
Meu amor se chama Zé, Zézinho, um Zé qualquer, quando o nome foi dado. Um Zé Ninguém ele era. Sem lar, sem saber o que era receber, nunca teve isso, nem nunca sonhou que a vida podia ser outra que a que lhe foi imposta. Uma vida na rua, na luta, na sarjeta.
Ah! Zé. Confesso que te recebi sem braços abertos, olhando torto e pensativa, na dúvida, se mais um amor caberia na minha vida. Será? Mas no mesmo dia seu jeito de cão-gato com seus barulhinhos esquisitos, seu ronronar estranho de olhos cor de mel. Me conquistou. "E agora José? O que faremos?"
Faremos? Nada. Arranjei um lar para você e na hora meu coração ficou pequeno. Como posso te dar? Será que meu Zé Ninguém será o Zé de mais alguém?
Neste ano juntos, vi você sair correndo pela rua, arrebentar 2 coleiras, brigar com todos os cachorros. Me defendeu do mundo. De todo mal que estava ao seu alcance. É o lider incontestável da fuzarca. O mais animado. Que sempre topa a brincadeira, seja ela qual for. O meu Zé que me espera tomar banho com o focinho grudado no box e passa o dia na janela, cuidando, atento à vida alheia.
O meu obrigada, é especial. Pois como um legítimo filho de São Francisco, meu José Francisco faz aniversário em 4 de outubro. 4 anos, talvez. Mais isso são números humanos, que nada significam diante da sua grandeza canina... Em sua homenagem segue a sua oração, a mais bonita que já li.
Oração de São Francisco
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.