segunda-feira, 30 de junho de 2008

Ligação direta

- Sonhei que meu telefone tocou e vi no visor estava escrito pai, e atendi falando "Oi paizão". - disse Déa, toda feliz.
- Que sonho bom, hein? Respondi com inveja do sonho dela.
- Ah! Bem que podia ter um telefone aonde ele está para falar com a gente. Minha mãe fala.
- Podia mesmo. Ia ser ótimo.
Suspiramos, divagamos a respeito.
Mas não existe.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Bem feito

Nunca disse que sou uma pessoa boa. Eu sou má. E por isso...
Na fila do supermercado me vejo com apenas 3 produtinhos na cestinha, a fila de até 10 unidades lotada e a fila de idosos, gestantes e deficientes, vazia. Como sempre faço (ou fazia até semana passada), incorporo a mulher grávida que existe dentro de mim. Coloco um anel como aliança, estufo a barriga e entro na fila.
- Está grávida e é tão novinha. Diz uma velhinha linda no auge dos seus 70 anos.
- Nem tão novinha, obrigada. Sorrio para a doce velhinha.
- Já sabe se é menino ou menina?
- Ainda não, estou de 3 meses, apenas. Respondo achando que não podia enganar tanto assim a velhinha, minha barriguinha pode comportar um bebê no terceiro mês, talvez, forçando a barra.
- Só isso? Ah! Então deve ser menina. Você está muito inchada. Fala a velhinha agora demoníaca.
- Tomara. Respondo, pensando que a velhinha não é linda, nem doce e sim uma safada que aposto que se faz de velha para pegar a fila dos idosos.
Percebi que fazer isso é feio, mas penso que posso nunca ter filho e jamais usar este "benefício", ou posso não chegar na terceira idade... Mas não vale a humilhação que passei.
Bem feito para mim.
Regime já.
Velha safada.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Show de Otto

Confesso que estava com saudades de falar arrastado, usar as gírias tabacudas e rir em pernambucanês.
Fomos lá, amigos daqui que conheci lá e de lá que conheci aqui. Baixo Augusta, lugar escuro, estranho. Perto de lugares pouco indicados para mocinhas de família como eu.
Show? Que show mesmo? Ah! De Otto. Que figura! No alto de sua gordura física ele resolve tirar a roupa, pois já não tinha o que fazer no palco que nos surpreendesse, já havia cantando 8 músicas de Candoblé, 20 músicas estranhas que só ele devia conhecer. Então o auge do show chega, com Otto, mostrando a todos o corpinho que conquistou Alessandra Negrini. Conquistou como mesmo? Cantando ou fazendo streep?
Não sei ainda qual é a de Otto, mas me fez sentir saudades de ser pernambucana, da batida, do falar arrastado, da liberdade, do lugar estranho, do novo, foi bom.
Mas o que aquela mulher linda viu nele? Só ele sabe...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Só podia ser novela...

Não, este não é o blog da Claudia, que comenta muito bem as novelas, mas vou falar de algo me intrigou muito ontem em "A Favorita".

Claudia Raia, com sua cintura de quem tirou 2 costelas de cada lado, estava no aeroporto tomando casquinha de sorvete de Pistache e vendo aviões decolar. Eis que chega o bonitão jornalista que pega as inimigas, e paquera ela. Depois na esteira do aeroporto, ele diz: - Você comeu 5 casquinhas (5!!! E com aquela cintura?) e ainda no meio de uma briga calorosa se beijam na esteira do aeroporto, entram num quartinho e beija aqui, beija ali, Claudinha berra: - Eu sou casada! E sai correndo. Corta cena. O bonitão jornalista que pega as inimigas, agora está em casa e toca a campainha e era a ex-presidiária que ele já pegou, mas ela sumiu deixando apenas um bilhete. Ela entra, o beija e sente o cheiro da outra no cangote dele e fica brava, afinal ela sumiu, deixou um mísero bilhete e queria que o bonitão jornalista que pega as inimigas estivesse lhe esperando.
Por que novela irrita tanto?
Não sei se odeio mais a cintura da Claudinha ou os cachos da ex-presidiária que some e ainda quer fidelidade do bonitão jornalista que pega as inimigas.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Momento de reflexão

Afinal, que mulher nunca comeu
uma caixa de Bis por ansiedade,
uma folha de alface por vaidade,
ou um cafajeste por saudade?*

*autora desconhecida, mas queria conhecê-la...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Preguiça...

Tenho um amigo que é muito profundo, profundo até demais. Nada contra profundezas, mas sou sagitariana, e os sagitarianos são superficiais por natureza. E durante um almoço profundo foi me dando muita preguiça.
- Mas Renata você tem que entender que dentro da visão da vida e das disparidades sociais existe um meio termo entre o caos instalado e a beira do colapso do que hoje chamamos de sistema, num mundo onde nossos filhos vivem a sombra da vida diante da visão de um futuro criado em paradigmas utópicos de um social devastado pela aceitação como um todo da grandeza do eu, não acha?
- Acho que não devia ter pintado a minha unha de vermelho, amanhã quero usar sandália cor de rosa. Será que combina?
Silêncio. Risos.

Frase do dia

"Um simples amigo te ajuda a carregar um móvel. Um amigo de verdade te ajuda a esconder um corpo". *

Vi finalmente Sex and the city e tudo o que eu queria eram aquelas 3 amigas perto de mim, (3 amigas pois óbvio que sou a Carrie) na saúde e na doença, na mudança ou no homicídio do meu chefe que cada dia está com mais cara de bosta perto de mim e isso me irrita profundamante...

*frase enviada pela Ana (vanila coke) meses atrás que hoje se encaixa como uma luva no meu humor.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Almoço bacana

Sempre que estou triste, ou feliz, ou com fome, ou com mal humor, ou bom humor, ou preguiça de escolher a comida, ou nos dias pares... vou almoçar num lugar aqui na Vila Olimpia. A comida é legal, o lugar até que bacana (adoro falar bacana), mas o melhor de lá é o dono.
Sabe aquele homem lindo, sarado, cabelo lindo, barba meio largada, pois bem, e o sorriso... Chamamos ele de "Beto", nome fictício dado aos belos. Nos faz perder a fome. Aliás é um ótimo lugar para se fazer regime, pois quem come com um homem daqueles por perto?
Enfim, como ando com muito, muito pouco trabalho, achei umas fotos dele e resolvi fazer um email para alegrar as minhas amigas que repassaram para outras amigas, com os melhores momentos do meu dia: comer olhando o dono. De uma hora para outra o restaurante vive lotado, tenho que ficar esperando horas por uma mesa, o público em sua grande maioria, mulheres arrumadas e lindas. E eu lá, com fome de um bolinho de bacalhau. Ah! O restaurante é português.
Conclusão: acho que eu devia ganhar uma participação nos lucros, ter uma mesa cativa e quem disse que beleza não é fundamental até para se ter um restaurante.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Eu sei quando estou de TPM...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Penúltimo passeio

Hoje fomos dar nosso penúltimo passeio juntos. Que tarde linda fez. Fomos para Embu jogar a sua metade, que sei que adoraria ficar para sempre lá, na pedreira.
Nunca tinha visto de perto uma, e é um lugar muito bonito, no centro a pedra sendo escavada, detonada, se tornando um desmonte escultural (palavra que óbviamente nem sei o que é...) e em volta muitas árvores.
Chegamos lá e tão carinhosamente seus amigos nos acompanharam, acharam um lugar lindo que jamais será escavado, pois está na área de preservação. Pôr do sol lindo. Visual perfeito. Todos lembraram que você adorava ficar daquele lugar filmando suas explosões. Cada um jogou um pouco de você por lá. Lembramos muitas peripécias que só quem te conheceu saberia que são de verdade.
E um amigo seu falou: Teremos agora alguém que sempre tomará conta das nossas detonações...
O sol foi se pondo, o frio chegando. Mas ficamos mais leves em saber que parte de você ficará sempre ali, naquele lugar que tinha a sua cara. Seguramos o choro. Era um momento leve. Deixar você lá não foi a parte difícil. Foi mais uma despedida apenas.
Voltamos para casa com a metade que sobrou para o nosso último passeio.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Aperta daqui, espreme dali, tapinha acolá


Domingo, frio, chuva, tédio, cachecol, gorro, centro de São Paulo, teatro com amigas. A peça? Olivier, fusca e fogão…
Entra em cena o homem. Alto, charmoso, com sotaque sexy, cabelo grisalho e nariz grande, que nariz!
A peça começa, sem muitos detalhes para mim, pois o texto, não era importante, ele cozinhando era um detalhe, mas ele sorrindo era tudo. Não sou crítica teatral mesmo.
A parte que prestei atenção foi a hora que ele põe a mão na massa. Isso aperta, hum, tapinha na massa, mais um, assim. E os braços? Ah! Que braços os padeiros tem. Ou será que só os padeiros franceses? Os portugueses não são assim tão fortes, ou são? Passei a achar que frequentar as cozinhas das padarias, deve ser um passeio interessante.
No final da peça, aquele cheiro gostoso de pão, a vontade de morar para sempre naquele teatro transformado em cozinha e com o francês me alimentando, eis que chega o auge, fez até calor e ele lá, pessoalmente repartindo o pão, do ladinho, assim, de mim. Tive medo de olhá-lo nos olhos e ficar cega com o sorriso, as ruguinhas e os cabelos grisalhos.
Se foi boa para os homens, eu não sei. Mas mulheres, além de comer com a boca, os olhos ficam bem alimentados.

Foto: divulgação