terça-feira, 21 de agosto de 2007

10 dias…

Sem internet, computador, estresse…
Sem chefe, shows, prazos nem teatros…
Sem bom dia, boa tarde, sorriso amarelo…
Sem ouvir besteiras nem engolir sapos…
Sem urgência, co-patrocínios, meninos perdidos nem violeiros…
Sem almoço Madona, não perdoa, kopenhagen…
Sem crachá, Laborprint, programa de luxo…
Sem Fofolete gigante, Laurinha Figueroa, e Audição…
Sem blogs para ler logo cedo para acordar…
Sem msn clandestino, sem cafézinhos com estranhos nem velho tarado no elevador…
Vou sentir saudades... dia 3 de setembro eu volto…

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Minha mãe

Hoje é aniversário da minha mãe, pessoa engraçada é esta Dona Silvia, Silvinha para os íntimos.
Ela nasceu numa família já de gente grande, filha temporão, sempre foi o centro do mimo de todos. Carioca da gema, não aceitava a proibição para usar biquini nos anos 60 e usava biquini por baixo do maiô comportado que a mãe a via saindo de casa, mas chegando na praia, tirava o recato e usava o biquini mesmo, que na época era considerado uma ousadia nas praias cariocas.
Foi criança durante a II guerra, segundo ela, se lembra do racionamento de comida, por isso mantém dois freezers cheios de comida apesar de morarem só 2 pessoas no apartamento.
Veio de uma família de boêmios, o irmão mais velho era fundador do bola preta, carnavalesco carioca que só se vestia de branco, frequentador das noitadas mais animadas da cidade maravilhosa. Seu outro irmão, outro boêmio, onde a noite só acabava pela manhã e a irmã, uma dona-de-casa, casada e tratada como madame.
Queria tocar violão, época da bossa nova e jovem guarda, teve como professor o Edu Lobo, na época um zé ninguém, que não ensinou nada a ela, pois ele tocava tão bem que as aulas se resumiam a recitais dele.
Estudou no Instituto de Educação, para ser professora, e assim foi, por muitos anos, em escolas públicas dos subúrbios cariocas, mas resolveu estudar para concurso público, e se empenhou tanto que passou em primeiro lugar na colocação nacional, e trabalhou por anos no BNH, até se aposentar precocemente para cuidar das filhas.
Namoradeira e despachada demais para a época, resolveu casar só aos 30 anos, pois já era considerada titia, aliás já tinha sobrinhos da mesma idade dela.
Casou com meu pai, um primo de uma amiga que quando conheceu pensou ser a pessoa mais chata do mundo, mas o amor deve ser cego mesmo…
Diz que é vascaína, mas torce para o Flamengo, na copa do mundo de 94, achou que ficar em casa dava azar para o Brasil e ia torcer na rua Santa Clara, num boteco com tv, era mais animado, ia sozinha, sem cerimônia.
Mudamos para São Paulo, mas ela, carioca nata, jamais se acostumou, continuava usando as saias mais curtas e shorts que tinha, até que um dia um doido agarrou suas pernas no meio da rua, teve de sair foragida, resgatada por um taxi. Eu achava que ela era mulata até então, pois nunca tinha a visto branca, como gosta de uma praia.
As dermatologistas a chamam de a anti-ciência, nunca usou filtro solar, nunca tomou sol moderado, e tem uma pele correspondete a idade, nada envelhecida, sempre jovial, deve ser pelo astral.
Gulosa, ô família para gostar de comer, tudo culpa de minha mãe que odeia cozinhar, mas prepara os melhores e mais complicados pratos da gastronomia nacional. Como a veia boêmia ficou na família entranhada, adora uma jogatina e uma cuba libre.
Uma vez na feira, um moleque tentou roubá-la, ela não teve dúvida e agarrou o trombadinha e deu-lhe uma rasteira, pisando em cima dele ao som dos urros da galera da feira. Virou ícone: “a mulher da rasteira”.
Ri de si mesmo como poucas pessoas que conheço, sabe se divertir e dar uma palavra boa para quem está por perto, tem um coração muito grande, mas não pise nos seus calos nem nos das filhas dela, pois vira uma leoa para defender os que ama.
É a maior perua que conheço, usa 385 pulseiras, e às vezes nem consegue dobrar o braço, usa um anel em cada dedo, mas não qualquer anel, anéis de no mínimo 2 centímetros de diâmetro, tem 1,50m mas sempre pareceu ser alta, pois usava salto 15 até para fazer caminhada.
Lembro de um dia em que fizemos excurssão pelo centro do Rio para ela nos mostrar a igreja que havia casado, entramos numa igreja sinistra, feia, escura… e ela contando “foi aqui que casei, o Collor também casou aqui, igreja fina, sabe?”
Mas na verdade saimos de lá e ela nos confessou que não tinha casado lá, que na verdade nem lembrava onde ficava a igreja, mas tudo sem perder a pose.
Já perdeu a saia no shopping e dignamente ficou de calcinha em plena escada rolante, já ficou enrroscada com um moço no ônibus que a chamava de sereia, ouviu buzina na rua crente que abafava e ouviu os berros de um coro: - Perua!
Mas sempre rindo, nos conta seu dia-a-dia, inclusive quando alguém lhe conta uma tragédia em pleno elevador e ela cai na gargalhada até mesmo diante do orador, vê o lado bom das coisas sempre.
E vê sempre acima de tudo o lado bom de ser mãe, adora a casa cheia, queria ter tido cinco filhas, mas se contenta com duas e sem muito esforço sempre foi a mãe mais querida do mundo.
Parabéns mãe!!!

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Piquenique

Hoje sexta-feira ensolarada foi um dia perfeito para o tão sonhado piquenique com amigos.
Fizemos todos os preparativos, sanduiches, frutas, doces, sucos, água Perrie em taça de vidro, toalha estampada para colocar na grama, saquinhos plásticos para o lixo, guardanapos temáticos, ops, pera aí, Perrie para um piquenique? E em plena sexta-feira?
Pois é… era um plano antigo meu, da Ingrid, do João e da Sarita.
Planejamos com carinho, pedimos para São Pedro mandar o sol, rezamos para alguém tirar o chefe da empresa, treinamos a rota de fuga para que ninguém nos visse saindo com sacolas de vime cheias de guloseimas, e finalmemte fomos para o Parque Burle Max.
Quase não nos contendo de tanta felicidade, fotos no carro, histórias engraçadas para quebrar a tensão, entramos no parque com sorrisos estampados, e nisso chega o guardinha:
- Olha, aqui é proibido piquenique.
- Como assim? Viemos para fazer isso? Estamos cheios de sanduiches, bebidas, guloseimas…
Frustados vagamos pela cidade em busca de outro lugar perfeito para o tão sonhado dia no parque, rimos para não perder o humor diante da frustação, pensamos em estender a toalha no estacionamento do Shopping Jardim Sul, ou voltar para a empresa e ficar no laguinho.
Até que finalmente achamos o lugar perfeito alternativo, praça Vinícius de Moraes aqui no Morumbi, caminhamos por ela, sorridentes novamente, e achamos a árvore mais linda para abrigar o nosso almoço feliz.
Estendemos a toalha, tiramos os sapatos, enfeitamos a “mesa”, servimos as comidas, brindamos com Perrie sob os olhares invejosos dos passantes. Rimos dos skatistas gatinhos que passavam, os bonitões com seus cães, e nós lá tendo o almoço dos sonhos.
Na sobremesa, tivemos brigadeiro de colher e bombas de chocolates, e logo após o cochilo comunitário.
Acordamos felizes e assustados, pois um Dogue Alemão nos rodeava.
Que pena! 3 da tarde, temos que voltar para a realidade, mas tenho certeza que jamais esqueceremos o piquenique feliz de sexta-feira.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Frase do Dia

"A vida podia ser como um bicho de pé, redondinha, docinha, com açúcar em volta e cor-de-rosa"
Mas não é...