver o problema de depilação de outra maneira, comprei um hidratante que a Ana disse que ela tinha lido que era ótimo para retardar a depilação, os pêlos ficavam fracos e cresciam menos. UAU! Que sonho de consumo. Comprei o tal hidratante.
Tomo banho passo o creme feliz da vida e virei a pessoa mais fedida do mundo. O hidratante tem um cheiro horrível, nojento. Ele atrasa a depilação, pois ninguém nunca mais vai nem olhar para você e por isso provavelmente você pode nunca mais se preocupar com depilação. Tomei outro banho para tirar a inhaca do creme e ligo para mais um 0800.
- Oi, eu usei o hidratante de vocês e ele é muito fedido. Tem um cheiro de alcachofra com geléia de amendoim.
- Mas a senhora não está satisfeita com o produto?
- Como posso estar satisfeita se estou fedida.
- Mas a senhora usou conforme a indicação do produto?
Como assim? Passar hidratante após o banho será que é difícil? E isso mudaria o cheiro?
- Usei sim, tomei banho e passei o produto e na verdade, tomei outro banho para tirar o cheiro ruim.
- Com o tempo você se acostuma. (respondeu a mocinha)
Diante de tudo isso acontecendo com meus pêlos, resolvi colar um imã de geladeira que quebrou com Super bonder, só que óbviamente, meus dedos ficaram grudados. Ligo para o 0800.
Atende uma gravação: - Deixe seu nome e telefone que retornaremos em 5 minutos.
Descrente, deixei o recado. E 5 minutos depois meu telefone toca e eu, com os dedos grudados, atendo:
- Alô.
- Por favor, queria falar com a Renata.
- É ela. Então fui colar um negócio (não quis dizer que foi um imã de geladeira de R$ 5,00) e meus dedos ficaram colados.
- Quais dedos?
- O polegar e o indicador.
- O que você estava colando?
Ai meu Deus, vou ter de responder isso? Pra que?
- Um negócinho da cozinha.
- O que?
Socorro!
- Um imã de geladeira. Pronto falei.
Tá, não sou muquirana. Mas eu amo este imã, ele tem história, é a Maria Bonita. E como sou meio nordestina ele simboliza muito pra mim.
- Ferve água, coloca detergente e deixa seus dedos lá até desgrudarem.
- Só isso? Obrigada.
Porque eles quiseram saber o que eu fui colar? Foi só para me humilhar. Só pode ser.
Depois de muito estresse, minha tinta laranja da parede saiu de linha. E após o eletricista destrui-la eu precisava repintar.
Ligo para a Suvinil.
- Oi, minha tinta da sala número R128, saiu de linha.
- Mas você não deixou guardado um pouco quando pintou a casa?
Como assim? Está escrito na embalagem do produto, “compre uma extra e guarde pois podemos tirar de linha a sua cor preferida?” Eles acham que a gente mora em mansões com quartinho de tintas climatizados?
Desisto.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Casaco de Couro

Minha mãe tinha um casaco de couro que era da minha avó, o casaco estava meio démodé então ela levou para um cara que reforma couros na Tabapuã.
E todo mês ela ligava pra lá e perguntava:
- Está pronto o casaco?
E o cara respondia: - Não, ainda não.
1 ano se passou…
Um dia, ela se irritou com isso, e foi lá pessoalmente acompanhada de minha tia.
Entrou na loja ficou olhando os casacos expostos, achou um que tinha o nome dela preso com um alfinete, mas o casaco estava diferente, parecia uma jaqueta masculina, não teve dúvida chamou a minha tia e disse: - Liga o carro, corre.
Quando minha tia passa na frente da loja a minha mãe agarra o casaco e foge com ele da loja, ouvindo os berros de: - Pega ladrão, pega ladrão!
Nunca ninguém usou o casaco, afinal era masculino, mas ela ficou satisfeita.