
Domingo, frio, chuva, tédio, cachecol, gorro, centro de São Paulo, teatro com amigas. A peça? Olivier, fusca e fogão…
Entra em cena o homem. Alto, charmoso, com sotaque sexy, cabelo grisalho e nariz grande, que nariz!
A peça começa, sem muitos detalhes para mim, pois o texto, não era importante, ele cozinhando era um detalhe, mas ele sorrindo era tudo. Não sou crítica teatral mesmo.
A parte que prestei atenção foi a hora que ele põe a mão na massa. Isso aperta, hum, tapinha na massa, mais um, assim. E os braços? Ah! Que braços os padeiros tem. Ou será que só os padeiros franceses? Os portugueses não são assim tão fortes, ou são? Passei a achar que frequentar as cozinhas das padarias, deve ser um passeio interessante.
No final da peça, aquele cheiro gostoso de pão, a vontade de morar para sempre naquele teatro transformado em cozinha e com o francês me alimentando, eis que chega o auge, fez até calor e ele lá, pessoalmente repartindo o pão, do ladinho, assim, de mim. Tive medo de olhá-lo nos olhos e ficar cega com o sorriso, as ruguinhas e os cabelos grisalhos.
Se foi boa para os homens, eu não sei. Mas mulheres, além de comer com a boca, os olhos ficam bem alimentados.
Foto: divulgação