sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Eu mereço

Num barzinho com amigos, se aproxima um moço.
Ele chega encosta em mim e diz: - Você curte um papo cabeça?
Será que era uma cantada? Na dúvida fingi que era surda.
Ninguém merece....

Hemorragia verbal

Não adianta, eu peço, mas não tem jeito, não me contem segredos, não me misturem com pessoas e seus segredos, não me dê trela, me deixem falando sozinha que uma hora eu calo a boca.
Aqui na empresa então… aí Meu Deus, por favor, me excluam das fofocas. Se eu sei de algo, me empolgo e esqueço que agora sentam 98 pessoas num mesmo andar, sem janelas, sem portas, sem baias, sem saída e com uma certeza, vou falar algo e alto de uma delas.
Hoje resolvi falar mal de uma cantora e recebo por email: Renata, ela é a melhor amiga da “Mexileira”.
Depois vejo no site da firma que abriu vaga para estágio de comunicação e divulgo a informação em alto e bom som e recebo uma mensagem: Renata, a estagiária vai ser mandada embora.
Caramba, este andar está pequeno demais para mim ou eu preciso parar de falar mal das coisas que vejo, ouço e parar de fazer comentários sobre tudo.
Por favor calem minha boca, senão conto que a moça da mídia beijou o carinha de planejamento ou que chamamos nosso chefe de Fotolete e que ele tem o guarda roupa da Olívia Palito, todo dia vem com a mesma roupa. Socorro, me calem.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Foi assim...

Viagem em família começa com briga no telefone para acertar a hora da partida, na hora marcada, depois de muitas mudanças, chego na casa dos meus pais e eles não estão prontos, óbvio, meia hora depois aparecem todos felizes, minha mãe já exausta de carregar tudo, pois meu pai tinha a missão de filmar a viagem e não podia largar a câmera, e assim foi, meu pai com câmera na mão, carro cheio de malas, minha irmã dirigindo e eu em outro carro controlando os cachorros.
Chegamos em Ilhabela e, como bons cariocas, fomos para a praia mesmo sem sol. Para chegar na praia, já é outra novela, tranca a casa, ativa alarme, prende cachorros, esquece a câmera dentro de casa, abre tudo, solta cachorros, prende de novo ativa alarme, liga polícia, alarme dispara, começa tudo de novo, esquece protetor solar, abre casa, solta cachorros…
E como na minha família nada termina sem boa comida, mercado, compra peixe, carvão, churrasco de peixe? Não, simples churrasco não resolve, tem que ter risoto de frutos do mar para acompanhar, horas na cozinha, meu pai filma tudo e as escravas obedecem as ordens. Afinal, ele precisa filmar…
A noite sempre vem com a jogatina, acompanhada de muita briga, roubalheira e a certeza de que momentos assim um dia farão falta, um dia não existirão e por isso, apesar de ser difícil a convivência depois que você tem o seu ritmo, a sua vida e as suas prioridades, mas devemos nos esforçar, pois a alegria dos meus pais por estarem com as filhas, sobrinhas, cachorros, afilhados, foi impagável.
Só não sei como ele resistiram aos 40 anos juntos e ainda estão vivos. Mas, o que eu mais quero é ver este filme.

Ps. Meu chefe quebrou o braço e tive de voltar antes…

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

4 dias e 3 noites

Começaram as comemorações dos 70 anos de meu pai e 40 anos de casados... Ô família para gostar de festa...
Para tal vamos passar uns dias em Ilha Bela, família toda... 2 filhas, 1 sobrinha, 3 filhos da sobrinha, outro sobrinho, namorados de todos e 4 cachorros.
Será um evento, que com certeza voltarei com boas histórias, se eu sobreviver.
Até quarta.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Horário de verão

Alguém avisa para meus cachorros que o horário de verão acabou?

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Todos os dias passo em frente a Igreja São Pedro São Paulo para ir pra casa, e sempre penso, podia entrar e dar uma palavrinha com Deus, mas sempre estou apressada e nunca entro.
Terça resolvi entrar, eram 8 da noite. Estava cheia, tinham umas 15 pessoas. Entrei e uma moça veio me conduzindo ao salão que não era o meu foco, queria sentar ali, no banco e bater papo com Ele.
Ela me conduziu a uma salinha na lateral e descobri que eu estava no encontro do A.A. Tinha bolacha e suco. Fiquei sem graça de sair, iam me achar discrente. Sentei, ainda bem que não era em roda como vejo nos filmes.
Me senti em um epsódio de Will & Grace e me deu vontade de rir. Eu não podia ficar ali, era só um papinho que queria ter com o Todo Poderoso, não ouvir histórias tristes de famílias e perdas.
Me senti egoísta, a moça sorria para mim e eu retribuia, não custava nada ficar ali por quantas horas será que dura uma sessão?
Se eu saísse ela ia dizer para eu encarar o meu problema de frente, não fugir, odeio pessoas me analisando.
Quando começar saio de fininho, pensei. Pessoas simpáticas, todas me cumprimentando, solidárias à minha dor. Mas não estou com problemas de alcoolismo, tudo bem, saí para beber com um amigo na segunda, segunda não é dia de tomar 2 capirinhas, será que foi um sinal divino, eu ali, na reunião dos A.A.?
A porta vai se fechar e depois, ferrou, vou ter que ficar aqui enclausurada até assumir que sou alcóolatra, mas eu não sou, eles querem me provar o contrário, é conspiração.
Tive uma grande idéia, celular, atendo o celular que não está tocando e saio para falar lá fora, pego meu carro e corro. Foi o que fiz: - Alô? Não estou te escutando, peraí. Digo para ninguém.
Saio do salão com peso na consciência, mas a certeza que até para ter fé hoje em dia a vida me prega peça.
Dá próxima vez eu devia ler a placa 3ª e 6ª - A.A. às 20hs.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Fofoca na empresa

Não sou santa, adoro uma fofoca da boa. E tenho uma confidente aqui na empresa que não usa msn, então tenho que mandar email para ela para contar minhas impressões sobre o mundo.
Outro dia mandei uma coisinha falando (mal, óbviamente) do meu chefe e errei o endereço dela e mandei para ele, para o próprio que eu estava maldizendo.
Percebendo a besteira, saí correndo para a mesa dele e fiquei enrrolando o moço e pedi para ver uma coisa no computador dele e ele: - Não Renata, estou no meio de uma arte.
- Ai, chefinho, por favor, vai, só no seu computador tem isso, vai tomar um café, quando você voltar, já não estarei aqui.
- Pára de ser chata, espera.
Grosso. E nisso ouço o fatal barulho do “tintin”, avisando que ele recebeu email.
Eu mais que de repente, invento que é coisa séria para o presidente da empresa, que eu não sabia nem nunca iria saber, pois ele nunca nem falou comigo e provavelmente nem sabe que eu existo, estava viajando.
- Ele está na Argentina e te pediu o quê?
Pensa Renata, pensa.
- Me pediu uma foto das nossa casas, as fotos novas, que ainda não estão na rede, vai tomar café que eu sei onde estão.
Ufa. Lição aprendida: criar um msn para a amiga não me fazer mais passar por este tipo de papelão. Parar de falar mal do chefe? NUNCA.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Velhos carnavais

Me lembro de muitos carnavais. Alguns no clube militar do Rio, onde vestíamos incríveis fantasias. Sempre Carnaval no Rio tinha que ter fantasia, já fui Jane do Tarzan, baiana, bailarina… Era muito gostoso o antes do carnaval os preparativos da fantasia, as matinês, onde o mais legal era pegar confete e serpentina para jogar nos outros. O samba batucando lá em cima e a guerra de confetes nos divertindo na pista. Lembro do carnaval do Flamengo, é já passei por isso apesar de ser vascaína, o baile do vermelho e preto, lotado de crianças flamenguistas, mas era feliz.
E os blocos de rua? Que delícia, minha mãe ia comigo e minha irmã atrás de blocos, o da Sá Ferreira, a banda de Ipanema, alguns outros que passavam na rua e íamos atrás com nossas fantasias.
Ficávamos antes do carnaval, picando papel para jogar pela janela quando algum bloco passasse, estávamos lá de prontidão, era tão divertido. Juntávamos muitos papéis para picar, começávamos a juntar meses antes os papéis velhos, era um tipo de reciclagem dos anos 70.
Na adolescência, carnaval era em Iguaba, região dos Lagos, com a Lani e a Rê. Toda noite era a mesma coisa, nós lá sambando até acabar o baile, nesta época nem bebíamos, só sambávamos mesmo. Era maravilhoso, a bateria da União da Ilha, os sambas sabíamos de cor. Éramos as mais animadas dos bailes. A noite no samba e de dia na praia, assim foi por muitos anos.
Aí inventamos de desfilar, e desfilamos com vontade, alguns anos. Treinávamos, endividamos nossos pais para pagar as fantasias e aparecíamos lindas na avenida, sonhando que seríamos destaque algum dia e sair da vida de samba no pé no asfalto.
Depois foi a época onde o carnaval perdeu a graça, vieram os namorados e acho que existe uma lei que proibe os comprometidos de serem felizes.
Este carnaval, passei em casa com meus cães, para manter a tradição, fantasiei eles de havaiano, eles saíram todos felizes pelas ruas com seus colares causando inveja nos outros cachorros, assim como quando eu era criança e aposto que todos queriam as minhas lindas fantasias.
Por um carnaval queria de novo que minha mãe me levasse pelos blocos. Me mostrando de novo, como carnaval é legal, é bom sambar, ser feliz por 4 dias. Queria este ano em muitos momentos ter 4, 5 anos e estar de baiana, pegando confete no chão e jogando nos amiguinhos, queria estar cantando marchinhas e ouvindo “Bandeira Branca”, sinal de que o baile ia terminar, era a penúltima música, pois sempre, sempre termina com “Cidade Maravilhosa”.
Prometo voltar as raízes no próximo carnaval. Promessa de carnavalesca.