quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010

Dizem que no ano novo, todos renovam as energias, as esperanças, as crenças.
Dizem que vestir branco traz sorte, comer uvas traz dinheiro, pular ondas traz renovação.
Dizem que calcinha vemelha atrai paixão, rosa amor, verde esperança.
Dizem que na passagem do ano tem que se fazer tudo o que mais gosta para o ano inteiro ser bom.
Dizem que tem que usar roupa nova, sapato novo, sonhos novos.
Dizem que fazer uma lista de promessas para cumpri-las é bom.
Dizem que ir nos Capuchinhos traz proteção para o ano todo.
Dizem que jogar rosas, perfumes, dinheiro para Iemanjá traz fartura.
Dizem que tem que estourar champagne, beijar o amor da sua vida, comer as uvas, pular as 7 ondas, ver os fogos, vestida de branco, tudo ao mesmo tempo naquele segundinho da virada é sinal de um ano perfeito.
Eu já não acredito neste segundo mágico onde tudo deve ser feito ao mesmo tempo para a vida se renovar. Acredito nas atitudes que mudam no decorrer do ano e que através delas conquistamos novas coisas positivas para a nossa vida.
Para mim, 2010 vem com cara de alívio, finalmente, ufa, até que enfim já era hora de deixar este velho 2009 no passado.
Obrigada 2010 por chegar logo. Venha rápido, vem depressa. Quero os dias que vem com ele, quero os sonhos que plantei nele, quero as esperanças, os gostos, os desejos, os suspiros, as alegrias e os choros contidos que me fazem acreditar que ele será um bom ano.
Feliz 2010.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Natal sem cara de Natal

Este Natal não teve cheiro de Natal, não teve cara de Natal, não tiveram rituais de Natal. Este ano o Natal pareceu um dia comum com troca de presentes, sorrisos simpáticos, pessoas amigas, mas não era Natal.
Natal tem que ter sapatinho no corredor, busca infinita por presentes perfeitos, parabéns para você no bolo para Jesus, Copacabana enfeitada, família reduzida... É, este ano não teve nada disso. Nem pareceu Natal. Nem chorei, nem teve a meia noite com o cumprimento feliz e sincero. Teve um brinde, uns abraços, algo estranho e diferente.
Foi bom. Foi um novo Natal que provavelmente veio junto com a nova vida. Foi um Natal onde o cheiro foi outro, o gosto foi outro e todas as novas cores deste Natal foram felizes e leves.
Continuo acreditando em Papai Noel e sei que ele me deu este Natal sem cara de Natal para ver que na vida tudo podemos mudar e nos adaptar e só cabe a nós nos abrirmos para coisas que podem ser diferentes e boas. Papai Noel não me deixou presentes no sapatinho, me deixou amor, saudades e muitas certezas, a principal delas é que na vida tudo muda, menos as nossas crenças.
Obrigada Noel.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

35. Sem crise?

Para chegar aos 35 eu mudei. Mudei de Estado, de cidade, de qualidade de vida, de casa, de tudo. E aqui estou eu, em uma vida totalmente nova completando mais um ano. Arrumei tudo para chegar aqui hoje e dizer: "35, sem nada a desejar". 35 sem planos para fazer a não ser o de continuar a ser feliz.
Fazer 35 anos assim é fácil. Facinho. Nem estou em crise. Nem estou me achando velha. Nem estou nada disso. Não, não estou nem aí.
Pára o mundo, "Passei dos 30", sem crise de aniversário? Sem crise por mais um ano de vida? Bem, não devia desejar nada mesmo, mas sou mulher e como toda mulher existe sempre algo a mais para se desejar e como toda mulher, odeio envelhecer.
A partir do dia 22 de dezembro estarei mais para 40 que para 30, estarei mais pra lá que pra cá, estarei com os números aumentados e as evidências da vida descendo ladeira abaixo e de bob no cabelo. Socorro!!! Porque a idade chega, os números crescem, o tempo passa. Porque?
Dá para desejar fazer 35 sem nada ligado a células mortas, envelhecimento, rugas, hormônios alterando virem junto? No pacote? Despencando? Empelancando? Desmoronando?
Alguém sabe se o Pitangui tem um neto que opera e tem horário para hoje?
Feliz 35 para mim e para minhas saias curtas e para todos meus lacinhos no cabelo. Feliz 35 para minhas células que hão de não me abandonar agora. Feliz 35 para mim e para vocês que envelhecem comigo. Feliz 35 pra gente.

PS. A viagem? Vão render uns 20 posts... aguardem.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Isso não te pertence mais

Morando aqui descobri que existem coisas que agora não me pertencem mais: Mussarela de búfala, Ovomaltine, arroz arbório, pão francês, Colgate Professional Clean, pedicure que faz massagem no pé, banho em pet shop, rúcula, queijo de minas, pastel de feira, queijo parmesão ralado na hora, pele macia, calça jeans, salmão, sashimi de salmão, temaki de salmão, brigadeiro, Amor aos pedaços... Você pergunta muitas vezes às pessoas por algum destes itens, que te olham com cara de "han?" e você fica parecendo uma frustada reclamando que o pão francês é ruim, o risoto é feito de arroz normal e Sorriso não é pasta de dente que eu gosto e aprende que tudo isso que para quem mora em São Paulo parece óbvio de se encontrar e para você agora se tornou artigo de luxo.
Muitas coisas fazem falta nesta minha nova vida calma e pacata que resolvi viver, mas me fazem pensar que país é este que segregam as pessoas por marcas e gostos? Quem mora aqui no Nordeste não merece um croissant? Um risoto bom? Uma rúcula gostosinha? Um bolo de mousse do Amor aos Pedaços?

PS. O que me pertence agora são as férias que vou tirar, uma semaninha aqui no Nordeste mesmo, Fernando de Noronha, Fortaleza e Natal volto no meu aniversário aguardem o post de feliz 35 para mim. beijos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Notícias fesquinhas

Aqui não tem jornal, não tem rádio local, não tem revista, não tem nenhum veículo de comunicação que conhecemos, assim, não tem como a notícia se propagar a não ser pelo bom e velho boca a boca ou no polpular conhecido como fofoca de vizinho. E como quem conta um conto aumenta um ponto imagine como a notícia chega?
Mas para amenizar este problema existe uma mídia muito eficaz e rápida que a cidade grande deixou de lado por motivos óbvios que é o carro de som, aqui mais precisamente a bicicleta de som.
Atráves do som "mono" ouço as novidades fresquinhas da cidade: Exame de vista grátis na ótica local, o óculos parcelado em 4x sem juros, basta levar RG, CPF e comprovante de residência. Onde? Em frente a Igreja Universal perto da praça da televisão.
Sim gente, existe uma praça onde a televisão é coletiva e Igreja Universal existe em qualquer esquina, mas ótica que faz o exame de vista de graça para toda a população? Eu não sabia que isso podia ser feito. Será que lá tem todos os equipamentos necessários? Bem, a população local ficou feliz e deve ter feito fila na ótica e enquanto esperavam na fila viram TV ou oraram um pouco.
Outro dia, andando pela rua eu ouço umas moças passando e falando: "Vamos lá ver o menino afogado". Eu espichei meu ouvido e pensei: "Que coisa mais mórbida, ver o menino afogado? Será que elas vão ver o corpo estirado lá na beira do mangue? Isso é legal?" Eu, recriminei na minha cabeça, mas depois entendi quando a bicicleta sonora passou anunciando a morte do menino de 2 anos afogado no mangue. Ouvindo a notícia eu pensei que se tivesse um jornal local, mostraria a mãe da criança chorando contando o que aconteceu exatamente, a avó desmaiaria e todo o sensacionalismo que a notícia "merecia" seria mostrada. Mas com a notícia fria sem detalhes ouvida pela bicicleta de som, cabe ao povo que se interessa ir ver de perto, conferir e fazer da sua notícia uma parte da história a ser contada.
Os choques culturais são muito grandes quando se sai de uma cidade como São Paulo e vem morar numa praia de Pernambuco, pois fico indo além e pensando em como será que se sabe se o vereador daqui não esconde dinheiro na meia, ou se a praia teve o dia mais quente, ou notícias simples como a inauguração de um bistrô, ou então o aumento da passagem da lotação. Como que a notícia se propaga quando o assunto é comum de todos? No boca a boca? A bicicleta de som sai anunciando? Haja perna para o menino que anda nela o dia todo com os alto falantes mono estridentes.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Aline, Dona Flor, Zelda Scoth, Renata Cintra?

Ter um marido dá trabalho. Imagina dois? É caso para enlouquecer, virar lésbica, tomar rivrotil, sair pelada gritando, vocês não acham?
Pois bem, eu agora tenho dois maridos. (Óóóó mão na boquinha de susto?) Achei que a vida estava calma demais, então, um amigo do Renato estava muito tristinho em São Paulo, quase enlouquecendo naquele processo todo que eu já vivi e chamamos ele para morar com a gente. Chegou cheio de bagagens, vara de pescar, bagunça ao cubo e se instalou.
Agora enquanto um marido sai para trabalhar outro fica em casa e vai para a praia comigo, depois faz o almoço, afinal este meu novo marido é chef de cozinha internacional (está bom pra você?), e a noite enquanto um marido dorme de cansaço do trabalho, outro adora ver filmes até tarde comigo.
Enquanto um prepara um peixe com molho de manga para mim, outro fica tomando cerveja.
Quando brigo com um, vou bater papo com o outro e vice versa.
Quando a bagunça de um eu termino de arrumar, a do outro já está pronta para a arrumação não ter fim, infinitamente.
Quando os dois se unem nas suas conversas e divagações eu me excluo no meu cantinho feminino para não pirar.
Este meu novo marido é muito atrapalhado e distraido o que me faz ter acessos de riso intermináveis.
Estamos pensando em montar uma banda chamada "Os retirantes", sobrou para mim tocar baixo, coisa que não sei nem como começar, mas tempo é o que me sobra nesta nova vida.
Só fico pensando que será muito triste quando ele for embora do nosso triângulo nada amaroso e quiser sua própria casa, pois a vida ficou muito mais divertida assim.
A vida é fácil para vocês na cidade grande? Aqui em Porto das Galinhas, bairro pacato de Ipojca nos cafundó de Pernambuco nada é simples, nada é básico, nada é calmo.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Seu Chico, não abusa!


Sou devota de São Frascisco, não sou religiosa, nem carola, nem frequento igreja, mas São Francisco tem algo que me cativa. Ele sempre fez a parte dele direitinho com meus cachorros, eles vivem bem e com saúde sem nenhum susto no meio do caminho. Em homenagem a ele coloquei o nome do meu caçula de José Francisco (é, o Zézinho se chama José Francisco), mas ultimamente Seu Chico anda abusando de mim.
Quando cheguei aqui, logo na primeira semana, o jardineiro estava capinando o mato alto do terreno e acabou atingindo um jabuti, que rasgou o casco, lá fomos para o veterinário com o jabuti na mão, descobrimos que era uma jabuti fêmea na verdade, e ela morrendo de medo da gente, fez suas necessidades básicas na varanda de casa, na minha mão, no meu pé, no caminho todo para o veterinário, enfim, sorte que nada atingiu ela gravemente e achamos o dono dela.
Depois foi o dia que um timbu entrou aqui em casa, Zézinho (sempre Zézinho) pegou o timbu, mordeu o pobre bicho que morreu aqui em casa, como era muito tarde, deixamos o pobre bicho no terreno vizinho para no dia seguinte fazermos o enterro, mas quando acordamos descobrimos que o timbu safado deve ter se fingido de morto, pois ele sumiu sem deixar vestígios.
Aí, se não bastasse, outro dia entrei no meu quarto e em cima da minha cama vejo o Gagato (o gato que Zézinho tinha explusado de casa), até aí tudo bem, ele aparece às vezes ainda para ganhar uma comidinha, um carinho gostoso e volta para a vida dele na rua, mas só que desta vez ele apareceu com uma gatinha de colerinha rosa, dei o nome de Mel, os dois ficaram na minha cama sem cerimônias, cada um no seu travesseiro preferido, deitei entre eles, brinquei um pouco, e agora eles resolvem aparecer no meio da tarde e ficam me chamando para eu alimentá-los.
Depois, ainda teve o outro timbu bebêzinho que resolveu se esconder no outro quarto de cima da casa, lá estava ele, bem pequenininho, assustado, tiramos ele do quarto, colocamos no quintal e ele sumiu, mas tenho quase certeza que está se criando aqui dentro em algum canto.
E hoje como se não bastasse, tudo isso que meu amigo Seu Chico me manda para cuidar, acordei com um gato na janela, olhei para ver se era um dos meus folgados amigos de sempre, mas era outro felino, peludinho, bem bonitinho, que me acordou às 6 da manhã, entrou no meu quarto, pediu comida, deitou na minha cama e resolveu se unir ao triângulo amoroso que mia.
É Seu Chico, tenho um altar cheio de imagens sua aqui em casa para poder sempre agradecer o que você faz pelos meus cachorros, sei que tenho te dado trabalho extra com meu caçulinha Zézinho, mas será que já não estamos quites? Hein? Daqui a pouco vou virar uma filial do Centro de Zoonose.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Redundância é...

... Thaís Araujo no papel de Helena falar para o médico: "Doutor, ando muito enjoada".

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A agitada vida de um vizinho do Zézinho

Faz meses que só vem um nome em minha cabeça "Zézinho", este nome invade meus sonhos, meus pesadelos, invade a minha casa, meus ouvidos, minha paz, minha vida.
Acordo ouvindo seu nome, durmo ouvindo seu nome, queria muito conhecer quem é Zézinho. Este nome sempre veio seguido de um "cadê você?" ou um "já pra casa". Ah! Esta minha nova vizinha deve ter um filho muito levado, mas não entendia quando ela berrava "deixa o gato! Não pega ele, não" ou ainda "solta, solta, não morde isso, cospe, cospe" Coitada este filho dela devia ser treloso demais, pensei.
Mas outro dia recebi a visita de um dos cachorros da vizinha, ele pulou meu muro, foi até a minha cozinha brincar comigo e depois ficou na piscina brincando com meus cachorros, bati lá e falei "vizinha, um dos seus cachorros está aqui" ela saiu assustada e disse "só pode ser o Zézinho" percebi que meus delírios agora tinham um rosto, um rabo e pelos, muitos pelos.
Então Zézinho é um cachorro? E faz toda esta algazarra nesta família? 5 da manhã já vejo minha pobre vizinha me acordando e saindo de casa de pijama procurando o tal peludinho dela, em seguida seu marido de moto.
Agora quando estou na rua já procuro e sei que vou encontra-lo desde que ele resolveu morar na rua toda noite. Assim que a minha vizinha vai dormir, lá sai ele pulando o muro, rasgando a cerca e subindo na caixa d'água para se libertar.
Semana passada, eu estava na praia e vejo meu amigo de 4 patas, chamei em alto e bom tom "Zézinho!!!" E lá veio ele feliz falar comigo, peguei meu carro ele entrou e cheguei em casa com ele ao meu lado: "Vizinha! Olha quem eu encontrei na praia." Ela saiu de casa com cara de acabada, mas feliz e falando: "Graças a Deus, Graças a Deus, não sabia mais aonde procurá-lo"
Bem, são 9 da noite, acho que vou dormir mais cedo hoje pois amanhã sei que às 5 da manhã a minha pobre vizinha descabelada e de pijama irá me acordar, sair pela rua berrando "Zézinho, Zézinho já pra casa".

PS. Para saber mais sobre Zézinho, leiam o que o Daniel escreveu carinhosamente sobre ele. Divirtam-se: http://danielrbo.blogspot.com

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Vivendo o agora

Desde que cheguei em Porto de Galinhas, vivo tendo pequenos acidentes. Levei mordida separando briga de Zézinho com Fuka, tomei anti rábica, conheci o hospital de Nossa Senhora do Ó e do Cabo de Santo Agostinho, cai da escada, furei a sola do pé na praia, prendi meu dedo montando a cama, machuquei minha perna separando outra briga canina, unha encravada, cicatrizes novas no joelho...
Enfim, comentei com uma amiga minha e ela me disse: "Você está vivendo agora". E é verdade. Quando se passa 10 horas do seu dia fechado num ar condicionado de uma empresa, 2 horas no trânsito, 8 horas dormindo, 1 hora comendo, 2 horas vendo TV e 1 hora arrumando a casa todos os dias, não sobra tempo para se viver, se machucar, se acidentar, correr atrás de Zézinho, regar a grama, se molhar, andar na praia e fazer das 24 horas do dia algo que faça com que a vida fora de casa deixe marcas.
Estou adorando meus novos acidentes, me divertindo com as minhas novas cicatrizes que ensinam que existe vida para viver e que a hora para viver é agora.

domingo, 15 de novembro de 2009

Abaixo a caretice

Uma moça de 20 anos, sai de casa para ir para a faculdade, coloca a sua mini saia rosa, entra em uma universidade paulista e é ovacionada como uma mulher a frente do seu tempo, é da turma dos que formam opinião, dos que se rebelam, dos que pensam, agem, entram em luta contra a ditadura e a opressão.
Esta moça, sabe que em uma universidade se aprende a confrontar, a pensar, a diversificar os conhecimentos e as escolhas, elas foram criadas para formar mentes para o futuro e esta moça, sabe disso.
Estamos nos anos 60, onde muitas meninas disseram que não queriam mais fazer apenas o curso "normal" para serem professoras primárias, queriam ser cientistas, astronautas, engenheiras, médicas, para acompanhar toda esta liberação usavam mini saia, biquini ousado de duas peças, se libertaram das funções de esposas e donas de casa. A mini saia era apenas um reflexo disso. Não é sua roupa que dizia quem era esta moça de 20 anos, era a atitude, uma consequência, ela pode vestir o que quiser, ela se libertou, ela estuda, ela fuma, ela faz sexo sem casar, ela lê Sartre, ela tem opinião.
50 anos depois, outra moça de 20 anos não pode mais usar sua mini saia em uma universidade sem causar outra comoção nacional, sem ser vaiada e xingada, estamos falando ainda de uma mini saia? Não. É mais que isso que a moça da Uniban enfrentou. Neste país tropical que na TV vemos dançarinas de funk dançando para closes de câmeras quase ginecológicas, vemos homens de terno e gravata matando e roubando e lindas moças de tailler sonegando impostos absurdos incentivando contrabandos, aquela moça de 20 anos que usou uma simples mini saia rosa em 2009 foi pagar o pato por que mesmo?
Será que agora nas universidades mulheres terão que vestir uniformes? Mulheres vão se masculinizar ainda mais para poderem ser respeitadas?
Uma mini saia causou sim uma revolução para nós mulheres, uma boa revolução no passado, esta nova revolução que veio agora, eu não quero fazer parte, não quero acreditar que a cabeça dos jovens de hoje julguem uma pessoa pela roupa que veste, não quero viver em um mundo que o futuro estará nas mãos de pessoas que condenam e absolvem com o preconecito e a caretice como armas.
Quero continuar a usar a minha mini saia rosa, aos 35, 40, 45 anos sem que alguém tenha alguma coisa a ver com isso. Quero acreditar que a juventude não vai se encaretar ainda mais, pois jovem que não ousa nem inova e apenas recrimina vai melhorar em que o nosso futuro?
Abaixo a caretice!!!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

No mercado

Hum, vou comprar um chocolatinho para decorar o bolo, ah! posso fazer uma panqueca de chocolate, derreto o chocolate em banho maria e coloco no recheio e sirvo quente senão fica duro, ah! posso colocar creme de leite com o chocolate no recheio da panqueca, ai, que coisa de gorda, agora você coloca biquini todo dia e neste calor compre frutas, mas um chocolatinho cairia tão bem, frutas, chocolatinho com banana, hum, frutas ok, vou comprar frutas, onde ficam os chocolates neste mercado, frutas, frutas, chocolate, chocolate, frutas e chocolate uma coisa não anula a outra, não? Não. Não anula, compre frutas e uma barrinha de chocolate pequena, bem pequena, minúscula, um talento de 4 quadradinhos, ah! Talento de 4 quadradinhos não engana ninguém. Frutas, decidido.
- Oxê, onde ficam os chocolates, moço?
- No freezer, junto com a manteiga.
- Uia.
Num lugar que faz tanto calor que o chocolate fica no freezer junto com a manteiga, decidido, vou comprar Uva.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Bate-papo de finados

Será que precisa de um dia no ano para que as pessoas se lembrem dos que se foram? Falam: "Opa, hoje, vou lembrar da minha avó". Este feriado teria mais sentido se no dia 2 de novembro, pudéssemos dar uma ligação para os nossos mortos, só uma, por 5 minutos, eu ligaria para meu pai:
- Oi Paizão. Que saudades.
- Oi Amoreco.
- Como você está?
- Bem e você?
- Bem também, o que você conta daí?
- Ah! Tenho feito tantas coisas, outro dia fui nadar com um cavalo.
- É? O cavalo era bravo?
- Era muito bravo, mas domei ele rapidinho, agora quando me vê, vem atrás de mim para fazer festa. Parece um cachorrinho.
- Jura? O que mais?
- Ah! O de sempre, me pedem conselhos sobre tudo e como eu sei de tudo sou muito requisitado, encontrei muitos amigos aqui e fiz alguns novos.
- Imagino - sorrio um pouco - e já foi pescar?
- Fui, na praia outro dia te ver, aproveitei para pescar.
- É?
- É, você não me viu, mas você me sentiu, né?
- Senti sim pai, na hora começou a tocar a música "Mais que nada" no meu mp3, não foi?
- Foi sim, minha filha, era eu.
- Pescou algo grande?
- Não, você sabe que só pesco peixinhos, você sim era uma pescadora melhor, pescava os grandes, desde pequenininha.
- Nunca mais pesquei.
- É, eu sei. Preciso desligar. Amanhã nos vemos de novo no mar?
- Com certeza. Amanhã cedo estou lá, olhando para você, pai.
- Te amo amoreco.
- Te amo, até ano que vem ou até amanhã.

Isso sim seria um feriado que faria sentido...

sábado, 31 de outubro de 2009

Eu odeio feriado

Sabe aquela pessoa chata do seu trabalho que diz: "Feriado só serve para acumular trabalho" ou ainda "Com tanta coisa para fazer, tinha que ter um feriado, droga" ou "Feriado é coisa de brasileiro para não trabalhar", eu sempre odiei estas pessoas, e o pior, elas existem, juro. Já ouvi coisas absurdas deste tipo que me faziam ficar com cara de coxinha, murchar minha alegria e fingir que também estava tão ocupada e preocupada (ah! até parece). Feriado é coisa sagrada para os legais trabalhadores (que não é mais o meu caso), só os chatos odeiam feriado, os chatos ou as pessoas mal amadas.
Pois bem, agora que moro em cidade de veraneio eu passei para o clube dos chatos e mal amados e isso me preocupa muito, feriado para mim virou pesadelo de verdade.
A praia fica suja, cheia, barulhenta, as casas vizinhas ficam lotadas de pessoas felizes demais que chegam na praia e fazem "Uhu!!!", ligam o som no máximo com a música mais cafona que existe e ficam até às 4 da manhã te acordando com risadas exageradas, gritinhos histéricos (aposto que acharam uma barata voadora*) e berros de "vira, vira, vira" seguidos do "tira, tira, tira".
Sem contar que no feriado fico sozinha em casa, pois meu marido trabalha feito louco (tá, são nos feriados que ele ganha dinheiro), então, coloco meu mp3 com músicas calmas, declaro mantras, ohmmmmmm, respiro 30 vezes e ainda assim continuo irritada.
Me diz, eu virei uma daquelas pessoas odiosas mesmo, ou é uma fase? E, dia15 de novembro não será feriado, né? OBA!!!

* nota da blogueira: barata voadora, tema para um outro post.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Velha infância

Hoje senti saudades de uma infância que não foi a minha, não morei em casa com pé de cajú, não tomei banho de esguicho, não ralei meu joelho caindo de árvores, não cuidei dos gatos de rua, não peguei perereca na mão para ver se era gelada, não tenho cicatrizes de pular muro, não cortei o rabo da lagartixa... Podia ficar aqui infinitamente contando coisas que senti falta na minha infância por morar sempre em grande cidade, na metrópole que nos anos 70 eram mais seguras, porém de pedras e concretos, com salões de festas e playgrounds.
Hoje fechando meu portão fiquei parada revivendo esta infância distante que não foi a minha. Três meninas passavam pela praça que tem em frente de casa, voltavam da escola com suas mochilas, rabos de cavalo e uniformes quando viram uma mangueira regando a grama, se olharam, largaram as mochilas e embaixo do sol de meio-dia se deliciaram ali, na água, nos esguichos rodando, corriam atrás dos jatos com seus uniformes e de novo pulavam para pegar mais água, empurravam uma a outra, rolavam na grama e se molhavam mais.
Fiquei ali parada por minutos que pareceram horas, pois lembrei da sensação de roupa molhada no corpo, quis ser criança, me juntar a elas, brincar de pega-pega, esconde-esconde, polícia-ladrão, queimada, molhar meu uniforme branco, revivendo algo que nunca vivi.
Quando acabou a brincadeira, elas pegaram as mochilas e retomaram o caminho de casa, com um sorriso lindo e encharcadas. Eu entrei em casa sorrindo. Sei que a mãe delas vai dar a maior bronca, brigar, esperniar, pois ela não vai entender como essa brincadeira foi importante para elas e para mim.

sábado, 24 de outubro de 2009

Vem Zézinho...


Numa segunda-feira ensolarada, 7 da manhã, calor de matar, resolvemos levar os 4 caninos para a praia. Que ideia feliz. Eu e Renato com Fuka, PTK, Zézinho e Tróia chegamos na praia, cantinho calmo e vazio. Soltamos as coleiras. Que alegria, olha como estão felizes, que coisas mais lindas, olha o Zézinho como está feliz, PTK mordendo as ondas, Fuka surfando e Tróia latindo.
- Renato, você não acha que o Zézinho está indo longe demais?
- Não, ele vai voltar.
- Jura? Onde ele está?
- Filho da ∆@&ƒ*#, corre ele está fugindo.
5 km depois...

... achamos Zézinho em Maracaípe brincando com outros "amigos" que encontrou pelo caminho, eu aos prantos, Renato exausto, PTK mancando, Fuka saltitante e Tróia deitando.
Já sei quem não será convidado para a próxima praia, numa segunda-feira ensolarada, às 7 da manhã.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Daqui para o final do ano...

Na região daqui existe apenas um marceneiro, o Joãozinho. E este Joãozinho que sabe viver, descobri isso e passei a adotá-lo como meu ídolo de infância.
Renato precisa urgente que ele conserte umas janelas para a pousada e liga:
- Joãozinho, e minhas coisas?
- Sabe como é Seu Renato, estava com pouco trabalho e dispensei o pessoal.
- Mas e o meu trabalho?
- Não se estresse que estou fazendo. Daqui para o final do ano está tudo pronto.
- Mas quando você vem aqui? Estou há 3 meses esperando.
- Daqui para o final do ano. Ó, já estamos em outubro, até dezembro se tudo não apertar eu apareço.
- Mas já está pronto? Eu vou pegar.
- Olhe Seu Renato, pronto, pronto, não está, já cortei as madeiras só falta juntar, visse? Mas não se aperreie, até o ano novo está aí.
E assim Joãozinho vive feliz. Daqui para o final do ano tudo se ajeita. E ele fala isso como se estivéssemos no meio de dezembro, e vi, que este stress e esta maneira de ver as coisas com os olhos e a correria de São Paulo é o que faz com que sejamos menos felizes.
Minha irmã me ligou chateada, pois o negócio dela deu uma parada, e eu agora sábia da filosofia Joanesca digo:
- Mas Dea, sigo agora meu guru, o Joãozinho marceneiro, daqui para o final do ano tudo se acerta.
Para que a pressa? O quarto está parado sem janela, sem poder hospedar ninguém, mas para que se estressar? Daqui para o final do ano, tudo tem jeito.
Sei que até o final do ano ele não vai aparecer e aí mudo meu lema junto com ele, "Daqui até o carnaval, tudo tem jeito"...

domingo, 18 de outubro de 2009

Alien, o rebelde

Desde que cheguei aqui em Porto de Galinhas para morar, percebi uma coisa estranha acontecendo comigo. Algo que não devia começou a se rebelar de maneira descomunal, de modo que preciso agora chamá-lo por um nome próprio, como se ele resolvesse ter vida fora de mim, vida paralela, vida independente.
Tudo começou no primeiro dia de praia, ele saiu do meu controle ali, naquele instante, e de lá para cá, cada dia de praia tem se tornado algo que exige muito de mim para educá-lo.
Ele quer ficar livre, solto, da maneira que o vento permitir, ir sentindo as ondas (e que ondas), ele quer mostrar que está ali e que manda no pedaço.
Mas eu me prometi não mais tentar domá-lo de forma tão violenta, com corretivos, ajoelhar no milho, passar ferro, formol, chapa, secador...
É, meu cabelo anda com algo estranho de rebeldia em excesso, querendo ir para Woodstock, fazer parte do movimento Black Power, ser do fã-clube da Vanessa da Matta ou do Wilson Simoninha e a cada dia vejo que o nosso fim será um só, ou ele ou eu sobreviveremos a este ataque.
Que vença o melhor.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Oxê, quanté?

Semana passada fui para Recife passear com uma amiga no Mercado São José, eu com meu jeitinho carioca paulista de ser:
- Oi, por favor, quanto custa isto aqui?
- 25 reais. Respondeu o vendedor da barraquinha com sorriso de orelha a orelha.
Minha amiga me olhou e disse "Não custa nem 10 reais, pergunta com sotaque" e me ensinou a falar direitinho:
- Oxê, quanté? - Mas tem que falar bem rápido.
E para confundir o vendedor pergunta rapidinho o preço de outras coisas:
- E esse? E esse? Este aqui? Oxê. Apontando para todos os lados.
Esta dica preciosa tem sido aplicada em tudo desde então, na praia, na tapioca, nas lojinhas, pagar mais caro por causa do sotaque, oxê, nunca mais.

domingo, 11 de outubro de 2009

Ele sabe, ela desconfia (um conto)

Ela ouvia sim, eu caso, ele dizia não, vamos dar um tempo, ela ouvia os sinos, ele as sirenes, ela acreditava nas meias verdades dele e ele nas meias mentiras dela, e nunca saberiam quais seriam as verdadeiras, quais eram as corretas e certas para se seguir.
Ela com mais de trinta, ele também, ela pintava seus fios brancos, ele deixava todos ali a mostra, afinal era seu charme, passava um ar de confiança. Ela nunca quis contradizê-lo, ele sempre discordava dela.
Num mundo de opostos a vida continua, entre uma acomodação daqui, uma mentira dali, uma incerteza sempre a batucar, pois em que mundo ela e ele se completariam como nos contos de fadas.
Fadas? Elas não existem - ele berrava com ela.
Han, han - ela aceitava para não discutir.
Mas o sonho existe em algum canto das diferenças. Ela sempre se perguntou o que aconteceria depois do sim, do felizes para sempre, porque as histórias não continuam, não mostram os filhos nascendo, os cachorros ficando velhos, o amor amornando. Depois do sim acaba a vida?
Ela sempre via "E o vento levou..." na esperança dela construir seu próprio final onde Scarlett acha uma maneira de ter Rett Butler de volta, já que "Tomorrow is another day".
Ele, achava que era tempo demais para perder vendo este filme, afinal em 4 horas se pega um avião e voa até muito longe. O cálculo de horas para ele era diferente também do cálculo de tempo dela.
Ela ria de si, ele ria dela. Ela ouvia os conselhos da sogra, ele odiava sua mãe. Ela aceitava tudo pois depois dos trinta, pode ser a última chance de se ter uma família.
Triste - ele pensava.
Determinação - ela retrucava.
Assim o medo da mulher balzaca entregue ao relento de uma vida solitária, enquanto ele poderia procriar até muito mais tarde, aliás quanto mais tarde e melhor sucedido, melhor seria seu passe. Ela os anos não ajudavam. Menopausa uma palavra não tão distante, infertilidade também, morrer sozinha dava arrepios.
Enfrentar, aceitar, se calar. Se rebelar, enrraivecer, crise choro, pânico. Postura reta, carro esporte, jogar squash. Quãos absurdos podem ser os desejos dele e dela. Lá de perto alguém via e tentava dar conselhos, mas o melhor conselho é que o dia passa, o tempo voa, e tudo na vida tem fim. O fim? Só ele que descordava e ela que concordava, era enfrentar uma nova vida. Outra vida. Que vida? Só ele poderia saber. Ela imaginava. Ele estava meio calvo em cima, em poucos anos seria careca. Ela uma lipo e uma andada no parque.
Planos feitos tchau sem sofrimentos, nenhuma dor dura para sempre.
Ela descobriu diversos talentos, ele que a calvice era inevitável e que sentia uma barriga apertando sua cintura. Ela aceitou a idade, ele se escondia dela. Ela ouviu sirenes, ele sinos. Era tarde. Era bem tarde. Tarde demais para se lembrar dos motivos, das meias verdades, dos contos de fada. Era hora do destino aparecer e cuspir na sua cara "Você não tem mais 20 anos, moço" e ela ouvia o destino dizer "Melhor a cada dia".
Dia, tempo, horas, ela tinha de sobra, sem preparar o banho especial das quintas-feiras dele, nem engomar suas camisas, tempo, era algo que lhe sobrava agora com salão, depilação, caminhadas, yoga, reunião da Tapeware. Qualquer lugar é lugar, qualquer sorriso é simpático. Ele? bem, esquece, não vale a pena lembrar.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Um pouquinho de nostalgia

Desempacotando caixas passou um filminho da minha vida, são tantas lembranças em formas de objetos, muitas vezes sem valor nenhum, com histórias que são só minhas.
Um livro do "piu piu e frajola" que eu ganhei do meu mendigo quando eu tinha 3 anos, ele era meu mendigo pois todos os dias depois do almoço tínhamos que ir até a esquina da Barata Ribeiro em Copacabana onde ele ficava, levava comida e batia papo com ele, minha mãe me levava e eu dona de mim no auge dos meus 3 anos, ficava lá com o meu mendigo, ele comia e depois levávamos o prato de volta, todos os dias este era o caminho depois do almoço, antes dele mudar de "morada" ele me deu este livro, que guardei até hoje; uma caneta escrito Renata que meu tio Antônio me deu, aquele tio que eu jurava que era o Chacrinha; um avental com uma vaquinha pintado pela minha tia Helena; uma canga que comprei na última viagem com meu pai, a super 8 que ele me deu para eu ser cineasta; um quadro com uma foto tirada quando meu afilhado fez 18 anos em que os 5 primos estão juntos e felizes, coloquei perto do meu cantinho de trabalho; meu vestido de casamento; meu palhaço que estava na mesa de bolo do aniversário de 1 ano do filho de uma amiga, e de tanto elogiá-lo ela me deu, o que causou grande discórdia entre as amigas dela; um livro de costura que a Cláudia me deu como incentivo para meus futuros empreendimentos; uma Barbie Yasmim que ganhei da Kiki quando engravidou.
São muitos fantasmas, saudades, momentos que não voltam mais, mas que gosto de saber que estão perto de mim, gosto de vê-los como amuletos da sorte recheados de certezas e que preciso deles para me sentir em casa. Agora que tudo está no seu devido lugar, cachorros no quintal, caixas na reciclagem, estante da sala arrumada, sobra energia e força para recomeçar com o pé direito. Amanhã, que venha o sol para eu usar meu protetor solar novo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A chegada

Chegando em Porto só queria a minha cama, meu sono, meu sol e toalhas limpas, porém, nem tudo são flores nesta vida, entrei em casa e vi 81 caixas, é, minha mudança constava de 81 caixas, e todas elas estavam na sala, arranjei um cantinho no quarto para dormir. Dormir? Eu sonhava com isso, mas não, as emoções de 4 dias de viagens não acabam assim. Seria lindo chegar e tudo estar pronto te esperando, mala desfeita, cama pronta, papel higiênico no banheiro.
E como dureza nunca vem sozinha, Zézinho brigou com o Gagato (é, gente eu tinha um gato) e ele fugiu (o gato, não o Zézinho), PKT brigou com Fuka, Tróia (é, gente eu tenho uma rotweiller também, chamada Tróia) brigou com PTK, e em certa hora da noite todos brigaram com a gata prenha (é, gente tem ainda a gata prenha que vem comer em casa). Separadas as brigas, "mertiolate" para todos os curativos, veio a fase da cerca que não segurava Zézinho, Gagato que não voltou para comer em casa, pererecas pulando em mim, pernilongos não me deixando dormir.
Com as olheiras na altura do nariz, desmaiei na cama, ai que soninho (bocejo com espreguiçada), vento forte, varanda do quarto balançando cortinas. Sol nascendo, 7 da manhã de pé (nem na época de escola acordava tão cedo), hora do moço que vem limpar o jardim. É, eu tenho um jardim, cachorrada acordou de bom humor, sem brigas aparentes, desempacotando caixas. Sol? Praia? Aonde?
Ainda não vi o mar, o que pensando bem me faz crer que ainda não cheguei em Porto, estou numa espécie de purgatório antes de ir para o paraíso, vou desembrulhar a caixa nº 54 e já volto com a vida no lugar, depois de achar o Gagato.

PS. O nome é Gagato pois eu acho que ele é gago, acho não, tenho certeza. Absoluta.

sábado, 26 de setembro de 2009

Porque eu mereço

No segundo dia de viagem, dormimos em Jequié no único hotel da cidade que aceitou a galera, os cães não os sogros. O quarto era daqueles que você chora, roupa de cama desencontrada, banheiro imundo, a toalha de banho era tão dura e encardida que preferi me secar no sereno, mas na hora de ir embora eu vejo o tapetinho da entrada "Porque você merece!" Com exclamação e tudo, aí eu pensei, não, eu não mereço, isto é o anti slogan. Pensem "Porque você merece!" o quê? Mereço o carro de som na porta? Mereço os berros do culto da igreja que fica dentro do hotel? Mereço aquela toalha dura? Mereço os pernilongos? Mereço o café da manhã com risoles frito? Mereço o ralo do banheiro estar entupido e eu ter que desligar o chuveiro antes de nadar pelo quarto?
Mas como nem tudo no mundo pode ser assim tão sofrido, chegamos hoje em Aracaju. Que surpresa de cidade. A gente pensa em um Nordeste sujo, com axé, forró, sujeiras na rua, poluição visual e sonora, praias lotadas, trânsito infernal, tapioca pra todo lado, pois pensava assim por não conhecer Aracaju. Uma capital que é linda, limpa, prédios lindos, sem sujeira na rua. Aqui sim devia ter o slogan "Porque você merece!" Exclamação! 3!!!
Amanhã chego em casa, preciso me acostumar com a ideia de falar minha casa, pois minha casa tem grama, minha casa tem varandas, minha casa tem árvores, minha casa tem banco no jardim, minha casa é de tijolo, minha casa fica pertinho da praia, minha casa é em Porto de Galinhas, ou como diriam lá em Jequié, porque eu mereço!!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

3 horas ou 2672 km?

Podemos pegar um avião e em 3 horas estar longe da nossa cultura, nossa terra, dos nossos amigos, ou... ir de carro.
De carro vamos vendo a passagem da paisagem, a mudança da cultura, sentindo o aperto do peito minguar, dá tempo para as lágrimas secarem e a respiração aliviar. A distância devia ser contada em quilometros, metros, amigos esquecidos, nunca em horas.
Posso viajar de avião e em poucas horas estar em lugares tão distantes e nunca perceber o quão distante estamos do ponto de partida.
Para virar nordestina tem que fazer tudo direitinho: pega um carro grande, PTK, Zézinho, sogra, sogro e eu. Biscoito povilho. Obra na estrada. Ração. Água quente. Estrada, estrada, estrada. Primeiros 800 km de viagem, chegamos em Ipatinga e aos poucos vou deixando lá atrás a saudade e ficando mais ansiosa para a nova vida que me espera. Onde será que vamos estar amanhã?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dia cinza


O dia está cinza, nesta São Paulo, assim é mais fácil me despedir, pois adoro esta cidade com sol. Nos dias cinzas lembro que existe calor, existe sol, existe mar num lugar distante. Deixar esta São Paulo num dia cinza é fácil, fácil, fácil demais, o difícil é deixar as pessoas que moram dentro do dia cinza. Difícil é voltar a me sentir em casa numa cidade que não é cinza, não tem prédio, não tem o ar pesado daqui. Difícil vai ser acreditar que aquela vila distante vai me acolher e em breve chamarei de "lar".
É doído deixar algo que acostumamos, mesmo que caótica, a nos identificar. Reclamando do trânsito, sei que sentirei falta de pensar na vida enquanto fico parada na Berrini, sentirei falta do caos, da cidade que eu sempre disse que só existe, se entende e amamos, pois ela pulsa.
Pulsa num compasso de misturas e ideologias. Uma cidade que administra as diferenças, os desecontros, os desconfortos. Cidade que une, se choca e assim renasce, pulsando, batucando, se reinventando.
Adoro a São Paulo que pensa e sofre, e que da sua maneira torta de ser, acolhe. Sentirei falta de chamá-la de lar.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Noite Feliz

Bolinho de bacalhau, pastel de bacalhau, um português divino rondando, o chef da cozinha lindo de morrer, difícil escolha para 3 mulheres animadas, êta mulherada animada, cada história que ouvi ontem... este blog não vai ficar sem assunto por bons meses. Vivi com seu jeito doce e adorável, Claudia com suas histórias impecáveis e divertidas, eu lá, sem saber para onde rir. Garçom passa, varre, cadeiras pra cima, portas se fecham e nós lá, sem querermos ir embora.
Obrigada meninas por uma noite tão agradável, em fevereiro marcamos outro encontro com minha nova amiga real e minha amiga e ex vizinha de sempre.

Alan, amei meu presente, vai ficar lindo na casa nova.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Manhê, o caminhão da Granero chegou...

É, o caminhão chegou, os homens embrulharam minhas coisas, eu chorei, confesso, este foi meu cantinho de muitas alegrias, algumas tristezas, um monte de dúvidas, poucas certezas. Foi meu cantinho de solidão. Minha toca com uma rede no meio da sala. Minha janela até o chão. Minhas paredes laranja. Meu aquecedor ao pé da cama. Meus cachorros pulando. Meu chão de pelos. Meu ofurô improvisado.
Minha certeza de que consegui viver sozinha, aprendi a gostar da minha companhia, sei me virar. Minha casa que abrigou meu choro no cantinho do chão na fase mais difícil da minha vida. Minha casa que não tinha fogão. Um olho grego na porta. Uma proteção japonesa na entrada. Um astral. Um sol. O barulho da chuva. Um silêncio...
A casa vazia faz eco. Parece sem vida. Aparece em um passado distante demais.
Casa nova, vida nova. Aqui vou eu.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Quem quer comer bolinho de bacalhau?

Como todos sabem este blog passará a ser escrito lá de Porto das "Priminhas" como diz a Claudia, e para comemorar esta nova fase do Passei dos Trinta e atendendo os longos pedidos da Vivi (rs), vamos fazer um encontro. Dia 17. Lá no Seo Gomes - Rua Gomes de Carvalho, 1214, Vila Olímpia. Umas 19hs? Quem vai é só berrar sim, mas lembrando que só vale para quem passou dos trinta, ou está quase lá.
Vou adorar conhecê-las.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Orgulho


Do meu padrinho de casamento, meu estagiário, meu chefe, meu amigo, e agora é este cara que faz estas jóias incríveis. Preciso dizer que quero uma de cada?
Entrem no site e confiram.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

25th Avenue

Dia feliz começa cedo, com trânsito e barulho.
Dia feliz começa com fila no estacionamento, mal humor de funcionários.
Dia feliz começa no shopping perto da 25, lá, até IPhone é vendido por 250 reais. Onde de repente ouvimos berros: Fecha, fecha, fecha e num piscar de olhos fecham todas as portas e eu e minha mãe correndo do "rapa". Vai que nos confundiam com os Coreanos?
Dia feliz é parar numa loja de coisinhas de cabelo e achar uma peruca incrível, e comprar duas.
Dia feliz é não saber mais viver sem a peruca.
Dia feliz é comer Mc'donalds, passar álccol gel na mão a cada 2 minutos, correr dos espirros e pensar que devia ter levado uma máscara.
Dia feliz é levar bronca de estranhos pois não conheço as leis da 25 onde não se pode parar em cada barraca que atrapalha o fluxo de gente.
Dia feliz é às 3 da tarde parecer que levou uma surra.
Dia feliz é comprar um termômetro digital por 5 reais.
Dia feliz é chegar em casa e ver que comprou um pen drive que não funciona.
Dia feliz é ir na 25 com minha mãe, rir o tempo todo e ainda chegar em casa e ver que tem uma peruca linda para usar.
Alguém me convida para sair? Quero usar minha peruca.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Desafinando

Meu som do carro quebrou, agora ando com meu mp3 lotado de bossa nova. Porque ele tem tanta bossa nova? Eu sempre me pergunto isso.
Mas ao som de Desafinado fui entrando no meu bairro com o solzinho do final do dia, as plantas felizes, os cachorros passeando, os ônibus escolares voltando e me deu uma nostalgia "a la" Manoel Carlos quando vi que um novo prédio começou a ser construido hoje. Percebi que não verei ele crescendo, nem acompanharei o trânsito que vem com ele. Me senti uma Helena com meu dilema, meu drama pessoal, meu Leblon.
Fui ao mercado pela última vez e me deu vontade de chorar quando o caixa perguntou dos meus cachorros. Meu Leblon está desafinando preciso fotografá-lo na minha Roleflex para guardar esta imagem, pois quando eu voltar não será nada igual, perderei muitas coisas, muitas histórias, muitos dramas.
Talvez eu sofra este meu dilema de Helena, por ter a mania de falar com todo mundo que eu cruzo, acho que este é um hábito de quem mora sozinha, ou de quem é curiosa. Então, deixar o meu bairro desafinando é como deixar um monte de histórias, um monte de pessoas queridas para recomeçar. Terei que criar meu novo Leblon, meu novo dilema de Helena e meu novo desafino, porque no peito dos desafinados, no fundo do peito bate calado, é que no peito dos desafinados também bate um coração.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Se meu pai fosse vivo

Estaria hiper empolgado com a minha mudança. Não estaria feliz por ficar mais tempo longe de mim, mas estaria empolgado. Aposto que compraria um kit completo de pescaria para eu praticar e quando ele fosse me visitar usufruí-lo. Aposto que tentaria comprar um barco para deixar lá em casa. Com certeza compraria um "Banana Boat" de coco, para ficar bem bronzeado.
Estaria dizendo que eu ia ter um vidão, e que poderia contar com ele para tudo. Aposto também que iria chorar escondido. Iria dizer que o bom do Nordeste é que mesmo com chuva, a praia é ótima. Ia planejar um churrasco de camarão, acompanhado de algum prato bem sofisticado à base de lagosta ou vôngoles.
Aposto que iria ficar falando sem parar sobre isso. Incansavelmente para me animar.
Aposto que ia dizer que eu era louca em levar estes meus vira-latas e que ele iria deixar lá de presente pra mim uma caranguejeira, pois já que tenho tanto bicho, uma caranguejeira seria fácil de cuidar.
Aposto que quando eu ligasse para ele chorando dizendo que um morcego entrou em casa, ele iria rir e dizer que criou morcegos dentro da máquina de lavar roupa de casa enquanto a gente viajava em umas férias.
Aposto que estaria contando para todos os amigos dele, orgulhoso da filha e dizendo que eu ia ser a melhor designer de Porto de Galinhas.
Aposto que ele falaria para eu não parar de escrever e para cuidar da pousada que é a mais linda do mundo.
Aposto que tudo seria mais fácil e tenho certeza que eu iria com meu coração mais leve.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Descabela mulher


Na minha fase de deprê, baixo astral, cheia de crises existências, luto, neurastenia, ouvi muitos conselhos do tipo: é uma fase, se joga, muda de vida, vai fundo, é isso aí, se rebele, vai dar tudo certo, vai se fuder, não vá, fica, vai, cola os cacos, leia um mantra, ore, medite, faça terapia, conte até 6 e expire, leia o livro "a trégua" (que morri de chorar), faça algo que goste, vá à igreja, cartomante, mãe de santo, pai de santo, Iemanjá, oferendas, capuchinhos, se imponha, levante a cabeça, pinte as unhas, não use preto, use amarelo... Ufa, foram tantos conselhos.
Um certo dia uma amiga muito querida, me mandou um email que me marcou, não tenho mais o texto, mas a mensagem final era "descabela mulher" e dentre todos os conselhos foi o que segui.
Larguei o formol, guardei a chapinha, abandonei o secador, me libertei do chanel e descabelei geral, virei uma pessoa crespa e livre, dando um tchau à ditaura do liso absoluto. Quem nos disse que todas nós mulheres somos lisas? Eu sou crespa. Confesso. Pronto falei. Sei que o conselho desta amiga era no sentido de se deixar solta e ver onde a vida vai me levar, mas foi uma interpretação minha do texto, foi o que me fez perceber que as amarras que colocamos nas nossas vidas em busca de um padrão é mero comodismo, pois se libertar, ser crespa, deixar o vento te levar, exige questionar, dizer "não" em voz alta e aceitar que somos diferentes e que depois dos trinta, que se dane e se descabele mulher, vai viver sua vida e que se exploda a ditaura do liso, das frases prontas, dos sonhos esquecidos, descabele, desarrume esta gaveta de ideias guardadas, dos amores não vividos, das frustações não curadas, não perca mais seu tempo sendo lisa. Descabela mulher.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

No Limite da minha paciência

Se eu me inscrevo em um programa de televisão para passar fome, não passar condicionador no cabelo, dormir mal para ganhar 500 mil, o mínimo que eu exigiria seriam homens melhores que estes que escolheram. Não sobra um para matar a fome dos olhos, que horror! E pior, não existe prêmio diferente de feijão com leite condensado? Que tal dar um dia no salão de beleza?
E as provas? Todas são para correr, nadar e montar uma mandala cafona? Acham que isso vai dar ibope? Não me pegam mais, pois o limite da minha paciência é minúsculo, quem vai pra lá e não se acha o Rambo? E aquela tal de Índia? Ela precisa trançar os cabelos com pedrinhas? Afe, que coisa mais sem limites.
E fica registrado para qualquer participante de Reality Show: Deus deve ter coisa mais importante para fazer do que ouvir suas preces, pensem que existe fome, guerra, camada de ozônio, gripe suína, trem bala desgovernado, terremotos, maremotos, e por aí vai a lista de coisas com a qual Ele tem que se preocupar. Combinado?

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Aos 70


Nasceu em 39, se casou em 68, foi mãe em 70, de novo em 74, se formou em matemática, mas na vida subtraiu muitas coisas, perdeu o pai aos 5, a mãe aos 40, os irmãos ao longo da vida, o marido aos 68, e continuou a vida somando muitas outras coisas, somou bom humor e espírito jovial, somou paladares e carinhos, somou a sua visão única de ver a vida com auto críticas divertidas pinceladas pelo seu jeito debochado de ser e assim em 70 anos de vida, multiplicou as alegrias e os agradecimentos por tê-la por perto, dividindo com todos os mimos, cuidados e atenções.
A vida não é uma ciência exata, mas tenho certeza que o saldo desta vida tem sido positivo. Parabéns Dona Silvia você é a mais nova septuagenária.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O Senado

Duas coisas são certas na minha vida: não entendo nada de política e às vezes acho que me drogo. Com mais tempo livre em casa acabo vendo todos os jornais disponíveis na TV, mas no jornal da noite me choco mais, pois eles conseguem mostrar o dia no Senado.
Antes de ontem vi o Sarney falando coisas completamente sem sentido, ele disse que nunca empregou parente, nem conhecidos, mas empregou um afilhado, tem foto e tudo dos dois juntos. E depois disse que foi uma montagem as gravações com a voz dele, do filho, da neta, a respeito do emprego do namorado da neta, mas o cara está lá "trabalhando", mas as fitas foram falsas. E tem também aquele negócio dos atos secretos, se ele sabia, não eram secretos, portanto, assunto encerrado.
Depois no dia seguinte, vi o maior bate boca de doido, dois caras brigando do tipo: "Você é coronel e usa jatinho", "Uso sim o jato é meu, la, la, la", "É seu mas você se faz do que não é, "Me faço do que não sou, mas tenho jatinho só meu, la, la, la", "Você é feio", "Melhor ser feio do que bobo, mas tenho jatinho". Han?
Mas hoje eu juro que achei que estava sob o efeito de drogas fortes, juro, me examinem, quero o anti dopping, se não são drogas devem ser sintomas de esquizofrenia, pois em homenagem ao dia dos pais, o Senador Eduardo Suplicy, cantou Father and son do Cat Stevens, nada contra a música, nada contra Cat Stevens, nada contra Suplicy, mas era clima para tal? Afinal, hoje foi declarado que o Sarney sairá impune de tudo aquilo.
Bem, vamos cantar, pois quem canta os males espanta.

domingo, 2 de agosto de 2009

Tortura gratuita é...

Fazer depilação com este frio, alguém merece? As depiladoras devem estar falidas, se dependessem de mim estariam, pois nem eu vejo minha perna cabeluda quanto mais a depiladora. Quem tira a calça para uma estranha com este frio? Qual o limite de se ficar sem depilação suportado por um ser humano digno? Estou testando meus limites, dignamente, é para o bem da ciência e o futuro dirá: "A mulher que se sacrificou por nós mulheres vencendo seus limites para provar que não precisamos sofrer mais que o estritamente necessário, salva de palmas para Renata, entregando este prêmio Nobel da Paz do bom humor feminino", agradecerei o prêmio dedicando aos meus cães peludos em primeiro lugar pois eles me mostraram que ter pelos (é pêlos agora não tem acento, afff) no frio é legal, eles passeiam felizes mesmo quando está um dia indigno de se acordar e em segundo lugar dedico este prêmio ao "Pelo Menos" casa de tortura, ops depilacão, que não se enganem companheiras, tem este nome bonitinho, atendem sorrindo, mas nos torturam sadicamente com seus "kits higiênicos" contendo pinça, lixa e fitinha do Senhor do Bonfim, se nos dão fitinhas do Senhor do Bonfim, boa coisa não é. Obrigada. Aplausos. Clap, clap, clap.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Aula de logística

Eletrodomésticos 110v ficam, 220v vão, roupas de frio ficam, faqueiro de prata fica, sandálias vão, protetor solar vai, ácido retinóico fica, gorro fica, botas ficam, casaco de couro fica, geladeira vai, estante fica, carro fica, PTK vai, Zézinho vai, Caramelo fica, cobertores ficam, edredons vão, coleira de veludo da PTK fica, ferro de passar fica, violão vai, caixinha de costura vai, plantas ficam, amigos ficam, rede vai, saudade vai, frio fica, sonhos vão e tristezas ficam.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

(parênteses)

Querida loja C&A não engane a gente, as pólos fashions, básicas, listradas e bla, bla, bla só ficam lindas no Rodrigo delícia Hilbert.
Filhos pensem se seu pai é o Rodrigo delícia Hilbert antes de comprar pólos de listras horizontais, elas engordam.
Mas o mais importante deste parêntese: quem tem um pai como o Rodrigo delícia Hilbert? O Antônio Fagundes não aceitou fazer a propaganda? O Tony Ramos? O Marcos Nanini? O Ronny Von? Eles sim tem cara de pai.
Isso é enganar e iludir nós consumidoras. Eu não tenho mais pai, por isso não vou no PROCON exigindo que meu pai fique lindo como ele, o Rodrigo delícia Hilbert.
Fecha parênteses.

Finalmente

Para mudar precisamos arriscar, dar o primeiro passo, ter coragem, respirar fundo e encarar o que virá para o bem e para o mal.
Depois de 4 anos trabalhando na mesma empresa, mesma função, mesmo salário, mesma desmotivação, mesma insatisfação era hora de mudar. Pedi demissão. Uia que medo dá falar isso em voz alta. Acredito que quando ficamos muito tempo paradas e acomodadas perdemos a noção dos nossos verdadeiros talentos. É como uma nova paixão, no começo, aquele frio na barriga a vontade de fazer de tudo para dar certo, vontade de se arrumar, usar o melhor perfume, a melhor roupa e depois que a paixão acaba e vem o amor, cuidamos dele com carinho, mas sem a mesma paixão e devoção, nos acomodamos naquela relação que nos paga em dia, mas não traz flores muito menos bombons, e esquecemos por momentos de como é bom amar e ser amado, como é bom o novo, se sentir viva, amada, cuidada e valorizada.
Durante 4 anos abri mão de muitas coisas por esta paixão pelo meu trabalho e este amor foi amornando até que morreu.
Estranho que não sinto falta de nada daquela relação, minha relação emocional com lá se perdeu com as pessoas queridas que foram embora e com o pulsar do novo virando velho, os desafios acabaram.
Enfim, hoje me empenho em resgatar a paixão. Resgatar meu marido, meu Fuka, meu sol, minha casa com fogão. Já sinto o cheirinho de feijão na panela. (não na panela de pressão que tenho pavor daquilo)
Me empenho em matar as saudades dos que vou deixar por aqui, a parte mais difícil deste novo desafio é deixar minha família. Minha mãe e seu colo me farão muita falta por isso tento me sufocar nele, os cuidados da minha irmã então, nem sei como dizer o quanto sentirei falta, mas crescer é isso, é se separar e continuar unido. É tomar decisões que vão traçar uma nova história. É criar um novo hábito de acordar e pensar, o que irei fazer do meu dia? Como farei este dia produtivo e feliz? Como aquietar meu coração da ansiedade da mudança, das relações simples que irei cortar. Já sinto saudades dos meus porteiros. Do meu apartamento. Do meu carro. Da banca de coco da PTK. De tudo o que São Paulo me deu de bom nos últimos 4 anos.
Arriscar tudo para viver um amor tem um preço. Preço que vou pagar com gosto. Pois ser amada, cuidada e valorizada é o que importa nesta vida.
Alguém precisa de uma desgner freelancer que vai usar o mar, os cães e o amor sincero como inspiração?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

som de grilos... grgrgr

Prometo, prometo voltar esta semana. Varrer o tapete, sacudir a poeira, tirar o pó dos móveis e espantar os grilos.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Me, mim, comigo mesma

Ando numa fasezinha que vou te contar, viu? Sabe aquela fase besta? Onde tudo o que você quer é sair berrando pelada pela Av. Paulista, pois pasmem senhores, sair pelada berrando pela Av. Paulista, não resolveria. Não. Não resolveria nada. E eu iria ter um problema a mais, pois seria presa, teria de pagar a fiança e isso não seria legal. Seria legal, mas daria o maior trabalho. Não, não vou fazer isso. Nem me dê ideia.
Mas voltando a fasezinha chatinha da vida. Ando numa fasezinha que vou te contar, bem eu já disse que iria contar na primeira linha do texto e nem contei, né?
Bem, eu ando chorona, ando chata, ando desarrumada, descabelada, cheia de cabelos brancos, magra demais, branca demais, emburrada demais, suspirando demais.
Não sei o que me espera. Sei que estou aprendendo a retomar o comando da vida e é difícil, viu? Sofrível. Ficamos muito tempo à deriva, indo conforme a banda toca, mas de repente você percebe que a banda desafinou e este desafino está incomodando os seus ouvidos, pirando os seus neurônios, praticamente te enlouquecendo e você se vê presa nos seus sonhos frustados, reclamando de tudo, lá, boiando naquele mar que você deveria chamar de seu, indo para o lado errado da vida que você deveria guiar. E, peraí (berra). Pega esta rédea menina. Ôôôôaaaa. Isso cavalinho. Calminha, calminha. Pára aqui que preciso pensar para onde eu vou, pois onde estou indo não está legal. Não. Não está. Vamos lá cavalinho, come este feno, isso, bonito, bonito. Eu vou tirar as mãos da rédea, mas não pense que vou deixar você me guiar, não, nunca mais. Sou péssima amazona, acho que vou a pé mesmo, assim o caminho será demorado, longo, lento, porém cheio de flores, florestas coloridas, barulhos de pássaros, beijos de cachorros, lambidas, rabos abanando, amor sincero. Na estrada da minha vida espero o verão, o sol, a grama molhada, as nuvens fofas. Não quero mais cair em barrancos inesperados de barro vermelho que suja e machuca. Quero ir atrás de algo que ouvi falar que existe e que tem um nome lindo: felicidade.
Se eu encontrá-la, aviso. Mas, que ando com uma vontade louca de sair berrando pelada pela Av. Paulista, ando, ô se ando.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Reflexões aleatórias

• Ontem o William Waack estava de mal humor ou foi impressão minha?
• Precisava a “mãe” das crianças de Michael dizer que ele não era o pai de verdade? Alguém achava que aquelas crianças nasceram com o mesmo “vitiligo” do pai? Alguém fez “Óóóó” com mãozinha na boca com esta revelação bombástica?
• Luiz Fabiano será o novo Ronaldo na próxima Copa? Está na moda jogador com nome duplo, né? Daniel Alves, André Santos, etc. Saudades do Pelé, Cafu, Zico, era mais fácil de decorar.
• Éramos 8, agora somos 7, morreu uma das cachorras do Rê, tchau princesa Sissi, sentirei saudades de suas risadas de rotweiller, PTK será a única lady da casa.
• Minha mãe não consegue calçar meia no pé direito, então sai com um pé com meia e outro sem meia, e se questiono este novo modelito dela, ouço: "Melhor sentir frio em um pé do que nos dois". Faz sentido, estranho, mas faz.
• O som do meu carro quebrou, no trânsito agora não ouço “Me dê motivo” e às vezes os pensamentos do silêncio me atordoam.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Minha mãe contesta

Durante o intervalo comercial de algum programa na TV, o “Fantástico” fala de uma pesquisa e faz uma revelação bombástica: “Homem que se casa com mulher mais nova, vive mais.”
Eu e minha mãe na sala, ouvimos isso e o silêncio reinou, nenhuma palavra Dona Silvia deu por bons minutos e de repente ela solta:
- Pura mentira. Tio Eugênio tinha 63 e casou com Aldinha de 27, nem completou 1 ano de casado, morreu antes, coitado.

Produção do “Fantástico”, antes de fazer uma matéria destas, pergunte para minha mãe, pois com base em quê se afirma tal absurdo? Na vida do Tio Eugênio é que não foi.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Que horas são?

Já está na hora de mudar de vida?
É hora de viver mais e melhor? De se doar, se entregar, arriscar?
Já está na hora de dizer sim com gosto?
Já é hora de falar não sem medo?
De dizer que é tarde? Ou cedo demais?
Já é hora de dizer que o tempo passou? Ou que ele parou?
Já está na hora de não perder tempo? De amar por inteiro?
Já está na hora de viver perto do meu amor? Já?
Já é hora de me libertar, ser menos sozinha?
Já está na hora de me jogar na vida? Recomeçar?
Já está na hora de levar meus cães para a praia?
Todos os dias? Correr na praia? Com chuva?
Já está na hora de dar banho neles e tirar a areia?
Ver a sacudida de pelos e babas e mesmo assim sorrir?
Vamos já? Hoje? Agora? Quando?
Está na hora? Que horas são? É agora?
A hora é de viver.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Saudades do mundo sem Aquecimento Global

Tenho sardas. Muitas. Era tão bom ir pra praia bem cedo, íamos toda a família, munidos de água, comida, frescobol, baldinho, vara de pescar, ficávamos o dia todo lá no Recreio dos Bandeirantes, bem farofeiros mesmo, sem nos preocupar com filtro solar, boné, câncer de pele, camada de ozônio, o que é isso mesmo? Lá pelas 5 da tarde, depois de muito sol, meu pai sem prescar nenhum peixe, colocávamos a camiseta para cobrir os ombros roxos de sol e era hora de voltar pra casa, comprar “Solarquene”. E assim eram as férias em família. Praia, sol, muito sol, sempre.
Até nos mudamos para São Paulo, eu jurava que minha mãe era mulata. Mas com o tempo, a consciência, o aquecimento global, fui vendo que minha mãe não era mulata, meu cabelo não era aloirado, minhas sardas nunca mais sairiam, nem quero que saiam, pois cada uma delas traz uma recordação, de um típico verão dos anos 80 onde não existia camada de ozônio.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Ando devagar

Já tive pressa para aprender a escrever, para crescer, para amar, para casar, para me formar, para saborear, para trabalhar, para viver.
Hoje quero a vida leve, o amor sereno, o brilho singelo, o amargo doce.
Quero o sol do outono e o calor do inverno.
Quero que tudo ocorra lentamente para eu curtir cada segundo.
Quero que as manhãs durem o dia todo para que a praça com meus cães seja longa, sem hora marcada, só nossa.
Quero que a brisa venha e leve o meu peso. Meu choro. Meus sonhos.
Quero suspirar sem sentir uma dorzinha lá no fundo.
Quero não sentir medo do novo, do inseguro, do sofrido.
Quero a leve sensação de que recomeçar é bom e vale a pena.
Quero me olhar no espelho e lembrar dos sorrisos que dei.
Quero, quero… Quero tudo, mas quero sem pressa, pois ando devagar.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

FTP, bluetooth, sms, 3G, à cabo, google, google earth, cartomante, tarô cigano, avião, submarino, TV, DVD, videokê, digital, 7MB pixels…

Não venha me dizer que você entende algumas coisas da vida. Não me diga que tudo isso aí que está ao seu alcance, faz sentido, pois não faz!
Você liga um botão e click, aparece na sua frente imagens em movimento, sempre na mesma hora e ao mesmo tempo em todos so lugares do mundo. Como funciona a TV? Não me venha falar de antena, ondas, cabos, pois mesmo assim não faz sentido para mim? Uma pessoa sã, como eu, jamais iria entender isso. Acho que é coisa do além, assim como o fax. Fala sério, você entende como passa um papel por uma máquina e ele se teledivide e se teletransporta para lá do outro lado do universo? Não. Não faz sentido algum. E o telefone? Antes quando ele tinha fio, fazia algum sentido, mas o celular? Hello!!! Ondas celulares levam a chamada para o aparelhinho que está ali na mão de alguém em Paris (não conheço ninguém em Paris, mas podia conhecer, oras).
E este universo paralelo da internet? De qualquer lugar do mundo você digita passei dos trinta e bum, lê as baboseiras que eu escrevo. Não, alguém quer me enlouquecer.
Sem falar no microondas, na luz elétrica, no chuveiro elétrico, no carro que anda assim que você coloca gasolina, como um líquido fedido faz um carro andar? Ah! Socorro.
Se eu disser que o homem ir para a lua, dar um rolê, faz mais sentido que tudo isso tecnológico? Mas sentido “numas”, pois nem sei o que dizer de uma estrela está lá no céu há anos luz de você? Como assim? Se eu estou vendo a tal estrela, não venham me enganar dizendo que o que eu vejo foi uma coisa que me enviou a luz há anos luz, chega de me enganar? Nem o planetário explica!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sonho bom

- Tchau pai, boa viagem.
- Tchau filha.
Abraço bom, senti o cheiro dele, o abraço era tão apertado.
- Vou para Angola e não volto mais. - Ele disse.

Mas ele estava tão feliz, acordei mais leve, foi uma despedida gostosa.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O maníaco do parque

Em certa praça do Morumbi, um negão sai correndo atrás da branquinha e pula nela com força, se desinteressa rápido e vai atrás do morenão grandão, leva um “olé”, vê mais ao fundo a loirinha com laçarotes cor de rosa e cabelos cacheados, corre até ela, sobe, descabela, arranca laçarotes, se desinteressa. Foca ao longe um pequeno magrelo, vai até ele, cheira, cheira, lambe, lambe, briga, briga, sobe, sobe…
Eu sentada com PTK embaixo da árvore na praça lendo um livro e ouço: “Olha lá, o maníaco do parque.”
É Zézinho, adorei seu novo apelido.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O mini dragão branco

Vocês já repararam quantos filmes o Van Damme fez? É toda noite e madrugada no SBT, na Globo, na Record, na Band, sempre filmes dele… Fiquei intrigada, pois domingo era na Globo e no SBT simultaneamente nos prestigiando com estas pérolas de golpes de karatê, kung fu, onolulu...
Poxa, não existe outro ator que lute e tenha menos de 1,60?
Entrei no google e perguntei para o oráculo, Van Damme quantos filmes fez?
36 filmes. Isso, temos 36 filmes ruins soltos por aí.
Porque não temos 36 filmes do Gael?
Injustiça em caixa alta. E com exclamação. Três, hein?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Vivendo na metrópole parte 3 - final de verdade, juro (cara crachá, cara crachá, carrega na catraca, carrega na catraca*)

Crachá, tá na moda, né? Só pode ser… Crachá para entrar, para sair, para abrir a porta, para rolar a catraca, para sair do prédio, para ativar seu banco de horas, para desativar a vida, os elevadores, os humores, a sociedade, ufa, o mundo de agora é movido pelo crachá.
Fazemos várias correntinhas felizes para fingir que é um crachá bacana. O meu tem fitinha “a Bela e a Fera”, muito bacaninha, de verdade… Mas quem eu quero enganar? Não acredito que para eu existir e entrar para trabalhar e rolar na catraca eu precise de algo que diga que eu sou eu, que diga que eu sou apta para entrar no prédio. Não acredito que isso possa ser tão importante assim. Não creio que todos nós temos que usar identificações, códigos de barra, validades, plaquinhas brancas com chip dentro que diz “Pode passar, entra, roda a catraca, aê, sabe rolar na catraca, sabemos onde você está e a partir de agora, todos seus movimentos serão friamente monitorados, já era mané”.
Cadê o “Bom dia Renata!” das antigas portarias?
Cadê o mundo pessoal e intransferível na capacidade de sermos únicos e a nossa palavra bastar para entrarmos num simples prédio?
Cadê? E olha que sou moderninha, modernex, e aquele blá, blá, blá, hein?

* Frases roubadas do Zorra Total e da campanha da Marta respectivamente.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Vivendo na metrópole parte 2 (o bluetooth como meio de diversão, entretenimento e pirlimpimpim)

Gastamos tanto tempo, nós com nós mesmos, a gente com a gente mesmo, minha neurose com a minha neurose, sua insegurança com a minha insegurança… Opa, isso é assunto para outro post.
Estava no teatro esperando a peça começar, quando meu bluetooth apita. “Oba mensagem”, adoro receber coisinhas por bluetooth, sou moderna, modernex, moderninha, absurdinha, porque vocês sabem da minha frase clássica, “passou dos trinta, não se modernizou, piscou e tem quarenta”.
Recebo a mensagem de um tal de “Leo” e quando abro, é a imagem de um camelo. Sim, um camelo. Porque alguém manda um camelo para os outros dentro de um teatro? Ó senhor, porque? Porque? Sou moderna, modernex, moderninha, absurdinha, demais para entender, enfim…
Como não recebi resposta dos céus, deixei o “camelo Leo” lá, perdido no meu celular, até que achei uma maneira de usá-lo.
Resolvi repassar no trânsito, na espera do consultório, na fila do banco, qualquer momento que estou de bobeira, repasso a imagem, é de graça e me divirto horrores vendo a reação dos outros, porque pra mim tem coisas que tem poder, tem dizeres que são para serem cumpridos ao pé da letra e o meu é: passa adiante senão vira camelo.*
Vai que era mandinga? Me livrei da minha parte.

*Livre adaptação de acordo com a necessidade da blogueira.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Vivendo na metrópole parte 1 (regra de nocão básica de convivência social no trânsito)

De novo, eu no trânsito, na Berrini.
Entediada como sempre. Olho o carro na minha frente tem DVD. Uau, passat audi* com DVD. O malandro é malandro. Que delícia ver um DVDzinho no trânsito, né? Ops, o que ele está vendo? Não ele não tem vidro fumê… opa.. Ele está vendo um filme? Que flime? Um filme pornô? Sim. Era pornô. O passat audi tava mandando ver na hora do rush.
Regra número 1 de etiqueta no trânsito: quer ver DVD, veja, mas não veja filme pornô no seu carro sem insulfilme ou com insulfime. Simplesmente não. Pense bem e NÃO. Não é viável, não, não é aceitável.

*passat audi, é aquele passat velhinho que no lugar do símbolo do passat o dono resolve colocar um símbolo do audi, porque em alguma tribo é bacana fazer isso.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Teoria da conspiração

Este ano engordei. Uns 5 quilos. Ou mais. Muito mais. Talvez uns 10. A culpa é que tive muitas festas, muitas comemorações, muitos casamentos, muitos jantares, muitos batizados, mas a culpada maior é da Dona Beija, cozinheira da minha mãe, que faz coisas incríveis e nos mima com palha italiana toda semana, ou bolo de fubá para tomar com cafézinho, ou qualquer outra guloseima.
Tá… blá, blá, blá, a culpa é minha mesmo, que ando mais ansiosa, comendo mais que devo, almoçando mais que mereço, jantando Nuttela com bisnaguinhas Panco. Confesso. Pronto. Felizes? Tudo culpa minha.
Mas, também, quando resolvi criar vergonha na cara, joguei fora tudo de gordo que tinha em casa, fui comprar alface e cenoura. Acordei cedo para caminhar e no meio do caminho, meu tênis desgrudou a sola e tive que voltar que nem mula manca para casa. Agora me diz? Isso não é teoria da conspiração ou o que? Culpa do tênis que usei demais ou que ficou muito tempo parado? Ainda não achei a resposta, só sei que super bonder nele e amanhã é um novo dia para recriar coragem de caminhar, comer alface e acreditar que depois do 30, o que são 5, 10 quilos a mais? O que são 80 cm de cintura? Nada, perco num piscar de olhos. Olha, pisquei. Já devo estar mais magra. Vai um chocolatinho aí? É light!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Diálogo desperdiçado

40 minutos de trânsito na Berrini, no carro atrás do meu, um pai e uma filha, nenhuma boca se mexeu, por muitos, muitos minutos. A filha, uns 30 e tralalá e o pai, cabelos brancos.
Cada vez que eu olhava pelo retrovisor, me dava uma agonia, uma dor e uma saudade. Com meu pai era impossível desperdiçar um diálogo, ele nunca deixaria. O silêncio não fazia parte da sua vida. Se estava sem assunto, ele inventava uma mentirinha, se nada vinha à cabeça ele contava algo repetido, ou elogiava a obra da Ponte Estaiada ou falava sobre a casa de passarinho de vidro que ele queria montar para ver os passarinhos nascerem.
Olho de novo e atrás de mim, nada de conversa, ou olhares, ou risadas, minha vontade era levantar do meu carro, bater no vidro deles e dizer: “Pelo amor de Deus, conversem! Qualquer coisa vale, mas conversem”.
Quando meu pai usava verde, eu o chamva de “Grilo Falante”. Como ele falava… Acho até que por uma certa carência, pois os momentos que estávamos juntos ele tinha que contar uma semana inteira de histórias que ele inventou ou dos trabalhos que fez. Era muito assunto para colocar em dia.
Mas, naquele dia, quis ser aquela menina do carro, desperdiçando aquele diálogo, pois pelo menos eu teria ele por perto. Mudei de pista, não aguentava mais ver aquela cena e aquele diálogo não acontecendo. Odiei aquela filha. Aumentei o som, estava tocando a música dele, cantei bem alto. Neste último ano, minha vida ficou silenciosa demais. 1 ano de saudades.

“Mas que nada
Sai da minha frente
Eu quero passar
Pois o samba está animado
O que eu quero é sambar
Esse samba
Que é misto de maracatu
É samba de preto velho
Samba de preto tú

Mas que nada
Um samba como este tão legal
Você não vai querer
Que eu chegue no final

O ariá raió
Obá obá obá”

Ah! O final da música ele repetia 80 mil vezes…

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Peteka, Fuka, Zé, Caramelo & Eu

Ontem assisti finalmente Marley & Eu. Após longo preparo psicológico aluguei este filme, acompanhado de chocolate e cachorros.
Sei que os cachorros envelhecem mais rápido, vivem menos, muito menos que gostaríamos, mas ver este filme me fez ficar relembrando os momentos que coexistimos na mesma bagunça, no mesmo amor, no abraço, na alegria...
Ter cachorro, é nunca ter a casa arrumada, é nunca ter um sofá branco ou uma parede sem roidinho no canto. É comprar uma poltrona nova e antes que você chegue em casa para admirá-la, encontrar o braço roído. É ter pêlo no travesseiro e dentro da xícara de café. É comer rápido algo gostoso e cheiroso, antes que a baba da PTK caia no chão até então limpo. Ter cachorro é chegar do trabalho e encontrar sua caixa de remédios inteira devorada (10 Tylenols, 1 vidro de Novalgina, pastilhas para garganta, uma cartela de pílula, Dramim, Buscopan e 1 caixa de Roacutan) chorar compulsivamente, ligar para Dr. Fabio, ficar 2 dias ao lado do peludo suicida que vai acordar, abanar o rabo e simplesmente nem lembrar que tentou se matar.
Ter cachorro é passar vergonha: outro dia PTK ou Zézinho soltou um pum no elevador que óbviamente entrou um vizinho, mas era um pum tão fedido, tão fedido, mas tão fedido que tive que me desculpar. Claro que até hoje o vizinho acha que fui eu ou meu marido que soltou o “cheirosinho” e incriminamos o coitado que não saberia se defender.
É sentir vontade de cavar um buraco e se enterrar quando um dia de praia com o Fuka ele avista uma bolinha com um menino, o menino estava com a clavícula quebrada em plena praia coberto de “Magipack” para não molhar o gesso, sua única alegria era suar e brincar com a bolinha que Fuka fez questão de pegar, estourar, rasgar e sair correndo.
É acordar em pleno domingo de frio mais cedo para curtir mais tempo na praça. É ter que ir na locadora se desculpar e pagar 150 reais pela 5ª temporada de Friends que você alugou, não viu, e a PTK achou legal comer. É chegar o catálogo da loja que você mais gosta e quando você sai do banho, vê as 200 páginas de moda e diversão devoradas pela sala e ainda ter que limpar tudo.
É esquecer a porta aberta e ouvir um berro seguido de um choro vindo da casa da vizinha, pois Caramelo entrou e comeu a carne que ela estava preparando para receber amigos no jantar.
É ter que usar seu pijama mais gostoso com furo na bunda, pois PTK odeia etiquetas em roupas.
Mas sabem de uma coisa? Ver Marley envelhecer e morrer, me acordou para o fato que um dia eles vão embora e um dia a cama vai ficar vazia, o travesseiro com menos pêlo, meus pijamas terão etiquetas e as coisas simples vão perder o sentido, pois a melhor parte de ter cachorro é viver a vida complicada, é descer para passear carregando, 2 coleiras, chave do portão, saquinhos plásticos, paninho para a baba, pote d’água, dinheiro para a água de coco da PTK ou para o cachorro quente que o Zé roubará de alguma criança e achar que tudo isso é normal, pois é normal ter cachorros, mas não é normal deixar que a vida rápida deles seja menos emocionante por causa da nossa vida de correria.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Noção (ou sem noção) de marketing

No sinal um menino chega para minha mãe e pergunta:
- Qual a capital da França?
- Paris. Minha mãe responde.
- Compra um chiclete para me fazer feliz? Ele pergunta fofamente.

Na mesma semana minha irmã no carro e um menino diz:
- Compra uma bala descabelada.

PS. Homenagem ao profissional de marketing pelo dia de hoje.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Dindinha


Foto do batizado.

Razão e sensibilidade

Ok, roubei o título descaradamente. Mas é uma história sobre a razão (eu, às vezes) e sensibilidade (eu, outras vezes).
A minha vida continua no mesmo dilema de sempre em que a razão diz: “Vai largar um empregão destes? E virar pescadora? Louca!”
E minha sensibilidade diz: “Vai embora menina, vai viver ao lado do seu amor, vocês dois juntos são tão lindos!”
Razão: - Como largar 4 anos de trabalho e pedir demissão, e depois você não é mais nenhuma menina, não vai arrumar outra coisa melhor.
Sensibilidade: - Você é artista, como seu pai diria, sabe criar, e em qualquer lugar precisam de almas criativas para o mundo ficar mais belo.
Razão: - Bonito na teoria, mas na prática…
Sensibilidade: - Seu marido é tão lindo, tão apaixonado, tão engraçado…
Razão: - Mas isso não coloca mesa. Ele vai continuar te amando se você largar tudo virar a esposinha que não faz nada em casa, engordando, ficando bronzeada e chorando porque o macarrão que empapou?
Sensibilidade: - Calma, seu marido é dono de pousada, conhece muita gente você vai arrumar uns trabalhinhos de freelancer e isso vai te bastar.
Razão: - Ah! Trabalhar na beira da praia, numa vila com mil habitantes? Você faz musicais da Broadway, você querida, pode ser grande.
Sensibilidade: - Pense bem, você odeia seu trabalho, o mundo acha bacana trabalhar lá, mas você, odeia este mundo de alterego, você não se encaixa nisso, você é fofa, dá bronca sorrindo.
Razão: - Você vai se dar bem.
Sensibilidade: - Você vai ser feliz.

Temos que concordar que a sensibilidade seu uma porrada no estômago da razão. 1x0 para a sensibilidade.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Desculpa, culpa, culpa, culpa (ensaio sobre a gagueira)

Tadinho do meu bloguinho.
Tão abandonadinho.
Sem texto, nem novidades.
Tudo culpa, culpa, culpa de um musical.
E culpa, culpa, culpa, minha também por estar meio assim, assim, assim.
Volto logo, logo, logo.
Ou quando curar a minha gagueira que insiste em repetir os erros, erros, erros de uma vida desafinada.
Enquanto isso fica a propaganda, vejam a Bela e a Fera no teatro Abril. Está lindo, lindo, lindo de verdade.


http://www.belaeafera.com.br
foto João Caldas

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Feriado é bom…

Bom para dormir mais
Bom para passear com os cachorros na praça
Bom para ver Friends (o DVD completo)
Bom para comer croissant na frente da TV com meu maridinho
Bom para passar creme no cabelo e ficar 45 minutos de touca térmica suando
Bom para esconder biscoitinhos caninos pela casa para a “caça” começar
Bom para dormir no sofá de pijama depois do almoço
Bom para não carregar o celular
Bom para passar creme nos pés
Bom para ir ao cinema às 2 da tarde
Bom para lavar todas as calças jeans juntas
Bom para deixar o quarto escuro
Bom para sofrer pensando que o feriado vai acabar
Bom para lembrar que um dia você amou seu trabalho
Péssimo para ser chamada para acompanhar fotos no teatro até às 11 da noite.
Semana que vem tem mais feriado, não consigo mais imaginar a minha vida trabalhando 5 dias por semana.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Toc, toc, toc, tem alguém aí?

Após um dia exaustivo e insano de trabalho, na volta para casa resolvo mudar o caminho de sempre, pego o túnel e na saída, o mundo parou e a única coisa que eu via eram as luzinhas vermelhas dos carros, mas bem na minha fente, a luzinha mais forte e mais inspiradora, era a de um Jaguar. Porque todos os Jaguares são verdes, me intrigou isso enquanto pensava na vontade de fazer xixi, na manicure que não fui, no pneu que não calibrei, no regime que não fiz, no banho dos meus cachorros que não dei, o mercado que não fui, minha vida no trânsito se resume ao mundo de “check list” das coisas que não fiz por ter ficado 11 horas resolvendo problemas que não eram meus de verdade. E daí se o anúncio do Exaltasamba não está pronto, isso é problema meu? Não. É provavelmente problema de alguém que não precisa calibrar o próprio pneu. Olha, o Jaguar está dando seta, ele vai entrar à direita, ah! Bacana, carros bacanas sabem caminhos alternativos bacanas, vou atrás dele e assim chego em casa a tempo de, de, de, o que é mesmo que eu tenho que fazer em casa às 9 da noite a não ser chorar e refazer a lista de coisas que provavelmente não farei amanhã também? Viro à direita e sigo o Jaguar, carro fino mesmo, quanto será que este “coroa” paga de IPVA? Aposto que meu salário de um ano. Adoro estas casas chiques do Morumbi, se eu morasse aqui nesta rua que casa eu escolheria? Oba, “Me dê motivo” do Tim Maia. Ah! Sem dúvida aquela ali que tem muro baixo. Imagina só eu morando nesta casa? Como iria pagar a conta de luz? Teria que vender a PTK, tadinha, ela não poderia pagar, teria de prostitui-la. Imagina só a PTK de saia curta rodando bolsinha, fico rindo sozinha, opa, o Jaguar está acelerando muito, nesta rua deserta, se me perder dele, nunca mais volto para casa e nem poderei vender a PTK. Opa, lombada, olha ele aí, meu Jaguar amigo que me tira do trânsito. Olha só que muro alto, aposto que dentro tem um castelo e uns 30 cachorros, imagina que animação chegar em casa agora e ter 30 cachorros e limpar o quintal, ah! Teria escravos, ops empregados para fazer isso, olha que casa linda, mas nem as cortinas eu poderia comprar, só as janelas devem ter uns 12 metros de altura, 12 metros de tecido x 4, pois quatro alturas de tecido para se fazer uma cortina de seda…, faça me rir Renata, você teria uma cortina de seda se morasse nesta casa? As pessoas mudam mesmo é só dar um tiquinho de dinheiro a elas e você as pega pensando em cortinas de seda. Jaguar, Jaguar? Ah! Está ali. Será que o “coroa” é solteiro? Podia apresentá-lo para a minha mãe, afinal eu toparia andar de Jaguar de vez enquando para variar. Ele está dando seta, puxa, onde será que estamos, devemos ter cortado bem o trânsito, não vejo mais nenhuma luzinha vermelha, a não ser a do Jaguar, será que consigo fazer este caminho amanhã sozinha? Ué? Parou a rua? Ué? Será que é trânsito de novo? Quem são estes homens de preto abrindo este portão? Mal encarados, né? Onde o Jaguar está entrando? Na casa dele? E eu? O que faço no portão da casa dele? Será que eles acham que sou uma sequestradora perigosa que segue Jaguares pela rua? Onde estou? Amigo? Jaguar? Jaguar? Como volto para o mundo real?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Boa ação

Eu dei muitos ovinhos de páscoa este ano.
Dei para minha vizinha fofa, para a chata também, dei para o porteiro da noite, dei para a moça que passeia com meus cães, a caixa maior da “Cacauxou” eu abri no trabalho para todos, os ovinhos de chocolate belga dei para a minha mãe, as trufas da minha irmã, estas eu comi tudo (foi ela quem fez!).
Eu fico muito boazinha na Páscoa e agora que quero comer um chocolatinho, um ovinho pequenininho, vi que repassei todos os meus para não engordar, droga!

Na locadora


- Moça, você tem Flashdance.
- Tenho sim está por aqui, o Patrick Swayze está uma graça neste filme.
- Ah! É mesmo, né?
- Mas você não acha que ele envelheceu rápido demais?
- Acho sim, coitado, teve câncer, né?
- Olha aqui o filme. Que casal lindo.
E eu ouvindo, tentando ficar muda. Tento, tento, tento não me meter.
- Adoro aquela cena em que ela senta no palco e a água cai.
Ah! Céus cala a boca Renata, se segura.
- Ah! É o máximo mesmo. Mas será que o Patrick Swayze é gay?
Não me aguento…
- Ah! Não, por favor, não embaralhem os filmes… Flashdance é aquele filme maravilhoso anos 80 total que a mulher dança de polaina e cabelo preto muito armado, e Dirty Dance é final dos anos 80 com o Patrick Swayze, e aquela moça nariguda, tá? Que tal você levar Footloose, assim não tem erro. – Tento sorrir, com ódio por dentro.
Odeio quando estou de TPM e embaralham os filmes.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Amo muito tudo isso

Estou apaixonada.
Completamente.
Não consigo parar de pensar, de querer ver, de cheirar, fazer carinho, beijar, suspirar. Ah!!!
Não consigo me imaginar longe.
Sorrio feito boba só de pensar em você.
Estou amando. Muito.
E o pior é que você nem sabe ainda.
Mas seu sorriso me desnorteia, desorienta.
Imagino o que você está fazendo.
Está dormindo?
Está rindo?
Está chorando?
Como pode do nada uma pessoa tão pequena, aparecer e entrar no nosso coração do nada e se alojar assim? Ocupar um espação apenas num sorriso sem dente?
É minha Lêlê, seremos grandes amigas, afinal, sou sua “Dinda” preferida, a que vai te encher de Barbies.



PS. Está é minha nova afilhada e sei que será tema de muitos posts.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Quanto vale o show?


Cada dia que passa eu odeio mais o meu trabalho.
Odeio as pessoas, o lugar, odeio o jeito de todos, odeio o rei na barriga das pessoas que se acham mais estrelas que os próprios artistas, odeio o trânsito, odeio o dono do estacionamento, odeio os restaurantes de sempre, ah! Odeio tudo que se refere a show.
Prometi para mim mesma que não veria mais nada que fazemos aqui. Que não iria a nenhum show, preciso saturar de vez, e como já disse trabalhar aqui é assim: você cansa, mas aí vai num show e é como se recebesse uma porção da sua droga, e volta na segunda animadinha. Para mim já chega, estou em abstinência. Abstinência mesmo. Não vou ver nada mais, nenhum show, nem uma peça, nada, nada, nada. Só vou na concorrência agora. E tenho dica boa!!!
Vejam a “Noviça Rebelde” no Teatro Alpha. Foi o espetáculo mais doce que eu vi nos últimos tempos. Tão gostoso que você sai de lá querendo entrar num convento, achar um capitão Von Trappe cheio de filhos lindos, fica com vontade de entrar numa aula de canto e cantar Dó, Ré, Mi, infinitamente até ficar muda, ou alguém te socar.
Corram, vão, vejam. E me chamem que eu vejo de novo e de novo e de novo.
Cantem comigo:
Gota de chuva, bigode de gato
Laço de fita, cordão de sapato
Flor na janela e botão no capim
Coisa que eu amo e são tudo pra mim

Doce na mesa e sol na cozinha
Bico de pato, chapéu de palhinha
Banda passando e soando o clarim
Coisa que eu amo e são tudo pra mim

Lona de circo, tapete de grama
Bola de neve e botão de pijama
Doces invernos chegando no fim
Coisas que eu amo e são tudo pra mim

Se a tristeza
Se a saudade
De repente vêm
Eu lembro das coisas que eu amo e então
De novo eu me sinto bem!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Isso explica tudo

Sabe porque aos 34 anos continuo sendo apenas uma designer gráfica numa mega empresa?
Resposta: porque eu nem conheço os produtos que trabalho. É, isso mesmo.
Querem um exemplo?
Hoje às 3 da tarde fui fazer unha, afinal para que serve a tarde de quinta-feira? Na volta da unha, eu estava toda felizinha andando que nem uma pata (porque andamos como uma pata depois da manicure?) quando na recepção vejo um “motoboy” bonitinho, penso eu. “Puxa, dando um trato e retirando o coletinho, fazendo a barba… Até que dá para o gasto”.

É, este piloto da Stock Car precisa mesmo de um trato. É, eu sou designer da empresa que faz a Stock Car. É, meu grau de exigência é alto demais. É, minha vida não é fácil.
Como é mesmo o nome dele?

Foto divulgação

Breguice do dia

Adoro quando no caminho do trabalho para casa toca “Me dê motivo” do Tim Maia. E como a rádio “Velha FM” sempre toca as mesmas músicas nos mesmos horários, todo dia ouço, canto alto e às vezes choro.
Pronto confessei. Quem é a próxima?

segunda-feira, 30 de março de 2009

Enquete do dia: Sasha X Mallu X Maysa


Juro que não sou má. Juro, juro, juro. Que caia um raio na minha cabeça, (bruuuuuuum) ops, deixa pra lá.
Mas vamos lá, para a enquete: uma dúvida que me pertuba e muito. Imagine que uma destas três meninas, é filha ou do Brad Pitt, ou do Gael, ou do Benício, ou George, enfim, ou, ou, ou. Para ganhar o bonitão, você terá que ser madrasta de uma delas. Qual escolheria? Socorro!!!

terça-feira, 24 de março de 2009

Versão do Zézinho (o cachorro que acha que é gato, testemunha ocular do acontecido)


Eu vi, vi tudo de perto. Minha mãe estava toda arrumada, acho que ia sair, miau, mas de repente começou a berrar, minha irmã fingia que não era com ela, miau, e eu ficava ali na janela pendurado como sempre, afinal elas adoram achar que sou gato quando na verdade sou um cão, macho e bravo. Au, au.
Voltando ao assunto… Eu vi minha mãe chorando e PTK ignorando e não saindo do sofá, eu ainda tentei animar minha mãe fazendo a minha premiada performance “pula pula, olha eu pulando mamãe”, mas nada alegrava minha mãe, ela chorava e falava com a PTK e gesticulava. Quando PTK, enfim, resolveu se levantar, pensei que ela seria a grande sortuda da noite, iria ganhar o maior petisco que o mundo já viu, afinal ela tinha feito algo muito legal, pois esconder aquelas coisas brilhantes e barulhentas que mamãe chama de “chaves” merecia um prêmio bem divertido.
Mas na verdade o que aconteceu pareceu meio estranho para mim, pois PTK e mamãe se abraçaram, mamãe chorava e eu pensei “Eba, teremos abraço coletivo” Mas fui ignorado quando tentei participar da choradeira, ainda bem, assim pude voltar para a minha janela e latir para os vizinhos. Miau, ops. Au, au, au.

segunda-feira, 23 de março de 2009

A bam bam bam

Sabe o que eu mais sinto falta hoje no meu mundo? É ser a bam bam bam. Meu pai falaria assim… Eu era a bam bam bam para ele.
A melhor designer do mundo, a mais cuca fresca, a mais solidária aos cães de rua, a mais esperta em macintosh… E por aí iam meus múltiplos talentos que ele via.
Certa vez de uma maneira estranha ele fez parecer que um momento horrível da minha vida, fosse na verdade algo muito legal, fazia de tudo para eu não me sentir nunca menos que a melhor do mundo em algo.
E foi assim que eu vivi até o ano passado. Acreditando que eu era a bam bam bam. Eu e a minha irmã, afinal o que eu não era, ela era: a mais inteligente, a mais bonita, a com os melhores empregos…
Aqui no blog quando ele lia sobre qualquer coisa, contava para todo mundo e dizia que eu era a melhor escritora do mundo todo.
Já fui tantas vezes a melhor em algo, que é difícil encarar o mundo real sem o filtro que meu pai me mostrava, filtro que só ele via através do seu olhar único.
Dia 21 ele faria aniversário, lembrei que 1 ano antes estávamos eufóricas com a festa surpresa pelos 70 anos dele, lembrei que ele ficou todo tristinho quando em pleno aniversário almoçamos no shopping, na praça de alimentação, e sem bolo, sem festa. Eram 70 anos, ele devia ter pensado… Mas no dia seguinte reunimos todos os amigos dele, a família, uma festona. Ele chorou, mas fingiu que não, afinal: “homem que é homem não come mel, come abelha”.
Sábado agora, no dia em que faria seus 71 anos, comemos bolo de fubá, fomos na igreja. Seria estranho cantar parabéns para ele. Apenas conversamos.
E de outra maneira estranha voltei a me sentir a bam bam bam por ter tido um pai como ele. Que sei que onde estiver, ainda deve me achar a melhor do mundo em algo…

quarta-feira, 18 de março de 2009

Porque minha mãe berrou tanto comigo?


Um dia, a noite, do nada, vejo minha mãe berrando porque algo sumiu. E ela começou a gesticular e falar alto comigo como se eu entendesse alguma coisa, mas fiz a minha cara de “sou fofa” e continuei no sofá suspirando. Afinal ela não falou a palavra bolinha nem papar, então eu não tinha motivos para levantar.
De repente ela pegou o telefone e ligou para aquele Doutor charmoso que eu vou às vezes. O Doutor me chama de Scooby Doo. Gosto dele. Mas não sei porque ela começou a chorar e depois pegou a bolsa e tentou me tirar do sofá. Percebi que era importante para ela que eu me mexesse, ou fingisse que me importo com ela, afinal, ela é legal quando não está surtando.
Quando resolvi me levantar sozinha, ela pegou as minhas chaves que estavam embaixo de mim e ria, chorava, me beijava tudo ao mesmo tempo. Achei que eu fosse ganhar um petisco, afinal fiz algo muito legal e ela ficou feliz. Não sei o que foi, mas sei que ela pegou o telefone e ligou de novo para o Doutor charmoso que me chama de Scooby e sorriu.
Gosto dela sorrindo, pelo menos não estava me sacudindo.
Mas não entendi porque não ganhei um petisco se eu fiz algo tão legal para ela. Talvez eu devesse voltar para o sofá.
(versão da PTK a pedido da Adri)