Quem da minha geração não passou por isso? Unzinho?
É triste confessar, mas eu confesso.
Comprei meu primeiro macintosh e veio a assinatura da Macbbs. Era uma bbs, era o avô do msn. Entrava no começo meio desconfiada, me sentindo uma mulher das cavernas, mas com o tempo fui viciando naquilo e não saía mais.
No auge do vício conheci o Marcos, um fotógrafo de moda, surfista que morava em Maresias de 40 anos. UAU! Mulherada, façam a imagem disso que descrevi na cabeça de vocês. Então, fui me encontrar com ele no Bosque do Morumbi no cair da tarde, romântico, né?
Parei meu carro e vi o moço, ali, em pé, no estacionamento e eu só pensando em como engatar a ré. – Renata, aparência não é tudo. Tento me convencer.
Saio do carro, e vou enfrentar o meu sonho de consumo despedaçado. Ele era da minha altura (1,59) gordinho, careca e chato. E estava com uma câmera digital (estamos falando de 1996) e ele não parava de tirar fotos minhas, e eu meio sem graça com vontade de morrer, e ele, tadinho, gamado, consegui inventar uma desculpa e ir embora.
Dias depois acho que estou vacinada quanto a isso e… Dande aparece. Mais um blind date, só que este eu marquei num restaurante japonês de um amigo, assim eu tinha como fugir. Mas ele era lindo, fofo, simpático e… casado! É casado. Mais um blind date frustado.
Blinds Dates me cansaram e passei a ir a encontros da Macbbs, que época boa, fiz amigas incríveis que guardo até hoje e o melhor foi saber que elas, todas elas, também cairam no mesmo papo do fotógrafo de moda, surfista que morava em Maresias de 40 anos. Mas no Dande, só eu... O que a fantasia e a carência feminina não fazem?
Há 8 anos