segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cuidado com a Cuca, Que a Cuca te pega e pega daqui e pega de lá

Quando criança, morria de medo da Cuca do Sítio do Pica Pau Amarelo, tinha tanto medo que uma babá que eu tinha chamava minha irmã de Cuca e eu de Fofinha, tadinha da minha irmã, deve ter sido traumático. Lembro que nossas canecas tinham escrito Cuca e Fofa. Bem, este não é um post sobre bicho papão da infância, aliás, nem sei porque comecei falando sobre a coitada da Cuca e da minha irmã. O assunto é sim assustador, mas de outro programa infantil que ilustrava os palcos da Rainha dos Baixinhos, é, a dengue.
Pense na pior dor de cabeça do mundo, some enjoo, dor por todos os cantinhos do corpo, isto é a Cuca, ops a Dengue. E depois de 5 dias, você já se acostumando com tudo de ruim no mundo vem a pior parte: a coceira.
Tudo aquilo que antes doía, passa a coçar, coça, coça, coça muito e de repente você percebe que tem 3 joelhos, dedos do tamanho de coxas, pés de pata, coça, coça e corre para o postinho médico da cidade.
- Doutor, tire esta coceira de mim!
(abre parênteses) Em Porto não existe hospital, apenas este postinho médico com um doutor delicado e simpático como, como, deixa eu pensar o que, como a Cuca. Isto, doutor que parece a Cuca de tão delicado em sua roupinha verde e seu chinelão (fecha parênteses).
- Precisa tomar injeção.
- Ah! Mais injeção, doutor? Dói muito? - pergunto já calejada de tanta dor.
- Você já teve menino? - pergunta o doutor Cuca.
- Não.
- Você já teve cólica renal? - pergunta novamente o doutor Cuca.
- Não!!!
- Então você vai descobrir o que é dor.
Passando o momento delicadeza do doutor Cuca espantando a criancinha que tem medo de injeção, senti sim, uma dor como de quem teve um menino com cólica renal e 3 dias depois a coceira passou.
Agora digo. Se você acha que teve gripes fortes, doenças chatas, viroses insuportáveis, é porque você não teve a dengue. Cuidado mesmo. Pois a Cuca te pega daqui e te pega de lá.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cansado da propaganda das Casas Bahia?

A vida pode ser difícil, viu gente? Fica o conselho. Eu odiava ver os comerciais das Casas Bahia a cada intervalo, com sua narração berrenta, eu pensava: Não, nada pode ser pior do que ver este conjunto de sofá de "chenille", nem esta cozinha Veneza que vem com a mesinha de mármore de graça com 4 cadeiras, nada pode piorar no mundo. Mas pode ser pior e muito. No canal aberto ando sentindo falta do Boa Noite bonitinha, Boa Noite bonitinho do sempre elegante Ronnie Von, ver os lançamentos da Marlene Enxovais. Ai que saudades. Bons tempos eram aqueles. Os canais abertos daqui são de programações locais, existe o programa Cardinô, que se eu contar aqui o tema central do programa de hoje vocês vão pensar, não, lá vem ela falar mal de Nordestino, não, não darei este gostinho para as pessoas de plantão loucas para brigar comigo. Mas o bom dos canais locais é que tudo surpreende de repente, faz você perder o ar, o chão, o norte, os valores, o cérebro e perceber, que hoje um Boa Noite bonitinha seria incrível até mesmo naquele dia que o programa só mostra coisas de seguros, ou da nutricionista gordinha dando dicas de dieta, ou ainda das histórias do botânico, cantor, apresentador, empresário, decorador e modesto Ronnie. Queria ilustrar o que eu falo, pois com palavras não saberia me expressar e procurei incansávelmente o comercial das Tintura Marcia, mas não achei, triste, só quem pega a Globo Nordeste sabe o que estou falando. Mostra uma moça de cabelos longos e pretos lindos. Ela sacode o cabelo para um lado para o outro, com um figurino de deixar qualquer cantora de Calypso doida para descobrir quem fez aquela roupinha tão sexy, até aí tudo bem se na cena final não aparecesse um gay esteriotipado dizendo: A Marcia abalou. E fim. Mas lembrei de uma outra propaganda que para mim resume bem o tamanho da minha indignação. Não sei linkar vídeo direto do youtube aqui, por isso copiei o link, por favor abram e me dizem se eu não tenho razão para sentir falta até dos canais abertos paulistanos, e se alguém entender o sentido desta propaganda existir, podem me contar a história dela, o sentido, o brifing inicial, o target, ou algo que me mostre que minha mente pouco criativa não captou. Divirtam-se e lembrem-se: se a gente acha que já viu tudo no mundo, a vida reserva surpresas...

http://www.youtube.com/watch?v=mqYkUu6BSL4

Nota da blogueira: a saudades de Ronnie é sincera.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Fricoteira


Realmente eu achava que a minha vida já estava mudada demais, estava cheia de novos cheiros, novas cores, novos amores, novos sons, novas amizades...
E estava adorando a vida de dona de casa e dos meus peludos, sem nada para fazer o dia todo a não ser cuidar da grama, do sol, da maré, das ondas desta vida de surfista, mas de repente tudo muda de novo e ainda nem me acostumei com a vida antiga e já vem uma nova? Mas já?
Mas é com imensa alegria que comunico que abri uma loja aqui em Porto. Uma lojinha de peças minhas criadas com uma grande amiga que fiz aqui, a Cássia, minha professora, amiga, fiel escudeira e agora minha costureira oficial.
A minha lojinha se chama Fricotes, pois ela é cheia de fricotinhos para todos os gostos, bolsinhas de tecido, kits de viagem, lixinhos de carro, jogo americano, linha pet... tudo feito com o maior amor para encantar os turistas que por aqui passam e quem sabe, ainda faturar algum trocado, né?
Em breve farei a lojinha virtual da Fricotes para quem está longe poder comprar e compartilhar desta nova fase da minha vida. Quem vier para Porto, não se esqueça de passar lá e tomar um cafézinho comigo. Fica no Shopping novo, bem no calçadão, o calçadão único da cidade, não tem erro.
Que esta nova fase venha repleta de sonhos realizados e amigos velhos e novos para dividir sempre as coisas importantes.

PS. Ainda falta ar condicionado, tapetinho, letreiro, cartãozinho... Vou mostrando depois as fotos quando for atualizando a loja, tá?

terça-feira, 6 de julho de 2010

Filha, acorda, filha você está bem?

Aaaaaaaaaaaaahhhh!!!!! Acordei com o maior berro do mundo, no susto, quase infartando. Mas vamos rebobinar a cena?
Certo dia, eu estava dormindo tranquila no meu quarto rosa da casa dos meus pais, meu quarto cheio de flores na parede, barulhinho de vento, tudo de bom, quando acordo com a voz da minha mãe me chamando "filha, acorda, filha, você está bem?" Eu vou acordando, o som sai do sonho, percebo que é real e abro os olhos e me deparo com a seguinte cena: meu pai segurando uma vela iluminando o rosto dele e minha mãe mais a frente me tocando. Eu berro, lógico que eu berro, muito e alto, minha mãe percebendo a falta de noção tenta explicar "Filha, é que faltou luz, vim ver se você está bem?". Eu ainda com o coração na boca, assustada, semi infartada, tentando entender a lógica familiar. "Tô, tô, tô sim".
Hoje eu lembro desta cena com muitas saudades, saudades de um tempo em que eu era tão querida que alguém se preocupava até sem ter sentido algum. Que falta faz para alguém que está dormindo a luz? Eu durmo sem ar condicionado, sem TV ligada, sem ventilador, sem nada que possa vir a fazer falta na hora do sono. Passei dias rindo deles.
Domingo a tarde choveu forte. Por uns segundos lembrei desta cena, fiquei rindo. Rindo do super protecionismo, rindo do mimo excessivo, rindo da ideia de girico dos dois. E a noite, faltou luz. Ficou tudo muito escuro. Muito silencioso. Eu ainda estava acordada, sem nenhuma luz de celular por perto, ou luz de vela para acender. Aprendi que nunca mais alguém vai iluminar meu sono. E isso é ser gente grande? Enfrentar o escuro sozinha? Até que achei uma luz de emergência que meu pai me deu, apertei o botão e saí do escuro, com uma vontade louca de chorar, berrar, rir, acreditar que para ele, eu ainda sou aquela que dorme no quarto florido e que precisa ser salva da escuridão.

sábado, 3 de julho de 2010

Mãe natureza

Nunca tinha reparado que a dama da noite floreia um dia antes da lua cheia, todo mês. Aliás na lua cheia a maré fica bem vazia e dá para ver todos os corais para fora, mas também quando a maré enche, a praia some.
Quando chove os mosquitos aparecem mais, as pererecas também, e o sapo gordo que mora no jardim, fica feliz. E normalmente chove mais na lua cheia.
Na lua cheia o Zézinho foge mais de casa. Os gatos ficam mais eufóricos. Brigam mais.
Faz tempo que não vejo o morcego que mora no portão de casa, chamo ele de Alberto, mas é lua cheia, ele deve aparecer hoje.
As lagartixas, já contei que tenho 2 lagartixas? Dorothy e Cristina, ficam mais felizes em dias de chuva, pois além dos pernilongos aparecem aquele bichinho de luz, mas com asas pretas, um monte.
Se a vida é regida pela lua cheia, vivemos 3 semanas por mês à deriva esperando a lua encher? Sem a lua o que aconteceria? A vida continua, as marés enchem, minguam, chove menos, Zézinho fica mais calmo, Dorothy não briga com Cristina... Mas na lua cheia tudo muda. Todos ganham vidas diferentes, é estranho.
Gosto de imaginar que quando saí da cidade grande, perdi muitas coisas, mas ganhei a mãe natureza me ensinando que fazemos parte de algo que não tem concreto, abri meu olhar para outras coisas que nunca antes foram explicadas para mim, menina de cidade grande, aprendendo aos 35 anos que na lua cheia as flores florecem, os animais se animam e a noite fica encantada.