segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Adeus ano velho

Ufa. Já não era sem tempo.
A culpa deste ano ter sido péssimo foi da festa de ano novo passada. Foi o maior fiasco. Uma festa que 0:01 acaba a champagne, só podia significar ano pobre. Depois demos risada com o Otto perdido pela praia, mas já estava ferrado, já tínhamos emanado para o céu a falta de champagne e o funk irritando nossos ouvidos puros.
Ano pobre de pessoas, pobre de valores, pobre de crescimento pessoal e profissional, pobre de tudo. Foi um ano arrastado, sofrido, suado. Deve ter sido porque não desejei nada para 2011. Por isso para 2012 fiz uma lista explicadinha de tudo que eu prometo e desejo:
1. Não me meter em assuntos alheios
2. Não comer chocolate a noite
3. Sair mais de casa
4. Fazer algo de útil todos os dias
5. Pintar as paredes de casa de branco
6. Ler mais coisas que eu gosto e menos coisas pela moda
7. Escrever mais no blog
8. Escrever mais sem ser no blog
9. Levar a sério meu chamado da Pastoral da Criança
10. Costurar coisinhas felizes para mim
11. Emagrecer 5 quilos e assim permanecer
12. Ligar para meus amigos no aniversário deles
13. Achar um emprego como designer
14. Voltar para o pilates
15. Fazer as unhas pelo menos a cada 15 dias sem me irritar em ficar no salão
16. Usar sandália quando sair de casa e não Havaianas
17. Ir à praia pelo menos 2 vezes na semana
18. Beijar meus gatinhos todos os dias e brincar com eles mais que eu brinco
19. Sair com os cachorros bem cedinho para eles nadarem com mais frequência
20. Quando for para São Paulo achar tempo para ver todos meus amigos queridos
21. Voltar a alimentar meus cachorros da rua
22. Estudar algo que me faça bem
23. Não me irritar tanto com coisas que fazem para os outros e não me dizem respeito
24. Ir para o Rio matar saudades da minha cidade e dar um mergulho em Ipanema
25. Ter mais paciência
26. Ser menos bobolhona
27. Deixar o cabelo crescer
28. Fazer bonecas de pano
29. Ser menos displicente
30. Acreditar que vou fazer tudo isso

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

As melhores coisas do mundo


Sabe qual a melhor coisa em fazer aniversário? O presente. Sempre gostei de ganhar presente, o meu vinha sempre dia 18, no aniversário da minha irmã, se ela ganhava eu também tinha que ganhar. Esperar 3 dias? Nunca me passou pela cabeça. Meus pais já sabiam e vinham com meus presentes sem ser meu aniversário real. Para mim o dia da Déa era mais legal que o meu. O que era o presente não interessava, podia ser a maior tranqueira que eu adorava mesmo assim, pois vinha tão bem embrulhado em alguma embalagem diferente, com laços de fita provavelmente dourado. Minha mãe sempre gostou de embrulhar presentes. Era divertido. Tinha uma embalagem que eu já sabia que era minha, abria o presente e devolvia para o ano seguinte. Desde criança era fã de reciclagem.
Certo ano ganhei um Snoopy de pelúcia. Ah! Lembro até hoje a sensação que foi ganhar aquele Snoopy. Ele era grande, macio, branco, tão branco que dava até dó tirar do saco plástico. Ele foi embora este ano nas arrumações, mas enchi ele de beijos antes dele fazer alguma outra criança feliz.
Tiveram anos que ganhei jóia, calças de marca na adolescência, kit incentivo com purpurina e coisinhas de costura, meu quarto todo decorado (para este lembro que me enganaram e quando eu subi estava tudo pronto e cor de rosa), e outros presentes que não vou mais me lembrar.
Sem contar o bolo. Ah! O bolo. Não vem me dizer que é bobeira. O bolo é tão importante quanto todo o resto… O meu era de chocolate com recheio de mousse. Todo ano. O mesmo bolo. Do mesmo lugar. Não precisavam me perguntar, já sabiam que parabéns tinha que ter aquele sabor. Muitas vezes comprávamos só para nós 4 cantarmos os parabéns e depois minha mãe embrulhava o bolo e levávamos para o Rio e comíamos até o Natal. Hum. Se eu fechar os olhos ainda sinto o sabor daquele bolo.
E hoje faço 37. 37. É, 37. O que dizer disso? O que desejar? Já tive tanto. Tanto amor, tanto carinho, tantos amigos por perto. Se eu pudesse desejar algo, desejaria o presente lindo na embalagem de fita dourada que eu teria recebido 3 dias atrás. E hoje? Hoje desejaria aquele bolo, com as raspas de chocolate em cima e a mesma vela do cachorrinho abraçado com o gatinho que está até com a cabeça derretida de tantos parabéns que ela aguentou firme, acesa.
Feliz 37 para mim. Que seja mais feliz que os 36, mais cheio de vida que os 18, mais cheio de sonhos que os 9, mais, muito mais.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Solidão, vazio e morte

Hoje um dia foi muito triste. Começou ontem a noite com um telefonema que nos fez perder o sono, soltar o choro, rezar, ter esperanças em vão. E logo cedo, fomos para Maceió atrás de respostas.
Reconhecer um corpo no IML, é só um corpo, me assusta é ver o livro preto por trás da vidraça escrito “Registro de cadáveres”, cadáver, que palavra forte e triste, palavra que me fez pensar que todos nós seremos um dia. Que ambiente horrível que você foi parar meu amigo.
Lembro de você sempre por perto, se sentindo em casa, afinal nossa casa foi a sua casa por muito tempo e em muitas fases. Lembro do seu jeito atrapalhado de sempre, da sua simpatia cativante, seu “Oi Mainha” quando me via, seus planos, seus sonhos, seus sabores.
Você me tirava do sério com sua bagunça, seus sapatos pela casa, suas toalhas pela sala, sua vara de pescar pendurada nos lugares mais impróprios, seus peixes fedidos trazidos frescos, sua havaiana amarela que ninguém iria roubar e durou 2 horas no seu pé. Adorava me juntar a você para tirar sarro do Renato. Ríamos muito. Eu gostava pra caramba de estar com você.
Nos vimos 10 dias atrás, fomos te visitar no seu novo restaurante, ficar 5 dias com você. Nos apresentou seu cantinho mágico de mar com rio, que virou um dos meus lugares preferidos do mundo se eu precisasse escolher ou se me perguntarem um dia. Mas o que eu queria saber é como é a solidão? Como é morrer sozinho em um lugar estranho? A que ponto chega o vazio dentro da gente? Porque você nos deixou aqui, sem notícias, sem se despedir. Porque? Como você morreu é o que queremos saber.
Que falta você vai fazer para o meu nêgo que ficou sem o seu melhor amigo e a mim sem meu filho crescido que dava mais trabalho que seus irmãos caninos e felinos juntos.
Hoje eu me dei conta do quão vazia pode ficar a nossa vida quando nos deparamos com a morte, me dei conta do quanto queria ter te perguntado se você estava feliz antes de deduzir que sim, me dei conta que ser só um corpo num IML nos deixa sem chão, com uma ponta de culpa por não ter de novo te pego no colo, ter te ouvido chorar mais uma vez e arrumado a sua bagunça por mais tempo.
Então hoje, fiquei assim com esta sensação de solidão, vazio e morte. Fiquei asssim com um imenso nó. Hoje perdi meu filho crescido, meu segundo marido, meu padrinho de casamento, meu amigo que me conquistou. Hoje eu perdi muito. Muito mesmo.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Falta de assunto e do que fazer

É engraçado o que a falta de assunto gera, “Hum, jura? É? Mais e aí? Ah! Sei. Não, nada, tenho feito nada”.
E assim tem se resumido a minha vida sem assunto e sem nada para fazer.
Outro dia me peguei tentando animar um papa mosca pingando água nele para se refrescar, mas ele não pareceu se animar, aí eu coloquei ele no tanque e liguei a torneira devagarzinho, achei que ele iria brigar mais por sua vida, se divertir com a piscininha que formou, mas não, acabou que ele morreu e em 2 minutos minha diversão do dia tinha acabado, foi mal papa mosca, era o tédio.
Já arrumei a casa e desarrumei de novo. Já dei banho nos gatos e depois tive que secá-los, rendeu alguns arranhões, uma roupa rasgada, mas foram 2 horas do dia gastos. Já arrumei o guarda roupa, os CDs, as contas pagas, geladeira, plantas no jardim regadas e ainda me faltam muitas horas do dia. Talvez eu devesse fazer uma coisa cada dia. Talvez eu tivesse ido a praia iria gastar mais umas horinhas no sol, mas se eu fizer isso todo dia “olá câncer de pele”.
Já saí com os cachorros, dei banho, vi TV, joguei buraco e este dia não acaba. Talvez se eu tivesse com quem conversar… Mas não adianta sonhar, por isso continuo em casa, caçando coisas para fazer aos poucos. Leio um livro. Dois livros. Ao mesmo tempo. Nada me ocupa nem me dá assunto.
E assim os dias passam e eu sem saber o que falar e porque falar. Entro no Facebook, acho que vou escrever “Fazendo ovo mexido”, foi o auge do meu dia de hoje e de ontem, e amanhã? Me achem algo para fazer por favor…