quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Até mais

Quando um relacionamento termina, sempre tentava lembrar dos defeitos do outro na relação, aquele chinelo velho, a unha do pé feia, o cabelo desleixado, a camiseta com um furinho na barriga, o mau humor de manhã, a mania de ver futebol quando eu queria sair…
Neste caso é a despedida mais difícil da minha vida, pois tentei encontrar mil defeitos antes de nos separarmos, mas não encontrei nenhum. Nossa, será que você é perfeito? Não creio, talvez ainda esteja apaixonada demais para encarar os defeitos, talvez seja amor mesmo, daqueles eternos.
Os seus defeitos se tornaram qualidades com os anos… 5 anos. Quando acordo com aquele seu beijo babado, penso, que saco, são 6 da manhã, mas logo sorrio quando vejo a sua alegria ao me ver acordar, na hora do banho, odeio ter que fechar o box correndo para você não entrar antes de mim e começar o banho feliz, mesmo sem ter sido convidado. Odeio sair do banho e ter você lambendo as minhas pernas até então limpas. O pote de comida sempre espalhado pela casa quando chego, sei que é a maneira de você dizer, o quanto ama me ver chegar em casa. Sentar no computador, que missão difícil, pois lá esta você, implorando para eu te colocar em cima da mesa para ver a janela. Meu chinelo que nunca está no lugar que deixo, pois sempre você insiste em sair correndo com ele para me incentivar a fazer esporte a qualquer hora do dia, nem que seja correr atrás de você. Escolher uma roupa então, como vou fazer sem as suas dicas? A sua mania de pegar as peças que estão ao seu alcance e babar nelas para eu me vestir correndo. A chave de casa que sempre te dou quando chego, e que você nunca lembra onde escondeu. Lembra que um dia te levei para o veterinário para fazer lavagem estomacal, pois achei que você tivesse engolido? Alarme falso… A coleira que você carrega sozinho, não aceitando ser um cachorrinho como os outros. O seu cantinho no sofá que jamais outro cachorro ousou tirar de você, seu rosnar constante inibindo a todos. E andar de carro com você, que chato, você não pára de pular, babar, chorar, latir, tudo junto, um stress. E no pet shop? O Fuka vem tomar banho? Ah! Tira o tapete, não marca outro cachorro junto, e dona Renata, fica esperando ele, pois ele não pára de chorar sem você, e lá ficava eu, te mimando como sempre.
Odeio também quando você faz xixi no sofá, disso não vou sentir falta, nem das suas sacudidas de cabeça onde a baba sempre voa em mim e sempre quando estou atrasada para sair de casa.
Mais, a quem estou enganando? Nada disso é defeito pra mim, são coisinhas suas que aprendi a amar no pacote do Fukinha, minha mala preta que já é um cachorro grande, ajuizado e que vai morar com o pai.
Coma direitinho, meu filho, tome cuidado com o mar, leve um casaco e seja feliz meu nordestino preferido. Mamãe te ama.

Balanço do ano: ganhei um filho e perdi outro, ganhei um marido morando comigo e de novo perdi, mudei de "firma", mas não mudei de emprego... Enfim, nada aconteceu, só envelheci um ano.
Desejo a todos um 2008 honesto.
bjs e até janeiro

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Barbie Girl

Um encontro no elevador com uma pessoa que sempre vi, sempre sorri bom dia, um dia se tornou um date. Um encontro estranho, ele com braço quebrado e cachorro para passear, eu com cachorro para passear e braço quebrado. Rimos. Caminhamos juntos, nós 4. Eu recém saida de um namoro intenso, ele recém separado.
Ele lindo, inteligente, Suiço, fino, educado, campeão de esqui. Eu, assim, assim.
Ele me chamava de Barbie e eu passei a chamá-lo de Ken. Apesar de achar que ele tinha muito mais de Ken, do que eu de Barbie.
Eu era a Barbie felicidade com ele, era o lado alegre daquele Ken europeu.
Ele me levava para comer fondue na serra, eu levava ele no circo. Ele via filmes sem legenda independente da nacionalidade do filme e não admitia que eu colocasse legenda. E eu? Aceitava e ria de não entender nada de um filme russo.
Ken era sério demais, mas sabia ter humor.
Vivíamos assim, Ken e Barbie tarde no parque, Ken e Barbie viagem para Campos, Ken e Barbie vendo filme sem entender, e para todos os programas inventávamos um tema. Tomávamos vinhos chiques e ele ficava descrevendo o vinho por 2 horas e degustando e eu virava a Barbie tédio e ele o Ken metido.
E assim foram 6 meses, até que Barbie praia, estava desbotada e precisava manter o bronze e fui para o Rio.
Uma semana amor e Barbie já volta.
Barbie praia voltou, com bronze novo e entra na garagem do nosso prédio e vejo outro carro na garagem dele.
O final desta história já sabemos, a Susy safada estacionou na garagem dele e eu não me conformava de todo dia olhar o carro dela lá e ver aquela maldita placa CFU 0124 e eu? Virei a Barbie CFU.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Como um dia de domingo


Domingo, sol, amigas, cães, praça, mato, Toddynho, pão de queijo, goiabinhas, suco, biscrok, ciúmes da Peteka, festa da Nina, ataque do Zé, paixão do Fuka, mato alto, outros cães, novos amigos, calor, corre, sobe, desce, rola, xixi, pega cocô, limpa baba, Peteka não mostra os dentes, Fuka sai de cima da Nina, Zé, Zé? Zé cadê você? Safado. Nina coleira rosa, pink, fecha portão, abre portão, mais amigos, late, rosna, abana, abana muito o rabo, foto, outra foto, segura o Fuka, solta o Zé, Teka sai de cima de mim, Nina você era branca? Sol mais forte, água para os cachorros, bebe, baba, deita, sacode, tchau, tchau, até domingo, casa, sono, exaustão, alô Ana? Cansada, sono, exausta. Ufa!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Professor de violão

Durante anos insisti no erro de que um dia seria boa violonista.
Erro mesmo, comecei tendo aula em 1984 com a Dora, professora velhinha, ótimo papo, tocava muito bem, muitas músicas velhas. Com ela aprendi o básico e era muito feliz assim, tocava A Banda do Chico e me sentia pronta para encarar um festival.
Durante 8 anos a Dora foi em casa toda quinta-feira, eu abria os cadernos dela, escolhia uma música para me ensinar e ela ensinava, simplificando as notas, os acordes, o ritmo, mas ensinava. Foram anos felizes. Eu reunia meus amigos e tinha coragem de tocar para eles, era um ótimo exercício contra a minha timidez.
Um dia ela se aposentou e eu já na faculdade consegui um outro professor que era amigo de um amigo de um amigo, aquelas coisas…
Minha primeira aula com ele, perdi o fôlego: primeiro, pois eu na verdade não sabia tocar nada e ele era profissional e eu apenas uma grande enganação e segundo que ele era lindo.
A partir daquele dia as aulas de violão se tornaram um evento para mim. Era o dia em que eu estava mais arrumada, com a saia mais curta, o cabelo mais penteado. No primeiro ano com ele, as aulas eram na minha casa, a partir do segundo eu passei a ir na casa dele, já tinha 19 anos e ele devia ter uns 29…
Durante anos e anos continuei na minha louca paixão platônica pelo professor, tentava a todo custo chamar sua atenção, contava histórias engraçadas, estudava a sério, levava mais a sério o violão do que a faculdade… e ele lá, lindo, me ensinando.
Boa parte da aula eu ficava só ouvindo ele tocar e babando. Homem que sabe tocar bem um instrumento já é meio caminho andado para o sucesso, né?
Com ele foram 10 anos de “estudo”. Eu lá sempre cheia de charme e ele nunca me deu bola, sempre ria das minhas investidas, até acho que ele era gay.
Um dia parei de ter tempo para as aulas e nunca mais toquei violão. Após 18 anos de estudo, de emprenho e de nenhum talento.
Outro dia liguei para ele: - Fernando, adivinha quem é? Uma dica… a sua pior aluna…
- Não Renata, você sabe que não era a minha pior aluna, eu tinha um com Sindrome de Down.
- Rsss, ah! Fê, quero ter aulas de novo, tem horário?
- Desculpa Renata eu não consigo mais te aguentar toda semana, pode ser uma vez por mês?
Pois é, nunca mais falei com ele, mas anda me dando uma vontade de voltar a insistir no erro, da aula, claro….

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

vaga de idosos

- Filha, você acredita que a sua mãe não deixou eu parar o carro na vaga de idoso do Shopping?
- Mas porque pai?
- Ela disse que tem gente que precisa mais que a gente destas vagas.
- Han...

- Renata, você acredita que seu pai queria parar o carro na vaga de idoso?
- E porque não parou mãe?
- Ah! Tem cabimento, tantos velhinhos por aí precisando desta vaga e a gente parando o carro nela?
- Mas mãe, você manca pois tem que fazer uma cirurgia e colocar uma prótese na perna, meu pai usa oxigênio, ainda por cima está com asma, diabetes, pé inchado e manca devido a paralisia infantil que ele teve. Quem no mundo, que casal precisava desta vaga que vocês? Só se fosse uma ambulância...
Minha mãe fica rindo e fala:
- Ah! A gente não está tão mal assim...

Queria ter puxado o otimismo dela.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Curtas

Neste feriado, vi, pensei e fiz muitas coisas. Por exemplo:

É errado eu adorar ver a propaganda do Gianecchini dançando e cantando Mon Bijou? Pois eu amo, fico rindo achando ele o mais fofo do planeta, com aquela camiseta surrada… Vou comprar Mon Bijou. Aliás a camisa dele meio surradinha dá impressão que o amaciante não é legal com a roupa… Mas ele é lindo.

Fui ver Ivete Sangalo, não fui pega pelo arrastão, mas vou dizer uma coisa o dia em que eu for lésbica juro que caso com ela, ô mulher gostosa.

Fui num barzinho de jazz, lá em frente ao cemitério, e o cara do bar que atende é a cara do Che Guevara, dá vontade de fazer uma revolução sem perder la ternura.

Fui cortar a minha franja, depois de ver Ivete linda, magra e de franja, o cabeleireiro queria cobrar 30 reais, ofereci 10 conto e agora a franja está no meio da testa, igual Amélie Poulain, quer dizer, estes 10 contos vão durar 3 meses. Boa economia.

Até que está indo bem a vida sem marido, ando com tanto tempo livre para mim, que vou acabar me acostumando.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A Paula do "Não é pra ler" me passou este desafio… vou tentar responder para ela… bjs Paula.

Último livro comprado - Pantaleão e as visitadoras
Estou lendo agora - Pantaleão e as visitadoras, estou numa fase Mario Vargas, estou devorando um atrás do outro
Número de livros que eu tenho - xi… fiz uma estante nova
Três livros que significam muito para mim - Cem dias de solidão, Gabriel Garcia - Helena, Machado de Assis e Flicts, Ziraldo
Últimos filmes que vi - Shrek terceiro, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e Minha vida sem mim
Filmes que significam muito para mim - Um convidado bem trapalhão, E o vento levou… e Cinema Paradiso
Último “cd” que eu comprei - Maria Rita, Meu samba
Música que está ouvindo agora - Todas da Maria Rita
Três músicas que significaram muito pra mim - Wave, Tom Jobim – Alzira, Lenine – Quem te viu, quem te vê – Chico
Bebida favorita - Vinho
Entidade favorita - Cinderela, rsss
Férias favoritas - Rio sempre no Rio
Vício favorito - Palavras Cruzadas e catar carrapato de cachorro de rua

Passo agora para a Ana do Vanila Coke.... bjs

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Gostosinha

Adoro observar a vida alheia, reparar nas brigas, nas alegrias dos outros me fascina.
Outro dia ouvi uma que me fez pensar:
- Fulano, você nunca me elogia.
- Ah! Minha gostosinha. Riu o moço com ar de sem graça.
Desde quando gostosinha é elogio? Homens! Gostosinha é óbvio, não elogio. E não é que ela aceitou? Boba…

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

O jeito carioca de ser

Fui passar o final de semana no Rio a trabalho. Engraçado voltar para a minha terra agora só para trabalhar e em datas festivas, como gosto daquele lugar. Desta vez fiquei na Barra, pela primeira vez vou para aquela região com o intuito de dormir, pegar praia, trabalhar e fazer tudo por lá.
Após um dia inteiro enclausurada, dentro de uma casa de show e ter a oportunidade de ver Zeca Pagodinho no seu habitat, voltei para o hotel, e foi um pouco difícil dormir com o barulho do mar, devo confessar.
Logo cedo acordei e corri para a praia, que sábado ensolarado, fui com o fotógrafo que me acompanhou nesta viagem, ele no mar e eu na areia curtimos a praia da nossa maneira.
No decorrer da manhã, fui molhar o pézinho na água. Como é frio o mar carioca, será que quando eu era criança entrava lá sem ser forçada? Bem, mas voltando ao assunto, estou lá, de frente para o mar apreciando aquele azul, as ondas, os surfistas lá longe, quando chega um homem perto de mim com uma menininha de uns três anos e puxa papo.
- Ta frio o mar, não é?
Respondo que sim e quando olho para o lado percebo que a filhinha dele estava quase se afogando, ele corre, a socorre e me diz: - Até me distrai com a sua beleza.
Han? Ele quase afoga a filha para passar um xaveco?
Neste momento, o fotógrafo sai do mar e senta na minha canga e o homem lá, de sunga, uma filha quase afogada e me dá um cartão com o telefone dele.
O carioca é assim, não pensa, não tem medo de levar um não, nem de afogar a filha. Não mede esforços para te cantar e ser galante. Era quase coroa o homem, interessante, mas ele nem questionou se o fotógrafo era meu namorado, marido ou amante. E para falar a verdade algo me intriga até agora: da onde ele puxou aquele cartão? Da sunga?

Ensaio sobre a luz

Quinta-feira fiz a minha tão imaginada operação da vista. Vamos resumi-la como algo assustador, jamais faria aquilo novamente comigo se soubesse como é.
Você não vê nada, mas não pode fechar os olhos, olha para umas luzes que simulam uma nave espacial e ouve vozes por trás da sua cabeça como um sinal de quase esquizofrenia e ainda percebe que a médica joga uma água no seu olho e limpa algo, ainda segurando a sua cabeça e tudo isso ocorre em 1 minuto no máximo.
Quando você marca está operação recebe umas dicas de como se comportar na hora da cirurgia, não usar maquiagem, perfume, não levar crianças, ir acompanhada de outro adulto e tal. Li tudo direitinho, levei meus pais, não usei perfume, olhei para a luz vermelha que pisca e comprei os colírios.
Na saída de lá, meu pai pegou meu carro para me levar para a casa. Nossa que desastre! Isso sim foi pior que a operação em si.
Ao invés de acelerar, ele freava, não conseguia engatar as marchas, o coitado do meu carro ia a solavancos pelas avenidas. Fazia tempo que não andava com meu pai dirigindo e vi que não dá mais, ele nunca nasceu para ser piloto, mas também já estava exagerando a ponto de eu me oferecer para dirigir: - Pai, eu cega e anestesiada, sou melhor motorista que você enxergando, deixa que eu dirijo. Ele não contestou e me levei para casa, ou melhor, levei meus pais para casa deles e depois me levei. Com os anos percebi que temos que interpretar as regras, da próxima vez que disserem para não levar crianças, isso inclui os pais.
Quanto a ver o mundo com novos olhos, posso dizer que é incrível enxergar tudo e imaginei como vivi tantos anos vendo pela metade as coisas.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Eu comigo mesma

Gosto de solidão, neste mês sozinha em casa de novo, percebi mais uma vez como é bom estar só.
Não que eu goste de ser uma pessoa sozinha no mundo, mas, ser só no sentido de poder fazer o que tenho vontade na hora que quiser.
Vejo o filme que quero, como o que tenho vontade, durmo no safá se quiser. Mas a melhor parte é perceber que a vida é só minha e só eu posso preencher cada minuto dela, criar as minhas próprias regras e deixar as minhas manias fluirem.
Dentre estas regras, eliminei coisas fúteis como: ir ao mercado fazer compra de mês, que coisa mais chata, agora vou no mercadinho chique perto de casa e compro o necessário para 2, 3 dias; chapinha todo dia? Não tenho mais tempo para isso, por isso fiz uma progressiva; banho nos cães toda semana, é a outra coisa que eliminei, acredita que existe um shampoo de banho a seco? Incrível e eles adoraram.
Simplificar a vida nos faz viver mais, ter mais tempo para o que realmente importa, descobri que por exemplo se eu operasse os meus 4º de astigmatismo, já que não uso lente e nem óculos, pouparia as minhas dores de cabeça e a preocupação de mentir de novo no exame do Detran.
Com esta operação, só tenho um único medo, que eu deixe de reconhecer as pessoas ou que faça o mesmo que aquele meu ex-namorado, que passou a enxergar e sua primeira resolução foi terminar comigo.
O mundo que se cuide, pois semana que vem verei o mundo com outros olhos e novos olhares nunca fizeram mal a ninguém.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Uma e outra

Uma é sol, outra é lua
Uma sonha, outra pé no chão
Uma cachorro, outra gato
Uma designer, outra engenheira
Uma chorona, outra durona
Uma flor, outra mato
Uma casa, outra aventura
Uma dia, outra noitadas
Uma castanho, outra azul
Uma moleca, outra mãezona
Uma vasco, outra flamengo
Uma comédia romântica, outra francês premiado
Uma praia, outra montanha
Uma dorme, outra aproveita o dia
Uma corre, outra dança
Uma tenta, outra consegue
Uma pinta, outra cozinha
Uma gasta, outra pensa no futuro
Uma sagitário, outra também
Estranho sermos tão diferentes e tão iguais, né irmã?

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Roda Mundo, Roda Gigante

De novo vida organizada, 3 filhos, marido, trabalho, estágio, vizinho go-go boy e….
- Rê, eu não arrumo emprego aqui em São Paulo, em breve você vai berrar comigo, por isso vou para Porto de Galinhas, tomar conta da pousada do meu pai e, é isso. Você vem?
E assim foi Renato rumo ao Nordeste e me deixou aqui em São Paulo com 3 cachorros, trabalho, estágio, empregada que falta, xixi pela sala, pêlos voando, parece o Velho Oeste.
Contratei uma pessoa para passear com meus cães a tarde… vamos chamá-la de “Santa”. É errado amá-la mais que tudo na vida hoje?
Ela passeia com eles, limpa o xixi de casa, repõe a água, dá comida e muito amor para eles, quando chego em casa, estão os 3 cansados, felizes, aliviados e eu mais ainda.
Pensei em mandar flores para a “Santa”, mais ela podia me achar meio lésbica, então ligo toda noite para ela, só para saber como foi o dia feliz com meus cães…
Estamos nos readaptando a vida sem o Renato por perto, planejando as férias, planejando as idas aos parques, nós 4: eu, Fuka, Peteka e Zézinho. Já choramos abraçados pensando no dia que o Fuka vai ficar com seu pai nordestino, ontem rezamos para São Francisco protegê-los de todo mal, e assim caminha a roda gigante, numa vida sem humanos por perto, mas repleta de amor canino…

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Meu vizinho é go-go boy

Eu e o meu marido temos a certeza que nosso vizinho é go-go boy. Bonitão, sarado, forte, e está sempre pelo prédio de dia e à noite chega tarde.
Não que a gente não tenha nada para fazer a não ser cuidar da vida alheia, mas é que esta fantasia nos persegue, a certeza da vida dupla do moçoilo nos fascina.
Criamos muitas histórias sobre ele, quando o vemos no elevador pela manhã pensamos: - deve ser uma coroa que solicitou um show privê. Se cruzamos com ele tarde da noite: - hoje o trabalho dele foi longo, tadinho.
Outro dia ele e a esposa, nos chamaram para jantar no apartamento deles. Eu e meu marido combinamos: se pintar assunto de trabalho, mudamos o rumo da conversa, combinado?
Foi uma noite muito agradável, e engraçada, cada vez que ele ia tocar no assunto trabalho, eu ou o Renato, falavámos algo para o assunto morrer ali, não queremos saber se ele é médico, ou advogado, só queremos nos divertir com o submundo imaginário dele.
Agora temos que retribuir o jantar e será mais uma noite onde o assunto trabalho e o que fazemos para viver não aparecerá na pauta.
O que não fazemos para manter as nossas fantasias, hein?

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Blockbuster

Véspera de feriado encontrei com a minha irmã na Blockbuster, era hora de colocar a fofoca da semana em dia e alugar uns filminhos…
Entramos na Blockbuster lotada e nisso eu pego um bloquinho da minha bolsa e ela o Palm, cada uma da sua maneira com a listinha de filmes que gostaria de assistir.
Ficamos um tempo rindo na locadora, afinal, daonde saiu a mania de fazer lista de coisas a fazer, filmes para ver, cremes para usar, lugares para conhecer? Com certeza deve ser algum tipo de herança genética.
Caminhamos entre as gôndolas, procurando itens das nossas listas, cruzando os olhares e rindo por sermos tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo.
Como é bom ter uma irmã para dividir momentos assim.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Negro gato


Às vezes a gente acha que a nossa vida já está toda arrumada, certinha, casa, marido, 2 filhos caninos, um macho e uma fêmea, trabalho indo bem, faxineira pontual, mas de repente a vida nos traz um novo desafio, uma nova alegria, e como agradecimento batizei essa nova alegria como José Francisco, Zézinho ou melhor o Negro Gato.
Pois é, podem me chamar de insana, mas tenho mais um filho peludo em casa, é o meu neguinho safado.
Mais um com uma história de abandono, desnutrição, mas um coraçãozinho do bem a espera de uma família para amar, mas um amiguinho que veio para nos encher de alegria.
Quando vi o Zé pela primeira vez na rua da casa da minha mãe, sentei na calçada para falar um oi para ele, e ele logo se jogou no chão para receber carinho, eu fiquei lá na calçada catando carrapatos dele e ele lá, me olhando quietinho agradecido. Fui embora. Uma semana depois estava ele na porta do cabeleileiro que meu marido estava, na saída, se comoveu com ele, achava até que ele estava atropelado, tão quietinho, triste num canto da rua.
Achamos uma veterinária do bem que nos ajudou, e uma pessoa comovida com seu estado o acolheu por 15 dias, ainda não passava pela minha cabeça ter mais um.
Mas o destino fez com que ele fosse passar um final de semana em casa e no primeiro segundo soube que ele jamais iria para lugar nenhum.
Um cachorro que pensa que é gato, ronrrona com carinho, se lambe e depois fica engasgado, sobe no encosto do sofá, salta distâncias e alturas incríveis, tem muita habilidade com as patinhas da frente e odeia banho.
Tem olhos amarelos, usa bandana, adora bolinha e tem medo de trovão.
Peteka o acolheu como um filho, Fuka como um irmão mais novo, moleque que é, cativou a todos, já pegou todos os nossos hábitos, dorme na caminha dele ao meu lado, no meio da noite às vezes olho e o vejo sentado só me namorando e suspirando, está tranquilo, achou o que procurava. Amor.
Em homenagem a São Francisco, virou nosso caçula abençoado e querido.
É gente, a família cresceu.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Voltei...

Voltei das férias, e descobri que 10 dias é bastante tempo para perceber que no fundo eu não nasci para nada disso, não nasci para trabalhar, para criar, para aguentar chefe...
Nasci para ser do lar, trocar receitas, estudar as plantas, caminhar com meus cães e ver sessão da tarde na academia.
Mas... estou de volta ao batente.
Férias são tão curtas.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

10 dias…

Sem internet, computador, estresse…
Sem chefe, shows, prazos nem teatros…
Sem bom dia, boa tarde, sorriso amarelo…
Sem ouvir besteiras nem engolir sapos…
Sem urgência, co-patrocínios, meninos perdidos nem violeiros…
Sem almoço Madona, não perdoa, kopenhagen…
Sem crachá, Laborprint, programa de luxo…
Sem Fofolete gigante, Laurinha Figueroa, e Audição…
Sem blogs para ler logo cedo para acordar…
Sem msn clandestino, sem cafézinhos com estranhos nem velho tarado no elevador…
Vou sentir saudades... dia 3 de setembro eu volto…

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Minha mãe

Hoje é aniversário da minha mãe, pessoa engraçada é esta Dona Silvia, Silvinha para os íntimos.
Ela nasceu numa família já de gente grande, filha temporão, sempre foi o centro do mimo de todos. Carioca da gema, não aceitava a proibição para usar biquini nos anos 60 e usava biquini por baixo do maiô comportado que a mãe a via saindo de casa, mas chegando na praia, tirava o recato e usava o biquini mesmo, que na época era considerado uma ousadia nas praias cariocas.
Foi criança durante a II guerra, segundo ela, se lembra do racionamento de comida, por isso mantém dois freezers cheios de comida apesar de morarem só 2 pessoas no apartamento.
Veio de uma família de boêmios, o irmão mais velho era fundador do bola preta, carnavalesco carioca que só se vestia de branco, frequentador das noitadas mais animadas da cidade maravilhosa. Seu outro irmão, outro boêmio, onde a noite só acabava pela manhã e a irmã, uma dona-de-casa, casada e tratada como madame.
Queria tocar violão, época da bossa nova e jovem guarda, teve como professor o Edu Lobo, na época um zé ninguém, que não ensinou nada a ela, pois ele tocava tão bem que as aulas se resumiam a recitais dele.
Estudou no Instituto de Educação, para ser professora, e assim foi, por muitos anos, em escolas públicas dos subúrbios cariocas, mas resolveu estudar para concurso público, e se empenhou tanto que passou em primeiro lugar na colocação nacional, e trabalhou por anos no BNH, até se aposentar precocemente para cuidar das filhas.
Namoradeira e despachada demais para a época, resolveu casar só aos 30 anos, pois já era considerada titia, aliás já tinha sobrinhos da mesma idade dela.
Casou com meu pai, um primo de uma amiga que quando conheceu pensou ser a pessoa mais chata do mundo, mas o amor deve ser cego mesmo…
Diz que é vascaína, mas torce para o Flamengo, na copa do mundo de 94, achou que ficar em casa dava azar para o Brasil e ia torcer na rua Santa Clara, num boteco com tv, era mais animado, ia sozinha, sem cerimônia.
Mudamos para São Paulo, mas ela, carioca nata, jamais se acostumou, continuava usando as saias mais curtas e shorts que tinha, até que um dia um doido agarrou suas pernas no meio da rua, teve de sair foragida, resgatada por um taxi. Eu achava que ela era mulata até então, pois nunca tinha a visto branca, como gosta de uma praia.
As dermatologistas a chamam de a anti-ciência, nunca usou filtro solar, nunca tomou sol moderado, e tem uma pele correspondete a idade, nada envelhecida, sempre jovial, deve ser pelo astral.
Gulosa, ô família para gostar de comer, tudo culpa de minha mãe que odeia cozinhar, mas prepara os melhores e mais complicados pratos da gastronomia nacional. Como a veia boêmia ficou na família entranhada, adora uma jogatina e uma cuba libre.
Uma vez na feira, um moleque tentou roubá-la, ela não teve dúvida e agarrou o trombadinha e deu-lhe uma rasteira, pisando em cima dele ao som dos urros da galera da feira. Virou ícone: “a mulher da rasteira”.
Ri de si mesmo como poucas pessoas que conheço, sabe se divertir e dar uma palavra boa para quem está por perto, tem um coração muito grande, mas não pise nos seus calos nem nos das filhas dela, pois vira uma leoa para defender os que ama.
É a maior perua que conheço, usa 385 pulseiras, e às vezes nem consegue dobrar o braço, usa um anel em cada dedo, mas não qualquer anel, anéis de no mínimo 2 centímetros de diâmetro, tem 1,50m mas sempre pareceu ser alta, pois usava salto 15 até para fazer caminhada.
Lembro de um dia em que fizemos excurssão pelo centro do Rio para ela nos mostrar a igreja que havia casado, entramos numa igreja sinistra, feia, escura… e ela contando “foi aqui que casei, o Collor também casou aqui, igreja fina, sabe?”
Mas na verdade saimos de lá e ela nos confessou que não tinha casado lá, que na verdade nem lembrava onde ficava a igreja, mas tudo sem perder a pose.
Já perdeu a saia no shopping e dignamente ficou de calcinha em plena escada rolante, já ficou enrroscada com um moço no ônibus que a chamava de sereia, ouviu buzina na rua crente que abafava e ouviu os berros de um coro: - Perua!
Mas sempre rindo, nos conta seu dia-a-dia, inclusive quando alguém lhe conta uma tragédia em pleno elevador e ela cai na gargalhada até mesmo diante do orador, vê o lado bom das coisas sempre.
E vê sempre acima de tudo o lado bom de ser mãe, adora a casa cheia, queria ter tido cinco filhas, mas se contenta com duas e sem muito esforço sempre foi a mãe mais querida do mundo.
Parabéns mãe!!!

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Piquenique

Hoje sexta-feira ensolarada foi um dia perfeito para o tão sonhado piquenique com amigos.
Fizemos todos os preparativos, sanduiches, frutas, doces, sucos, água Perrie em taça de vidro, toalha estampada para colocar na grama, saquinhos plásticos para o lixo, guardanapos temáticos, ops, pera aí, Perrie para um piquenique? E em plena sexta-feira?
Pois é… era um plano antigo meu, da Ingrid, do João e da Sarita.
Planejamos com carinho, pedimos para São Pedro mandar o sol, rezamos para alguém tirar o chefe da empresa, treinamos a rota de fuga para que ninguém nos visse saindo com sacolas de vime cheias de guloseimas, e finalmemte fomos para o Parque Burle Max.
Quase não nos contendo de tanta felicidade, fotos no carro, histórias engraçadas para quebrar a tensão, entramos no parque com sorrisos estampados, e nisso chega o guardinha:
- Olha, aqui é proibido piquenique.
- Como assim? Viemos para fazer isso? Estamos cheios de sanduiches, bebidas, guloseimas…
Frustados vagamos pela cidade em busca de outro lugar perfeito para o tão sonhado dia no parque, rimos para não perder o humor diante da frustação, pensamos em estender a toalha no estacionamento do Shopping Jardim Sul, ou voltar para a empresa e ficar no laguinho.
Até que finalmente achamos o lugar perfeito alternativo, praça Vinícius de Moraes aqui no Morumbi, caminhamos por ela, sorridentes novamente, e achamos a árvore mais linda para abrigar o nosso almoço feliz.
Estendemos a toalha, tiramos os sapatos, enfeitamos a “mesa”, servimos as comidas, brindamos com Perrie sob os olhares invejosos dos passantes. Rimos dos skatistas gatinhos que passavam, os bonitões com seus cães, e nós lá tendo o almoço dos sonhos.
Na sobremesa, tivemos brigadeiro de colher e bombas de chocolates, e logo após o cochilo comunitário.
Acordamos felizes e assustados, pois um Dogue Alemão nos rodeava.
Que pena! 3 da tarde, temos que voltar para a realidade, mas tenho certeza que jamais esqueceremos o piquenique feliz de sexta-feira.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Frase do Dia

"A vida podia ser como um bicho de pé, redondinha, docinha, com açúcar em volta e cor-de-rosa"
Mas não é...

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Meio da tarde

Nunca fui muito ligada a criança. Aqui no meu trabalho está recheado delas por causa de uma peça infantil, eu estava perto do local onde elas estavam ensaiando e uma menininha olhando o lago da frente solta: - Olha! Aqui que foi filmado "Procurando Nemo"!
Que delícia no meio da tarde ver crianças trabalhando, ensaiando e ainda sendo crianças.... Eu na minha mente mais "adulta" pensei: Mas "Procurando Nemo" não foi filmado, é desenho! E se fosse filmado não seria neste laguinho sujo daqui da frente....

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Professor Pardal

Meu pai sempre gostou de apetrechos, mas com a idade estes apetrechos andam crescendo e ele ultimamente parece o Professor Pardal. Outro dia reparei nele e ri sozinha. Meu pai tem problema de respiração e usa um oxigênio portátil que carrega agora em uma mochila preta da Adidas, na orelha usa um bluetooth permanente, usa suspensórios, pois não hà cinto que cubra a sua circunferência e coloca neste suspensório: o celular, um medidor de oxigênio, um pen drive e um passômetro, pois ele tem que dar no múnimo 1000 passos por dia.
Outro dia cheguei em casa e me deparei com aquele robocop andando, e fui brincar com os apetrechos dele, eram 8 da noite, medi minha oxigenação e peguei o passômetro para ver quantos passos ele tinha andado, e adivinhem?
14 passos!
- Pai, você só andou 14 passos hoje?
Ele riu e disse: - Acabei de acordar.
- Pior ainda como você acabou de acordar e já está com tudo isso acoplado em você, e os 1000 passos por dia?
- Mas pode deixar, amanhã ando 2000.
A questão é, como alguém consegue até as 8 da noite só ter andado 14 passos?
Para que usar um passômetro se ele nunca chegou a 200 num dia? Aliás pra que usar um passômetro para ir da cozinha para a cama? E porque ele anda com um pen drive em casa?
Vai entender os nossos pais…

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Fukão


Faz tempo que te devo um post. Pois já falei aqui de todos os meus filhos peludos, menos de você, meu nêgo.
Acho que é difícil falar para todos de quem a gente ama tanto, por isso resolvi escrever só para você.
Lembra quando você me escolheu? Eu estava passeando sozinha pela rua e de repente algo preto, peludo e bem pequenininho pula na vitrine do Pet Shop, era você, me escolhendo, não parei, não dei bola, apenas sorri, duas horas depois voltei pela mesma calçada e eis você lá pulando de novo, não resisti e entrei para de dar um “chêro”, mas 2 segundos depois percebi que não ia conseguir te deixar lá, na vitrine de novo, era sábado, o que seria do seu final de semana? Perguntei o preço, como quem não quer nada, já com você deitado no meu braço. – Duzentos e cinquenta, respondeu a moça. Meu Deus, só tenho cem reais na bolsa. Posso levar? A moça aceitou. Fomos para a nossa casa. Por isso sempre digo que você foi o meu cachorro de liquidação.
Chegamos em casa e você conheceu o papai, ele te amou logo, a bronca foi comigo por sair para passear e voltar com um cachorro, mas como explicar uma paixão?
Com o tempo você foi virando este meu nêgo safado que tanto alegra a casa e a minha vida. Aprendemos a nos comunicar com o olhar, e com gestos simples.
Quando eu chego em casa e você pega a minha chave, sei que quer dizer, não sai mais? Por favor, fica comigo…
Lembro de um dia de chuva, estávamos em Recife e você olhando para a varanda tentando pegar a chuva e me convidando para um passeio. Achei meio maluquinho da sua parte um passeio no temporal, mas estava calor, e saimos…. Que delícia correr na chuva com você, brincamos tanto de pega-pega, esconde-esconde e você me fez tão feliz aquele dia. Chegamos em casa tomamos um banho quente e nos arrumamos antes do papai chegar e dizer que somos dois idiotas que correm na chuva do nada apenas por estarmos felizes com a nossa amizade.
Nossa amizade só cresceu com o tempo, nossa cimplicidade até nas horas difíceis que passamos juntos fez com que você sempre fosse o meu melhor amigo e hoje só tenho que te agradecer por cada estrelinha de pelúcia que enterrou no meu vaso, por cada chinelo meu que você arrebentou na esperança de me calçar, por cada bolinha que jogamos na sala, pelos xixis feitos no jornal que você vai me mostrar, por cada janela que ficamos contemplando juntos, por cada toquinho de rabo abanando quando chego em casa, por cada pote de comida que você comeu só para me fazer feliz, já que você odeia comer, agradeço pelos dias de praia com você, caçando caranguejo no mangue e me pedindo socorro depois, e principalmente, pelo dia de chuva acompanhado do banho quente. Obrigada meu nêgo.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Meu extrato

Será que quer dizer alguma coisa quando no envelope do seu extrato do banco chega com a frase “que seu saldo de beijos e abraços seja sempre positivo”.
Será que quer dizer, espero que alguém te console depois de abrir este envelope?
Ou sendo muito otimista, quer dizer, puxa, você é uma cliente tão legal que desejamos de verdade saldo positivo de beijos e abraços?
Com medo de infartar, não abri ainda o envelope.
Ontem tive uma noite de princesa, tomando champagne, beliscando coisinhas finas, cercada de gente famosa na estréia do musical Miss Saigon. Estava até de roupa boa, que gastei antes de receber o maldito extrato, e provavelmente naquele papelzinho está escrito: Ah! Teve uma noite de princesa ontem, gastou hein? Espero que o saldo da noite de beijos e abraços tenha sido positivo pois a sua conta… e olha pega o vestidinho lilás, coloca a etiqueta de volta e tenta devolver na loja, pois você nem foi fotografada para a CARAS usando ele, também, diante de tantas beldades, você podia muito bem ter repetido roupa.
Este meu extrato é debochado demais. O que aquela frase no envelope quer dizer? Vou morrer curiosa, pois não vou abrir de jeito nenhum.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Entrevista de emprego

Ontem fui a uma entrevista de emprego, já a algum tempo penso em ser professora e surgiu uma oportunidade, ser professora de uma escola de design, então me preparei com gosto para tal. Roupa formal e moderna, portfólio atualizado, pasta nova, bom humor, chapa feita, maquiagem com cara de frescor, tudo perfeito.
Cheguei no local e fiquei esperando uns 20 minutos para ser atendida, resolvo ir ao toalete, assim não me daria vontade de fazer xixi mais tarde e ainda dava um tapa final no visual. Fui chamada, frio na barriga. A entrevista foi correndo perfeita, eu estava ótima, calma, divertida, leve, feliz, fui elogiada, ego nas alturas, saio de lá com a certeza que em breve serei uma professora de design nas horas vagas.
Trânsito, muito trânsito, resolvo parar na casa dos meus pais, subo e no maldito espelho do elevador… A surpresa… Tinha abotoado meu casaco pulando um botão e estava parecendo uma bêbada que não tem coordenação nem para abotoar um casaquinho estilo “bonequinha de luxo” com apenas 3 botões. Se você erra a ordem de abotoar 8 botões… tudo bem, são 8… mas 3 e dos grandes…
Não sei porque, mas tenho a impressão que o meu sonho de virar professora de design foi adiado.

terça-feira, 26 de junho de 2007

O roda presa

Quando eu era pequena, achava que o Rio de Janeiro ficava muito distante de São Paulo, muito distante mesmo… Viajar para o Rio era uma aventura, durava um dia inteiro, levávamos biscoitos, jogos, muitas fitas K7, cobertas, travesseiros.
Conheço cada ponto da Dutra desde então. Sempre tomamos o Ovomaltine antes da serra das Araras, paramos nos postos mais bonitinhos, onde sempre comia pizza e passei a distinguir a melhor pizza da Dutra. Todos os postos de gasolina conheço os banheiros. Conheço também Penedo como uma nativa, pois sempre a parada oficial para ir para o Rio era Penedo, achava até que era um pedágio obrigatório ou coisa assim, parávamos lá às vezes só para “esticar as pernas”.
Fui cresendo e certo dia na estrada meu pai foi parado por um guarda que disse: - Meu senhor terei que multar você.
Meu pai todo feliz diz: - Por excesso de velocidade?
O guarda riu meio sem jeito e disse: - Não meu senhor, por andar devagar demais na estrada, a velocidade mínima é 50km/h.
Aí percebemos que não era o Rio que era longe, na verdade é bem perto de São Paulo, só 400km, era meu pai que dirige muito devagar.
Durante anos achei que o Rio era outro mundo, um mundo distante demais e que para chegar lá, tínhamos o ritual da viagem demorada, onde jogávamos stop, brincávamos de qual é a música, brigava com minha irmã e fazia às pazes, dormíamos, acordávamos e nunca chegávamos ao destino. Foram anos de viagem assim. Muitos anos, e nestes anos, muitas horas intensas de convivência.
Obrigada pai, por ser tão roda presa.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Adeus plantinha

Tinha uma plantinha que ficava na varanda, ela era muito querida. Se mudou junto comigo para a casa nova, era o ícone de casa. Veio pequenininha e ia crescendo, crescendo… pela manhã, os passarinhos ficavam nela, bicando… tinha até outra plantinha nascendo dela de sementes que deviam vir com eles.
Eu achava a minha janela à distância por causa da minha plantinha, era uma referência, ela lá, sorrindo da varanda, acenando para mim.
Mas ontem… snif, snif… ontem, a Beth, a pessoa que trabalha em casa, resolveu jogá-la no lixo. Não tive tempo de me despedir, de lutar por ela, de dar um adeus a plantinha-marco da minha casa nova. Foram 2 anos lindos de convivência que só resta agora uma pergunta: - porque a Beth jogou ela fora? porque? Ela estava verdinha, feliz, grande, forte… Adeus plantinha, desculpa.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Preciso pecar

Decidi uma coisa na minha vida: preciso cometer mais pecados.
Eu reciclo o lixo, cato cocô dos meus cachorros na rua, sou boazinha, ajudo os necessitados, não avanço sinal vermelho, trabalho direitinho, como salada, malho, não mato animais… e mesmo assim aguento meu chefe que é a encarnação da Fofolete pós-guerra anabolizado pançudo em pessoa. Eu não mereço.
Por isso ontem cheguei em casa de mau humor.
- Renato, vou tomar banho para tirar esta nhaca de mim.
Horas depois: - Renata, olha o mundo de Valentina (sabe um quadro no Fantástico sobre a falta de água?)
- Foda-se a Valentina, ela não é minha filha, não fui eu quem pus no mundo, não sou eu que vou economizar água hoje, quero ficar mais 2 horas no banho passando esfoliante no cotovelo, o que a Valentina tem com isso, ela nem nasceu e você fica me irritando, quer saber? Vou ter que começar meu banho todo de novo, pois você me estressou e os sais de banho não fazem mais efeito, liga de novo o CD, e depois do banho vou lavar roupa na máquina, só uma calça jeans em 150 litros d’água, e depois ainda acho que vou lavar a área de serviço, com mangueira, e quer saber? Eu preciso pecar, sou muito certinha, deixa um dia na minha vida eu tomar um banho de 2 horas? Deixa? Han?
Na verdade ele só queria me mostrar o Fukinha carregando uma garrafa pet de 20 litros sozinho com a boca, tão lindo.
Quanto estresse nesta vida, sai do banho na hora e rindo… esses meus filhos são o melhor calmante…

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Ó Terezinha

Quando era bem criança, adorava a Discoteca do Chacrinha. Sempre assistia, não perdia um. Adorava quando ele jogava bacalhau na platéia e dava o “troféu abacaxi”.
Gostava de tudo no Chacrinha, principalmente dele.
Assistia na casa da minha tia Helena e comecei a perceber que meu tio Antônio chegava sempre que acabava o programa.
Passei a desconfiar da dupla personalidade do meu tio, e insistir que ele era o verdadeiro Chacrinha. Comecei a reparar na semelhança entre eles e me convenci: meu tio Antônio era o Chacrinha e nada ia tirar isso da minha cabeça.
Ele passou a entrar na brincadeira e já chegava em casa contando coisas do programa me levando abacaxis… e tal.
Mas um dia ele fez o melhor presente que alguém já me deu.
Se vestiu de Chacrinha e chegou em casa totalmente caracterizado, quando abri a porta da casa da minha tia e o vi, foi a maior emoção, eu só falava para todos: - Não disse que ele era o Chacrinha? Não disse…
Tenho este “video” gravado em super 8 e assisti-lo, me traz muitas recordações, ainda mais que meu tio morreu meses depois disso. Era bom este dom dele em me alegrar e me mimar.

Florinda Bolkan

A vida inteira ouço meu pai contar que era amigo de Florinda Bolkan, e como ele é bem mentiroso, a gente nem dá continuidade ao assunto.
Ele conta: - Ah! A Florinda ia rir muito disso…
- Um dia eu e Florinda fomos em Ouro Preto numa cachoeira….
- Ela virou lésbica porque não quis nada com ela…
E por aí vão as histórias… eu nem sabia quem era Florinda e descubro que é uma atriz de cinema que morava na Itália, então as histórias de meu pai se tornaram mais impossíveis ainda, o que ela fazia em Ouro Preto?
Certo dia no Ceará, ele e minha mãe de férias, entra Florinda no restaurante.
Meu pai eufórico, reconhece ela e diz, vou lá falar com ela. Minha mãe com um deboche típico, o incentiva.
Antes de meu pai se levantar Florinda atravessa o salão e abraça meu pai emocionada. Ele todo orgulhoso olha para a minha mãe que meio sem acreditar na cena acha até que ele combinou com uma sósia da atriz ou algo assim.
Foram minutos de reencontro de uma amizade que realmente existiu, mas, que ela virou lésbica por causa dele, ainda não foi confirmado…

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Ter marido dá trabalho (motivo 2)

Como sabem… meu marido não morava comigo, morava em São Sebastião, mas… resolveu voltar para o aconhego do lar.
Minha vida era simples, bem simples. Acordava, descia com os cachorros, ia para o trabalho, almoçava em casa duas vezes na semana, outras duas tinha a faxineira e uma vez por semana a cachorrada passava o dia sozinha. Chegava no trabalho e fazia minhas coisinhas e tal. Saía do trabalho às 7 em ponto, e cuidava da minha vida, nunca faltava nada em casa, leite, pão, iogurte, ração, escrevia sempre no meu blog... Malhava religiosamente, mas antes descia de novo com meus peludos, chegava em casa, tomava banho, via novela, lia um livro, ficava horas no telefone com as amigas e dormia.
Velhos dias, velhos tempos…
Agora? Acordo e lá está ele já acordado fazendo algo para gastar energia, como tomar banho na hora que eu tenho que ir para o trabalho, ou tomar leite e não avisar que acabou, ou implicar pois a faxineira devia primeiro lavar o chão e depois lavar roupa, ou pior, todo dia some algo dele, como o tênis, a blusa preta, o gôrro, e sempre diz: - Onde você guardou isso?
Ah! Ainda não contei: ele voltou para o aconhego do lar desempregado. É a saudades de mim era grande demais. E, como anda o mercado para locutores desempregados? Vasto, muito vasto e promissor.
Hoje não tenho mais tempo para malhar, para ir ao mercado, falta tudo em casa, as contas estão atrasadas, pois até esqueço de pagá-las, a casa uma bagunça, meus cachorros carentes, minhas unhas horríveis.
Não vejo mais novela, não leio livro, minhas amigas me odeiam.
Mas… dizem que o amor é cego, e eu digo, o amor, é cego, surdo, louco, insano, e dá um trabalho…

terça-feira, 29 de maio de 2007

A Firma (motivo 1 para estar a tanto tempo sem escrever no blog)

Ando trabalhando muito, sem tempo para escrever no blog, ando estressada e ocupada demais e conseqüentemente, de saco cheio do trabalho querendo sair o mais rápido possível.
Mas, descobri que aqui na “firma” eles são os traficantes e nós (funcionários) os viciados.
Sempre que queremos largar o vício e dizer: - Para mim chega disso, não quero mais, vou fazer malabaris no sinal! Eles, a firma, te dão mais um pouquinho da droga deles e você fica extasiada de sonhos, emoções e tudo volta ao normal na sua vida.
Semana de profundo mal humor no trabalho e no domingo vou ao show do Nando Reis e percebo, puxa, o que eu faço é legal! Eu ajudo, bem pouco, mas ajudo para isso acontecer…
Enfim, não sou viciada em trabalho, mas sou viciada no que faço e nesta “firma”. Isso é errado?

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Amor bandido

Lá pelos 19, conheci um vizinho. Ele me pareceu ser mau, obscuro, algo me intrigava. Devia ter uns 35 anos, mas dizia ter 28, acreditei.
Ele me chamou para sair.
Meio assustada, fui. Fomos no Iguatemi jantar.
Depois disso, fomos jogar. Jogar? Sim, jogar num lugar bem suspeito.
Ele tinha um Mustang vermelho e nós estávamos num cassino clandestino no Morumbi.
Na entrada, ele deu um cheque e o atendente disse que não aceitavam cheques ali. Ele respondeu:
- Veja o nome. Com uma voz meio rouca, imponente.
Na mesma hora o cheque foi aceito e com muitas fichas jogamos 21.
Rimos, bebemos, nos divertimos. E eu me sentindo a própria mocinha de um filme policial, tão tolinha que foi levada para o submundo do crime de São Paulo.
Por lá, muitos políticos, pessoas importantes. E eu acompanhando o …. (sem nomes, por favor)
Saímos algumas vezes, ele gostava de mim e eu gostava do poder dele.
Algumas vezes, fomos a pontos do jogo-do-bicho pegar o “faturamento”, outras, fomos a reuniões de “família”, me sentia mafiosa.
O Mustang vermelho, foi pintado de repente de branco. Tudo começou a ficar mais suspeito.
E um dia descubro que ele morava lá no prédio ao lado do meu, com a mulher, e grávida. E a nossa história acabou ali. Cruzei ainda algumas vezes com ele pela rua, via que seus olhinhos brilhavam por mim, afinal, eu era ingênua demais, nunca perguntei nada, nunca o entreguei para a polícia. Anos depois, seu pai foi preso, li no jornal, e ele passou a comandar a “empresa”. E imaginei que se eu estivesse com ele ainda hoje, saíria nas páginas policiais dos jornais. Me imaginei na foto da capa me escondendo e a manchete. “Amante de bicheiro é presa na zona Sul”.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Dignamente

Digo que tenho ganhado meu dinheiro dignamente.
Como vocês sabem, trabalhei no show do Roger Waters no portão de deficientes físicos, sobrevivi, aguentei deficientes chorando, brigando comigo, ceguinhos que perguntavam qual o melhor lugar para ver o show, anões que queriam banheiros à altura deles, mas teve um em especial, que me marcou.
Ele é “cadeirante” chegou no estádio e 10 minutos depois veio brigar comigo, pois os lugares com rampas de acesso no Morumbi são ruins para ver o show. Expliquei que eu não podia fazer nada, pois o Morumbi era assim, e que aquele era o único lugar que ele conseguia se deslocar com segurança.
Outros 10 minutos depois… ele chega e diz que quer comprar camisetas oficiais e não tem nenhuma banca na área de deficiente. Vou com ele até a banquinha espero ele escolher dentre todas as opções e não comprar nenhuma, pois nada lhe agradou, volto com ele para o seu lugar e 10 segundos depois ele volta para meu portão:
- Não quero assistir o show daqui.
- Como assim?
- Quero ir na pista.
E como um menino mimado começou a chorar e se debater. Ele berrava e balançava os braços pra cima descontroladamente. Bateu um desespero total em mim. Nunca tinha visto um homem chorando assim antes, implorando para ir para a pista e eu lá, sem poder criar rampas de acesso seguras para ele e vendo a hora que iria apanhar.
Resolvi levá-lo até a pista mesmo assim e após um rally me despedi dele, que nem agradeceu o meu feito heróico.
Show do Aerosmith, 20 dias depois, como já tinha uma vasta experiência em portão de deficiente físico, fiquei lá, como supervisora master power dos meus amigos deficientes.
Quase na hora de começar o show, quem chega?
Ele o meu amigo deficiente problemático, olha pra mim na porta da entrada e diz:
- Aqui tem banca que vende camiseta oficial?
Olhei para a cara dele e não me contive:
- Não, você de novo, não! Vamos para a pista, lá tem tudo o que você quer. Mas promete não voltar?
Amanhã farei o show do Evanescence, e desde ontem tenho tido pesadelos.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Meu primeiro amor

Seu nome? Rico.
Loiro, olhos verdes, alto, lindo. Uma mistura de Billy Idol com Guilherme Fontes (sim, Guilherme Fontes já foi galã). Foi paixão a primeira vista.
Ele estava na locadora de vídeo (era 1988), meu coração parou, pulou, sambou, eu com 14 anos, o segui para descobrir onde ele morava e a partir daí, peguei gosto pela profissão de detetive e não parei mais de espioná-lo.
Descobri seu telefone e passei a ligar quase que diariamente, ia para a rua dele sempre com meu cachorro da época o Sunset e passei a ser conhecida por todos por lá. Certa vez o Sunset fugiu da coleira e o encontrei sentado em frente a casa dele, me esperando. Eram horas de vida ociosa completamente dedicadas a ele, meu primeiro amor.
Nos apresentamos, ele meio tímido e envadecido do meu amor, me dispensou, claro. Mas não desisti. Pixei no muro. Mandei cartas, chamei ele para sair e, nada.
O tempo passou, os anos passaram, e aquele meu primeiro amor, virou a paixão platônica mas conhecida entre meus amigos.
Os telefonemas se tornaram mais espaçados, passei a ligar apenas em datas comemorativas como aniversário, páscoa, natal, dia da criança, aniversário da primeira vez que o vi, da primeira vez que falei com ele… se tornou um hábito meu ligar para ele por anos e anos, exatamente 8 anos. E certo dia… esqueci de ligar. Era aniversário dele. No dia seguinte ele me liga pela primeira vez e diz: - Esqueceu de mim?
Aquela frase me fez desmaiar, cair da cadeira, gaguejar e aceitar o primeiro convite para sair com ele.
Fomos jantar fora, eu linda, com a melhor roupa que meu dinheiro podia comprar, cabelo feito, unhas perfeitas. Aquele era o dia mais perfeito da minha vida. Após 8 anos finalmente eu iria conseguir sair com o Rico.
Nem dormi aquela noite de tanta emoção, liguei cedo para as minhas amigas da era Rico, precisava contar, dividir a emoção do nosso primeiro beijo.
No dia seguinte saimos de novo, e de novo, e após 2 semanas… eu terminei com ele.
Em resumo: tem certos sonhos que jamais deviam ser realizados.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

desafio da Ana

Coisas que faço bem:
• dormir
• passear com o Fuka e com a Peteka
• limpar a orelha do Fuka
• falar ao telefone
• compras
• rir de mim mesma
• chorar

Coisas que não faço ou não sei fazer:
• cozinhar
• falar com sotaque de paulista
• acordar cedo
• lavar roupa
• desenhar
• ser durona

Coisas que me atraem no sexo oposto:
• sorriso
• olhar
• inteligência

Coisas que não suporto no sexo oposto:
• irônia
• imaturidade
• pêlo nas costas

Coisas que digo frequentemente:
• mas vale cair em graça do que ser engraçado
• um beijo, tchau
• cie brasil renata
• peteka, vc não cabe aí, coelhinha
• pára fuka, pára, pára de rebolar, estou brigando com você, me dá a coleira, meu chinelo, não roe, as chaves não, me dá um canto da minha cama?, nêgo safado, não baba, quem fez isso aqui?
• Já para o seu cantinho!
• Oi mãe

Atores / atrizes que admiro:
• Gael Garcia
• Fernanda Torres

Filmes favoritos:
• A História de Nós Dois
• As pontes de Madison
• Uma linda mulher
• Um convidado bem trapalhão
• Quatro destinos
• E o vento levou…
• A outra face da raiva
• Letra e música

Livros favoritos:
• Snoopy, volte para casa
• Cem anos de solidão
• O amor no tempo do cólera
• Helena
• Aritmética

Lugares favoritos:
• Oscar Freire
• Shopping Jardim Sul
• Comer no Koi de moema
• Ipanema (principalmente as lojinhas)
• Pontal de Maracaípe na lua cheia
• Olinda… na rua do mosteiro de são bento às 5 da tarde… Com os sinos…
• Sítio do Lucas para andar à cavalo
• Casa dos meus pais
• Escritórinho da casa da tia Helena
• Sofá da Kiki
• Pracinha perto de casa com meus filhotes

Passo agora para o pinho responder.... bjs

terça-feira, 20 de março de 2007

castigo

Foi só eu tratar mal o moço do RH, e a surdinha aqui na empresa que o castigo veio a galope.
Vou trabalhar no show do Roger Waters, adivinhem em que setor?
Dos deficientes físicos. É isso mesmo!
E se aparecer um anão?
Socorro!

sexta-feira, 16 de março de 2007

Minha menina

Tenho uma vira-lata nascida e criada no mangue. Achei ela no lixo, e desde que chegou em casa conquistou pelo seu jeitinho único de achar que é poodle, mas não é. Pesa 35kg, mas acha que pesa 35g. É loira, alta e quando passa na rua as pessoas a chamam de Gisele (por causa de uma modelo famosa…) eu como sou mais íntima a chamo de Gi, ou Rebeca, mas o nome é Peteka com K.
Apareceu na minha vida num momento complicado, quando eu morava em Recife e queria voltar para São Paulo, meses depois vim com ela de avião pra cá, passagem mais cara que a minha e fiquei 6 meses na casa dos meus pais enquanto ela crescia, e crescia. Virou menina do Morumbi. Pinta a unha no pet shop, usa lacinho, coleira pink e toma floral.
Apronta muito, faz bagunça o dia todo, é feliz. Mas quando eu chego em casa, ela se coloca de castigo quando sabe que estrapolou na bagunça ou me cobre de beijos se se comportou. O sofá de casa tem uma parte afundada que é o cantinho dela, o cantinho da princesa.
Já foi atropelada, mancou 10 segundos e voltou a andar, já teve babésia, mas sobreviveu, já teve ataque epilético, mas passou. É solidária, se encontra um cachorro pequenininho, deita no chão para não assustar.
Gosta de brincar de “dar bote” e fica feliz. Levo muitos “botes” desprevinida e vivo roxa e com dores pelo corpo por causa deles, me derruba na rua quando está emocionada e feliz demais, mas não ligo, pois na hora de dormir ela coloca a patinha dela em cima da minha mão e suspira.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Doce Charity

Fui ver o musical Sweet Charity pela segunda vez. Não é lá grandes coisas mas me fez ver uma coisa nesta segunda vez.
Quantas Charitys eu conheço?
Charity é uma bançarina de aluguel que acredita no amor. Só se ferra a peça inteira, é jogada no rio e assaltada pelo namorado mas diz para as amigas que caiu, é abandonada no altar, mas diz para as amigas que está tudo bem, e acredita tão cegamente no amor que se torna uma retardada em dó maior.
Tenho uma amiga de muito tempo e eu descobri que ela é a Charity. Ela acredita no amor. Mesmo.
Está saindo com um mocinho a menos um mês que tem metade de sua idade, isso significa 17 anos. E acha mesmo que vai casar e ter filhos com ele, já viu como financiar um apartamento maior.
Outro dia ele terminou com ela pelo msn e no dia seguinte após quase morrer de tanto chorar, acreditou na desculpa de que era outra pessoa com o nick dele, mesmo após terem se falado no telefone ele terminar e brigar de novo com ela…. Era linha cruzada.
Ela é capaz de abandonar tudo por um amor. Emprego, casa, família, amigos. E depois voltar e dizer que aquele amor, mais que amor de sua vida que durou 20 dias, foi o maior de todos.
Gosto de Charity. Gosto de quem acredita no amor sem medo.

segunda-feira, 5 de março de 2007

rapidinha

"Hoje em dia se algum homem pede o telefone do meu cachorrinho, ele realmente quer o telefone do meu cachorinho"

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Empadas da discórdia

Meu pai ama empadas. De camarão então… Sempre que ele vai para o Rio todo dia come uma, lá tem muitas lojinhas dessas que só vendem empada, acho que carioca gosta de empada, até… Descobrir que o arqui-inimigo dele, que vamos chamar de “herdeiro”, abriu uma franquia de empadas na região dos lagos no Rio.
Carnaval, muitos amigos do meu pai, curtindo Cabo Frio e meu pai como quem não quer nada liga:
- Luis? Oi é o Cintra. Ouvi dizer que as empadas da região estão envenenadas, avisa para todo mundo não comer.
- Mas como você soube disso?
- Eu tenho meus contatos… Mas nada de comer empadas. Avisa para os amigos!
Êta vingancinha boba e gostosa…

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Samba no pé

Eu e umas amigas fomos desfliar na Unidos da Tijuca no Rio. Foi uma experiência maravilhosa, primeira vez na Sapucaí.
Antes do desfile, aquela empolgação, fantasias, pensar na maquiagem, decorar o samba, ver se o sapato está apertado, ver o horário do metrô, enfim…. Deixar tudo sob controle.
Chegou o grande dia e às 3 da manhã saía a nossa escola, preparativos prontos, chegamos a tempo, samba decorado, fantasia perfeita, sonho de aparecer na Rede Globo e a Lanica, minha amiga, pergunta: - Rê, você acha que devíamos saber sambar?
Bateu o desespero, e agora? A gente ia levantar os indicadores e pronto? Nada de samba no pé?
Aí a Lanica teve a idéia brilhante de só balançarmos o chapéu com cara de quem, no pé está sambando… Fácil, fácil.
Treinamos um pouco e fizemos enquetes, e todos que olhavam o balançar dos nossos chapéus achavam mesmo que estávamos sambando.
Missão cumprida, aprendemos a sambar, ou melhor fazer cara de quem sabe sambar, e… hora do desfile.
Lá fomos nós às vezes com os indicadores pra cima, mas na paradinha balançávamos os chapéus enlouquecidamente enquanto nossos pés permaneciam imóveis, pois na verdade nem sabíamos o que fazer com eles.
Não é que enganamos a Rede Globo?

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

SAC

Eu odeio qualquer serviço de atendimento ao consumidor. Levo muitos foras deles.
Comprei um creme depillatório, usei na maior boa vontade e ao final dos 15 minutos exigidos, os pêlos continuavam ali, firme e fortes. Irritada liguei para o 0800 do produto.
- Oi, eu usei o creme de vocês e os pêlos não sairam.
- Vai ver seus pêlos são grossos demais.
- Mas minha senhora eu quase não tenho pêlo (não sou uma mulher macaca, longe disso).
- Então porque você queria tirar os pêlos se você não tem.
- Porque vou colocar uma saia e não deu tempo de marcar depilação e não vou sair com a perna peluda e nem usar gilete. (Eu precisava explicar isso?)
- Mas a senhora não disse que quase não tinha pêlo.
Enfim… desencana. Usei a gilete e saí de saia assim mesmo.
Mas aí na esperança de resolver o problema de depilação de outra maneira, comprei um hidratante que a Ana disse que ela tinha lido que era ótimo para retardar a depilação, os pêlos ficavam fracos e cresciam menos. UAU! Que sonho de consumo. Comprei o tal hidratante.
Tomo banho passo o creme feliz da vida e virei a pessoa mais fedida do mundo. O hidratante tem um cheiro horrível, nojento. Ele atrasa a depilação, pois ninguém nunca mais vai nem olhar para você e por isso provavelmente você pode nunca mais se preocupar com depilação. Tomei outro banho para tirar a inhaca do creme e ligo para mais um 0800.
- Oi, eu usei o hidratante de vocês e ele é muito fedido. Tem um cheiro de alcachofra com geléia de amendoim.
- Mas a senhora não está satisfeita com o produto?
- Como posso estar satisfeita se estou fedida.
- Mas a senhora usou conforme a indicação do produto?
Como assim? Passar hidratante após o banho será que é difícil? E isso mudaria o cheiro?
- Usei sim, tomei banho e passei o produto e na verdade, tomei outro banho para tirar o cheiro ruim.
- Com o tempo você se acostuma. (respondeu a mocinha)
Diante de tudo isso acontecendo com meus pêlos, resolvi colar um imã de geladeira que quebrou com Super bonder, só que óbviamente, meus dedos ficaram grudados. Ligo para o 0800.
Atende uma gravação: - Deixe seu nome e telefone que retornaremos em 5 minutos.
Descrente, deixei o recado. E 5 minutos depois meu telefone toca e eu, com os dedos grudados, atendo:
- Alô.
- Por favor, queria falar com a Renata.
- É ela. Então fui colar um negócio (não quis dizer que foi um imã de geladeira de R$ 5,00) e meus dedos ficaram colados.
- Quais dedos?
- O polegar e o indicador.
- O que você estava colando?
Ai meu Deus, vou ter de responder isso? Pra que?
- Um negócinho da cozinha.
- O que?
Socorro!
- Um imã de geladeira. Pronto falei.
Tá, não sou muquirana. Mas eu amo este imã, ele tem história, é a Maria Bonita. E como sou meio nordestina ele simboliza muito pra mim.
- Ferve água, coloca detergente e deixa seus dedos lá até desgrudarem.
- Só isso? Obrigada.
Porque eles quiseram saber o que eu fui colar? Foi só para me humilhar. Só pode ser.
Depois de muito estresse, minha tinta laranja da parede saiu de linha. E após o eletricista destrui-la eu precisava repintar.
Ligo para a Suvinil.
- Oi, minha tinta da sala número R128, saiu de linha.
- Mas você não deixou guardado um pouco quando pintou a casa?
Como assim? Está escrito na embalagem do produto, “compre uma extra e guarde pois podemos tirar de linha a sua cor preferida?” Eles acham que a gente mora em mansões com quartinho de tintas climatizados?
Desisto.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Casaco de Couro

Minha mãe tinha um casaco de couro que era da minha avó, o casaco estava meio démodé então ela levou para um cara que reforma couros na Tabapuã.
E todo mês ela ligava pra lá e perguntava:
- Está pronto o casaco?
E o cara respondia: - Não, ainda não.
1 ano se passou…
Um dia, ela se irritou com isso, e foi lá pessoalmente acompanhada de minha tia.
Entrou na loja ficou olhando os casacos expostos, achou um que tinha o nome dela preso com um alfinete, mas o casaco estava diferente, parecia uma jaqueta masculina, não teve dúvida chamou a minha tia e disse: - Liga o carro, corre.
Quando minha tia passa na frente da loja a minha mãe agarra o casaco e foge com ele da loja, ouvindo os berros de: - Pega ladrão, pega ladrão!
Nunca ninguém usou o casaco, afinal era masculino, mas ela ficou satisfeita.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Blind date

Quem da minha geração não passou por isso? Unzinho?
É triste confessar, mas eu confesso.
Comprei meu primeiro macintosh e veio a assinatura da Macbbs. Era uma bbs, era o avô do msn. Entrava no começo meio desconfiada, me sentindo uma mulher das cavernas, mas com o tempo fui viciando naquilo e não saía mais.
No auge do vício conheci o Marcos, um fotógrafo de moda, surfista que morava em Maresias de 40 anos. UAU! Mulherada, façam a imagem disso que descrevi na cabeça de vocês. Então, fui me encontrar com ele no Bosque do Morumbi no cair da tarde, romântico, né?
Parei meu carro e vi o moço, ali, em pé, no estacionamento e eu só pensando em como engatar a ré. – Renata, aparência não é tudo. Tento me convencer.
Saio do carro, e vou enfrentar o meu sonho de consumo despedaçado. Ele era da minha altura (1,59) gordinho, careca e chato. E estava com uma câmera digital (estamos falando de 1996) e ele não parava de tirar fotos minhas, e eu meio sem graça com vontade de morrer, e ele, tadinho, gamado, consegui inventar uma desculpa e ir embora.
Dias depois acho que estou vacinada quanto a isso e… Dande aparece. Mais um blind date, só que este eu marquei num restaurante japonês de um amigo, assim eu tinha como fugir. Mas ele era lindo, fofo, simpático e… casado! É casado. Mais um blind date frustado.
Blinds Dates me cansaram e passei a ir a encontros da Macbbs, que época boa, fiz amigas incríveis que guardo até hoje e o melhor foi saber que elas, todas elas, também cairam no mesmo papo do fotógrafo de moda, surfista que morava em Maresias de 40 anos. Mas no Dande, só eu... O que a fantasia e a carência feminina não fazem?

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Adivinha quem eu vi hoje?

Estava no Rio de férias, e um dia tomando cafézinho em volta da mesa da cozinha, chega meu primo Mario:
- Adivinha quem eu vi hoje?
Automaticamente a brincadeira começa, todos se juntam instintivamente e começam as perguntas:
- É artista?
- É da família?
- Homem ou mulher?
- Eu conheço pessoalmente?
- Eu gosto da pessoa?
- É moço ou velho?
O melhor deste jogo de adivinhação é que todo dia acontece, pois todo dia se encontra alguém no Rio e todos se juntam sempre para adivinhar.
Cheguei em São Paulo e encontrei uma amiga minha na rua, liguei para a minha mãe e falei: - Mãe, adivinha quem encontrei hoje?
Ela me disse: - Quem?
A brincadeira acabou. Porque ela só acontece no Rio?

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Chame o exército!

Ontem a noite, após um dia de trabalho, cheguei em casa feliz, apesar da minha parede laranja da sala estar manchada, pois o eletricista, que virou pintor, fez um serviço bem bonito, quase uma obra-de-arte.
Fui tomar banho, liguei o som e feliz da vida entrei no banho, lá lá lá, canatarolando me molhei, feliz, que delícia, e de repente pego o xampo, e… tinha um monstro grudado no frasco, saio do meu mini box de 1 x1 m e começo a berrar e pensar em quem poderia me salvar.
Ligo para o porteiro: - Sr. Antônio, chama o exército, tem um monstro no meu banheiro.
Assustado, em menos de 1 minuto o segurança aparece em casa armado, eu meio sem graça pelo meu exagero, digo: - Ah! Não precisava tanta pressa, ela está lá no banheiro.
Ele pega com a mão, isso mesmo com a mão, o monstro do banheiro e diz: - É uma lagartixa filhote. Quando a mãe aparecer me chama de novo, tá?
Quem disse que eu apaguei a luz para dormir? Ou continuei o banho? Ou fiz xixi o resto da noite? Quem?
A vida é difícil.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Lar doce lar

Férias é bom demais para colocar a vida em ordem. Baixou Améilia em mim e arrumei armários, comprei mesa de jantar, estofado novo para a poltrona, arrumei a louça, lavei roupa, joguei fora tralhas e quando acabou o pique… chamei o eletricista, que se empolgou na troca dos tal dijuntores e… derrubou a parede da sala. Agora no momento quero morrer de raiva, pois na certa vou deixar assim até as próximas férias.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Feliz 2007

Oi leitores, amigos, visitantes....
Estou de volta e desejo a todos um feliz 2007.
Estou pronta para encarar mais um ano, descansada, em paz, e com mil promessas a cumprir.
Prometi ser mais leve, de peso e de humor.
Prometi não me estressar com ninguém do trabalho.
Prometi comprar um fogão.
Prometi fazer ginástica todos os dias.
Prometi ir ao Burle Max aos domingos.
Prometi almoçar salada todos os dias.
Prometi levar meus cachorros para passear mais vezes.
Prometi não deixar mais acumular bagunças no canto de casa.
Prometi arrumar um emprego novo.
Prometi escrever mais.
Prometi dormir menos.
Prometi que não vou fugir da festa de 11 anos de formada.
Prometi que vou visitar minha sogra este ano.
Prometi que não vou mais fazer falsas promessas.
Prometo.