sexta-feira, 27 de maio de 2011

Enquanto isso na civilização...

Passar uns dias em São Paulo é perigoso para uma carioca radicada no Nordeste, pois lembro o quanto a vida é diferente e organizada longe da minha baguncinha chamada lar.
Aqui não tem a fauna completa me irritando, sem mariposas a noite, sem pererecas ou siris pela casa.
Vejo que fui criada aqui, no meio de onde tudo acontece e me afasto disso na minha clausura que adoro, porém ficar tanto tempo sem me civilizar é perigoso, pois me vejo delirando ao ver uma muzzarela de búfala ou uma loja do Amor aos Pedaços.
Acho que andando no shopping as pessoas vão perceber que eu não calçava um sapato desde o ano passado e que minhas roupas de inverno são as mesmas que deixo aqui na casa da minha mãe muito pouco usadas desde que me aventurei na minha odisséia Nordestina. Me olho no espelho e não me reconheço tão composta. É estranho.
Vejo muito carro, muita gente, uma cidade limpa com calçadas, sem sujeira, sem poluição visual, lixos reciclados, gente educada, sorrisos, bons dias dados espontaneamente, boa noite delicada, gentil. Percebo que o que mais me faz falta é esta civilidade.
Adoro estar aqui por uns dias respirando outros ares e sempre me prometo não demorar tanto para fazer isso, voltar mais vezes, não me afastar tanto das minhas raízes, pois eu gosto disto tudo, adoro uma buzina, um barulho, um caos.

Não esqueçam do After Dark do Passei dos Trinta no Seo Gomes no dia 31/5...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Ele é assim...


Há quem diga que conseguimos explicar porque amamos uma pessoa, mas não acho que conseguimos definir o objeto amado tão bem assim, mas vou tentar.
Ele é assim, um menino grande que tem um coração maior que ele. Com seu 1,90m se encolhe todo para abraçar um gatinho da rua e me olha com aquela cara de "Você decide, mas podemos levar para casa? Diz que sim..." e eu, dura como sou, digo não, pois se dependesse dele, todos os bichinhos da rua teriam um lar, o nosso lar, certa vez adotou um potrinho que achou perdido, já imaginei aquele cavalo crescendo em nosso quintal... Mas por sorte achou um sítio para ele.
Quando vamos para a Praia dos Carneiros ele paga a hora do cavalo que puxa carroça para ele sair do sol e descansar.
Quando viu um carro atolado certa vez, encheu tanto o saco do cara para deixá-lo desatolar, que depois de uma havaiana arrebentada, uma bermuda rasgada ele saiu todo feliz de seu feito.
Um dia de folga, ouviu uma triste história de um cachorro sofrendo sem tratamento, convenceu a dona do cachorro a deixá-lo levar o pobre cão para ser tratado e lá foi ele para Recife ajudar o bichinho de outra pessoa que nem estava assim tão preocupada com ele.
Ele é assim... se um amigo está sem emprego e jururu da vida ele dá emprego, casa, comida, roupa lavada até o amigo se reerguer e não pense que depois de alguma maneira cobra por isso, joga na cara, se torna mesquinho, exige pelo menos telefonemas... não, ele não é assim, faz por se sentir feliz e isso lhe basta.
E ele é assim a pessoa mais altruísta que conheço. Pessoa de riso fácil, abraço sincero, amigos constantes, carinho terno, bom humor habitual. Agradeço por tê-lo em minha vida, pois aprendo muito com ele, aprendo o real valor das coisas materiais, o real valor de uma vida, o valor de ter acima de tudo um amigo de toda hora.
É, fizemos 11 anos juntos e este post é porque ele é assim... o meu amor.