terça-feira, 29 de março de 2011

Bendita



Bendita sou por ter te conhecido.
Bendita sou por ter te amado.
Bendita fui nos dias em que estivemos juntos, e foram muitos.
Bendita foi a vida que me deu você.
Bendita seria se este encontro tivesse durado mais uns anos, poucos já iam bastar.
Bendita sou por viver com as minhas lembranças.
Bendita seria se eu ainda pudesse te ligar para contar as coisas da vida, as bobagens diárias, as histórias dos cachorros...
Bendita seria se eu escutasse você falar comigo, só mais uma vezinha.
Bendita é a vida que deixa saudades.
Bendita sou e sempre serei por ter tido um pai. Bendito.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Fragmentos de um Carnaval

Fuçando pela internet achei um site com muitas histórias de carnaval, de beijos que acabaram cedo demais, encontros rápidos que podiam ter demorado mais uns dias, paixões que durou segundos, da Colombina que esbarrou com seu Pierro no Cordão do Bola Preta e a multidão os separou, a Smurfete que se encantou pelo Papai Smurf, o Flamenguista que arrasou com a Vascaína, e infinitas outras histórias de amores de carnaval, amores descartáveis, mas que de alguma marcaram.
Vejam o site, se chama "Oncinha cadê você?"
Me fez lembrar dos carnavais de Iguaba na casa de uma amiga, íamos todos os anos para o mesmo clube em Araruama, encontrávamos as mesmas pessoas, nos apaixonávamos e nos reapaixonavamos todos os carnavais.
Lembro de um mocinho vestido de índio, logo eu que não sou fã de índio, fiquei apaixonada por ele, era última noite de carnaval, a bateria saiu do clube e fomos atrás dela, o dia estava nascendo, nos perdemos ali, entre berros:
- Qual seu nome?
- RENATA E O SEU?
- Ivan, decora meu telefone, vai?
- HAN?
- Decora meu telefone? xxxxxxx.
- xxxxxxx.
- Isso.
- Decorado.
- Jura que me liga do Rio? Jura? Jura para mim?
- Juro.
Não precisa dizer que não decorei e que nunca mais vi o índio Ivan.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Só no miudinho

Com o carnaval chegando eu me lembro de um grande trauma de infância. Infância de uma carioca que gosta de carnaval. Não sou daquelas que decora os sambas, programa viagens, tours, que fica horas vendo todos os anos as Escolas de Samba, mas gosto de carnaval, e me ver sambar é simplesmente triste, patético e ofensivo ao samba. Se algum sambista me ver tentando me ritmar vai me mandar parar e voltar para casa, constrangido.
Harmonia, zero, nota zero.
Evolução, zero, nota zero.
Ritmo, zero, nota zero.
Bom senso, zero, nota zero.
Até que com o meu pé direito eu sei fazer direitinho, coloco na frente viro para a direita e cai atrás certinho, mas quando o esquerdo vai acompanhar eu fico parecendo uma pata manca rodopiando no próprio eixo eternamente. Meu pé esquerdo não sabe fazer o rodopio para a esquerda e dar a caidinha para trás, sabem? Mas quem disse que isso me inibe? Não isto não me inibe, é claro, e eu tento compensar no rebolado o que significa tragédia garantida.
Mas o negócio tende a piorar quando a cabecinha dá a viradinha de sambista, aí meus amigos, é puramente caso de internação. Mas eu não ligo, pois é carnaval.