
Faz tempo que te devo um post. Pois já falei aqui de todos os meus filhos peludos, menos de você, meu nêgo.
Acho que é difícil falar para todos de quem a gente ama tanto, por isso resolvi escrever só para você.
Lembra quando você me escolheu? Eu estava passeando sozinha pela rua e de repente algo preto, peludo e bem pequenininho pula na vitrine do Pet Shop, era você, me escolhendo, não parei, não dei bola, apenas sorri, duas horas depois voltei pela mesma calçada e eis você lá pulando de novo, não resisti e entrei para de dar um “chêro”, mas 2 segundos depois percebi que não ia conseguir te deixar lá, na vitrine de novo, era sábado, o que seria do seu final de semana? Perguntei o preço, como quem não quer nada, já com você deitado no meu braço. – Duzentos e cinquenta, respondeu a moça. Meu Deus, só tenho cem reais na bolsa. Posso levar? A moça aceitou. Fomos para a nossa casa. Por isso sempre digo que você foi o meu cachorro de liquidação.
Chegamos em casa e você conheceu o papai, ele te amou logo, a bronca foi comigo por sair para passear e voltar com um cachorro, mas como explicar uma paixão?
Com o tempo você foi virando este meu nêgo safado que tanto alegra a casa e a minha vida. Aprendemos a nos comunicar com o olhar, e com gestos simples.
Quando eu chego em casa e você pega a minha chave, sei que quer dizer, não sai mais? Por favor, fica comigo…
Lembro de um dia de chuva, estávamos em Recife e você olhando para a varanda tentando pegar a chuva e me convidando para um passeio. Achei meio maluquinho da sua parte um passeio no temporal, mas estava calor, e saimos…. Que delícia correr na chuva com você, brincamos tanto de pega-pega, esconde-esconde e você me fez tão feliz aquele dia. Chegamos em casa tomamos um banho quente e nos arrumamos antes do papai chegar e dizer que somos dois idiotas que correm na chuva do nada apenas por estarmos felizes com a nossa amizade.
Nossa amizade só cresceu com o tempo, nossa cimplicidade até nas horas difíceis que passamos juntos fez com que você sempre fosse o meu melhor amigo e hoje só tenho que te agradecer por cada estrelinha de pelúcia que enterrou no meu vaso, por cada chinelo meu que você arrebentou na esperança de me calçar, por cada bolinha que jogamos na sala, pelos xixis feitos no jornal que você vai me mostrar, por cada janela que ficamos contemplando juntos, por cada toquinho de rabo abanando quando chego em casa, por cada pote de comida que você comeu só para me fazer feliz, já que você odeia comer, agradeço pelos dias de praia com você, caçando caranguejo no mangue e me pedindo socorro depois, e principalmente, pelo dia de chuva acompanhado do banho quente. Obrigada meu nêgo.