terça-feira, 23 de julho de 2013

Onze



Já perdemos empregos, um de cada vez, os dois juntos, um depois o outro; viramos ciganos, a vida sempre nos afastando um do outro e íamos atrás de nossos sonhos e de nós mesmos; perdemos amigo, pai, filhos; passamos muitos apertos financeiros, infinitos; mudanças de casa em casa; abrimos mão de sonhos... Mas aqui estamos, 11 anos depois...
E eu só consigo pensar e lembrar de porque me apaixonei por você, aquele menino doce, cheiroso, com voz macia, jeito tímido comigo e despachado com os demais, lembro do seu olhar de tartaruga me chamando de minha pequena, do se jeito orgulhoso me mostrando nossas alianças, a chegada do Fuka, seu olhar de menino em dia de Natal recebendo um cachorrinho, este menino que eu queria cuidar para sempre. Nossos jogos de gamão, buraco, nossos nic pics, nosso mundo se fechando mais em nós mesmo, nossos olhares cúmplices, nossas gargalhadas antes de dormir, nosso frescobol gostoso, nossas idas a Recife cantando "Filha da puta" em voz alta, nossas frases completadas por nós mesmos, nosso fliperama, nossos papos durante o jornal (que você odeia), sua amizade, seu pé se aquecendo no meu, nossos filmes de terror, nossos dedos se encostando, minha cabeça escondida no seu peito, sua dignidade, o jeito como você trata seus amigos, seus sonhos, sua força, sua coragem de ser especial e de saber lidar com isso sendo você mesmo e isso me faz admirá-lo muito.
E é este amor que só cresce que eu sinto por você, eu quero para sempre comigo. Casal como a gente, companhia gostosa como a sua, sei que jamais encontrarei. Te amo. Meu amigo, meu amor, meu anjo, minha vida. Feliz 11 anos de casamento.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Registrando

Hoje acordei com muita vontade de escrever, mas não sabia mais por onde começar. Cachorros, casa, marido, Porto? Escrever era a minha lição de casa, minha paixão. E hoje escrever me faz falta, assim como sinto falta de tocar violão. Dó sustenido nem sei mais onde fica.
Fiquei pensando nos sonhos que deixei pelo caminho, fiquei me sentindo culpada e culpa era tudo o que eu não precisava sentir. Mais culpa. E tentei eliminá-la da minha vida. Não vou mais me culpar por não fazer o que gosto nas minhas horas livres, tocar violão, escrever, ler, costurar... Pois hoje eu faço da minha vida e do meu trabalho, a minha diversão, hoje eu faço algo que muda vidas e que eu acredito nisso.
Tenho meu próprio Petshop e nunca fui tão feliz. Atender clientes de primeira viagem, roupinha, caminha, ração boa, banho, ensinar como cuidar de um cãozinho ou de um gatinho, achar um animalzinho que procura um lar e este lar achar seu animalzinho, os clientes que se tornam queridos, o cachorrinho que se torna especial, o gatinho que eu conto os dias para rever... Tudo isso tem me feito muito feliz.
Passar dos trinta com este blog tão largadinho tem sido triste, pois sou muito feliz por aqui, mas viver uma alegria plena como a que eu vivo hoje, me faz muito bem. Vou tentar parar de ser política e escrever de verdade por aqui. Tenho muitas histórias acumuladas. Hoje só queria registrar que me sinto muito feliz.