quarta-feira, 30 de julho de 2008

Só um obrigada


Chego com raiva, mal humor, fúria, ira, medo, preguiça, sono… mas logo sorrio, pois você continua deitada no sofá com cara de lady, levantando a patinha para eu ir te falar “oi princesa, cheguei”. Uma vira-lata como você, jamais se levanta para receber os humanos. Humanos que foram maus um dia, mas passou, ainda bem. Agora você tem todo o mimo do mundo. Tem até coleção de lacinhos, prefiro o pink com corações vermelhos. Arrasa.
A sua mania de dormir com a cabeça debaixo da coberta, uivar quando vê a chave do carro, rebolar quando o rolo do papel higiênico acaba e sabe que ele vai virar um brinquedo que durará 2 segundos para ser destruido e o meu orgulho quando passo pela portaria com você e o porteiro diz: “Olha a Gisele Bündchen das cachorras” eu fico tão exibida, nem caibo dentro de mim, pareço mãe de Miss.
Acho que até hoje ainda não te agradeci pela amizade. Acho que hoje ainda não te apertei o suficiente para compensar tanto amor e dedicação. Acho também que não agradeci por todas as noites que chorei ao seu lado e você me deu seu ombro, seu colo e muitas lambidas desesperadas para tentar me animar e não é que você sempre consegue me fazer sorrir?
Obrigada por ser a minha PTK. (depois daquele post da coleira com letrinhas de strass que o nome Peteka ia sair caro, resolvi abreviar para PTK, que nem DKNY, sabe?)

PS. Foto da Ana (Vanilla Coke). Zézinho, depois escrevo sobre você, tá nêgo?

Ainda dói

Hoje queria alguém para ler a minha borra do café turco e ver lá no fundo, nas formas que formam, uma família feliz, com o pai por perto. Contando histórias de um tempo distante quando estudava em Ouro Preto, ou se exibindo por ser um Hadad que trabalha com explosivos, portanto um homem proibido de entrar nos Estados Unidos, um terrorista.
Fizemos “raclete” ontem, sentei na cabeceira da mesa, no seu lugar que agora peguei para mim, pois ele vazio dói ainda mais.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Ou um ou outro

Dia de sol infernal. Minha mãe com os olhinhos apertados.
- Mãe, cadê seus óculos escuros?
- Ah! Filha, com bengala e óculos escuros, fico parecendo cega, me vi outro dia num reflexo e resolvi não usar mais os dois juntos. Ou um ou outro.

Não é justo. Eu sei.

Não queridos. A vida não é justa. E nunca será. Jamais.
A escolha que fiz em ter cachorros antes dos filhos deve me fazer ser uma pessoa odiada para muitos. Mas algumas pessoas esquecem seu passado, daonde vem, quem são, pelo simples fato de terem tido um filho. Adoro criança. Amo de verdade. Odeio os pais das crianças. Pronto falei.
No elevador tinha uma mocinha muito simpática sempre comigo. Amava meus cães. Ela engravidou. Teve filho. E agora me xinga pois meus cães não são limpos, puros ou dignos o suficiente para andar com o imaculado bebê dela. Que aliás eu muito fina nunca disse: - Olha, seu filho é feio sim e eu não aguento mais este seu sutiã cor de pele aparecendo. E antes que eu me esqueça, vá pentear o cabelo.
Fica a dica. O cor de pele não quer dizer invisível. E sempre sutiã cor de pele será feio. Ainda mais aquele que abre para o peito sair para dar de mamar. Feio! Feio! Não me obrigue a andar perto de quem usa este sutiã com uma roupa "tomara que caia", ou neste caso “Deus me livre se cair”.
Ufa. Estou mais leve. Respira.... Passou.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Não me deixe só (por pouco tempo)

Meu toque do celular era Maria Rita cantando “Tá perdoado”, mas a novela das 8, que tinha esta música acabou e pareceu fofoca velha, e eu não posso parecer desatualizada, pois mulher que passou dos trinta e não se moderniza, pisca e tem quarenta.
Então baixei “Vida Louca” do Ricky Martin, mas pareci meio vivendo a vida louca, me senti meio estranha com este toque, pois nem sempre se vive a vida louca, ou pior, nem sempre as pessoas podem saber que você vive a vida louca, enfim, este toque estava me deixando confusa, com muitas personalidades, meio remoçada demais, ou meio velhota pensando que é cocotinha. Por isso, baixei “Não me deixe só” da Vanessa da Mata, mas a música me faz lembrar o cabelo dela, e que ela sou eu quando acordo, e que ainda bem que o tempo está bem seco, uma humidadezinha… ah! Haja secador, chapa, óleozinho, creminho, pentinho, touca, muda o lado da touca… Acho que este toque no meu celular não vai durar muito, pois me deixa tensa no quesito cabelo. A vida anda complicada mesmo, pois um toque de celular pode te entregar a idade, os ideais, até a genética. Saudades de quando tocava apenas triiiim, triiim, triiiim.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Na boa


Minha irmã pediu o Cauã Raymond no "Daruma" dela, eu ri, fiz pouco caso, disse que o pedido dela, jamais se realizaria...
Não, queridos leitores, ainda não se realizou, mas por via das dúvidas, vou pedir ele para mim também, não custa reforçar, quem sabe ele entra para a família e posso ver de perto aquela barriga, braços, peito, boca, cabelo...
Vou comprar um Daruma para mim e limpar a baba e já volto.

PS. Para quem não lembra do post do Daruma: http://passeidostrinta.blogspot.com/2006/11/daruma.html

terça-feira, 22 de julho de 2008

O Ressucitador de moscas

Todo churrasco era a mesma história, alguma mosca resolvia mergulhar em um copo de cerveja.
E o Ressucitador de moscas, sorria, realizado, pois seu show iria começar.
Chamava as crianças, os adultos, seus novos e velhos espectadores. Todos ficavam a sua volta.
Ele pegava a pobre mosca, sem vida, com cuidado, separava um punhado de farofa e deitava e rolava a coitada ali, falando palavras mágicas. Depois a colocava, ainda sem vida em suas mãos, assoprava e abracadabra daqui, abracadabra dali, todos nós contávamos até 10 em coro. 1, 2, 3…
Ele sacudia, abria as mãos e a mosca voava. Novinha em folha, livre e feliz.
Os churrascos nunca mais serão os mesmos sem você, pai, meu Ressucitador de moscas. O seu show era a melhor parte de qualquer festa.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O meu amor

O meu amor é assim, meio inusitado, meio amalucado.
Não é convencional, pois não acreditamos em padrões.
Mas é assim que meu amor e eu vivemos. 6 anos. O “sim” mais fácil que já falei. A certeza mais clara que tive. O amor mais completo que vivi. A alegria mais intensa, o colo mais certo e o beijo mais sincero.
Construimos uma vida feliz, cheia de cachorros, sonhos, brincadeiras e lotada de risadas. Pois o verdadeiro amor da minha vida tinha que ser feliz, leve e narigudo.
Acreditamos que será para sempre, como todos os contos de fadas. Sabemos que não será fácil. Mas acreditamos, construimos e praticamos a nossa cumplicidade.
Eu sou a alegria e ele a brincadeira. A ranzinza despojada e o moleque irritante. Renata e Renato, dois sagitarianos, a carioca criada em São Paulo e o paulistano criado no Rio.
Ao final do dia ainda olhamos para a lua, recordamos histórias felizes e criamos outras, nos ligamos e ouvimos e falamos: - Você viu a lua, amor?

sexta-feira, 18 de julho de 2008

É sucesso!

Depois da volta do The Police, Spice Girls, RPM, The Doors (sem Jim Morrison), Katinguelê (com Salgadinho), e outras fofocas velhas que resolveram se relançar, eis que surge uma notícia bomba. Calma, ainda não são os Jackson Five. É muito melhor, pois a banda Yahoo grava seu DVD e CD “20 anos de sucesso”. (Desculpem o erro gramatical e de concordância em colocar sucesso e Banda Yahoo na mesma frase). Por acaso alguém além do Ronnie Von estava com saudades deles?

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Mais uma de amor

Tenho uma outra tia chamada Maria Helena.
Casou com meu tio e viveram um “felizes para sempre” (que durou 3 anos).
Os outros 40, foram só sofrimento na vida dela. Amava meu tio e ele com outra. Tentou se matar. Vivia deprimida. Coitada. Até remédio tomava.
Certo dia toca o telefone:
- Alô! Gostaria de falar com a Maria Helena.
- É ela. Quem fala?
- Um amor de 45 anos.
Ela quase desmaiou e a depressão acabou.
Ele, um fazendeiro viúvo que a namorou quando tinham 15 anos. A vida os afastou, os detinos se desencontraram.
Enviuvou e na semana seguinte descobriu seu telefone e foi atrás do amor que deixou na vida, o amor que para ele era mais forte. Cumpriu na sua vida, sua missão. Casou, criou filhos, foi fiel a mulher até ela morrer e agora a vida que ele queria era para passar ao lado de seu grande amor. Ela com mais de 60. Ele também.
Finalmente, rapidinho, ela deu o divórcio para meu tio que pode se casar com a mulher que ele vivia há 40 anos e ela se casou com seu fazendeiro.

Está explicado porque acredito no amor?
Acredito que o nosso destino ninguém muda.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Aos 89

Minha tia Alice tem 89 anos.
Nunca casou. Solteira. Morava com a irmã mais velha, também solteira. Que já morreu.
Aposentada. Advogada. Viajou o mundo. Sozinha.
Teve uma vez um italiano apaixonado por ela. Faz tempo... Isso foi nos anos 50.
Então, combinou com um amigo viúvo para os dois se casarem.
Assim os bens iam para ele. Casamento de mentirinha. Nunca tiveram nada. Apenas bons amigos. Ele? 72 anos.
E assim chegou o dia do casamento. Só no papel, só de aparência.
Mas recebeu flores com um cartão romântico. Ganhou brincos e anel de brilhantes.
Trocaram alianças. Cada um foi para a sua casa.
E todos os dias desde então ela recebe flores dele.
Ele quer se casar na igreja. De verdade. E ela, está feliz da vida.
Casou aos 89 anos, provando que nunca é tarde para começar a viver um grande amor. Nunca.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Barulhinho bom

O meu velho quarto. O papel de parede com flores delicadas, sortidas, parecem pintadas a mão. Cortinas pink.
Tenho dormido de novo lá, alguns dias.
Por um lado é bom, me sinto ainda num passado feliz onde os problemas eram menores, os amores maiores, os medos inexistentes e a coragem infinita.
Me sinto adolescente de novo no meu banheiro cor de rosa com espelhos grandes e muitas luzes. O quadro da bailarina. As almofadas. Sempre arrumadinho.
Me faz perguntar em qual parte da vida que tudo complicou. Quando foi que eu passei a não caber dentro dele?
Não faz muito tempo em que a minha vida inteirinha cabia ali, nas paredes de flores com cortinas pink.
Mas tudo está diferente agora, eu cresci ou tudo encolheu.
A única coisa que não mudou foi o barulhinho do jogo de tênis, a bolinha que vai e vem infinitamente. Às vezes um grito de torcida outros de raiva seguido de um arranhar da raquete no chão.
Olhei pela janela e ainda me pareceram ser as mesmas pessoas jogando. Um jogo que não tem fim, para me fazer lembrar que este barulhinho bom é tão familiar. Combina tanto com as paredes floridas. Com o banheiro cor de rosa. E com as cortinas pink.
Mas não combina mais comigo pois do outro lado da porta não existe mais a família feliz, ovos com bacon na madrugada e a mesa cheia às 2 da manhã. O barulhinho que vem pela manhã junto com tantas lembranças mostra que algumas coisas são eternas e outras mudam.