sábado, 27 de dezembro de 2008

Desejo

Em 2009 desejo que a Claudia continue com a Estrelinha brilhando, com a Cindy quebrando o barraco e me divertindo com suas sátiras do cotidiano e seu humor único.
Desejo que a Dedinhos consiga fazer mais campanhas premiadas e que o ano dela seja um show da Madonna intenso e que no seu carnaval ela consiga sua fantasia de fadinha.
Desejo que a Anna, faça cada vez mais o que ama, e que nos encante com sua visão tão certa e madura da vida.
Desejo que a Isabela vá para Cannes, ser premiada.
Desejo que D. Ramirez, crie mais e mais tiritas para me alegrar.
Desejo que a Ana encontre a cicatrização definitiva para o coração e que Nina aprenda sozinha a montar a árvore de Natal.
Desejo que o Gabriel continue sendo meu anjo amigo.
Desejo que a Dea, reveja seus cães e volte a morar com eles onde quer que seja.
Desejo que a Paulete se torne a maior palhaça, assim tire meu medo clássico de nariz vermelho e que continue com seu jeito Amelie Poulain de ver a vida.
Desejo que a urbANNA, nos conte mais sobre o Guilherme e o que é ser mãe de primeira viagem.
Desejo que a Dani não se canse mais, que continue procurando e unindo esta linda família que a Isa faz parte com seus casos de mulher e mãe.
Desejo que a Denise continue fashion, fina e me entretendo com os papos de calcinha.
Desejo que a MH seja a noiva mais linda de 2009 (depois da tia Alice) e que a MC volte para a Holanda se assim a fizer feliz.
Desejo que a mulher solteira pare de queimar seu vestido de noiva e que a sua mãe sereia continue a nadar por aí.
Desejo que a Lilian não me conte seus segredos, gosto de lê-los.
Desejo que que a Carol crie seu blog, e que os novos leitores que apareceram por aqui (Drika, Virgínia, Renne, Brau, Jaque, Ma, Fred…) continuem me fazendo feliz em lê-los, conhecê-los, continuem me emocionando e me divertindo.
Desejo para mim, só isso, sem promessas, sem expectativas, sem planos. Desejo apenas que todos continuem fazendo parte da minha vida.
Feliz 2009.

O blog entra de férias até 19 de janeiro. Bom verão para todos.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Pela janela

A janela da sala dava para um prédio de quitinetes, em cada janela uma família, uma vida, uma história, algumas delas, durante as férias eu acompanhava, via a nova namorada entrando, depois nas férias seguintes, via a mulher grávida, na outra o bebê já nascido. Minha tia Helena me mantinha atualizada das vidas que víamos juntas pela janela da sala. Lembrava da idosa que sentia muito calor e andava sem roupa, mesmo no inverno. Do surfista que nunca mais havia visto o filho depois de uma briga, do senhor que ficava na janela das 8 às 10, o ex-ator que vivia com a mãe de braço dado...
O Rio me faz querer lembrar destas vidas que eu via pela janela da sala, do outro lado da rua. Em uma Copacabana calorenta. Que saudades da minha tia Helena para me contar o que eu perdi destas vidas que acompanhávamos batendo papo na janela para nos refrescar em mais um verão.
A noite de Natal passou, à meia noite não falamos "Feliz Natal", cantamos parabéns cortamos o bolo para o aniversário de Jesus. O que os outros diriam se olhassem para a nossa janela? Lembrariam que a casa antes era cheia, e todos gritavam e se abraçavam, felizes.
Mas foi um Natal feliz. De verdade feliz. Mesmo olhando de dentro da janela.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Último passeio

Hoje viemos para o Rio. Rio que sempre foi motivo de alegria. Rio que sempre trouxe memórias de uma infância feliz. Mas por aqui, pelo Rio, tudo mudou. A cidade parece uma cidade fantasma. Todos os importantes personagens da minha infância, não estão mais aqui.
Neste Natal, trouxemos pela última vez meu pai. Trouxemos o restinho de suas cinzas para o último passeio em família. Para o nosso último dia de praia. Na Barra.
São Pedro, traga o sol. Tudo fica mais lindo com sol. A gente vai lembrar de levar todo o carinho e todas as lembranças para nosso último dia. Na praia. Com meu pai.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

34... (psiu)

Quando comecei a ver que estava passando dos trinta, me perguntei: e agora, Mané? Como será a sua vida? Deixarei de ser jovem? Pararei de errar? Terei que acertar tudo? Terei um filho? Um emprego melhor? Ganharei mais? Serei mais calma? Mais correta? Aceitarei os fatos? Não julgarei? Usarei salto alto sem reclamar? Pintarei minhas unhas? Vou fazer pilates?
Não. Não. Não e não. Percebi que não preciso fazer nada. O nada vem até você e te diz: Ei, boneca, agora é isso aí, sua trintona... Tem que ser feliz! E criar hoje o seu amanhã. Só isso. O resto, os outros detalhes, a vida se encarrega.
A vida se encarrega das rugas se amenizarem, dos cabelos deixarem de embranquecer, desde que tudo que você conquistou lhe baste. Mas nunca nos bastaremos, nunca estamos satisfeitos e felizes com tudo na vida. Somos os eternos insatisfeitos por natureza. Eu sou.
Fazer 34 é dizer: Ei menina, hora de ir à luta, sair deste emprego, deixar de brincar de pop star, virar adulta, largar seus All Stars, tirar seus laçarotes de cetim do cabelo. Nem toda mini saia lhe cai bem... Acorda!
Mas não quero acordar, não me sinto acordada, me sinto à deriva de uma vida que futuramente existirá. Mas quando? Se não arregaçar as mangas agora, vou fazer quando? Quando? Hein?
Aí eu vou piscar os olhos e dizer: Ei, eu, fiz 60 e ainda não vivi tudo o que planejei, ainda não sofri tudo que imaginei, não gargalhei por todas as piadas que ouvirei, ainda não me preparei de verdade para o futuro. E serei uma sessentona que acha que tem 30?
34... 34... é agora ou depois? Vamos viver? Vamos virar gente grande? Vou parar de questionar, aceitar, não adiar?
Mas dá para ser depois? Dá para ser no ano que vem? Comprei uma mini saia tão bonitinha com o lacinho de cetim combinando.
Feliz 34 pra mim, que venha com mais coerência... Que venha mais. Muito mais. Só que pode vir com menos rugas?

A Diva

Give it 2 me!!! Ainda faltam mais dois dias de show, e posso dizer que não vou me cansar de ver aquela Diva no palco. Incrível.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Plano B

Todo mundo que conheço está achando um plano B para a vida. Umas engravidam e fazem disso seu plano B, outras acham uma segunda profissão, algumas passam a fazer bombons ou ovos de páscoa. Eu queria achar meu plano B. E queria que este meu plano B fosse mais legal que o plano A.
Pensei em:
a. Fazer artesanatos com a minha cara e que só eu usaria, como por exemplo um colar com um gato de bigodes rosa.
b. Virar passeadora de cahorros. Este é o melhor dos planos, pois ficaria magra e me divertiria o dia todo.
c. Outra coisa que sou boa é em dar conselhos, adoro saber da vida alheia e dar conselhos, seria incrível. Mas isso não daria nem um centavo a mais na minha conta.
d. Gosto de escrever bobeiras, podia me empenhar e escrever aqueles contos para aquelas resvistas Bianca ou Sabrina, ainda existe isso? Adoraria escrever: Arnaldo tirou sua vestidura e com o seu pulsar sob a pele suada com gotículas de paixão, viu sua jocosa e amada latejando… talvez eu até pudesse usar a palavra vestidura ou cabeça de burro ou jocosa alguma uma história.
e. Aceito sugestões. Pois 2009, alguma coisa tem que acontecer.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O amor dos tempos de hoje

Quanto tempo temos para nos apaixonar?
Trabalhamos 10
Dormimos 8
Fazemos compras, mercado, varrer a casa 2
Vemos novela 1
Ficamos no trânsito 2
Tomamos banho, secamos o cabelo 1
Corremos na esteira 1
Passeamos com o cachorro, escrevemos em blogs, sem contar responder email, orkut, twitter, myspace 2
Total de 27 horas, opa, me atrasei em alguma coisa o dia tem 24.
Que tempo encontramos nos dias de hoje para nos dedicarmos ao amor, nos dedicarmos aos amigos, aos pensamentos e as plantas?
Hoje vivemos não mais os amores à primeira vista e sim os amores à última vista, vemos e não nos aproximamos mais do outro, não ouvimos, só falamos, nosso mundo nos basta, nos prende, nos rodeia ou nos sufoca. Vivemos no mundo do umbigo, rodeado pelos poucos diálogos, muita pressa, poucas frases e sem muito conteúdo.
Não temos tempo para o interior, superior, alternativo, involuntário.
Não temos tempo para crises de loucura, de choro e de gargalhadas.
Nada que ocupe tempo do tempo tão importante e tão disputado em uma agenda cada vez mais insana com compromissos omissos da emoção.
A razão, não se apaixona, a razão nos cega, nos endurece e emburrece.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Mulherzinha

Sou mulherzinha, com muitas crises, muitas TPMs, muitos humores no mesmo dia.
Sou mulherzinha quando me chateio, faço manha e sou geniosa.
Sou muito mulherzinha quando converso com as pessoas, compro lembrancinhas para os vizinhos, e flores para os doentes.
Sou mulherzinha quando compro lacinhos para os meus cães, costuro colerinhas para eles e preparo a ração deles sempre com surpresinhas.
Sou mulherzinha demais da conta quando choro vendo novela, ou o programa do Gugu, mas sou muito mais mulherzinha, muito mesmo, quando choro vendo o CQC.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Já é Natal

Sabe qual a parte mais legal do pré-natal? O cheiro.
Acho que durante o pré-natal, a vida muda de cheiro, fica tudo com cheiro de lugar feliz, casa enfeitada, pessoas felizes, encontros, re-encontros, presentes.
Fica com cheiro de quase verão, quase férias, quase marquinhas de biquini, ardidinho de sol, cheirinho de filtro solar com hidratante.
Fica no ar o clima de quase meu aniversário chegando e com ele os quase 34.
Sinto cheiro de novas promessas sendo formuladas, novos desejos sendo concluidos, novas conclusões para serem tomadas.
O pré-natal tem o cheiro de algo que vai acontecer, algo que vai me comover, algo que vai vingar.
Montando a árvore, sinto o cheiro de passado, meu papai noel que tenho desde que nasci ainda toca a mesma música, não vou mentir que neste pré-natal tenho chorado mais que o normal, afinal, falta um cheiro. Um cheirinho de alegria, que só com outros pré-natais ele pode voltar.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Plunct plact zum

Sou uma rotuladora maluca.
Rotulo pessoas: magra, baixa, alta, gorda, feia, bonita, simpática, chata, rabugenta, velha, nova, feliz, triste, simpática, louca, falsa, mimada, hiperbólica, meiga.
Rotulo amores: gostoso, difícil, leve, pesado, passageiro, duradouro, compulsivo, superficial, carente, acomodado, inusitado.
Rotulo sentimentos: sincero, falso, bom, mau, amor, ódio, raiva, paixão, vale a pena, não vale a pena.
Mas o que eu mais queria era parar de me rotular: amalucada responsável, chata controlada, imatura madura, fala do amor que não teve coragem de viver, se faz de livre e se agarra ao passado, baixa assumida, falsa magra, enrrolada lisa, veterinária, arquiteta e escritora frustada, levemente densa.
Queria que as pessoas viessem com seus próprios rótulos, com a composição, reações adversas que podem causar e principalmente o prazo de validade, assim eu saberia se aquela determinada pessoa eu preciso consumir em 1 dia, 1 mês, 1 ano, 1 década ou 1 vida.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Calopsita fêmea pelagem 6.0 L’oreal

A noite o tédio é um problema. Você sai do banho e não enxerga nada, pois a franja está grande, mas você espertamente lembra que um dia você comprou uma tesoura especial de cortar franja, óbvio que ela não veio com manual, nem com o cabeleireiro, mas é um detalhe, o que interessa é que seus problemas acabaram, você mesma vai cortar a sua própria franja. Simples assim.
Faz tudo que acha razoável fazer, se ajoelha em frente a privada para não sujar o banheiro e mesmo sem olhar no espelho, mira, corta e tcharan…
Se olha no espelho com vontade de cair uma lágrima. Segura o choro. Não há conserto. A tesoura especial de cortar franja, corta mesmo, sem dó, sem piedade.
Você percebe que devia ter cortado menos uns 5 cm. Mas o que resta é secar, puxar e dormir de gorro para ver se ela estica, porém está calor, você resolve não olhar para o espelho e pensar no problema só amanhã. (afinal, amanhã é um outro dia… Scarlet O’Hara)
Você acorda feliz, se espreguiça e lembra do dia anterior, da ira da tesoura especial e corre para o banheiro, ops, está sem luz, está faltando luz em casa, percebe apenas a sombra da sua cabeleira arrepiada, passa a mão, tenta abaixá-la e nada, penteia e nada, coloca o gorro, e nada, ela está ainda assim, assim, arrepiada. E você precisa descer 7 andares de escada, subir de novo, depois descer de novo, com este esforço a franja vai abaixar, ah! Vai.
Passa pelo porteiro engraçadinho:
- Bom Dia Daniel.
- Dom dia Dona Renata. Sem elevador, né? A senhora já olhou o seu cabelo?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Frases inimagináveis

Ter cachorros nos obrigam a dizer coisas que me fazem imaginar em que outra circunstância eu usaria esta frase:
- PTK, não, não fique feliz, você está abanando o rabo na minha cara.
- Fuka, não, minha chave na privada, nãoooooooo.
- Zé, não come seu vômito seu nojento! Não, não nem vem me dar beijo agora, sai daqui… Socorro!
E ainda sou feliz com eles, pode?

Pega ladrão

Se alguém grita “pega ladrão” é para quem está na rua correr atrás de quem já estava correndo? É que nem a brincadeira polícia e ladrão? E se a pessoa passar do nosso lado fazendo cooper? Devo correr atrás dele?
Gritar “pega ladrão” faz com que os outros brinquem de estátua? Não fui eu quem sou o ladrão então “Estátua”. Como funciona mesmo?

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O Pronto-socorro

Odeio, odeio, odeio pronto-socorro, prefiro morrer no quentinho do meu lar a ter que enfrentar aquele maldito corredor de vírus… Mas… Segunda-feira, eu com 39º de febre e dor de garganta…
Minha irmã me arrasta para o Hospital SL (vou manter o nome em segredo… rs), para ir pra lá me preparei do melhor modo que podia: Fui de pijama. De bolinha preto e rosa. Camiseta lilás. Blusa de lã amarela. Casaco vermelho. Meia cinza. All Star prata. Gorro cinza e azul com uma flor imensa na frente (por baixo cabelo lindamente esmagado). E bolsa de estampas florais predominando o verde. Linda assim. Cheguei lá. Tampei a respiração com a mão e fui até o “pega senha”, percebi que as pessoas me olharam um pouco torto.
Aí eu voltei para porta, é, prefiro ficar na friagem, ao relento à ter que ficar respirando aquele ar onde todos os doentes estão, chego no hospital com meus vírus e saio de lá com muitos outros vírus… odeio, odeio, odeio pronto-socorro… Bem, o que percebo é que nem todos lá devem estar doentes de verdade pois todo mundo está com os dois pés do sapato combinando, calça jeans, quem usa calça jeans doente? Quem? E quem coloca batom para ir ao hospital? Ah! De todos que estavam lá eu era a mais doente, eu fui feia e de pijama de bolinhas, merecia ter sido atendida primeiro. Mas não… fiquei 45 minutos na porta com o ouvido lá dentro para ouvir berrarem “Renata de Castro” “Renata de Castro” Quem é “Renata de Castro”? Tá, sou eu, entro tiro a pressão. Volto para a porta e espero mais 45 minutos e o médico berra “Renata de Castro” “Renata de Castro” Quem é “Renata de Castro”? Porque eles não lêem o nome inteiro nunca? O médico quando me vê, aperta minha mão com tanta força, tanta força que por uns segundos esqueci porque estava ali e a dor de garganta passou.
O resto é bla, bla, bla… O que importa desta experiência é:
Quando você está linda, com aquela roupa nova, cabelo penteado, feliz, você sai na rua louca para ser vista por alguém, pois hoje é o dia que você está linda, mas o que acontece? Você não encontra ninguém. Nem o padeiro.
Desta maneira horrenda, com cara de gripe e remela no olho, com certeza você encontra amigos antigos, ex vizinhos, desamores, amigos do marido, comigo foi diferente? Não! Óbvio que não!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Depois dos 30 - ilustrada


Pois é, o D. Ramirez me fez esta linda ilustração com uma parte de um texto meu aí, logo abaixo...rs
Estou tão metida que mandei para todos meus amigos, colegas de empresa, ex-namorados, ex-cunhados, familiares... Acho até que vou mandar para meus vizinhos, quem sabe eles passem a gostar de mim...
Obrigada d. Ramirez, você fez a minha semana muito feliz.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Durante um jantar…

- Ah! Me lembrei de quando lutei com uma sucuri.
- Nossa pai, onde foi isso? Pergunto, óbviamente caçoando.
- Foi quando morei em Angola.
- Mas você esqueceu de contar esta história quando voltou de lá.
- Ah! É tão normal que esqueci, o que tem demais em lutar com uma sucuri, né?

(Nada pai, nada demais…)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Marcelo Camelo

Sem palavras para dizer como foi o melhor show do ano.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Palavras cruzadas

Sou viciada em palavras cruzadas, tá confesso. Sempre fui assim. Ao lado da TV, da cama… lá está ela a minha querida “coquetel”.
Mas umas coisas sempre me intrigaram, tem umas perguntas que não fazem o mínimo de sentido. Parece que só quem cria elas são os sabichões master e querem brincar sozinhos.
Ente vivo e animado com 3 letras = ser – Ente vivo ser “ser” até entendo, mas porque ele tem que ser animado? Quem é desanimado não é um ser?
Roupa com 9 letras = vestidura – Quem no mundo fala: Você gostou da minha vestidura? Ou, esta vestudura combina com este pisante?
Adorno usado pelos papas com 14 letras = anel do pescador – Ah! Tá! Este é o nome do adorno principal que um papa usa…
Alegre, chistosa com 6 letras = jocosa – Se eu soubesse o que é chistosa ou jocosa...
A melhor foi: Falta de sorte nos negócios (reg) com 14 letras = caveira de burro – Alguém no mundo fala isso? Sério? Eles inventam uma gíria e nos enganam é isso? Quem fala esta palavra?
Pensei em criar a minha própria palavras cruzadas, já que vale qualquer palavra, pensei:
Prognata com 7 letras?

Bilinho – cachorro de uma amiga minha, com problemas maxilares.
Se a deles vale porque a minha não?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A moça bonita entrevista Doctor Ray

- Doctor Ray, que casa linda.
- Minha cozinha custou 1 milhão de dólares. Responde Doctor Ray com aqueles dentes brancos, brancos, brancos que devem ser de mentira.
- Doctor Ray, mas como você se mantém tão jovem?
- Ah! Aqui em Hollywood passa todo dia o caminhão de oxigênio, entramos nele e o oxigênio ajuda a não envelhecer.
O tour pela mansão continua e algumas pérolas são jogadas aos nossos ouvidos: meu cachorro é a 5ª geração de Rim Tim Tim, arte em Hollywood tem que ser antiga e original (ele fala mostrando um quadro pintado com a imagem de sua esposa com os filhos andando na praia), o bidê é de ouro, este sapato é de ouro, no jardim podemos correr pelados… E por aí vai a animada conversa.
- Doctor Ray, a moça bonita diz, preparamos uma homenagem para você.
Aparecem na TV, depoimentos “emocionados” de pessoas que nunca viram Doctor Ray (que deve ser chamar Raymundo) porém dizem o quanto ele é importante e maravilhoso, um exemplo de brasileiro de origem pobre que chegou ao estrelato, bla, bla, bla.
Mas o auge do programa foi quando ele (Doctor Ray) disse que sonha em ter uma vida calma e simples e virar governador da Califórnia.
Corri para pegar uma caneta e transcrever uma parte do discurso dele, lembrando que ao fundo apareciam coqueiros, capoeira, candomblé, e bundas. “A beleza é uma gente tão gentil, chegou a hora de parar de seguir os EUA, está na hora do Brasil ser potência, não mais o 2º ou o 3º, vamos ter mais auto estima.”
Gente, votem no Doctor Ray para presidente do Brasil, ele falar “mais grande” já é um passo para o sucesso.
Ok, ok, não tenho TV a cabo e fiquei doente o final de semana…

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Depois dos 30

A gente pede para o cabeleireiro cortar o cabelo igual da Kate Holmes, e fica a cara da Fátima Bernardes.
Vai fazer yoga e fica 1 semana sem poder se abaixar ou amarrar os sapatos ou respirar fundo ou mastigar chicletes ou parar o carro na garagem.
Compra um vestido novo com laçarotes e se sente a própria "cachinhos dourados".
Pinta o cabelo e sempre esquece algum fio branco rebelde, que se destaca diante dos outros infinitos bem pintados.
Paga menos no seguro do carro, porém paga mais em cremes anti rugas.
Vai na praça com os cachorros no horário que o sol não nasceu ainda.
Compra calcinhas confortáveis, grandes e de algodão.
Sorri para qualquer bebê que passa na rua e em algumas vezes segura o choro.
Compra Melissinha, mas se sente meio estranha com ela e com chulé.
Vai numa festa de Halloween preferindo gostosuras às travessuras.
E acha tudo isso normal.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Caralho

Meu pai quando falava palavrão, na hora olhava para a minha mãe, que já estava com o famoso "olhar fulminante" em sua direção. Aí, ele, com aquele ar de menino falava:
- Não é caralho, caralho... Não é caralhão, é caralhinho, um caralhinho bem pequenininho. Minúsculo caralhinho. - E ria feito criança por ter dito 6 "caralhos" em uma só frase.
Bobo... Mas até deste diálogo bobo tenho saudades. Caralho.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Horário Nobre

Segunda-feira: na "Tela Quente" de casa, passa o filme "A espera de uma bolinha", por 2 horas, sem intervalo comercial, recheado de emoções e reviravoltas na trama, PTK e Zé se revezam entre coadjuvante e ator principal. A semana promete fortes aventuras e revelações dramáticas.

Terça-feira: o "Toma lá (a bolinha), dá cá (a bolinha)" está com epsódio inédito e hilário, com pulos, gafes, tombos e muito joga e pega, corre e baba.

Quarta-feira: dia de futebol. A bolinha se torna o centro das atenções (de novo), entro no vestiário durante o intervalo, e quando saio vejo que o gramado (também conhecido como minha cama) foi o centro de algo além de um simples bate-bola. Provavelmente um ringue de luta livre ou quem sabe um vale-tudo onde só não vale deixar o edredon na cama, nem os travesseiros no lugar.

Quinta-feira: a minha "grande família", não parece tão grande até a hora de deitar, pois a grandeza dela está no 1,60m da PTK (medida cuidadosamente tirada da ponta da orelha à ponta do rabo) e dos 5.523.354.355.368.365 pêlos de Zé. Ah! A bolinha também dorme com a gente, pois, algum integrante (Zé) da família, acha que ela, mesmo babada, merece descansar no meu travesseiro.

Sexta-feira: o "Globo Repórter" mostra um documentário inédito sobre 2 cães em seu habitat natural, a luta por uma ração importada, a água fresca tomada com todo cuidado para espalhar babas estratégicamente pingadas pela área de serviço inteira, o duelo por uma bolinha leva os cães à exaustão, o sacudir de pêlos após a casa ser varrida e a dura luta para ver qual dos pobres animais selvagens ganhará o lugar nobre dado sofá.

É, acho que o horário nobre da minha vida merece que a atração principal da semana, a ilustre bolinha, seja "perdida" dentro de algum armário por uns dias, pois "Zorra Total", "Altas Horas" e "Fantástico" eu não aguento. Pensando bem, alguém tem um armário que caibam 2 cães amorosos e 1 bolinha babada?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Varanda Gourmet

Vocês já repararam que agora todos os lançamentos imobiliários do momento tem "varanda gourmet"? Quem inventou isso? E como funciona?
Como sou pobre e não sei cozinhar, imagino a cena assim:
- Mãe, faz um miojo? - grita o menininho.
E a mãe feliz por finalmente ter uma chance para utilizar o cantinho mais cobiçado do apartamento, vai para o quarto, se arruma, passa batom, afinal os prédios tem vista para as outras varandas, corre para a cozinha, pega o miojo, com todo glamour, vai até a "varanda gourmet", cozinha o miojo por 3 minutos, fazendo pose, de avental e tudo, volta para a cozinha, pega a louça chinesa (herança de família), volta para o miojo e serve o alimento feito com amor.
Como disse o Pinho em seu blog: Se eu colocar o George Foreman Grill na sacada, ela vira " varanda gourmet"?
Aliás normalmente, os apartamentos que tem esta varanda, os quartos são tão pequenos, que as pessoas poderiam morar nela, fazer um puxadinho para caber o forno de pizza ao lado da cama ou da TV de plasma de 97'' (tv que na minha casa eu nem teria o recuo necessário para ler as legendas).
E quando você acha que estes empreendimentos imobiliários estão sem novidade, aparece a nova coqueluche do momento que é a "garage band". Sabe aquele cantinho para a garotada tocar guitarra, criar uma banda no sonho de ser um astro do rock, incomodar os vizinhos e tals? Acabou, é, o sonho acabou, pois a "garage band" vem com hora marcada e à prova de som, sua banda amadora toca lá num cantinho que de garagem, só tem o nome.
Vendo tudo isso me faz refletir sobre o mundo que estamos, necessidades que criamos e nos prendemos nelas mesmas. Viramos escravos de necessidades desnecessárias.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A vida devia ter trilha sonora dos Los Hermanos

"De onde vem a calma daquele cara?

Ele não sabe ser melhor, viu?"

Sempre que ouço Los Hermanos tenho vontade de fechar os olhos e criar na minha cabeça as personagens das histórias. Falta do que fazer?

"E quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão

Que hoje eu entendi

Sonho não se dá

É botão de flor

O sabor de fel
É de cortar."

Não. Queria ser uma destas personagens. Misturo suas estrofes e vejo que de qualquer maneira elas fazem sentido. Para mim.

"Nunca acreditei na ilusão de ter você pra mim.

Me atormenta a previsão do nosso destino."

Onde a música me toca, a poesia deles me comove.

"Pois vá embora, por favor

Que não demora pra essa dor... sangrar"

Nunca fui fã de ninguém, nunca ouvi Menudo, nem sabia suas danças, por isso me intriga, agora que passei dos 30, me ver assim, apaixonada, simplesmente.

"Eu quero paz

Quero dançar com outro par pra variar, amor"

Virar fã, me fez ver que depois dos 30, a gente pode criar novos amores, novos hábitos e novas habilidades.

"Eu não sei por onde foi

Só resta eu me entregar

Cansei de procurar

O pouco que sobrou

Eu tinha algum amor

Eu era bem melhor

Mas tudo deu um nó

E a vida se perdeu

Se existe Deus em agonia

Manda essa cavalaria

Que hoje a fé

Me abandonou"

Depois dos 30, aprendi também que posso escrever além de desenhar, que posso ter tempo para amar, para viver, para trabalhar, para ser esposa, filha, ser mãe (dos meus cães), ser irmã, sem nada anular nada. Aprendi que a vida tem que ser leve e que a vida seria mais feliz se tivesse uma trilha sonora.
E com certeza a minha seria:
"Deixa eu brincar de ser feliz,

Deixa eu pintar o meu nariz"

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Eu tenho medo do "Casual day"

Toda sexta-feira devia se chamar "dia do medo". Pois sabe aquele diretor gordinho que você passa a semana inteira respeitando, na sexta ele vem de camisa pólo com listras horizontais (que destaca ainda mais a falta de boa forma), verde, laranja com detalhes em pink, calça semi bag desbotada e tênis de corrida prateado.
A mocinha do jurídico que trabalha de tailler básico a semana toda, na sexta, Ah! Meu Deus! Vem trabalhar de blusinha regata justa (justa), barriguinha de fora, sutiã aparecendo, calça justa (justa) e chinelinho hype, o que a torna a sensação dos fora de forma de camisa pólo com listras horizontais e, neste dia, almoçam juntos se achando pessoas camufladas na multidão da cafonice, amarradas, presas nos próprios modelitos impróprios para nossos olhos até então sãos.
Fico pensando o que se passa na escolha da roupa de sexta-feira. O despertador toca, a pessoa acorda, e diz: "Oba, hoje eu posso vestir o que eu quiser e bem entender". E o pior é que veste mesmo.
Queria deixar registardo que "Casual day" não precisa ser seguido ao pé da letra, dia casual, não significa dia no salve-se quem puder, nem dia do vista o que der na telha, muito menos o dia do vestir "a roupa" para conquistar o diretor gordinho de camisa pólo com listras horizontais verde com laranja. Combinado?

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Aos 89, ops aos 90 - parte 2

Lembram da história da tia Alice? Pois bem, ela se casará de noiva, na igreja em abril. No seu aniversário de 90. Tá bom? Ou quer mais? Alguém aí vai desistir de ser feliz? Alguém vai dizer que depois dos "enta" é impossível achar seu príncipe encantado? Alguém? Alguém?

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O Gaúcho

Um dia, eu, minha irmã e minha mãe passeando pela Santa Clara, 33 (um edifício cheio de boutiques em Copacabana), achamos uma lojinha: Canto do Gaúcho.
Vendia umas bolsas de palha, tinha a bandeira do Rio Grande do Sul, mas estava vazia, ninguém para nos atender quando entra um homem com bombacha e chimarrão na mão falando:
- Bah, Tchê, bem vindos ao Canto do Gaúcho.
Olhamos para o homem paralisadas e só com olhar nós 3 não conseguimos conter a risada.
Era meu tio, que de gaúcho nunca teve nada.
Minha mãe tentando disfarçar, pergunta:
- Mas desde quando você é gaúcho? Nossa, verdade? Não sabia…
- Bah, Tchê, sempre fui gaúcho, tu não sabias? Bah, Tchê!
E a gente tentando conter o riso enquanto a minha mãe se aprofundava no mundo do gaúcho.
Imaginei ele lá, na lojinha dele se fazendo de gaúcho por anos e anos, interpretando um papel para vender seus produtos e torcendo para que parentes debochados como nós, nunca passássemos por lá para desmascará-lo. Saimos de lá sem entender muito bem a história e ao mesmo tempo descobrimos que ele foi empresário do Roberto Carlos. Han?

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Inspiração

Preciso me inspirar
Inspira-expira
Respirar
Acordar para a verdade
Realidade distorcida de uma
Incurável otimista e pessimista ao extremo
Vivendo nos extremos
Do riso às lágrimas
Do fundo ao raso
Mas nem no fundo
Nem no raso
Achei a inspira ação para inspirar e expirar

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Toda rotina tem sua beleza

Vendo a propaganda da Natura, que fala "toda rotina tem sua beleza", pensei na minha rotina, e não vi nada de poesia ou beleza, como na propaganda...
Acordo, tomo café, banho, alimento meus cães, me arrumo, vejo Ana Maria Braga, anoto receitas que nunca farei, pois não tenho fogão, desço com meus lindos peludos e caminho em torno de 30 minutos com eles, vou na pracinha, onde tem uma muretinha que a PTK adora que eu suba nela para ela me pegar, brincadeira boba, que me faz chegar em casa com a língua no pescoço, me arrumo, pego o carro, meu controle da garagem não funciona e o porteiro nunca me vê, perco uns 3 minutos ali, buzinando, chorando, gritando. Trânsito, vou trabalhar, chego no trabalho e começa o ritual "pirar o sistema", passa crachá, abre porta, catraca, corre, bom dia e sento.
Respiro fundo e começa o dia rentável e pouco útil para a minha vida real. Às 19h quando saio, minha vida volta ao ponto onde parou. Respiro de novo, encaro o trânsito, horas depois chego em casa, recebo a minha festa particular canina... Desço com eles, pracinha, subo na mureta, desço, língua no pescoço. Subo, boa noite. Jantar para os peludos, varro a casa, arrumo tudo, lavo louça, faço café para os porteiros, banho, lavo cabelo, seco, leio um livro, vejo novela, jogo bolinha, pego bolinha, jogo bolinha, pego bolinha...
Cadê a beleza da minha rotina?

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Cumpadre


Era assim que eu chamava ele. Ele me chamava de cumadre. Toda segunda durante 1 ano da minha vida, lá estava ele na agência onde eu trabalhava, me recheando de idéias, humor, inspiração e, principalmente, suspiros.
Obrigada "Seu" Ítalo por me fazer tentar ser publicitária, obrigada por no meio de sua noite de autógrafos parar tudo quando me viu e vir todo contente me mostrar sua nova gata vira-lata, obrigada por acreditar no meu talento, por me ensinar e me motivar.
Nestes 84 anos vividos, deixou muitos briefings, story boards, slogans e corações seguidores da sua história e garra.
Sinto nunca ter me despedido, nem nunca ter te dito o quanto te conhecer fez a diferença na minha vida.
Obrigada e até a próxima campanha.

Foto: divulgação

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Um certo Zé

Meu amor se chama Zé, Zézinho, um Zé qualquer, quando o nome foi dado. Um Zé Ninguém ele era. Sem lar, sem saber o que era receber, nunca teve isso, nem nunca sonhou que a vida podia ser outra que a que lhe foi imposta. Uma vida na rua, na luta, na sarjeta.
Ah! Zé. Confesso que te recebi sem braços abertos, olhando torto e pensativa, na dúvida, se mais um amor caberia na minha vida. Será? Mas no mesmo dia seu jeito de cão-gato com seus barulhinhos esquisitos, seu ronronar estranho de olhos cor de mel. Me conquistou. "E agora José? O que faremos?"
Faremos? Nada. Arranjei um lar para você e na hora meu coração ficou pequeno. Como posso te dar? Será que meu Zé Ninguém será o Zé de mais alguém?
Neste ano juntos, vi você sair correndo pela rua, arrebentar 2 coleiras, brigar com todos os cachorros. Me defendeu do mundo. De todo mal que estava ao seu alcance. É o lider incontestável da fuzarca. O mais animado. Que sempre topa a brincadeira, seja ela qual for. O meu Zé que me espera tomar banho com o focinho grudado no box e passa o dia na janela, cuidando, atento à vida alheia.
O meu obrigada, é especial. Pois como um legítimo filho de São Francisco, meu José Francisco faz aniversário em 4 de outubro. 4 anos, talvez. Mais isso são números humanos, que nada significam diante da sua grandeza canina... Em sua homenagem segue a sua oração, a mais bonita que já li.

Oração de São Francisco
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. 

Onde houver ódio, que eu leve o amor; 

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; 

Onde houver discórdia, que eu leve a união; 

Onde houver dúvida, que eu leve a fé; 

Onde houver erro, que eu leve a verdade; 

Onde houver desespero, que eu leve a esperança; 

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; 

Onde houver trevas, que eu leve a luz. 

Ó Mestre, Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; 

compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado. 

Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Rápidas

O melhor bolo de chocolate do mundo
Isso lá é nome de doceria? Você já chega lá achando que vai comer o melhor bolo de chocolate do mundo. Tá, é bom. É ótimo. Porém o título é muito exibido. Mas deu certo. Já fui lá 2 vezes em 1 semana. Droga. Regime já.

No pet shop (de novo)
Eu no balcão esperando a atendente sair do telefone para pagar, e ela falando:
- Não, hoje estamos lotados, acabou de chegar a família Cintra e quando eles chegam o pet shop fecha.
E eu ouvindo, rindo e pensando que exagerei no amor e nos pêlos, mas eles são tão lindos.

Ataques
Hoje tive ataque de: choro, raiva, ódio, medo, ansiedade, angústia, riso, amor, silêncio, fúria, espirros, fungadas, lambidas, coceira, berro, cócegas, caretas, febre, pânico, frio, calor… E todos estes ataques foram por ter recebido uma carta do banco.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

1º tempo

Outro dia conversando com um amigo, ele me falou:
- É Renatinha, já joguei o 1º tempo, estou no vestiário me preparando para o 2º...
Pensei e percebi que eu também vivo neste momento, me preparando para o 2º tempo da vida. O que vivi até agora foi uma parte dos 90 minutos, a partida não está decidida.
Ver o "tira-teima" só reforça os acertos, alinham os erros e cria um novo fôlego.
Pois no fundo, o resultado deste jogo, está no balanço dos sorrisos, amores, cheiros, sabores, lágrimas, saudades, amizades...
Muitas mudanças este ano estão acontecendo. Mas agora, é tomar água, limpar o suor e encarar o 2º tempo de um jogo onde ganhar ou perder não significa nada. Estou nos meus 15 minutos de descanso me preparando para o resto da partida.

Repente eleitoral

Carrega na catraca, carrega na catraca
Sorria, meu bem, sorria
Ciranda cirandinha vamos todos cirandar
Fu, fu, fu... Fulaninha...

Alguém mais está irritado com as musiquinhas? Ou só eu?

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Não sou Freud de ninguém

Estava outro dia conversando com uma amiga, tentando justificar alguma atitude de alguém ou me desculpar por outrem ter feito algo de errado comigo... Quando ela me fala sobre uma matéria que leu, onde dizia "Não sou Freud de ninguém", fiquei surda sobre o resto da conversa, pois para mim já bastou esta frase. Isto é libertador, porque não pensei nisso antes?
Pense: sabe aqule amigo que você adorava, foi ao enterro do pai dele, segurou sua mão, chorou junto e quando você precisou do carinho de volta, não recebeu nem uma mensagem pelo celular? Minha psicologia Marie Claire diria: "Coitado, deve estar revivendo a sua dor". Ou aquela menina irritante, que é mimada e extremanete arrogante? Eu diria: "Ela nunca aprendeu a dividir, no fundo ela é legal". Ou ainda o "gatinho" que você conheceu, mas não queria compromisso sério, pois um ano antes terminara um casamento, e a minha cultura do almanaque da NOVA diria: "Ele emocionalmente não está pronto para um novo relacionamento, entenda, aceite... bla, bla, bla".
Ah! Velhos tempos em que eu não conhecia a frase mágica. "Não sou Freud de ninguém" inicia uma nova era.
Ã, ã, ã, cada um no seu divã.

Regina, muito prazer - parte 2

Devo ter cara de Regina mesmo... No elevador...
Vejo uma vizinha, a Liliane, chegando. Ela fala pelos cotovelos, mas não tive como fugir e digo "boa noite", sorrio e abro a porta para o elevador mais demorado da história.
- Ah! Regina, obrigada. Como você está? Regina, vi o seu marido aí outro dia, hum, um homem bonito daqueles eu não deixava morar sozinho lá no Nordeste. Regina, se cuida hein? Homem está difícil, Regina e você aqui sozinha, deixando ele solto...
Muda. Fiquei pensando: Regina? Regina? Regina? E ainda gorando meu casamento? Se metendo na minha vida? NÃO!!!! Ódio...
- Ah! Eliane, pois é. É só o que consigo dizer, calmamente.
- Regina, meu nome é Liliane.
- Muito prazer, pois meu nome é Renata.
Silêncio ensurdecedor até o 7º andar...

Preciso mesmo de vizinhos novos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

4 meses

Nestes 120 dias, não teve 1 dia em que não chorei, tive vontade de te ligar, te ver, te ouvir.
Não teve 1 sorriso que não lembrei de você, nem 1 lágrima que não te pertenceu. Não teve 1 minuto em que eu não quis berrar, gritar, me rebelar e dizer que é injusta a minha dor.
Tenho medo de me esquecer da sua risada, das suas histórias, do seu cheiro, seu jeito. Do seu cantarolar, sua "operação piu-piu", o sabor da sua truta.
Tenho medo também de nunca mais ser inteira. Falta uma parte minha. Estou há 4 meses juntando os cacos, colando as peças que não fazem mais sentido. Às vezes acho que tudo se perdeu.
É Big Fish, a vida real é muito chata sem você.
Sua filha

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A operação

Minha mãe foi na sexta-feira operada para colocar uma prótese na perna, para assim parar de usar bengala e voltar a usar óculos escuros. A enfermeira chegou no quarto antes da cirurgia e pergunta:
- Qual seu peso e altura, Dona Silvia?
Minha mãe sem piscar responde:
- Peso 59 kg.
Eu e minha irmã já começamos a rir, pois duvidamos deste peso.
- E sua altura? Pergunta a enfermeira.
- 1,80m. Responde minha mãe, que não deve ter nem 1,50m e ainda diz rindo. - Medida de Miss, sabe como é...
E nem sob tortura falou a verdade.

Conversa codificada

Minha madrinha tem um linguajar próprio que só quem convive com ela, já o codifica e continua a conversa como se ela estivesse falando corretamente.
Por exemplo:
- Fui ao cinema ver aquele filme, Detetive no sofá, ah! foi ótimo.
O filme se chama Máfia no Divã, mas ninguém questiona.
- As meninas estão no bloco de carnaval, axila de Deus.
Seria Suvaco de Cristo?
- Sabe eu vi na TV aquele cantor grego, marido da Ki...
O cantor é Latino e a mulher dele... Kelly Key
- Conhaque, vem cá? Conhaque...
O cachorro não atente pois ele se chama Champagne
- Moço o senhor tem o requeijão Serra Pelada?
A marca é Pedra Selada...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Que feio!

Um post por semana...
Prometo me redimir semana que vem.
E prometo voltar a fazer a "ronda" nos meus preferidos.
Ano de eleição é assim, a gente promete coisas... e tenta cumprir.
Ou não?
Bom final de semana a todos.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sobre casamentos

Fui madrinha de um casamento na sexta-feira. Um casamento lindo de um jovem casal, tudo foi tão lindo que nem vou falar mal de nada. (milagre!)
Ops, quase nada. Uma coisa que me deixa intrigada: porque as pessoas acham que todos os convidados de um casamento são íntimos seus, como se fossem da família?
Cena: eu no toalete discreta, como sempre. Quando entra uma senhora visivelmente em um vestido 2 números menores que o manequim correspondente às suas medidas grandes, imensas. E me pede: "Lindinha, me ajuda a desamarrar esta cinta que estou usando e me espera para depois abotoa-la".
Se tivesse uma câmera por lá, veriam minha cara de "han?"
Como não sei falar não, nem para um poste, lá fui eu ajudá-la a desabotoar sua cinta para depois abotoar de novo. Me senti a empregada gorda de E o vento levou... amarrando o espartilho da mocinha. Que missão mais dificil, juro que até suei de ódio por não ter dito não. Existe coisa pior que tocar numa estranha e tentar colocar as banhas dentro de um negócio apertado, mas tão apertado, que achei que depois que conseguisse ela iria explodir pelos ares. Minha maquiagem derreteu.
Mas o que me intriga é, quem pede isso para uma total estranha?
Eu teria vergonha e jamais faria xixi para não ter que depois recolocar aquele negócio no corpo. Peraí, pára mundo. Porque eu ajudei? Nem dormi e nem voltei a enxergar depois daquilo.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Lá vem ela...

Ando escrevendo pouco e trabalhando muito, mas deu um tempinho para recolher algumas pérolas que ouvi nestes dias a respeito dela: a Diva.
• Meu telefone toca e ouço: - Oi, eu reuni um grupo de empresários da Amazônia e queria saber se ela pode vir fazer um show aqui. Sabe os dias que ela tem livre? (peraí que vou ver, não desliga, hein?)
• Será que a Diva não pode participar do programa Roda Viva? (Imaginem Madonna na cadeira giratória sendo entrevistada pelos intelectuais?)
• Tenho um grupo de fãs de Pelotas, Rio Grande do Sul e queremos ver a Madonna, será que vocês podem nos dar os ingressos? Somos em 350 rapazes. (só isso? fácil. Liga pra ela no telefone...)
• Se eu entrar na internet a 00:01 para comprar os ingressos, você pode ligar pra lá e dizer que sou sua amiga? (ligar para a internet? como faço isso? olha, minha amiga vai comprar, hein?)
• No elevador - Ah! Você trabalha na empresa que vai trazer a Madonna, né? Será que você podia me dar alguma coisa dela? Pode ser qualquer coisa. (serve papel higiênico usado?)
Porque ninguém me pergunta nada sobre o show do Marcelo Camelo?

*Vaca amarela fez cocô na panela quem falar de Madonna primeiro come tudo dela.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Stella Maris e Dorival

68 anos vividos um ao lado do outro, uma vida toda.
Cada um com a sua idade avançada, adoecem, um fica em coma, o outro de cama. Um vai para Maracangalha, só, pois Amália não quis ir. Mas 10 dias depois, ela se rende e vai levar o seu chapéu de palha.
68 anos juntos e 10 dias separados, isso que é uma vida juntos. Juntos mesmo, até a morte.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Dúvidas

Lombada eletrônica
Se a velocidade da lombada eletrônica é de 40km/h, porque as pessoas passam a 0,5km/h? Será que acham que vão ganhar um bônus do CET se forem bem devagar? Muito devagar mesmo? Será que se sairem do carro e empurrarem os seus carros eles ganham algum prêmio?
Ninguém me avisou desta gincana...
Rick Martin
Foi pai de gêmeos através de uma barriga de aluguel. Será que seria tão difícil ele achar alguém, no caso eu, que faria este favor de graça e sem precisar de inseminação?
Horário político
Apareceu na TV a Dra. Havanir, quando ela começou a falar a PTK ficou tão brava, latiu sem parar, fiquei pensando se é um sinal para votar nela ou se a Teka viu algo do além perto dela, talvez o Enéas.
Engov
Quando eu digo para uma amiga: "Ah! Vou sair com uns amigos hoje".
A minha amiga responde:
a) - Divirta-se
b) - A Paty vai?
c) - Bom engov pra você?
Que propaganda horrível. Alguém viu? É sério.
Igreja Universal do Reino de Deus
A convenção dos 318 pastores me intriga, será que precisam de 318 pastores? Será que alguém conta se estão todos lá? E se um faltar? Perde a força?

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Sr. Morcego,

Como o senhor está? Sei que não muito bem, diante dos últimos acontecimentos em que as nossas vidas cismam em se cruzar.
Pois bem, escrevo esta carta em missão de paz e com algumas dicas de sobrevivência básica.
Me desculpa por ter deixado a janela aberta na sexta-feira, bem na hora do seu vôo rasante sob a minha cabeleira, é, aquele cabelo cheiroso e lindo, até então limpo, era meu, mas o senhor entrou em casa tão rápido que não tivemos tempo para nos apresentar. Sou Renata, prazer, conheci um primo seu, tempos atrás, em Recife, que aliás insistiu em dormir no meu travesseiro, e, ô dó, acordou morto. Não sei que fim o senhor levou, pois depois do tal rasante em minha cabeleira, sim, era eu correndo feito loca, berrando e batendo na minha cabeça, seguido do choro e das 2h30m de banho. Mas espero que o senhor não tenha se machucado, e da próxima vez, toca a campainha, por favor.
Mande beijos para a D. Joaninha, para o Sr. Tatu bola, Sr. Grilo e D. Mariposa, eles sim, nunca me agrediram.
Enfim, espero que entenda a minha falta de educação durante a sua ilustre visita. Só peço que não volte sempre.

domingo, 24 de agosto de 2008

Ei, é aqui mesmo...

O Passei dos Trinta, ganhou de presente um novo layout.
Quem fez foi a Kel, minha querida Kelly Vanelli do "caderno de ilusões". Fez com todo carinho e é a minha cara. ADOREI!
Espero que gostem também.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Renata, ops Regina

Um colega de trabalho, uma vez me falou:
- Regina, bom dia!
Respondi "Bom dia". Rindo. Não desmenti, nem disse: - Olha meu nome é Renata. Tudo bem. Talvez eu nunca mais o veja, pensei.
Mas 3 anos depois...
- Oi Regina. Diz o moço, que agora senta perto de mim.
- Oi Colega. Digo sorridente.
Todos do meu departamento, me incentivam a falar a verdade. Mas fico sem graça. Se não falei a verdade no primeiro "Bom dia". Vou falar agora?
Enfim... sempre que preciso mandar e mail para ele eu mudo a minha assinatura para Regina Cintra. Isso já está ficando um pouco complicado, pois, não sou a pessoa mais ocupada do mundo, confesso, mas também não fico aqui só no tricô.
Ontem, meu chefe, já de saco cheio desta minha dupla personalidade, berrou bem alto para me deixar sem graça: - Renata, corre aqui.
Nesta hora, o colega se virou para mim e perguntou:
- Porque ele te chamou de Renata?
Eu sorri, cheia de coragem, enchi o peito e falei:
- Ele acha que meu nome é Renata, eu nunca desmenti.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Gostou do que leu?

Então pode deixar um dinheirinho para o autor...
A revista online Salon criou uma novidade em sua comunidade Open Salon - usuários remunerando usuários pelos posts que escreveram. É simples - se um usuário leu um post que gostou, remunera o autor através do sistema de micropagamento MoneyExchange. Para começar, cada membro do Open Salon que se registra no sistema ganha um credito de USD 10 - para experimentar e poder começar a pagar outros membros da comunidade. Para receber, no entanto, o usuário também tem que ser registrado no MoneyExchange. Noticia da CNet. 13/08 - Julio Hungria - Notícia Blue Bus.

Não sei porque, mas gostei da idéia... quem gosta do blog, deixa um dinheirinho aí, vai, qualquer moedinha... rs

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Projeto irritar

Uma mocinha se mudou aqui para o nosso andar na empresa. Mocinha chatinha que só.
Na sua primeira semana reclamou da gente dizendo que éramos muito festeiros e barulhentos, estávamos aqui para brincar. No dia seguinte disse que não estava aqui para fazer amigos, e sim para trabalhar e odiava as festas diárias que fazíamos. Não fala oi no elevador, não segura a porta para ninguém. Então colocamos em prática o "projeto irritar".
No primeiro dia colamos um post it escrito "bom dia" no mouse dela, fofo né? Mas colamos bem em cima da fibra óptica fazendo com que o mouse não mexesse. Ela chamou o técnico, ficou mal humorada, e o técnico só ria ao ver a brincadeira. Depois vieram as ligações diárias, de hora em hora, ou de 10 em 10 minutos, tá bom, eram a cada minuto para o ramal dela, seguida das desligadas na cara. Hoje, criamos um email secreto, onde enviamos mensagens de amizade e amor (leia-se ameaças de diversos tipos). Até cartão-postal com a figura de um rato morto ela já recebeu por malote. E vamos fazer serão para esperar ela ir embora para podermos colar o telefone dela na mesa, e uma tachinha na cadeira, não faz mal a ninguém.
Ok, a 5ª série é aqui, mas foi ela quem começou...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A escova elétrica

- Oi, é da Colgate? Queria fazer uma reclamação. Comprei uma escova elétrica de vocês que diz que tem que durar 3 meses, mas ela durou 3 semanas.
- Mas a senhora pode estar trocando a pilha? Disse a atendente no seu clássico gerúndio.
- Pilha? Que pilha? Ela é descartável.
- Não minha senhora, ela é à pilha.
- Não ela é descartável, está escrito. D e s c a r t á v e l. E é um absurdo uma pilha de uma escova de dentes durar apenas 3 semanas. Que produto horrível é este? Devia durar 3 meses pelo menos! Estou indignada.
Depois de muita insistência, brigas e palavras de baixo calão (da minha parte)...
- Tá bom. A senhora pode estar deixando a escova com defeito na portaria do seu prédio em um envelope que vamos estar retirando e estar deixando uma nova. Um motoqueiro vai estar pssando lá esta semana.
- Ok. Obrigada. Hunpf.
Chego em casa cheia de moral e vou pegar a minha escova de dentes que não funcionava e para minha surpresa, ela era da Oral B.
Me restam 2 opções: me fazer de louca e deixar a escova da Oral B para a Colgate trocar ou ligar me desculpando. Dúvida cruel...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Conservatória

La, la, li, la, rá... Aniversário da minha mãe. Fomos para Conservatória. Cidadezinha no interior do Rio de Janeiro, que vive da seresta. Pitoresca. Idade média dos habitantes: 80. Apenas 1 farmácia. Os velhinhos cantam. Muito. O tempo todo. O que me fez concluir que: Quem canta seus males espanta.
La, la, li, la, rá... Chegamos em Conservatória a tempo de ver a seresta de sexta-feira. Que alegria. Quantas cabeças brancas felizes, la, la, li, la, rá... Músicas de 1920, algumas de 1880, as mais modernas eram de 1950. La, la, li, la, rá...
Fomos para lá, pois soubemos que nos anos 80, uma das casas da cidade foi batizada com o nome do meu avô, homenageando uma música dele que era tocada nas serestas. Música até então nunca ouvida por nós da nova geração. Geração pós boêmia. Única música dele que sobreviveu ao tempo. La, la, li, la, rá...
Acho que para viver em Conservatória você passa por um processo de audição e apresenta algum dote artístico. O dono da pousada, cantava. A esposa dele, declamava poesias. O garçom, tocava violão. Me imaginei no filme Cocoon encenado na Broadway.
Chegou sábado e com ele o aniversário da minha mãe, e logo no café da manhã, mais la, la, li, la, rá... Fomos conhecer a cidade. E achamos a tal casa batizada de "Volta" de Mario Lopes de Castro. Muitas fotos depois... A noite chegou e com ela o momento auge da viagem. O museu da Seresta, sim lá tem um museu, os seresteiros cantando "Volta" para a minha mãe. Todos se viraram só para ela. A seresta sai pela cidade. Debaixo de chuva. De novo "Volta" é cantada com todos os olhares para a minha mãe, que já não sabia aonde se esconder.
No café da manhã do dia seguinte, mais la, la, li, la, rá, e "Volta" cantada em outra versão. Fomos para a periferia, pois descobrimos que uma das casas longe do centro urbano também tinha escolhido a música de meu avô para batizar sua residência, desta vez, quem escoheu a música foram 3 irmãos de 8 a 12 anos. E lá, eles cantaram para a gente a música, novamente. Lindas crianças que conseguiram cantar uma música que a própria família do autor desconhecia. Durante 48 horas minha mãe foi celebridade, pagando muitos micos, mas numa linda homenagem ao pai dela que morreu em 1945 e ela mal o conheceu. O dia dos pais passou, com um vazio imenso, para mim, pois sempre falta alguma coisa, mas por outro lado fiquei feliz em ver que existem coisas, pessoas, sentimentos e canções que são eternas. La, la, li, la, rá...

PS. No caminho de volta desligamos o rádio, não colocamos CD. O silêncio se torna importante depois de tanta cantoria. La, la, li, la, rá...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Frouxa


Esta palavra me define. Basicamente isso. Sou frouxa. Sempre fui. Como descobri isso?
Alguém já leu Flicts do Ziraldo? Ele conta a história da cor que não fazia parte do arco-íris, nem dos lápis de cores, ninguém queria ser um Flicts, pois ele era cor-de-burro-quando-foge. Triste, muito triste. Ele não tinha amigos, nem combinava com nada. Chorei rios com este livro. Me lembro até hoje de um trecho: "Não tinha a força do vermelho, nem a imensidão do amarelo, não tinha a paz que tem o azul. Era apenas o frágil e aflito Flicts". Percebi que era frouxa e que queria ser designer neste momento. Quem chora porque uma cor é aflita e frágil?
Com os anos a "frouxice" só foi piorando, acho que a idade traz novas leituras, uma dor na alma mais intensa, um filosofar mais profundo e umas cores mais sofridas que não nos ajudam em nada. Percebi que na nossa vida temos muitos Flicts soltos por aí, que não se encaixam em nada, muitas cores que querem achar seu espaço, seu lugar, sua função, seus amigos e a sua combinação perfeita.
Não nascemos amarelos, azuis ou vermelhos, nascemos Flicts lutando para fazer parte do arco-íris. E neste mundo de cores brilhantes, ser uma cor-de-burro-quando-foge é sofrido, apesar do final feliz do livro. Ainda sou frouxa, ainda sou um Flicts.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Preciso de vizinhos novos

Ando meio fora do ar, fora de mim, fora do que quero, fora do que penso, fora do que sei. Confusa que só...
Mas fiquei feliz pois voltei a ser eu quando vi uma senhora no elevador que vejo sempre, mas ela estava de bengala desta vez. E eu, ou melhor, minha língua, não cabendo dentro de mim diz:
- A bengala dignifica a velhice.
Quem disse que a mulher sorriu, me respondeu, ou me olhou? Eu chamei ela de manca velha. Porque? O que ela me fez?
É. Menos uma que gosta de mim no prédio. Alguém quer se mudar para lá? Preciso de amigos.

Coisa que eu amo (no singular)

Amo o entregador da UPS com sua bermuda marrom e a botina com cara de quem está pronto para ir num Safari, caçar.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Coisas que odeio (não necessariamente nesta ordem)

• homem de calça branca
• elogios fúteis e não sinceros que recebo diariamente de quem não gosto
• cabelo quando encrespa
• o dedo ficando gordo
• umbigo com cara de sorriso
• los hermanos separados
• pêlos em lugares estranhos
• segurar xixi
• receber holerite
• tossir no cinema
• celular que não toca
• brócolis
• unha grande em dedo pequeno
• morder morango
• o menino que faz cocô na casa do Pedrinho
• chuva no final de semana
• morder o lábio
• palhaço
• anão
• anão vestido de palhaço
• pônei com cara de bravo
• esperar quem não me ama

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Só um obrigada


Chego com raiva, mal humor, fúria, ira, medo, preguiça, sono… mas logo sorrio, pois você continua deitada no sofá com cara de lady, levantando a patinha para eu ir te falar “oi princesa, cheguei”. Uma vira-lata como você, jamais se levanta para receber os humanos. Humanos que foram maus um dia, mas passou, ainda bem. Agora você tem todo o mimo do mundo. Tem até coleção de lacinhos, prefiro o pink com corações vermelhos. Arrasa.
A sua mania de dormir com a cabeça debaixo da coberta, uivar quando vê a chave do carro, rebolar quando o rolo do papel higiênico acaba e sabe que ele vai virar um brinquedo que durará 2 segundos para ser destruido e o meu orgulho quando passo pela portaria com você e o porteiro diz: “Olha a Gisele Bündchen das cachorras” eu fico tão exibida, nem caibo dentro de mim, pareço mãe de Miss.
Acho que até hoje ainda não te agradeci pela amizade. Acho que hoje ainda não te apertei o suficiente para compensar tanto amor e dedicação. Acho também que não agradeci por todas as noites que chorei ao seu lado e você me deu seu ombro, seu colo e muitas lambidas desesperadas para tentar me animar e não é que você sempre consegue me fazer sorrir?
Obrigada por ser a minha PTK. (depois daquele post da coleira com letrinhas de strass que o nome Peteka ia sair caro, resolvi abreviar para PTK, que nem DKNY, sabe?)

PS. Foto da Ana (Vanilla Coke). Zézinho, depois escrevo sobre você, tá nêgo?

Ainda dói

Hoje queria alguém para ler a minha borra do café turco e ver lá no fundo, nas formas que formam, uma família feliz, com o pai por perto. Contando histórias de um tempo distante quando estudava em Ouro Preto, ou se exibindo por ser um Hadad que trabalha com explosivos, portanto um homem proibido de entrar nos Estados Unidos, um terrorista.
Fizemos “raclete” ontem, sentei na cabeceira da mesa, no seu lugar que agora peguei para mim, pois ele vazio dói ainda mais.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Ou um ou outro

Dia de sol infernal. Minha mãe com os olhinhos apertados.
- Mãe, cadê seus óculos escuros?
- Ah! Filha, com bengala e óculos escuros, fico parecendo cega, me vi outro dia num reflexo e resolvi não usar mais os dois juntos. Ou um ou outro.

Não é justo. Eu sei.

Não queridos. A vida não é justa. E nunca será. Jamais.
A escolha que fiz em ter cachorros antes dos filhos deve me fazer ser uma pessoa odiada para muitos. Mas algumas pessoas esquecem seu passado, daonde vem, quem são, pelo simples fato de terem tido um filho. Adoro criança. Amo de verdade. Odeio os pais das crianças. Pronto falei.
No elevador tinha uma mocinha muito simpática sempre comigo. Amava meus cães. Ela engravidou. Teve filho. E agora me xinga pois meus cães não são limpos, puros ou dignos o suficiente para andar com o imaculado bebê dela. Que aliás eu muito fina nunca disse: - Olha, seu filho é feio sim e eu não aguento mais este seu sutiã cor de pele aparecendo. E antes que eu me esqueça, vá pentear o cabelo.
Fica a dica. O cor de pele não quer dizer invisível. E sempre sutiã cor de pele será feio. Ainda mais aquele que abre para o peito sair para dar de mamar. Feio! Feio! Não me obrigue a andar perto de quem usa este sutiã com uma roupa "tomara que caia", ou neste caso “Deus me livre se cair”.
Ufa. Estou mais leve. Respira.... Passou.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Não me deixe só (por pouco tempo)

Meu toque do celular era Maria Rita cantando “Tá perdoado”, mas a novela das 8, que tinha esta música acabou e pareceu fofoca velha, e eu não posso parecer desatualizada, pois mulher que passou dos trinta e não se moderniza, pisca e tem quarenta.
Então baixei “Vida Louca” do Ricky Martin, mas pareci meio vivendo a vida louca, me senti meio estranha com este toque, pois nem sempre se vive a vida louca, ou pior, nem sempre as pessoas podem saber que você vive a vida louca, enfim, este toque estava me deixando confusa, com muitas personalidades, meio remoçada demais, ou meio velhota pensando que é cocotinha. Por isso, baixei “Não me deixe só” da Vanessa da Mata, mas a música me faz lembrar o cabelo dela, e que ela sou eu quando acordo, e que ainda bem que o tempo está bem seco, uma humidadezinha… ah! Haja secador, chapa, óleozinho, creminho, pentinho, touca, muda o lado da touca… Acho que este toque no meu celular não vai durar muito, pois me deixa tensa no quesito cabelo. A vida anda complicada mesmo, pois um toque de celular pode te entregar a idade, os ideais, até a genética. Saudades de quando tocava apenas triiiim, triiim, triiiim.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Na boa


Minha irmã pediu o Cauã Raymond no "Daruma" dela, eu ri, fiz pouco caso, disse que o pedido dela, jamais se realizaria...
Não, queridos leitores, ainda não se realizou, mas por via das dúvidas, vou pedir ele para mim também, não custa reforçar, quem sabe ele entra para a família e posso ver de perto aquela barriga, braços, peito, boca, cabelo...
Vou comprar um Daruma para mim e limpar a baba e já volto.

PS. Para quem não lembra do post do Daruma: http://passeidostrinta.blogspot.com/2006/11/daruma.html

terça-feira, 22 de julho de 2008

O Ressucitador de moscas

Todo churrasco era a mesma história, alguma mosca resolvia mergulhar em um copo de cerveja.
E o Ressucitador de moscas, sorria, realizado, pois seu show iria começar.
Chamava as crianças, os adultos, seus novos e velhos espectadores. Todos ficavam a sua volta.
Ele pegava a pobre mosca, sem vida, com cuidado, separava um punhado de farofa e deitava e rolava a coitada ali, falando palavras mágicas. Depois a colocava, ainda sem vida em suas mãos, assoprava e abracadabra daqui, abracadabra dali, todos nós contávamos até 10 em coro. 1, 2, 3…
Ele sacudia, abria as mãos e a mosca voava. Novinha em folha, livre e feliz.
Os churrascos nunca mais serão os mesmos sem você, pai, meu Ressucitador de moscas. O seu show era a melhor parte de qualquer festa.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O meu amor

O meu amor é assim, meio inusitado, meio amalucado.
Não é convencional, pois não acreditamos em padrões.
Mas é assim que meu amor e eu vivemos. 6 anos. O “sim” mais fácil que já falei. A certeza mais clara que tive. O amor mais completo que vivi. A alegria mais intensa, o colo mais certo e o beijo mais sincero.
Construimos uma vida feliz, cheia de cachorros, sonhos, brincadeiras e lotada de risadas. Pois o verdadeiro amor da minha vida tinha que ser feliz, leve e narigudo.
Acreditamos que será para sempre, como todos os contos de fadas. Sabemos que não será fácil. Mas acreditamos, construimos e praticamos a nossa cumplicidade.
Eu sou a alegria e ele a brincadeira. A ranzinza despojada e o moleque irritante. Renata e Renato, dois sagitarianos, a carioca criada em São Paulo e o paulistano criado no Rio.
Ao final do dia ainda olhamos para a lua, recordamos histórias felizes e criamos outras, nos ligamos e ouvimos e falamos: - Você viu a lua, amor?

sexta-feira, 18 de julho de 2008

É sucesso!

Depois da volta do The Police, Spice Girls, RPM, The Doors (sem Jim Morrison), Katinguelê (com Salgadinho), e outras fofocas velhas que resolveram se relançar, eis que surge uma notícia bomba. Calma, ainda não são os Jackson Five. É muito melhor, pois a banda Yahoo grava seu DVD e CD “20 anos de sucesso”. (Desculpem o erro gramatical e de concordância em colocar sucesso e Banda Yahoo na mesma frase). Por acaso alguém além do Ronnie Von estava com saudades deles?

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Mais uma de amor

Tenho uma outra tia chamada Maria Helena.
Casou com meu tio e viveram um “felizes para sempre” (que durou 3 anos).
Os outros 40, foram só sofrimento na vida dela. Amava meu tio e ele com outra. Tentou se matar. Vivia deprimida. Coitada. Até remédio tomava.
Certo dia toca o telefone:
- Alô! Gostaria de falar com a Maria Helena.
- É ela. Quem fala?
- Um amor de 45 anos.
Ela quase desmaiou e a depressão acabou.
Ele, um fazendeiro viúvo que a namorou quando tinham 15 anos. A vida os afastou, os detinos se desencontraram.
Enviuvou e na semana seguinte descobriu seu telefone e foi atrás do amor que deixou na vida, o amor que para ele era mais forte. Cumpriu na sua vida, sua missão. Casou, criou filhos, foi fiel a mulher até ela morrer e agora a vida que ele queria era para passar ao lado de seu grande amor. Ela com mais de 60. Ele também.
Finalmente, rapidinho, ela deu o divórcio para meu tio que pode se casar com a mulher que ele vivia há 40 anos e ela se casou com seu fazendeiro.

Está explicado porque acredito no amor?
Acredito que o nosso destino ninguém muda.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Aos 89

Minha tia Alice tem 89 anos.
Nunca casou. Solteira. Morava com a irmã mais velha, também solteira. Que já morreu.
Aposentada. Advogada. Viajou o mundo. Sozinha.
Teve uma vez um italiano apaixonado por ela. Faz tempo... Isso foi nos anos 50.
Então, combinou com um amigo viúvo para os dois se casarem.
Assim os bens iam para ele. Casamento de mentirinha. Nunca tiveram nada. Apenas bons amigos. Ele? 72 anos.
E assim chegou o dia do casamento. Só no papel, só de aparência.
Mas recebeu flores com um cartão romântico. Ganhou brincos e anel de brilhantes.
Trocaram alianças. Cada um foi para a sua casa.
E todos os dias desde então ela recebe flores dele.
Ele quer se casar na igreja. De verdade. E ela, está feliz da vida.
Casou aos 89 anos, provando que nunca é tarde para começar a viver um grande amor. Nunca.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Barulhinho bom

O meu velho quarto. O papel de parede com flores delicadas, sortidas, parecem pintadas a mão. Cortinas pink.
Tenho dormido de novo lá, alguns dias.
Por um lado é bom, me sinto ainda num passado feliz onde os problemas eram menores, os amores maiores, os medos inexistentes e a coragem infinita.
Me sinto adolescente de novo no meu banheiro cor de rosa com espelhos grandes e muitas luzes. O quadro da bailarina. As almofadas. Sempre arrumadinho.
Me faz perguntar em qual parte da vida que tudo complicou. Quando foi que eu passei a não caber dentro dele?
Não faz muito tempo em que a minha vida inteirinha cabia ali, nas paredes de flores com cortinas pink.
Mas tudo está diferente agora, eu cresci ou tudo encolheu.
A única coisa que não mudou foi o barulhinho do jogo de tênis, a bolinha que vai e vem infinitamente. Às vezes um grito de torcida outros de raiva seguido de um arranhar da raquete no chão.
Olhei pela janela e ainda me pareceram ser as mesmas pessoas jogando. Um jogo que não tem fim, para me fazer lembrar que este barulhinho bom é tão familiar. Combina tanto com as paredes floridas. Com o banheiro cor de rosa. E com as cortinas pink.
Mas não combina mais comigo pois do outro lado da porta não existe mais a família feliz, ovos com bacon na madrugada e a mesa cheia às 2 da manhã. O barulhinho que vem pela manhã junto com tantas lembranças mostra que algumas coisas são eternas e outras mudam.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Ligação direta

- Sonhei que meu telefone tocou e vi no visor estava escrito pai, e atendi falando "Oi paizão". - disse Déa, toda feliz.
- Que sonho bom, hein? Respondi com inveja do sonho dela.
- Ah! Bem que podia ter um telefone aonde ele está para falar com a gente. Minha mãe fala.
- Podia mesmo. Ia ser ótimo.
Suspiramos, divagamos a respeito.
Mas não existe.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Bem feito

Nunca disse que sou uma pessoa boa. Eu sou má. E por isso...
Na fila do supermercado me vejo com apenas 3 produtinhos na cestinha, a fila de até 10 unidades lotada e a fila de idosos, gestantes e deficientes, vazia. Como sempre faço (ou fazia até semana passada), incorporo a mulher grávida que existe dentro de mim. Coloco um anel como aliança, estufo a barriga e entro na fila.
- Está grávida e é tão novinha. Diz uma velhinha linda no auge dos seus 70 anos.
- Nem tão novinha, obrigada. Sorrio para a doce velhinha.
- Já sabe se é menino ou menina?
- Ainda não, estou de 3 meses, apenas. Respondo achando que não podia enganar tanto assim a velhinha, minha barriguinha pode comportar um bebê no terceiro mês, talvez, forçando a barra.
- Só isso? Ah! Então deve ser menina. Você está muito inchada. Fala a velhinha agora demoníaca.
- Tomara. Respondo, pensando que a velhinha não é linda, nem doce e sim uma safada que aposto que se faz de velha para pegar a fila dos idosos.
Percebi que fazer isso é feio, mas penso que posso nunca ter filho e jamais usar este "benefício", ou posso não chegar na terceira idade... Mas não vale a humilhação que passei.
Bem feito para mim.
Regime já.
Velha safada.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Show de Otto

Confesso que estava com saudades de falar arrastado, usar as gírias tabacudas e rir em pernambucanês.
Fomos lá, amigos daqui que conheci lá e de lá que conheci aqui. Baixo Augusta, lugar escuro, estranho. Perto de lugares pouco indicados para mocinhas de família como eu.
Show? Que show mesmo? Ah! De Otto. Que figura! No alto de sua gordura física ele resolve tirar a roupa, pois já não tinha o que fazer no palco que nos surpreendesse, já havia cantando 8 músicas de Candoblé, 20 músicas estranhas que só ele devia conhecer. Então o auge do show chega, com Otto, mostrando a todos o corpinho que conquistou Alessandra Negrini. Conquistou como mesmo? Cantando ou fazendo streep?
Não sei ainda qual é a de Otto, mas me fez sentir saudades de ser pernambucana, da batida, do falar arrastado, da liberdade, do lugar estranho, do novo, foi bom.
Mas o que aquela mulher linda viu nele? Só ele sabe...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Só podia ser novela...

Não, este não é o blog da Claudia, que comenta muito bem as novelas, mas vou falar de algo me intrigou muito ontem em "A Favorita".

Claudia Raia, com sua cintura de quem tirou 2 costelas de cada lado, estava no aeroporto tomando casquinha de sorvete de Pistache e vendo aviões decolar. Eis que chega o bonitão jornalista que pega as inimigas, e paquera ela. Depois na esteira do aeroporto, ele diz: - Você comeu 5 casquinhas (5!!! E com aquela cintura?) e ainda no meio de uma briga calorosa se beijam na esteira do aeroporto, entram num quartinho e beija aqui, beija ali, Claudinha berra: - Eu sou casada! E sai correndo. Corta cena. O bonitão jornalista que pega as inimigas, agora está em casa e toca a campainha e era a ex-presidiária que ele já pegou, mas ela sumiu deixando apenas um bilhete. Ela entra, o beija e sente o cheiro da outra no cangote dele e fica brava, afinal ela sumiu, deixou um mísero bilhete e queria que o bonitão jornalista que pega as inimigas estivesse lhe esperando.
Por que novela irrita tanto?
Não sei se odeio mais a cintura da Claudinha ou os cachos da ex-presidiária que some e ainda quer fidelidade do bonitão jornalista que pega as inimigas.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Momento de reflexão

Afinal, que mulher nunca comeu
uma caixa de Bis por ansiedade,
uma folha de alface por vaidade,
ou um cafajeste por saudade?*

*autora desconhecida, mas queria conhecê-la...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Preguiça...

Tenho um amigo que é muito profundo, profundo até demais. Nada contra profundezas, mas sou sagitariana, e os sagitarianos são superficiais por natureza. E durante um almoço profundo foi me dando muita preguiça.
- Mas Renata você tem que entender que dentro da visão da vida e das disparidades sociais existe um meio termo entre o caos instalado e a beira do colapso do que hoje chamamos de sistema, num mundo onde nossos filhos vivem a sombra da vida diante da visão de um futuro criado em paradigmas utópicos de um social devastado pela aceitação como um todo da grandeza do eu, não acha?
- Acho que não devia ter pintado a minha unha de vermelho, amanhã quero usar sandália cor de rosa. Será que combina?
Silêncio. Risos.

Frase do dia

"Um simples amigo te ajuda a carregar um móvel. Um amigo de verdade te ajuda a esconder um corpo". *

Vi finalmente Sex and the city e tudo o que eu queria eram aquelas 3 amigas perto de mim, (3 amigas pois óbvio que sou a Carrie) na saúde e na doença, na mudança ou no homicídio do meu chefe que cada dia está com mais cara de bosta perto de mim e isso me irrita profundamante...

*frase enviada pela Ana (vanila coke) meses atrás que hoje se encaixa como uma luva no meu humor.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Almoço bacana

Sempre que estou triste, ou feliz, ou com fome, ou com mal humor, ou bom humor, ou preguiça de escolher a comida, ou nos dias pares... vou almoçar num lugar aqui na Vila Olimpia. A comida é legal, o lugar até que bacana (adoro falar bacana), mas o melhor de lá é o dono.
Sabe aquele homem lindo, sarado, cabelo lindo, barba meio largada, pois bem, e o sorriso... Chamamos ele de "Beto", nome fictício dado aos belos. Nos faz perder a fome. Aliás é um ótimo lugar para se fazer regime, pois quem come com um homem daqueles por perto?
Enfim, como ando com muito, muito pouco trabalho, achei umas fotos dele e resolvi fazer um email para alegrar as minhas amigas que repassaram para outras amigas, com os melhores momentos do meu dia: comer olhando o dono. De uma hora para outra o restaurante vive lotado, tenho que ficar esperando horas por uma mesa, o público em sua grande maioria, mulheres arrumadas e lindas. E eu lá, com fome de um bolinho de bacalhau. Ah! O restaurante é português.
Conclusão: acho que eu devia ganhar uma participação nos lucros, ter uma mesa cativa e quem disse que beleza não é fundamental até para se ter um restaurante.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Eu sei quando estou de TPM...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Penúltimo passeio

Hoje fomos dar nosso penúltimo passeio juntos. Que tarde linda fez. Fomos para Embu jogar a sua metade, que sei que adoraria ficar para sempre lá, na pedreira.
Nunca tinha visto de perto uma, e é um lugar muito bonito, no centro a pedra sendo escavada, detonada, se tornando um desmonte escultural (palavra que óbviamente nem sei o que é...) e em volta muitas árvores.
Chegamos lá e tão carinhosamente seus amigos nos acompanharam, acharam um lugar lindo que jamais será escavado, pois está na área de preservação. Pôr do sol lindo. Visual perfeito. Todos lembraram que você adorava ficar daquele lugar filmando suas explosões. Cada um jogou um pouco de você por lá. Lembramos muitas peripécias que só quem te conheceu saberia que são de verdade.
E um amigo seu falou: Teremos agora alguém que sempre tomará conta das nossas detonações...
O sol foi se pondo, o frio chegando. Mas ficamos mais leves em saber que parte de você ficará sempre ali, naquele lugar que tinha a sua cara. Seguramos o choro. Era um momento leve. Deixar você lá não foi a parte difícil. Foi mais uma despedida apenas.
Voltamos para casa com a metade que sobrou para o nosso último passeio.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Aperta daqui, espreme dali, tapinha acolá


Domingo, frio, chuva, tédio, cachecol, gorro, centro de São Paulo, teatro com amigas. A peça? Olivier, fusca e fogão…
Entra em cena o homem. Alto, charmoso, com sotaque sexy, cabelo grisalho e nariz grande, que nariz!
A peça começa, sem muitos detalhes para mim, pois o texto, não era importante, ele cozinhando era um detalhe, mas ele sorrindo era tudo. Não sou crítica teatral mesmo.
A parte que prestei atenção foi a hora que ele põe a mão na massa. Isso aperta, hum, tapinha na massa, mais um, assim. E os braços? Ah! Que braços os padeiros tem. Ou será que só os padeiros franceses? Os portugueses não são assim tão fortes, ou são? Passei a achar que frequentar as cozinhas das padarias, deve ser um passeio interessante.
No final da peça, aquele cheiro gostoso de pão, a vontade de morar para sempre naquele teatro transformado em cozinha e com o francês me alimentando, eis que chega o auge, fez até calor e ele lá, pessoalmente repartindo o pão, do ladinho, assim, de mim. Tive medo de olhá-lo nos olhos e ficar cega com o sorriso, as ruguinhas e os cabelos grisalhos.
Se foi boa para os homens, eu não sei. Mas mulheres, além de comer com a boca, os olhos ficam bem alimentados.

Foto: divulgação

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Aos poucos

As tristezas viram saudades felizes,
Os medos se tranformam em forças para o amanhã,
Os choros ficam mais espaçados,
O sorriso volta no canto, nas cumplicidades das nossas besteiras familiares,
Os deboches renascem,
O peito vai ficando mais aliviado, a respiração mais leve,
As lembranças nos divertem, os sonhos florecem,
As incertezas não importam mais. O que importa são as esperanças de que aos poucos encontraremos o seu lugar no futuro das nossas vidas, na ausência do dia a dia, mas na certeza do seu constante estar ali, nos provendo, nos dando a honra de sua companhia constante.
Pode parecer bobagem minha, mas ontem na nossa primeira gargalhada depois de dias que pareceram anos, senti você feliz também rindo com a gente. Abençoando o provável sorriso voltando, aos poucos.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Velhos hábitos

Todos temos hábitos que nem percebemos. Hábitos, manias, “tics” nervosos, seja que nome damos, são coisas que muitas vezes fazemos na calada da noite, no silêncio da casa, trancados na varanda, dentro do armário, mas sempre escondido de todos.
Não adianta falar que não há nada no mundo que você não faça deste tipo que jamais confessaria ao padre ou ao seu companheiro, pois são coisas que você sabe que é errado, e continua fazendo.
Que atire a primeira pedra quem nunca pecou, quem nunca teve a mania de desencravar pêlo, espremer cravo, passar creme no pé por horas…
Aqui confesso a minha mania inconfessável, eu tenho mania de cutucar o pé com alicate de unha, pronto falei, pésimo hábito, pois não sei fazer direito, e sempre tiro bife, ainda mais daquele cantinho cheio de carninha fresca, me faz até suar, parar e não pensar em mais nada, mas tudo piora quando o alicate é novo.
Já cheguei ao cúmulo de deixar o alicate na casa da minha vizinha, de jogá-lo no lixo, de trancafiá-lo de mim mesma. Sou a tarada do alicate. Posso ficar dias, horas, semanas, meses, futucando os cantinhos da unha do pé. O maior problema é no dia seguinte em que sem conseguir andar, nem colocar sapato, mancando feito mula manca, resolvo trabalhar de havaianas prata, pois sou “in”, antenada na moda, fashion demais, porém neste dia infeliz tem uma reunião surpresa com a diretoria careta do falso mundo do show business. E para poupar olhares indiscretos…
- Alguém neste andar calça 35?

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Vira-casaca

Minha prima Mariana, era flamenguista. Frase estranha, né? Como alguém muda de time? E aos 24 anos?
- Mariana, te dou 100 reais para você virar fluminense. – disse um tio.
Mariana não hesitou, eu queria dizer que demorou horas pensando e pensando, mas não… - Aceito. O flamengo nunca me deu nada e para ser fluminense já saio no lucro. Disse Mariana feliz com sua nota de 100 reais.
Dias depois era dia de Maracanã, com seu namorado, flamenguista roxo. Lá foi Mariana para a torcida de sempre, com sua camisa vermelha e preta, muda, diferente. Algo mudou em Mariana e todos perceberam. Não torcia mais como antes, havia esquecido o hino.
Seu namorado indignado, percebeu algo diferente em sua companheira de tantos domingos no Maraca. E aos poucos foram se afastando. Não existia mais um elo forte entre eles.
Mariana se sentiu livre para torcer pelo seu novo time. Rasgou suas velhas coisas vermelhas e pretas, seus urubus, sua carteirinha…. E comprou tudo tricolor.
Foi estreiar seu novo time no Maracanã, contra o flamengo, era a prova de fogo, torcer contra, ou a favor, ah! Sei lá.
Fluminense perdeu de 3x0.
Mariana chegou para seu tio e quis devolver o dinheiro, não valia tanto sofrimento. Seu tio não aceitou desfazer o acordo. E Mariana continua a vida, em busca de um torcedor do fluminense que aceite seu passado obscuro.
Tadinha, espero que consiga, senão vai virar titia. Nenhum homem aceita tanta traição.

Amigos...

O Pinho escreveu um lindo post sobre meu pai, eu amei. Tinha esquecido da história que ele foi garimpeiro.... rsrsrsr
http://blogdopinho.zip.net/
Obrigada pelo carinho...
beijos

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Pai,


Que dia nós tivemos, hein?
Começou ontem, quando fui te ver no hospital. Falei tanto e você só me olhava. Falei tudo o que nunca havia dito. Acho que foi a nossa despedida. O nosso olhar foi cúmplice da nossa tristeza.
Depois, veio o telefonema que nunca queríamos ter recebido. Eu e Dea, lá, sentadas na ante-sala da UTI perdidas. Não perdemos um pai. Perdemos um ídolo. Tentamos escolher tudo certinho, do jeito que gostaria. Mandamos chamar seus melhores amigos. Amigos que foram sua família de verdade durante estes 28 anos em São Paulo.
Mas, o pior, foi te ver lá, deitado com seu suspensório novo. Já sinto saudades do seu "oi amoreco" seguido do meu "oi paizão". Sinto saudades de te ver no seu cantinho de sempre, no seu computador, se exibindo no seu novo macintosh que nem sabia usar.
Mas tudo foi lindo hoje. Muitas, muitas pessoas. Todas dizendo o quanto a sua alegria de viver era nítida. Todos contando e repassando suas histórias, como você gostaria de ver, relembrando sua vida cheia de fantasias.
Um menino grande, um grande contador de histórias, um grande mestre, um grande engenheiro de minas... Cada um lembrando você de uma maneira.
Fomos para o crematório, como você queria, virar cinza.
Colocamos suas músicas preferidas na cerimônia, mas a que mais me lembrou você foi "Mais que nada". Me fez ver você lá em casa, saindo do banho e cantarolando ela. Você saía tão perfumado. Era a mesma música que você cantava quando roubava no buraco, quando cozinhava... Tão gostoso foi ouví-la e ver todos em silêncio. Ninguém precisava dizer mais nada. Só queríamos te ouvir mais uma vez.
Teremos agora um longo caminho pela frente sem você, sem a nossa maior alegria.
Só queria mesmo que você se lembrasse do que te falei no nosso último encontro. "Obrigada por ser meu pai. Você fez tudo certinho. E enquanto eu viver, sempre irei repassar suas histórias para frente. Pois todas elas foram reais na sua imaginação."
E como bem te conheço, você quis nos assustar, foi embora no mesmo dia que seu pai se foi e que seu avô também. Nada na sua vida foi comum, não seria na sua morte que seria.
Prometemos jogar as suas cinzas nos dois lugares que você mais amava: em uma pedreira e em uma praia. Assim você será para sempre o meu engenheiro de minas e meu menino bronzeado, pescador de histórias.
Por fim, fomos jantar. E alguém falou: "Aposto que agora ele está contando para alguém que aprendeu a nadar com seu cavalo aos 6 anos de idade".
Rimos muito. Choramos muito. Pois falta algo. Falta você.
Vai com São Benedito, meu pai Dito.
Beijos de sua
Corujinha

PS. foto Benedicto Hadad Cintra

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Se eu soubesse

Se eu soubesse rezar, pedia para que cada história sua fosse repetida, pedia para que cada domingo voltasse e riríamos de novo de tudo, comeríamos as suas especialidades culinárias, jogaríamos buraco, e você, como sempre, roubaria e ganharia, pedia para voltar a ser criança e que hoje fosse o dia de pescar na Barra da tijuca.
Pediria que o mundo parasse anos atrás, eu nunca iria crescer e você nunca envelhecer.
Hoje tenho medo dos telefonemas que não foram dados e dos cafunes não recebidos, das promessas não cumpridas e do vazio que não quero sentir.
Se eu soubesse rezar, pediria para alguém te manter eterno, não só nas lembranças. Pediria para o mundo girar ao contrário para voltarmos para o dia em que nos conhecemos, o dia do meu nascimento, aposto que você estava feliz.
Se eu soubesse rezar, faria uma prece bem forte, pediria para meu mundo não minguar e minha fonte nunca apagar. Pediria para este tempo passar, o futuro chegar e tudo se resolver, com você perto da gente, da sua família por quem tanto você fez e que tanto te quer bem.
Pediria para o verdadeiro Big Fish não ser pescado nem levado pela correnteza, imploraria por mais alguns anos com ele por perto.
Mas sem saber rezar só me resta acreditar, confiar, e esperar que meu pai volte para a casa logo, ele não gosta de hospitais, de UTIs e de coisas frias. Ele gosta de histórias fantásticas envolvendo lutas com sucuris e implosões sub-aquáticas.
Mas, se eu soubesse rezar…

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Faça você mesmo por R$ 14,90

Com o passar dos trinta, o cabelo vai (han, han, cof, cof) embranquecendo, inevitavelmente, e existe coisa mais safada que cabelo branco?
Ele nasce grosso, rebelde, espetado, na frente, reluzente. Ele não se contenta em nascer e ficar lá, na dele… Não! Ele quer aparecer, se sobressair, se destacar, se exibir.
E pintar o cabelo, todo mês, haja paciência. Você vai no salão na hora marcada, espera meia hora, sofre, vem alguma pessoa te dar uma CARAS de 2007 para ler, onde provavelmente, a Suzana Vieira estará na capa, servem café ruim, água quente, te deixam ali, sendo humilhada com um avental feio, passam a tinta, te deixam com o cabelo espetado, a raíz cheia de tinta, ninguém fica bonita assim. E ainda te cobram uns 90 reais por este sofrimento. Isso se você não fizer escova, unha, depilação… Nestas horas para passar o tempo tudo é válido.
E de 2 meses para cá me deu preguiça de ir no salão para tal função, aliás preguiça e pobreza. Mas os cabelos (han, han, cof, cof) brancos, não param de vir, nascer, crescer e se reproduzir.
Então tive a brilhante idéia de fazer sozinha em casa:
Pinte seu próprio cabelo por R$14,90. Me pareceu uma idéia brilhante. E vou ensinar passo-a-passo.
• Compre a tinta em qualquer farmácia, eu uso a número 6.
• Chegue em casa e passe o creme antes da tintura…. Isso, assim…
• Depois faça a misturinha e comece a aplicar na raíz.
• Espera 25 minutos e aplique o resto do produto em todo o cabelo.
• Espere mais 10 minutos e lave.
• Agora tire a sua camiseta nova e linda da Zara, pela cabeça ainda com a tinta no cabelo, pois como boa anta, você não pensou nisso antes.
• Isso, manchou a camiseta. (- R$ 49,00)
• Agora toma banho para tirar a tinta.
• Passe a fase 3 no cabelo que é um condicionador que vem com a tinta.
• Lave bem, bem mesmo.
• Ah! Não olhe para o chão, você manchou provavelmente todo o box com a tinta, lave tudo, esfregue o box, pois se secar a tinta, o número 6 da L’oreal fará parte da sua vida para sempre.
• Detalhe, se você esqueceu de tirar a calcinha antes de molhar o cabelo e aquela tinta toda escorreu por ela. (- R$ 25,00)
• Isso, agora seque seu cabelo com a sua toalha linda branca com rendinhas, pois jeitosa do jeito que você é, nem teve paciência de tirar todo o produto do cabelo. (- R$70,00)

Conclusão: acho que minha irmã está certa em não pintar os cabelos, vou parar de chamá-la de Maria Bethânia e parar de implicar. Prometo também parar de chamar minha mãe de Dona Canô, afinal ela terá duas Marias Bethânias daqui por diante. E vivam os (han, han, cof, cof) cabelos brancos.
Pelo menos ainda estão na cabeça, né?

terça-feira, 29 de abril de 2008

No pet shop

Eu pegando meus caninos (Peteka, Zézinho e Caramelo) no banho.
- Nossa, você tem uma ONG? Me perguntou uma mulher.
Me vi, meio maluca, rodeada por 3 cachorros felizes, me puxando, me enlouquecendo e respondi:
- Não, querida, eu sou uma ONG.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Alguma coisa acontece…

Cheguei de trem em 1981. Senti frio. Sono. Ansiedade. No começo foi difícil. Cidade estranha. Sem amigos. Só pai, mãe e irmã. Sotaque diferente. Cidade grande. Sem praia. Não era o Rio. Não tinha a vista da lagoa no meu quarto. Não tinha o calor.
Com os anos, fui virando um pouco paulista. Fui sendo conquistada. Encantada. Passei a amar esta cidade como se fosse a minha. Fiz amigos. Me achei. Amei. Cresci. Vivi. Só o sotaque não perdi.
Durante muitos anos, não conseguia me ver longe. Da multidão desta cidade que pulsa. Não dorme. Consome. Achei o paraíso. Com seus prédios espelhados. Fingindo ser invisível. Refletindo. Multiplicando a cidade.
Saí. 3 anos. Senti saudades do vício. Do Caos. Do pulsar. Voltei. Mais encantada. Vivendo. Curtindo.
E aqui estou. Mas algo mudou. A cidade não me encanta mais. O que dá. Toma de volta. Exige. Sufoca. Me deixa mais tempo longe dos que amo. Mais trânsito. Menos suspiros. Tão perto e tão longe dos amigos. A cidade que une. Afasta. Na contagem regressiva para o fim de semana. Menos um para chegar sábado. Até onde vai a contagem. Como contar. Como saber.
Alguma coisa acontece no meu coração… Coração que ultimamente está bem longe daqui.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Minha mãe, sua bengala e um rei

Show do Roberto Carlos com minha mãe começa a sessão risada no estacionamento, com uma luta para uma vaga de deficiente. Em um show como este, estas vagas são tão concorridas quanto os ingressos.
Chegamos na última vaga livre e havia uma senhora em pé guardando a vaga para outra senhora que ia chegar, e começa a briga de quem é mais deficiente física.
- Olha minha senhora, estou de bengala, cheguei na vaga e ela é minha. Diz minha mãe mostrando a nova bengala.
- Mas a minha amiga que está chegando tem cadeiras de rodas. Responde a senhora de verde (toda de verde e brilhos, muitos brilhos).
Blá, blá, blás depois, chega o moço do estacionamento para acalmar as velhinhas.
E nos arruma uma vaga pertinho para estacionarmos o nosso carro enquanto a mulher de verde continuava ali, se agarrando na vaga.
Estacionamos o carro e minha mãe diz: - Só vou sair do carro quando eu ver se vem alguém com cadeiras de rodas mesmo, duvido.
Minutos depois, chega o carro esperado pela senhora “abacate-brilho” e era mesmo uma deficiente física com cadeiras de rodas, minha tia diz:
- Que vergonha, Silvia, manca como nunca, começa a mancar, vai.
Saimos do carro bem devagar e com lágrimas nos olhos de tanto rir, pensando que com a idade nos orgulharemos de nossas limitações e exigiremos todas as nossas pequenas conquistas da idade, mesmo que seja uma vaga para andar 3 passos a menos.
Entramos no show, um lugar recheado de emoções e senhoras que não sei onde se escondem normalmente.
Muitas delas demoram 10 horas para sentar numa cadeira, mas quando olham para o “Rei” berram com toda força: - Gostoso! (Vai entender)
O show começa, e é uma higiene mental única, como pode um homem ter tanto carisma? Como pode uma pessoa só, ter todo este poder diante de uma, duas, três gerações?
Muitos cabelos cor de uva balançando, chorando e correndo com seus andadores para ver de perto o “Rei” e ganhar uma rosa beijada (ou babada). As que conseguiram “o troféu”, saíam aos prantos, as demais se estapeavam.
Entre Emoções e Jesus Cristo, foram muitas risadas, gargalhadas, suspiros e lembranças felizes. Lembranças de ouvir desde sempre minha mãe cantarolando estas músicas… Dos especiais de fim de ano que caiam no dia do meu aniversário… Enfim…
“Você foi!

O maior dos meus casos

De todos os abraços

O que eu nunca esqueci

Você foi!

Dos amores que eu tive

O mais complicado

E o mais simples pra mim...”

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Segunda-feira

Ando bem sem assunto, ou sem paciência para assuntos…
• Vi Miss Saigon pela segunda vez e gostei mais ainda,
• Fui na Zé Paulino no sábado e ninguém merece ser tão mal tratada nas lojas,
• Manchei minha mão, com alguma coisa que nem sei, e está horrível, a palma da mão está amarela, será que soltei pum?,
• Minha progressiva feita em casa, devia se chamar regressiva, meu cabelo está horrível,
• Ontem na pracinha com meus cães, conheci uma cachorrinha chamada Amora que usava coleira com seu nome em strass, chique demais, Peteka ficou com ciúmes, quer uma igual, só que cada letra custa 13 reais, acho que vou mudar o nome dela para P,
• O frio chegou e com ele meu mal humor,
• A ventania desta noite me deu medo,
• Amanhã vou ver Roberto Carlos com minha mãe, sei que vou chorar, são tantas emoções,
• Apareceu uma aranha em casa, parecia a Charlote (da menina e o porquinho),
• Tive que matá-la, chorei,
• Alguém merece uma segunda-feira como essa? Hoje só comi melão, estou de regime,
• Acho que é TPM,
• Não aguento mais melão,
• E hoje é meu rodízio.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

“Os shows”


Dois dias de trabalho. Dois dias sem noção.
Um dia galera tranqüila, velhinhos e adultos felizes, no outro loucura total, todo tipo de gente, mas todos de preto, botas, capas… Mais mil vezes trabalhar como no sábado para os fãs do Ozzy do que para o Rod.
Fã que é fã, passa pela catraca e te beija de tanta felicidade, nem liga se ficou 10 horas na fila, nem liga se dormiu no chão para ser o primeiro a chegar e se não tomou banho.
Galerinha rock and roll vê o show do Korn e quer ir embora:
- Cara, você vai embora da festinha antes de cantar parabéns? Digo tentando falar para os moleques que Ozzy era “o show”.
- Ah! Tia, será? Só queria ver o Korn.
- Korn? Quem é Korn, entra lá, vê Ozzy e depois me fala.
- Tá bom Tia, eu vejo.
Pronto, isso me faz ganhar o dia. Adoro ser a tia do show, brigar com segurança, barrar folgado, deixar os fãs felizes, ver tatuagens escrito Ozzy, conheci até uma criança chamada Ozzy, enfim, não deixar as pessoas esquecerem a emoção que é ver seu ídolo.
Mas… as anãs do rock estavam lá para me assustar, com suas mãozinhas pequenas. Tento superar meu medo. Falo oi. Sorrio, tremendo.
Ver milhares de pessoas, me deixa feliz, me faz ver que no fundo, meu trabalho vale a pena, algo deu certo, me dá de novo a droga necessária para encarar mais um show, mas um stress, de novo meu chefe insuportável.
Oh! Ozzy, me mantenha sobre o efeito desta droga até o próximo show, senão desisto. Olê, olê, olê, olê, ozzy, ozzy...