segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cocos na varanda

O verão chegou, a casa nova está quase com cara de casa, a vida com cara de vida. No caminho para o trabalho, às vezes vou pela praia, só para ser esnobe e pensar que ir para a loja com o pé sujo de areia é apenas uma excentricidade.
Ser excêntrica é um luxo que me dou, sempre que posso. No caminho vou pensando na vida, olho aquele mar lindo, azul, meio verde, calmo, o vento é bom, a vida tem sido boa comigo. Agradeço.
Agradeço morar neste lugar lindo, agradeço não ter mais carro e fazer tudo a pé e assim como sem culpa tudo que quero. Agradeço ter conhecido o universo felino. Agradeço ter aprendido a costurar e sempre chego na loja com a certeza das minhas escolhas.
Mas se algum dia bater uma dúvida, um tiquinho de dúvida, eu abro a porta de casa pela manhã, e vejo lá, bem na varanda da frente de casa, cocos colhidos dos coqueiros do condomínio, um chumacinho, ali, deixado pelo zelador de presente, na varanda de cada morador, para um café da manhã especial, um refresco pós praia ou só para completar o dia que será perfeito, pois o verão chegou, a casa está quase com cara de casa e a vida? A vida vai bem, bem demais.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O mundo das vendas na Fricotes...

Cliente é um bicho muito doido, viu? Analisando eles percebi vários tipos de consumidoras.
Algumas entram na loja para te encher de alegrias e outros para te encher de raiva. Teve uma senhora que eu adorei vender para ela, uma fluminense de camiseta, carteirinha e tudo que adorou uma bolsa de estampa bem adolescente, a filha dela dizia: Ah, mãe esta bolsa é muito infantil, olha a de bolinha marrom. E ela para não contrariar resolve comprar a que a filha sugeriu, mas enquanto eu embrulhava e a filha saía da loja eu olhei para a cara dela e não era uma cara feliz e eu disse: "Posso me meter? Olha gosto de vender para quem está feliz, leva a bolsa que você gostou, e daí que a estampa é infantil, você gostou." Ela abriu um sorriso e ficou toda feliz e me agradeceu e já saiu da loja usando a bolsa. Resultado: todo dia passava lá na loja só para me falar boa noite e bater papo contando histórias do Fluminense.
Teve a cliente que vamos chamar de "não gosto de nada". O que leva uma pessoa entrar na loja e ficar falando: "Hum, não gostei de nada, nada me agrada", 2 minutos depois, "Hum, talvez esta aqui, não, muito feia". Mais 2 minutos "Ainda não gostei de nada". A minha vontade é dizer "Se não gostou de nada, tem muitas outras lojas por aqui", mas não, fico sorrindo e enquanto isso a filha dela mexendo em tudo e me deixando doida, ao final depois de remexer tudo, achar tudo feio ela pega uma bolsa e diz: vou levar esta. Óbvio que pede desconto, afinal ela estava levando algo que não gostou. Depois de 10 minutos ela volta na loja e leva mais 2 bolsas para presente, no dia seguinte de novo e leva mais 3 bolsinhas de mão, não sem antes dizer que tudo era feio e nada era a cara dela. Vai entender?
Tem as clientes que deviam pagar por elogio, sabe? O tipo, ai que lindo, ai que fofo, ai que tudo, mas não levam nada. Existem também as meninas que vem com as mães e as coitadas tem que aprender uma aula de economia na minha loja: "Filha, se você comprar esta bolsinha, não vai ter dinheiro para comprar aquela canga que você gostou, é isso que você quer?" E eu lá, no meio do D. R. familiar.
Teve a cliente sem educação mor, que entrou na loja perguntou o preço e berrou "Nossa que caro!" eu muito fina e falando baixo disse olhando para ela "Nossa, que deselegante", saiu bufando mas deve ter se tocado, espero que sim.
Mas este universo de vendas é novo, muito novo para mim. Quando adolescente, nunca tive a minha fase de fazer um bico vendendo em loja de shopping.
Agora quando compro algo tento ser o mais simpática possível, pois sei a diferença que faz isso no final do dia de alguém, uma pessoa mal humorada pode significar péssimas vendas.
Por isso, meninas, sorriam para aquelas vendedoras bem mal humoradas, beijem as bem simpáticas, pois é dureza ficar 8 horas em pé trabalhando, viu? Por experiência própria!

PS. Ok, eu não fico 8 horas em pé trabalhando, fico sentada. E por 6 horas. E com o computador, jogando buraco. Ah! Não me faça confessar que nem trabalho tanto assim, vai?

domingo, 7 de novembro de 2010

Um minuto de silêncio

Que calor! Deve estar fazendo 40º na sombra hoje. Pelo menos. Por baixo. Que roupa eu coloco? Que roupa? Leve, fresca, jovial, feliz, que combine com minha lojinha. Ah! Que calor!
Esta saia de coração tão soltinha, uma regatinha cinza combina com meu novo cabelo ruivo. Já sabiam que estou ruiva? Pois bem. Estou bem assim. Arrasei. Vamos lá caminhar meus 2 km no sol para chegar na minha lojinha. Ah! que delícia, acertei na roupa, o cabelo curto, a bolsinha, estou linda!
Que calor, que brisa gostosa da praia. Olha ali uns surfistas, aposto que vão me passar uma cantada. Óbvio. Os surfistas me adoram, eles se conectam com uma surfista, que largou o surf, ok, por um mês surfista, para sempre surfista, este é meu lema de vida. Olha vão falar algo. Silêncio pensamentos quero ouvir a cantada sem vocês na minha cabeça me atordoando. Vai fazer bem para meu ego de trintona.
- Não interessa se ela é coroa panela velha é que faz comida boa.
Silêncio. Silêncio. Silêncio! Vamos não deixar comentários para este post. Ok? Hein?

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Somos 14


Seres felizes, que riem e latem.
Alguns ronrronam, outros rosnam.
Somos 14 de dia e de noite.
Somos aos poucos uma família feliz.
Somos sãos, mas nem sempre.
Somos loucos, raras vezes.
Somos 14 pelas minhas contas.
Exageramos, mas somos assim.
Exagerados, mas não incoerentes.
Somos 14 unidos pelo amor.
Unidos pelos mesmos gostos.
Eu gosto de praia, o Fuka também.
Sou sorridente, PTK também é.
Sou arteira, Zézinho, é, ô se é.
Somos 14. Renato cuida dos cachorros.
Eu cuido dos gatos, pois são 9.
Eram 10, consegui doar uma da ninhada.
Só uma? Virou Dorinha.
Vai ser feliz. Afinal ainda somos 9 felinos.
Na hora do almoço, somos 14, na hora de dormir, somos 12.
Na hora do banho, somos 5.
Na hora de amar, somos 1 só.
O amor é igual, sem balanças.
O amor é único, sem cobranças.
Somos um casal de humanos. Um trio canino e um eneágono de felinos.