quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Me perdendo para me achar

Me sinto assim. Perdida. Perdida dos laços, das ideias e dos ideais. Eu tinha um motivo em alguma parte do caminho, mas não me vejo mais nele. A vida é seguirmos nos reinventando e nos redescobrindo; mas e quando não se descobre nada de novo? E quando parece que a vida fez uma pausa e nada acontece e o pouco que acontece não te interessa?
Sabe o que me faz mal, por exemplo? Ver o facebook dos outros. Fico aqui morrendo de inveja das viagens, conquistas, filhos novos, separações, novos amores, novas amizades, perdas, ganhos, enfim, a vida acontecendo. Acompanho tudo de longe e penso: O que tenho vivido? O que tenho produzido? Cadê meus sonhos? E quer saber? Não acho nenhum.
Já quis ter filho, já quis escrever de verdade, já quis abrir uma ong, já quis mudar o mundo, plantar uma árvore, fazer cooper, deixar o cabelo crescer, emagrecer, ser loira, ser ruiva. Já quis muitas coisas que não quero mais.
E nesta falta de sonho, me sinto assim, perdida num mundo que não me pertence, não me enche de energia, cansaço, emoções. Moro em um paraíso que não tem me dito nada. Cuido dos gatos, brinco com os cachorros, saio com meu Nêgo, vou à praia, tomo sol, ouço música, vejo o mar e volto para o nada.
Esta fase acaba me deixado com o pé balançando sempre que sento, na inquietude por mudança da minha atitude. Jogo paciência, e haja paciência para transformar esta pessoa aqui em algo que valha a pena. Bichinho de cidade grande vivendo no cercado. Em um povoado. Tudo no cercadinho desta vila me parece um filme, ou uma novela, onde os núcleos se misturam com suas intrigas e seus segredos, tudo acaba parecendo meio fake, meio Ilha da Fantasia.
Mas, dizem por aí, que às vezes precisamos nos perder para nos achar. Estou na fase de me procurar. Um dia, me acho. Espero que em breve.