Este ano faço quarenta e pode ser que isso esteja me atormentando mais
do que deveria adimitir, resolvi reler o "passei dos trinta",
chegando a conclusão que na verdade eu me saí bem no final da história.
Errei muito, mas acertei algumas coisas. Perdi muito e ganhei outras
mais importantes. Amei, odiei, chorei demais, fui profunda além da conta,
sacana, livre e feliz. Assim como a vida deve ser, com altos e baixos e
reviravoltas positivas.
Acho que comecei a minha contagem regressiva, tanto para o fim deste
blog, quanto para o começo de algo: os quarenta.
Não sei o que esperar logo agora que achei que já tinha aprendido a
lição e desvendado todo o mistério de não existir mistério algum para se
envelhecer, estava lidando com os trinta muito bem, obrigada. Estava
acreditando que este era o máximo que eu poderia chegar e que poderia lidar
muito bem com o daqui pra frente. Aprendi que os vinte foram incríveis, os
trinta estão sendo muito bacanas e espero que os quarenta sejam supimpa. E
resolvi fazer deste ano uma espécie de "auto ajuda minha própria"
para não enlouquecer no final.
Quando os trinta chegaram eu fiz minhas malas e voltei para São Paulo, estava
na época morando em Recife, eu não estava pronta para ser nordestina era a
minha resposta básica. Mas na verdade eu não estava pronta para nada: não
estava pronta para ser casada, para ficar longe dos meus pais, longe dos meus
amigos. Não estava pronta para ver meu pai envelhecendo. Não queria perder
nada. Eu queria tudo que meus trinta poderiam me dar. Queria o marido perfeito,
o trabalho dos meus sonhos, o salário merecido, queria um filho. E arranjei um
blog, uns cachorros de rua, um marido distante e um emprego fútil. É, cheguei
aos quase final dos trinta meio judiada. Mas acredito que consegui mudar isso e
chego aos quase quarenta bem feliz e realizada. Os motivos?
Quase quarenta com dignidade: motivo 1 - Marido que é perfeito
Ele é meio estranho, todos falam. Adora psicopatas. Serial Killers.
Tubarões. Cássia Eller. Jimmy Hendrix. Helicóptero. E cachorro. E gato. E todos
os animais. Amaria ser policial ou bandido com a mesma intensidade, seria bom
nos dois caminhos. Tatuou "respeito" no peito. E um ET na canela. Me
traz café na cama e quebra a bandeja intalado na porta. Me faz rir. Me faz
chorar. Me faz ver filme ruim de CIA FBI, só para testar meu amor, só pode ser.
Ama ver mil formas de morrer tanto quanto eu. Mas hoje o motivo 1 para eu
deixar o tempo passar e chegar aos quarenta menos triste é por saber que ele
existe na minha vida.