terça-feira, 19 de dezembro de 2006

32...

Cheguei aos 32, alcancei a idade que, nos meus sonhos de infância, significava ser velha. E hoje significa ter de manter os cremes anti-rugas e o cabelo escondendo os brancos.
Cheguei aos 32 com muitos dos meus sonhos realizados, outros jogados ao vento e muitos outros em formação. Mas com a certeza que jamais mudaria algo destes 32 anos a não ser as perdas inconsoláveis e os amores mal vividos.
Cheguei aos 32 amando mais do que nunca o homem dos meus sonhos, tendo os filhos caninos que sempre imaginei. Com a certeza que quero outros 32, na certeza que sou feliz como sou e que não me trocaria por ninguém no mundo, apesar de ainda ter medo de anões, pôneis e índios.
Tenho a família ao meu lado, me rendendo incríveis histórias e risadas em volta da mesa e ainda por cima com uma nova irmã acoplada.
Finjo ainda ter 24, usando as mesmas calças jeans e o mesmo piercing, mas me sinto com 32 e sinto feliz por ter conseguido chegar aos 32 me sentindo realizada.
Dizem que para ser alguém no mundo precisa plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro, bem… fiz quase tudo certinho… plantei uma árvore, uma não várias, adoro fazer experimentos botânicos, tenho filhos... 3 na verdade, não nasceram de mim, mas amo muito eles e escrevo um blog, não é lá grande coisa, mas tive de ter coragem para começar.
Enfim continuo passando dos 30.

PS. Este blog ficará sem atualização por um tempo. Boas Férias. Bjs a todos. Até janeiro.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Caramelo

É, o Caramelo é um amorzinho. Foi capa da cães&cia. Um lindo beagle bicolor. Passei por 4 entrevistas com a antiga dona, antes de conseguir levá-lo para casa. Ela conheceu meus pais, minha mãe de novo, meu pai de novo e por fim o sim: - Eu te vendo o Caramelo.
Meu outro beagle tinha morrido, o Sunset, um beagle resmungão, amável às vezes, doentinho sempre, comilão, mas amávamos muito ele. E, assim que ele morreu a nossa casa ficou triste, sem graça. E fui atrás de outro beagle, apesar de todos dizendo que não queriam mais, que ia ser triste ter outro cachorro, que nada no mundo iria substituir o Sun, blá, blá, blá.
Mas… Caramelo chegou, lindo como só ele sabe ser, engraçado, feliz.
Logo no primeiro dia ele se tornou o rei do pedaço, já fazia xixi no lugar certo, era educado, dormia no chão, era meigo. Virava as pontas dos tapetes e saía correndo.
Mas ele foi crescendo e sendo deseducado por todos, mimado demais.
Aos 7 meses de idade a ficha veterinária dele era incrível, pegamos até uma cópia, que se resumia a:
15/03 – Caramelo apareceu pois comeu uma meia. Retiramos a meia e mais outros objetos não identificados.
20/04 – Caramelo apareceu pois havia comido outra meia. Retiramos.
30/04 – Caramelo apareceu com dor na barriga, havia comido uma meia calça.
05/05 – Caramelo apareceu, adivinhem porque? Sim, comeu outra meia.
Os veterinários não acreditavam e mandaram a gente parar de usar meias. E foi o que aconteceu, meias lá em casa se tornou algo proibido de usar. Até hoje, meia fina não entra na casa dos meus pais, só das grossas.
Um dia chegamos em casa e descobrimos a geladeira arrombada. Sim, ele abre geladeira e escolhe o que quer comer. Abre o freezer também, e come o que tiver dentro congelado mesmo.
Ele roubou o peru horas antes do Natal, já comeu 1kg de biscoito canino em meia hora, 1kg de carne em segundos.
Pega as frutas da fruteira e escolhe com cuidado a fruta do dia e se for banana, deixa a casca escondida. Rouba bala da nossa bolsa, mas deixa os papéis dentro dela.
Sábado passado, ele roubou o bolo de banana inteiro em cima da máquina de lavar. Como ele chegou lá? Ele aprendeu a empurrar a cadeira para conseguir alcançar outras alturas.
Mas ele é o nosso Lelão. O querido de todos. O pai de todos os beagles do Real Parque, afinal cruzou com todas as fêmeas da região.
Depois que casei, deixei o Lelão com meus pais, e meu marido até hoje fala: “Filho não se deixa, pega ele de volta.” Mas meus pais não deixam ele por nada do mundo. Adoro ir nos meus pais e visitá-lo. Passear com ele, mimar ele, e depois trancar a geladeira, ou deixar a salada no andar de baixo e as guloseimas em cima, pois salada ele dispensa.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Tornar o dia dos outros mais surreal

Atendo o telefone e era uma pessoa do comercial conhecida por ser fora do planeta Terra.
- Alô!
- Oi é do marketing?
- É, é a Renata.
- Então, fala para o Carlinhos (não existe nenhum Carlinhos por aqui por perto) que a Raquel pegou as minhas impressões, elas estão aqui comigo.
- Mas, aqui é a Renata do marketing.
- Então. A Raquel pegou as minhas impressões, tá bom?
- Tá bom – respondi completamente vencida, porque ela me ligou, eu não sei.
Outro dia este mesmo ser, aparece em frente a impressora (ela ama imprimir coisas) e diz: - A impressora está dizendo uma coisa… aquecendo, acho que ela precisa de mais papel. Será que ela acha que a impressora precisa de papel para ficar quentinha e confortável?
Li uma tirinha do Calvin em que ele atende o telefone falando: - Queria pedir uma pizza de calabresa grande e o cara que ligou fica indignado e acha que ligou engano, aí o Calvin diz: - Eu tento tornar o dia de todo mundo um pouquinho mais surreal.
Acho que essa moça, ou melhor, senhora do comercial faz isso com a gente. Às vezes páro e analiso estas relações daqui e estas pessoas estranhas e começo a achar que atender o telefone igual ao Calvin vai me fazer até bem, se me ligarem agora atenderei dizendo ao invés de alô: - Por favor, uma pizza de calabresa e gigante, hein? Me liguem… vai, preciso de normalidade na minha vida.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Seu guarda eu não sou vagabundo

Pense num calor. 40º, verão pernambucano. Pense em você querendo ir para Porto de Galinhas pegar praia, jogar frescobol, mas você está em Recife. 1 hora apenas te separa da praia dos sonhos.
Van? Ou ônibus? Van é mais rápido, vamos de van. Tudo acertado, eu e meu marido entramos na van. R$ 2,00 cada um.
Cabem umas 7 pessoas, sem malas. Estávamos em 11 com malas. Todos na van. Seu guarda eu não sou vagabundo…. Bruno & Marrone no cd da van. Amiga do motorista adora esta música, vai repetir. De novo, e de novo. A van pára, pega mais passageiros, tenho de sentar no colo do meu marido. Replay. Seu guarda eu não sou vagabundo. Desvia o caminho, precisava entregar uma bicicleta em Estrada. 2 horas e meia depois… seu guarda eu não sou vagabundo… estou no colo do meu marido, 50º, mala no meu colo e… seu guarda eu não sou vagabundo… Chegamos em Ipojuca, uns 15 km de caminhada até em casa. "A van passa lá" - fala o motorista, seu guarda eu não sou vagabundo… Fomos a pé… mais um replay daquela música eu juro que infartava. Chegamos em Porto de Galinhas, começou a chuva, e 2 dias depois a chuva continuava, e eu odeio Bruno & Marrone. Hora de voltar. De van? Ou ônibus? Van é mais rápido diz meu marido… seu guarda eu não sou vagabundo…

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Temporal

Meu guarda-chuva de Joaninha não foi feio para enfrentar temporais. E como disse um amigo meu, ele foi feito para crianças em dia de garoa, não adulto em temporal. E agora? Vou afogar a minha Joaninha?

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Ser carioca

Fui para o Rio passar o final de semana e ser madrinha de casamento de uma amiga que tenho desde que nasci e voltei meio nostálgica.
O Rio tem seu charme malandro, sua praia lotada, suas ruas com pedrinhas portuguesas, sua improvisação permanente. E isso me encanta.
Vejo no Rio a casa cheia de jovens, cheia de histórias antigas. Casa que nasci, cantinhos que aprendi a amar, mesa de jogar buraco com gavetas secretas, escritório que virava minha casa na infância. Cada livro da estante já foi meu brinquedo, o teto de flores me faz acordar achando que ainda sou criança e as campainhas espalhadas pela casa me lembram uma época feliz. A casa não é mas da minha tia querida, mas é da minha prima, tão querida quanto. O piano no canto da sala, quase sem uso, a minha foto com minha irmã na varanda, o número 174 arrancado da parede da última casa, o dia de montar a árvore de Natal, os enfeites iguais aos da minha infância. As lembranças das pessoas que passaram por lá continuam fazendo daquele lugar em Copacabana, o refúgio da família.
Por lá descubro histórias da época da boemia da família e que em cada geração se renova esta veia para a jogatina nas noites intermináveis, para as bebidas nas noites em que só se chega em casa quando o sol nasce. E quantos sóis vimos nascer na Rua Figueredo Magalhães…
Saudades do rádio ligado a noite toda, da Giovana fazendo empadinhas, a voz rouca da minha avó, o meu tio vestido de Chacrinha só para me fazer feliz, saudades de acompanhar da janela o crescimento das crianças vizinhas, jogar papel picado pela janela no último dia do ano e outras coisas que não voltam.
O charme carioca de aplaudir o pôr-do-sol permanece vivo para nós cariocas mesmo diante de tantas coisas feias, tantas maldades que fizeram com aquele cantinho mágico do mundo. E apesar de tudo, fico com as lembranças que são só minhas, da infância e a certeza que um dia volto para lá.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Rose Businis

Trabalhei durante 5 anos em uma editora que fazia uma revista de cavalos, a Horse Business. Era diretora de arte de lá e nas horas vagas a maior conhecedora de cavalos que existia.
Na minha primeira capa da revista, dentro daquele caos, achei nos arquivos uma foto de um jegue, adoro jeguinho, eles são muito fofos principalmente nenêm, e coloquei na capa, feliz. Foi a primeira edição da Jegue Business. Achei que perderia meu emprego ali, mas não, eles eram mais perdidos que eu e continuei por lá.
Às vezes por falta de trabalho atendia os assinantes que ligavam do interior, do interior, do interior, de uma cidade lá do Sul de Minas. E era assim:
- Queria assinar aquela revista de cavalos.
- Qual meu senhor? Perguntava para dar risada.
- A Rose, Rose Businis.
- Um minuto. E chorava de rir… Olha o nome da revista Horse Business, era difícil mesmo.
A editora se chamava Taos Editora, e uma vez o caminhão de encalhe da revista, e eram muitas revistas que encalhavam, afundou o chão da casa e tivemos de tirar as revistas do caminhão antes que ele afundasse mais o chão e nisso toca o telefone e ouço a telefonista dizendo: - Taos Editora.
A pessoa do outro lado disse: - Caos editora?
- É meu senhor acho que Caos editora é mais apropriada.
Tinha um cara meio suspeito que criava cavalos e vivia por lá, acho que o dono da editora devia dinheiro para ele ou coisa assim. Este criador tinha Hepatite, daquela pior de todas, e um dia aparece com uma seringa com o sangue dele dentro para contaminar o dono.
Morremos de medo, chamamos a polícia e para me previnir, fiquei trancada no banheiro, por algumas horas. Vai saber…
Fiz muitos amigos, pessoas incríveis que viviam no mesmo caos que o meu, mas não nos largávamos.
Fim de tarde quando o dono ia embora, compravamos uma carninha, acendíamos a churrasqueira, forrózinho no som do carro e a festa só acabava de manhã, para mais um dia de caos.
Durante 5 anos a vida foi assim. Vi estagiária com 1 mês de empresa virar editora chefe, eu mesma fui até convidada a ser sócia, mas tenho bom senso.
Recebia salário? Às vezes. Era meu trabalho voluntário como dizia minha mãe, mas aprendi tanto naquele lugar que não trocaria por dinheiro nenhum.
Como, eu não sei, mas a revista saía todo mês nas bancas. Às vezes sinto falta daquele caos na minha vida.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Perereca na Perereca

Fui para o Pantanal com um namoradinho. Fim de ano feliz, no meio do mato, eu e meu amor da época, aquele que operou a vista e terminou comigo, então, passamos dias felizes em total lua-de-mel.
Lá no Pantanal, piscina, rede, comida, sono e depois repetir tudo isso. Ê vida boa.
Um dia estávamos na piscina e estava apertada para ir ao banheiro e vou correndo para o quarto, de repente sinto uma coisa gelada pulando em mim… Isso mesmo, uma perereca pulou na minha perereca.
O que fazer? O que fazer?
Namoradinho recente, não merece me ver neste estado de desespero, então resolvo por conta própria separar a perereca da perereca.
Missão cumprida, lágrimas escorrendo, banhos tomados, desesperos concluidos, volto para a piscina e falo:
- Namoradinho, depois da uma olhadinha que tem uma perereca lá no quarto. Falou a minha voz tranqüila e serena.
Tentei segurar o riso, manter a respiração e a pose e não contar o acontecido, mas não resisti… ele soube por onde a perereca andou antes de correr pelo quarto.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Tia da Grelha

No Shopping Jardim Sul tem um lugar para almoçar que a comida é bem gostosa e preço justo, a gente chama de “tia da grelha”.
O problema é que a dona de lá, a verdadeira Tia da grelha, é uma chata, se eu passo lá na frente ela me obriga a ver a carne crua que ela vai servir, como é bonita e boa, e diz: - Aqui nada é artificial, é tudo fresquinho. Aqui não tem grife.
Se você diz: - Não obrigada, vou no Mc donald’s ela é capaz de te matar ou brigar com você ou puxar a sua orelha ou ainda ligar para seus pais para contar.
Outro dia ela estava passando pelas mesas onde as pessoas estavam comendo com a bandeja dela amarela reluzente e dizendo: - Devolva a minha bandeja, hein? Ela acha que as pessoas vão levá-las pra casa?
Se você não aceita a sobremesa deliciosa dela (gelatina), ela fala que tem artrite pois não comeu gelatina quando jovem, e quem vai dizer não de novo diante deste fato?
Às vezes me dá muita vontade de comer aquela comidinha boa, e peço para alguém me dar cobertura, pois se ela falar comigo desisto de ir lá.
Uma vez pedi filé-mignon e ela me diz: - O contra-filé está muito bom e berra para a cozinheira: - Maria, um contra-filé.
Outro dia vi uma menina pedinho: - Quero uma picanha de 3.
A tia grita, a de 3 não, uma picanha simples está muito bom para você.
Como assim? Não posso pedir o que quero? Não, na Tia da grelha, ninguém tem vez, ninguém tem voz, nem mesmo o pobre do filho dela que fica no caixa… tadinho.
Sabemos que ela dorme em lençois de fio egípicio e que no fundo da piscina dela tem estrelas de azuleijo. Ela quer ser amiga, ser a verdadeira tia de todos que frequentam a praça de alimetação do Jardim Sul. Sei até que ela é a presidenta da praça. Mas a novidade do verão são os copinhos de vidro novos, jateados e as toalhinhas de plástico imitando rendinha. Imperdível.

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Ramón: cigano surdo-mudo

Verão Rio de Janeiro, 3 meses de praia, férias na faculdade.
Primeiro dia de sol, posto 4, Copacabana, vejo um moreninho, sarado, charmoso, sorridente, jogava bem frescobol, futebol, voleibol, e outros ols pela praia. Sunga boa, sem bermuda, e começou meu verão. Olhar o moreninho do posto 4.
Todos os dias chegava e lá estava ele, sorrindo, feliz, sempre sozinho, às vezes com um amigo, mas não se falavam muito. E eu? Lá charmosa olhando e me fazendo olhar pelo moreninho.
2 meses depois, perto do Carnaval, percebendo o fim do verão e o fim do meu melhor divertimento, olhar o moreninho, tinha de tomar uma atitude, ele devia ser tímido, teve 2 meses para falar comigo e nada.
Então tive a brilhante idéia de “esquecer” minha havaianas na praia e ir embora, sim, quem conhece o posto 4 sabe que não foi a melhor idéia, pois a areia é longa até a calçada, e eu iria andar 3 quarteirões descalça. E se ele não fosse atrás de mim?
Bem, mas ele foi atrás de mim com minhas havaianas. A areia já estava quente e ele me cutucou e entregou, nenhuma palavra. Pensei, Meu Deus. Que moço tímido. Quando vem um amigo atrás dele e me diz ele é surdo-mudo. Eu sorri de medo, e agora? Como vou me comunicar com o meu moreninho?
O amigo dele foi o intérprete neste primeiro momento, dei meu telefone, mas como ele iria ligar? Como iríamos nos falar?
O amigo dele foi um amor, me disse que ele se chamava Ramón e era cigano, morava num apartamento na mesma rua que a minha e era surdo-mudo de nascença e prometido para uma menina. Hãn?
Pois é, era muita informação, dei meu número e fui embora.
Na mesma tarde toca o telefone. Era a mãe dele D. Esmeralda. Sim… Esmeralda.
- Oi Renata? Aqui é Esmeralda mãe do Ramón, ele pediu para eu te ligar e ver se você quer ir ao cinema.
- Lololológico, gaguejei.
Às 6 da tarde desci e esperei por ele, imaginei que tocar o interfone, falar com o porteiro, pedir para eu descer ia ser muito sofrido para ele. fomos andando até o cinema mudos, quer dizer eu muda, e ele normal.
Fomos ver Beethoven. Legendado, para ele poder acompanhar.
Saimos do cinema e já estava até entendendo ele, pois na verdade, ele falava um pouco, assim meio fãnho e devagar. Nos entendemos.
Andamos de mãos dadas e ficamos namorando por uns 15 dias até que chegou o dia de eu voltar para São Paulo.
O nosso ritual era praia, praia, mãe dele me ligando e água-de-côco a noite. Nunca conversamos sobre a prometida, pois era um assunto difícil de se falar tendo tantas restrições de comunicação.
Posso dizer que foi um namoro tranqüilo, não brigávamos, queria xingar ele, era só virar de costas, ele não iria ler meu lábio… Foi bom.
Voltei para São Paulo e recebi uma carta dele terminando comigo e uma foto dele, que guardo até hoje para não esquecer dele, ou melhor, para não esquecer o quando se pode perder o juízo e a sanidade mental quando se trata de um moreninho.

Dr. Jurandir

Meu condomínio está com uma novidade incrível. “Terapia em grupo” mediada pelo Dr. Jurandir… isso mesmo. Terapia em grupo no prédio.
O tema tratado nesta primeira sessão foi Ciúme: amor ou insegurança?
Fiquei imaginando os moradores do prédio debatendo seus problemas, discutindo a relação, discutindo o ciúmes da vizinha gostosa do 7D, ou a pancadaria que quebrou o 11B, pois o marido chegou de madrugada e bêbado. E lá no centro de tudo, ele, o dr. Jurandir ouvindo gratuitamente os condôminos e dizendo:
- Mas o que você sente com relação a isso? Hummmm.
Já existe um grupo de reza às quartas-feiras, recheado de senhoras carolas elevando a paz do local, mas psiquiatra? Acho que já é demais.
Fiquei bem curiosa imaginando se as pessoas iriam a um encontro deste e como quem não quer nada, desci com meus cachorros para xeretar e acreditem, tinham 4 almas bondosas para a alegria do Dr. Jurandir.
Para quem ficou curioso o próximo tema será Crenças e diferenças e no dia 7 de dezembro curso de numerologia pitagórica gratuitamente sem sair de casa.
Esse Dr. jurandir…

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Tele-Ton

Um dia a Kiki me vem com uma novidade, ir no Tele-Ton. Sábado à tarde, nada para fazer, fomos, apesar do meu medo de maneta que todos conhecem bem. Chegamos lá todas empolgadas e felizes, íamos ver artistas e ver shows de graça… sonho nosso.
Sentamos em lugares bons, não queríamos perder nada. Agora com vocês Twister!
Nos entreolhamos e nunca tínhamos visto aqueles garotos se requebrando e cantando, mas todos cantavam junto com eles, garotas berravam e desmaiavam e nós lá, rindo de tudo.
Entra no palco um menino sem as pernas e sem os braços, começou a nos dar depressão, aquilo lá não era divertido, era triste. Agora com vocês John e John (ou algo assim). De novo, todos conheciam as músicas, cantavam e berravam: - Lindos! E eu e Kiki nos entreolhando e chorando de rir. Resolvemos ir embora antes que tocasse mais alguém estranho ou entrasse mais alguém sem braços.
Achamos a porta e fomos abrindo quando uma japonesa gorda e grande, vestida de escoteira briga com a gente: - Vocês não podem sair, tem que ficar até o final. Como assim? A gente tem o direito de ir e vir, mas ela não nos deixava sair e ficava na nossa frente berrando. Agarrei a mão da Kiki e descemos as escadas do Via Funchal correndo e a japonesa berrando. Ufa! A rua! Chegamos. Mas era a rua dos fundos ou algo assim, onde estamos? Um nevoeiro aparece do nada e vemos dentro do nevoeiro um dançarino do Clube das Mulheres. Será que ele fugia da escoteira também?
Fomos ao America jantar, mudas, não conseguíamos pronunciar uma palavra, parecia que tínhamos sido abduzidas, e até hoje nos perguntamos: - Daonde surgiu aquela japonesa vestida de escoteira?

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Daruma

Sabe aquela cabecinha que você pinta o olhinho e faz um pedido e depois que o pedido se realiza você pinta o outro olhinho e dá de presente para alguém? Então, o Daruma. Pois é, queria saber onde fica o Procon dele, pois eu pedi, aconteceu, pintei o outro olhinho, comprei outro para dar de presente e ele tirou o meu pedido. Como assim? Eu fiz a minha parte direitinho. Na falta de dar para uma pessoa, eu estava tão feliz que dei para umas 7 pessoas, comprei um monte, espalhei uma família de Daumas por aí e meu pedido sumiu!
Bem fez a minha irmã que pediu o Cauã Reymond. Este Daruma vai ficar caolho pra sempre! Bem feito!

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Aula na USP

Meu pai foi convidado para dar aula no curso de mestrado da USP e no seu primeiro dia...
- Oi eu sou o Cintra, engenheiro de minas, especializado em explosivos e vou dar o curso, não quero que ninguém dê um pio e nem fale nada até eu terminar, depois de uma hora e meia, vocês podem fazer as suas perguntas.
E começa: blá, blá, blá, blá, blá, blá…
Um aluno levanta a mão, e ele com aquele jeitinho de militar frustado diz:
- Depois da aula você fala!
Blá, blá, blá, blá, blá, blá… Uma hora e meia depois…
Meu pai “deixa” os alunos se manifestarem:
- Você agora. Aponta para o aluno.
O cara meio sem graça levanta e fala:
- Professor, esta turma é do primeiro ano de economia.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Mulher solteira procura

Na minha adolescência tive uma amiga, que não vou dizer o nome, que me causava medo, ou melhor pavor. Ela me imitava em tudo. Eu cortava o cabelo, ela me imitava e fazia o mesmo corte, eu fazia luzes e ela achava um jeito de fazer também, eu comprava uma roupa, ela comprava igualzinha e usava no mesmo dia que eu. Quando as pessoas diziam: - Nossa como vocês se parecem, ela ficava feliz e eu deprimida.
Ela dava em cima dos meus paqueras antes de mim, ela ligava para a minha mãe para dizer que eu tinha prova, pois sabia que eu devia estar na rua aprontando algo.
Ela me fazia passar vergonha, imagina que no shopping ela ia comprar presente para o namorado e perguntava para a vendedora: - Você conhece coxa de nadador? Pois o meu namorado, tem umas coxas! Que vergonha.
E um dia, ela ligou para a minha mãe para dizer que eu estava ficando com fama de galinha… tadinha de mim, 15 anos e apenas 2 mocinhos no meu curriculo…
Ela era tão má comigo.
Aí o tempo passou, nos separamos e paramos de nos ver e de nos falar, às vezes nos encontrávamos por acaso e ficávamos naquele papo de: - Te ligo, me liga, tá bom?
Só que ela me ligou outro dia, e blá, blá, blás depois, pergunta: - Como está o seu cabelo?
Desliguei o telefone com medo, ou melhor pavor.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Inferno astral

Pode ser que já esteja vivendo meu inferno astral, pode ser… mas não seria 1 mês antes do meu aniversário? Neste caso acho que não, acho que a astrologia resolveu me punir e me dar mais que 1 simples mês, que tal 2 meses, eu mereço.
Eu pequei muito esse ano, dei apelidos aos meus colegas de trabalho, falei mal de muita gente, ri dos gordinhos e briguei com vizinhos que tem crianças. Enfim, ele chegou com razão, mas chegou como quem não quer nada, e para chegar “chegando” me deu um aviso.
Estava limpando o chão da cozinha, coisas de dona-de-casa, e de repente me levanto e POFT!!! Bati a cabeça no microondas, e fazem 4 dias que não páro de ter dor-de-cabeça.
Minhas 2 melhores amigas do trabalho, a Kelly e a Ana resolveram sair.
Peteka tem dormido tão agarrada comigo que acordo com dor nas costas.
Sai da manicure e quando olho a mão… 2 unhas borradas.
Vou ser madrinha de casamento e não acho a sandália perfeita para combinar com o vestido perfeito (aquele do dia de princesa).
Meu guarda-chuva de joaninha esta com um dos olhos meio capenga.
Escorreguei na frente dos porteiros do meu prédio e estava de vestido.
O negócio agora é dar risada e pensar que se meu inferno astral chegou, em breve estarei com 32 e mais passada dos trinta ainda…e quem sabe com boas histórias para contar.

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

As bolas do canhão

A uns 6 anos foi aniversário de 100 anos da Rainha Elizabeth da Inglaterra (a rainha mãe), e teve uma comemoração linda e com toda pompa, vi pelo jornal Nacional. Na hora dos tiros de canhão algo me intrigou e fiquei quieta um tempo pensando: - Para onde vão as balas do canhão? Perguntei para o Renato. Ele se pôs a rir e dizer que quando a rainha fazia aniversário, os países vizinhos ficavam em alerta, pois as balas podiam atingí-los. Será que todo mundo sabia que as balas eram de festim? Eu com certeza me protegeria em algum abrigo para não correr o risco.

terça-feira, 31 de outubro de 2006

O moço do RH

Todo mês um moço do RH chamado Ronaldo me pede para imprimir uma lista de aniversariantes e eu fico com preguiça de levar lá e respondo no email:
- Pode vir pegar está impresso.
Às vezes até ligo e falo, com ele:
- Sua lista está aqui na impressora.
Acho um abuso eu além de imprimir ter que levar lá do outro lado do corredor isso, mas hoje estava de bom humor e fui entregar as impressões.
Chego na sala do RH e falo para um funcionário que tem problemas para andar, anda bem devagarinho, devagar mesmo e de muleta:
- Vou deixar na mesa do Ronaldo.
Ele responde: - Mas eu sou o Ronaldo.
Segurei o riso, fiz uma piadinha qualquer do tipo: - Ah! Achei que o Ronaldo fosse o outro. E saí da sala rindo e pensando nele recebendo meu email escrito “Vem pegar”.
Imaginei ele andando até a impressora em meia hora de ida e mais meia hora de volta e nessa hora ele devia ficar o tempo todo me xingando, me odiando, e eu aqui, ao lado da impressora bonita e formosa escrevendo no meu blog. Alguém me interdita? Deste jeito eu não chego sã aos 35... muito menos aos 32.

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

O sapo não lava o pé…

Estou no trabalho em um dia de tédio profundo, total e absoluto, sem nada para fazer, nada para pensar e muito menos para criar.
Começo a contar para a Ingrid como se faz papel reciclado, todas as etapas detalhadas e demonstradas, vejo ao meu lado a Kelly falando durante uns 40 minutos com a irmã dela, eu mesma já havia ligado para toda a minha família e quando falo com meu pai ele me pergunta:
- Filha, qual o consumo de água do seu prédio? Não. Por volume. E quantos moradores moram lá? Não, não quantos apartamentos, quantas pessoas… horas no telefone.
Enfim, olho para a Ana e ela buscando curiosidades na net.
O Pablo comenta: - Hoje no shopping me deu vontade de sair correndo, assim dando voltas sem parar. Porque ele falou isso? Eu não sei.
O João ligou para saber quanto custa um jazigo famíliar e veio nos contar indignado que custa R$ 12 mil. E ainda descobriu que doador de órgãos paga menos. E diz: - Morrer está pela hora da morte.
Ligo para minha mãe ela me conta que meu pai foi ao médico hoje com um pé de sapato e outro de sandália, rimos um pouco.
Desligo o telefone e ouço alguém bem baixinho: - Canta com a mamãe, o sapo não lava o pé, não lava porque não quer… Era a Mari cantando com seu filho via telefone. E percebi, hoje é o dia mais tedioso da minha vida em 30 anos, ou melhor da vida de todos nós.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Ah! Os Talibãs

Na família da minha mãe, existem duas facções, os legais e os Talibãs, os legais somos nós, óbviamente, nós, minhas primas, meu afilhado, etc… os Talibãs… ah! Os Talibãs! São aqueles que todo ano a gente rouba na hora de sortear o amigo-oculto, pois não queremos tirá-los, eles são aqueles que usamos louça descartável, para não quebrarem o jogo de jantar, eles choram por tudo, brigam por tudo e no meio do Natal contam para a mãe de 80 anos que tem diabetes. Esses são os Talibãs.
Por serem da família, sempre chamamos para o Natal e por serem da família fingimos que eles não são estranhos, mas são, e muito.
Em aniversários, ou batizados eles sempre brigam entre eles, e expulsam alguém de casa, eles tem um péssimo hábito de escrever poesias, que sempre causam brigas, pois é a maneira deles começarem uma guerra usando a prosa. Ah! Os Talibãs!
Difícil conviver nesta facção da família, causa uma certa tensão pré-natal, para saber quem vai começar a briga este ano. E o engraçado é que minha mãe sempre fala:
- Ah!!! Natal sem briga não é Natal, nos bons tempos da família sempre tivemos brigas.
Acho que os bons tempos estão de volta.

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Animação do meu pai

Minha mãe fala:
- Benedito, liga para a sua irmã, ela anda triste, está com depressão, liga para animá-la, mas não fala em doença, por favor.
Meu pai obedece prontamente e liga para a irmã dele:
- Oi, Zélia? Aqui é o Bené, tudo bom?
- Indo meu irmão, indo…
- Indo porque? Queria ver se você fosse eu. Sabe? Virei diabético, o médico disse que talvez eu perca a perna, não como nada, uma tristeza. Meu pulmão? AH!!! Não tem mais jeito, não posso mais ficar sem oxigênio, fiquei uma semana no hospital, sai de lá por sorte, pura sorte e minha pressão lá em cima, posso ter um enfarte a qualquer momento. Fiz exame deu um problema nos rins, deve ser câncer, sabe como é, herança de família, mas vou levando… Zélia? Zélia? Bem preciso desligar, pois está tocando a outra linha. Beijos.
Desligou o telefone e a minha mãe chorando de rir… Puxa? Não sabia que você era tão bom nisso.
Fiquei imaginando do outro lado da linha a minha tia ouvindo meu pai tentado animá-la, com certeza ele jamais sera chamado para esta função. Jamais.

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Os Excêntricos parte II

Minha irmã não pode usar vermelho senão fica de mal humor, e nunca aprendeu a andar de bicicleta.
Minha mãe jura que outro dia viu um duende, bem pequenininho acenando para ela.
Minha Dinda comeu a própria lente de contato e já atropelou um alejado.
Meu pai vê e se comunica com extra-terrestres, uma vez até promoveu um encontro com umas pessoas estranhas que ficavam ouvindo gravações de outro mundo.
Meu tio Antônio falava sozinho na rua.
Uma tia da família, bem feia, andava na rua fazendo careta, para todo mundo olhar para ela e o marido dela achar que estava sendo paquerada.
A avó do meu pai era tão gorda que no enterro o fundo do caixão caiu, e uma vez ela entrou num elevador e ele foi direto para o poço.
Minha avó se chamava Fermina e gostava tanto do nome Eulina que acresentou ao seu e virou... Fermina Eulina.
Meu tio Heleno Mário virou nome de rua no Rio, uma rua que começa com um bar e termina com outro… bonita homenagem a um boêmio.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Mais um motivo para ficar calada

Ontem, um dos apelidos estranhos, foi embora da empresa, e chegou para se despedir do departamento, situação chata, pessoa que você não tem afinidade, e você tendo que se despedir, coisa estranha.
Quando ele ia se aproximando de mim eu pensei, o que eu falo, o que eu falo?
Felicidades no seu novo caminho?
Boa sorte, se precisar de algo estou aqui?
Foi muito bom trabalhar com você?
Sucesso?
Vamos marcar um almoço?
Obrigada por tudo?
O que eu falo? E ele se aproximando…
Ele me abraça e diz: - Obrigado por tudo, xi, perdi essa frase, pensa rápido, pensa rápido.
- Prazer em conhecê-lo.
Como assim? Prazer em conhecê-lo? Eu não estava sendo apresentada a ele, estava me despedindo e provavelmente jamais verei ele de novo. Preciso consertar isso, beijo ele no rosto? Beijo? Que nojo! Porque fiz isso? Bom, foi péssimo.
Ainda bem que a Ana ao se levantar da cadeira tropeçou e teve que se segurar na barriga dele. E a Ingrid disse Parabéns, mas não era seu aniversário.
Que situação. Ele deve ter ficado feliz por estar saindo da empresa e nunca mais ter que cruzar com pessoas tão esquisitas como a gente.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

A calçadeira do meu pai

Fomos jantar fora na sexta-feira no Figueira. Lugar fino, chique, tivemos de ir com roupa boa, comida maravilhosa… tomamos vinho, champagne, comemos lagosta, camarão, noite gostosa. Na hora da saída olhamos para meu pai e vejo que no pé dele está a calçadeira presa no sapato e por cima da calça!
Como assim? Ele está com isso no pé desde que saiu de casa e ninguém avisou? Ele não percebeu? Quem usa calçadeira?
Pois é, meu pai saiu com a calçadeira no pé, num lugar chique e fino, devia estar até doendo.
Mas foi uma noite muito gostosa para comemorar 1 ano que minha prima Paulinha está em São Paulo e como não podia deixar de ser, alguém foi excêntrico.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Tudo o que você quer ser

A vida era feliz de verdade.
Ter uma Barbie era um sonho, ter com quem brincar de Barbie o final de semana inteiro… não tinha preço.
Brinquei de Barbie até os 15, 16 anos, meio passada já para a brincadeira, mas como a Kiki é mais nova (2 anos) do que eu a desculpa era ela.
Na sexta à noite a festa começava, eu ia de mudança para a casa da Kiki, ficávamos horas montando a casa, a fazenda, a academia, a área de lazer, e tudo mais que ela quisesse ser, afinal eram Barbies. A minha oficial era a ruiva, de cabelos longos e cacheados. Meu Ken era básico, moreno. O mais legal era essa parte, montar e arrumar tudo, acordávamos no sábado e começava a brincadeira, dormíamos até juntas para não perdermos tempo, a brincadeira em si era: Vamos ao cinema, horas se arrumando, agora ao shopping, horas se arrumando, ao baile, mais horas se arrumando. Era na verdade um grande salão de beleza.
Éramos Barbies peruas, não trabalhávamos essa era a parte do Ken, a única hora que ele saía do sofá, e ele normalmente ia para trás de algum móvel menos importante.
A vida era feliz, a Barbie tinha filhos e nunca engordou, usava salto alto e nunca teve dor nas costas, inventava um novo cabelo e sempre ficava bonita.
Durante o final de semana inteiro, vivíamos para as Barbies, comíamos em frente as Barbies, dormíamos perto delas, sonhávamos com elas, era uma tristeza quando tínhamos algum compromisso que fosse nos afastar das nossas “obrigações”.
No domingo à noite era a hora da despedida desmontávamos tudo e passávamos a semana inteira ansiosas para chegar a sexta à noite, onde tudo o que a gente queria ser voltava a acontecer.
Tempos depois eu e a Kiki percebemos que o Ken só servia para ficar sentado no sofá, era bobo brincar com ele, ele não tinha variedade de penteados, de roupas e acessórios. Mas aí chegou a adolescencia e trocamos as Barbies por Ken’s de verdade, às vezes tínhamos recaídas, que eram as mais legais e divertidas.
Depois dos 30 lembro desses momentos como os mais felizes da minha vida. É errado querer ser a Barbie ainda aos 30? E depois dos 30?

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Meus medos

Confesso, tenho medo de anão, de palhaço, de pessoas manetas, de fogos de artifício e de pônei.
Meu pior pesadelo seria um anão maneta vestido de palhaço em cima de um pônei soltando fogos de artifício.
Queria saber porque estes medos, mas não são simples medos, é pavor mesmo, horror… hoje vi um anão na rua e pensei pra que lado vou fugir, não entendo, são pessoas tão pequenas e inofensivas, principalmente pra mim que posso ser baixinha, mas é só dar um empurrão e um anão cai.
Palhaço então… ai que medo, eles são macabros, tentam ser engraçados, mas não são. São horripilantes, são aterrorizantes, o sorriso deles me passa tristeza, se eu tivesse um filho e ele pedisse: - Mamãe, quero palhaço na minha festinha! Eu teria que fugir de lá e deixar a criança se virar sozinha. Se ele pedisse para andar de pônei então, ah! Eu realmente não saberia o que fazer, só em imaginar um pônei perto de mim seria o fim. E eu ando a cavalo, gosto de cavalo, gosto de potrinhos, mas pônei, não dá, eles tem cara de mau humorado. Gosto até do meu querido pônei, coloridos, com escovas para pentear a cauda, mas ao vivo, a história muda.
Fogos de artifício é herança de família, meu pai acha o fim do mundo, diz que é um perigo, no ano novo em Copacabana ele nem vai pra praia, minha mãe vai, mas fica me agarrando e empurrando minha cabeça para baixo me protegendo das faíscas, é um tanto estranho, pois todo ano é assim e mesmo assim insisto em vencer este medo.
Mas o de maneta…. Não dá mesmo, nem tento vencer isso. Trabalhei com um cara que não tinha um dedo na mão, tipo o Lula e não deu para encarar, eu só conseguia olhar para o dedo, tive que pedir demissão, e o padrasto da Kiki era maneta, era difícil ver aquela mãozinha atrofiada. Uma vez ele estava carregando um violão e a minha irmã perguntou: -Nossa, não sabia que você tocava violão! Hahaha isso foi um grande fora.
Estes medos são tão conhecidos que uma moça que conheço foi na inauguração das casas Bahia e ela tem pavor de anão também, e aquele aperto, pessoas correndo atrás das promoções, de repente um anão agarra na perna dela para se segurar, e ela desmaia. Como assim desmaiar no meio das Casas Bahia? Eu enfartaria.
Não sou uma pessoa má, mas passei dos 30 e continuo com esses medos, será que um dia passa?

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Don’t Cry for me Argentina

Em umas férias fui com a minha mãe para Buenos Aires, passamos dias muito divertidos, fazendo comprinhas, comendo alfajores, tomando cafés… Um dia resolvemos pegar um trem “o trem de Prata”, para achar este trem penamos, fomos para o subúrbio de Buenos Aires e pegamos um outro horrível, cheio de gente feia, um horror, e lá descobrimos que tínhamos pego o trem errado. Horas, quilometros e chacoalhos depois conseguimos chegar no trem certo. Parecia o paraíso, paisagens bonitas, trem bonito, maquinista gato, estações arrumadas e limpas.
Chegamos na estação final, andamos pelo parque, tiramos fotos e o último trem ia partir de volta a Buenos Aires, saimos correndo, entro no trem e a porta se fecha e minha mãe fica para fora.
Ela começa a berrar agarrada na porta do trem: - Minha filha, minha filhinha… e a bater no vidro desesperada e eu dentro do trem não sabendo se fingia que não conhecia ou se chorava. O escândalo foi tão grande que o trem parou e minha mãe entrou, suada e ofegante, me abraçou como se tivesse ficado anos longe de mim. Senti até uma comoção dos outros passageiros no trem, e eu morrendo de vergonha.
Porque uma mãe pode nos envergonhar tanto?

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Renata Freak Show

Quando entrei aqui na empresa, me senti num lugar estranho achei que todas as pessoas tivessem nomes estranhos, mas depois descobri que eram apelidos secretos que só a gente do Marketing tinha acesso a eles, e não entendia porque as pessoas tinham apelidos tão estranhos, e depois de 1 ano aprendi e vi que cada apelido tem um bom motivo.
Coxa Creme, Babibê (diretor comercial com problema de dicção), Mulher Samambaia (alta e com cérebro de planta), Mexileira / Audição (mexicana que adora ir para as audições), Camisões, Pênis Hair (precisa explicar?), Dormindo com o Inimigo (secretária do presidente), Ursinho Puff (tão fofinho….), Victor Marofa, Meia branca (usa meia branca com bermuda), Laurinha Figuerôa (toma Lexotan como se fosse xarope, senão surta), VDR (Véio do Rio), Pega Pichoca e sua assistente a Segura Pichoca, Turtle, Véia, Dona Crô, Empregada de olho Claro, Bem, Rosa de Hiroshima, Monstro da Palha (imagina o cabelo?), Dona da Pensão, Homem Beringela (because agarra), Cabelo de Pentelho, Bonitão, Menino Rosa (moço completamente cor de rosa), Salomé, Fat Pitt (gordo do financeiro que achava que era o Brad Pitt), Chalana (vive para pescar no Pantanal), Non Sense, Margarida e outros que não lembro agora, são algumas das pessoas que trabalham comigo.
Pensando em cada um desses apelidos eu me pergunto porque tenho que conviver com eles, seria tão mais fácil a vida sem essas pessoas por perto, pelo apelido, vocês podem imaginar que Renata Freak Show é aqui?
Depois dos 30, eu mereço?

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Dia de princesa na Oscar Freire

Uma amiga minha a Lanica, me chamou para ser madrinha de casamento dela. Lá fui eu em busca do vestido perfeito…
O vestido perfeito significa, sem brilho, longo, cor bonita, moderno, sem babado, sem bordado, do tipo sou bonito, deixo a minha dona bonita, mas não tenho pretenções e acima de tudo: barato.
Cheguei na Oscar Freire, aquela chuva, pego meu guarda-chuva de Joaninha, o famoso, e entro na loja. Minha mãe que estava comigo fala: - Pelo amor de Deus fecha este guarda-chuva estamos na Oscar Freire.
Mas não obedeço, afinal a minha franjinha ia encrespar na chuva.
Entro na loja e a vendedora diz: - Que lindo guarda-chuva!
Pronto me apaixonei por ela.
E lá estava, ele, o vestido perfeito, azul, longo, sem bordado, sem babado, sem brilho, reto, simples, esperando por mim.
A vendedora me serve cafézinho, água, chocolate. Eu amo ela, é errado isso?
Pronto decidido, vestido comprado, ligo para o Pinho para contar sobre o vestido perfeito e sobre o guarda-chuva de Joaninha elogiado, e ele me dá uma idéia perfeita.
- Você devia tirar uma foto sua no vestido e colar no seu álbum das princesas.
É, foi um dia de princesa, porque eu não compro em loja chique todo dia? Porque as outras vendedoras não elogiam meu guarda-chuva mesmo achando ele ridículo? Porque não me servem chocolates? Porque?
Aprendi que depois dos 30 comprar na Oscar Freire devia ser quase uma obrigação, ninguém merece depois deste dia de princesa ter que voltar a comprar na Zara ou pior, na Marisa.

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Meu álbum das Princesas

A Ana, minha amiga mais que querida aqui do trabalho, me deu o álbum das princesas, é aquele que num só reune todas as nossas heroínas, Yasmim, Cinderela, Branca de Neve, Bela (da Fera), Bela Adormecida e Ariel. Fiquei emocionada com o presente, afinal meu sonho é ser a Cinderela, ela é a minha maior heroína, pois uma mulher que perde o sapato e encontra um príncipe ainda por cima encantado, tem poderes, muitos poderes, e na hora do almoço já fui comprar as minhas figurinhas, 10 pacotinhos, liguei pra minha mãe, minha irmã, pedindo pacotinhos de várias bancas para não virem repetidos, tudo esquematizado.
Algumas figurinhas são transparentes e você precisa encaixar direitinho no desenho de baixo, precisa de supervisão de adulto, pois são bem difíceis, outras são de purpurina, algumas duplas ou quadruplas, outras tem faca especial, que álbum maravilhoso, mas era um hábito muito solitário, mostrei para a Kiki, que imediatamente se empolgou, comprei um para ela e agora tenho com quem trocar figurinhas.
Nos finais de semana levo ele para a casa da minha mãe, assim encontro a Kiki e podemos ver como estão ficando, outro dia saí com ela para almoçar num restaurante japonês e levamos os álbuns afinal entre um sushi e outro, a melhor coisa é colar figurinha, mas confesso que carregá-lo é um pouco constrangedor, ele é cor-de-rosa, chama a atenção, as crianças olham vidradas para ele, e tenho medo que alguma me peça emprestado para ver.
Depois dos 30 até colecionar álbum se torna algo muito mais complexo.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Guarda-chuva de Joaninha

Comprei um guarda-chuva novo, lindo, vermelho, com bolinhas pretas, dois olhinhos pra fora, trava infantil para não prender o dedo, custou R$7,00, foi muito bem gasto pois ele é lindo. Dia de chuva é uma coisa triste, porque não animá-lo com joaninhas molhadas?
Quando comprei fiquei na dúvida entre o de sapinho, o de patinho e a joaninha, mas achei o vermelhinho mais legal, mais feliz.
Estava outro dia indo na Blockbuster e começou a chuva, oba vou estreiar meu guarda-chuva de joaninha feliz.
Saio do meu carro vermelho com ela, a joaninha, me protegendo da chuva, feliz com a sua missão. Chego na porta da Blockbuster e o segurança fala: - Aposto que é o guarda-chuva da sua filha… essas crianças de hoje em dia, nos faz passar por cada coisa.
Fiquei murcha e concordei com ele. Saí de lá triste e pensando, quando foi que perdi o direito de ter um guarda-chuva vermelho, com bolinhas pretas, dois olhinhos pra fora, trava infantil para não prender o dedo? Acho que foi desde que passei dos 30.

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira

Durante a minha infância ficava muito tempo na casa da minha tia Helena, adorava ficar lá, eu era bem mimada por ela, depois me mudei para São Paulo e só ficava na casa dela durante as férias. O que me lembro bem dessa época eram das dúvidas de português além do rádio sempre ligado no futebol.
Perguntava para ela: - Tia, como se escreve casa ou o que significa honorário?
Ela mais que rapidamente pegava o telefone e ligava para o Aurélio, é o dono do dicionário, sabia o número de cor. Sempre me perguntei porque ela não fazia como a minha mãe, pegava o dicionário de papel e me explicava, mas não… algum dia ela deve ter conseguido o telefone dele e ele se arrependeu amargamente disso, pois todos os dias ela tirava dúvidas com ele e ficavam discutindo a língua portuguesa.
Quando ela fazia palavras cruzadas então, eram horas no telefone.
Às vezes estou fazendo as minhas palavras cruzadas, pois isso é um hábito de família e imagino a falta que faz eu ter o telefone do Aurélio.
Pena que ele morreu em 89, senão esta seria a herança que pediria para minha tia.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Virei a Mônica de Friends

Hoje acordei cedo, fiz minha chapinha básica, pois meu cabelo está passando pela fase da adolescência, uma fase rebelde sem precedentes.
Às vezes acordo parecendo Vanessa da Mata, não consigo encontrar meu rosto, sou só cabelo, meio Gal meio Zé Ramalho nos áureos tempos. Mas já foi pior.
Antes de existir a chapa, só lavando o cabelo tomava rumo, se penteasse, esquece, ficava uma mistura de armado fingindo ser arrumadinho. Desastre na certa.
Bem, hoje acordei e fiz chapinha, cheguei no trabalho orgulhosa, ficou muito liso com pontinhas pra cima, uma verdadeira pantera.
Fui almoçar com um amigo meu e ficamos ao ar livre batendo papo uns 20 minutos, percebia a fisionomia mudando conforme meu cabelo armava.
Uma hora ele começou a rir e falou: - Rê, você está parecendo uma mutante.
Mutante eu como assim?
- Seu cabelo está ficando muito engraçado.
Percebi que minha chapa foi embora com o vento e eu era a própria encarnação de Bob Marley, dei risadas dizendo: - Ah! É assim mesmo, assim que eu gosto, e mil outras desculpinhas.
Cheguei no trabalho e todos me olhando: - Como assim? Chega lisa e sai crespa?
Foi assim meu dia, estou agora com o cabelo bem desgovernado, acho que quando eu entrar no elevador, vão ter que sair as pessoas lá de dentro para meu cabelo entrar, ou me pedirão para tirar alguma coisa de dentro do cabelo como o Urso do cabelo duro.

Fantasminha camarada

Faz quase 1 ano que me mudei, e logo que fui para meu novo apartamento aconteceu algo bem estranho.
Um dia estava dormindo e sonhei com uma menininha correndo pelo apartamento e se escondendo, brincava com meus cachorros, ria e corria deles. Acordei assustada e vejo que nenhum dos meus cachorros estava no quarto, vou para a sala e vejo os 2 cavando uma parede descontrolados. Que medo, nem dormi mais. Acordei cedinho e liguei para minha mãe ela disse para eu parar de ser boba foi sonho, meus cachorros eram estranhos, e tal.
Achei que ela escondia algo de mim e pergunto para o zelador querendo ouvir um não como resposta: - A antiga moradora tinha alguma criança?
E ele conta o meu drama: - Tinha, mas que tristeza, morreu na piscina aqui do prédio afodaga.
Paralisei, minha mãe foi dormir comigo, minha irmã bem prática disse: - Se muda agora. E eu, o que fazer?
Um dia conversei com ela, disse calmamente para as paredes: - Olha, eu moro aqui agora, se vc gosta daqui, ótimo, pode ficar, se quiser brincar com meus cachorros, ótimo, pode brincar, mas não apareça mais pra mim pois tenho medo.
Acho que ela entendeu, as vezes brinca com os cães, mas nunca mais a vi…
Quem disse que não tenho instinto maternal?

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Ze Gotinha

Como meu pai teve paralisia infantil, minha mãe, a super desesperada, levava a gente nos dias de vacinação.
A vacinação é de 0 a 5 anos, porém eu tomei as gotinhas mágicas até os 12!!! Minha irmã até os 16!!!
Imagine o vexame que era na fila cheia de neném, crianças correndo, e nós, burras velhas lá, sem contar que minha mãe falava com todo mundo para justificar a nossa ida. E sempre a resposta era: - Minha senhora, elas não vão pegar mais paralisia infantil, pois elas não são mais crianças.
Não tinha jeito a gente ficava na fila e recebíamos as gotinhas sob protestos.
Olha o trauma que uma mãe pode causar…

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

A surdinha

Outro dia estava aqui no trabalho, com um amigo, esperando o elevador e vejo de costas uma mocinha da limpeza muito simpática, sempre sorrio para ela e ela sorri de volta, às vezes falo do dia, do sol, do frio, do sono, estes papos amenos, mas neste dia ela estava de costas pra mim e percebo que ela tem uns 10 furos na orelha e digo:
- Nossa quanto furo.
E nada dela responder, repito: - Nossa, quanto brinco!
- Ei, ei!
E nada… e eu digo bem educadamente: - Vc é surda?
Meu amigo que estava de frente para ela me diz tapando a boca para ela não ler os lábios dele: - Renata, é, ela é surda. E sorri. Ela sorri de volta, toda feliz.
E eu já na gargalhada percebo que há um ano mantenho um diálogo com ela e ela nunca deve ter respondido e nunca deve ter entendido nada que falei.
Porque não percebo a hora de me calar? Porque?

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Meus filhos

Tenho 2 filhos caninos, que são as coisas mais lindas deste mundo,
O Fuka é um lindo cocker, peludo e preto, com olhos de pidão e cílios imensos, um cachorro especial, inteligente e muito amigo, um excelente nadador, e pegador de bolinhas de frescobol, um esperto peludo que com um simples estalar de dedos percebe que aprontou alguma arte. Peteka é uma vira-lata gigante, com olhar doce e acha, ou melhor tem certeza que é um mini-poodle, me conquistou no momento que chegou em casa depois de passar fome na rua e ser largada como lixo por algum ser humano, pois mesmo sofrida da pouca vida que tinha, deitou no meu colo, comeu o que podia e o que cabia em sua barriga e encheu a boca e guardou num cantinho para mais tarde, uma neném que passou fome e aprendeu aos 2 meses de idade que existe futuro, futuro que conquistou dando amor.
Hoje é aniversário do Fuka, 4 anos, e como a Peteka deve ser do mesmo mês, estipulamos a mesma data, só que deve ter 2 anos agora.
Só queria imaginar o que eles pensam, porque eles me amam tanto, como eles conseguem estar sempre felizes, nunca terem depressão, tristezas nem nada que não seja curado no momento em que chego em casa e a festinha surpresa começa, com bolinhas, ossinhos, saltos, e lambidas.
Como um rabo abanando pode ter tanto significado? Como pode trazer tanta alegria ao ser humano. Só de ver aquele rabo abanando, ou aquele toquinho abanando, como este simples gesto faz com que eu pense: - Sou especial, sou importante, pois faço alguém muito feliz.
O melho amigo, o melhor ouvido, o melhor olhar, melhor lambida, melhor fungada, melhor patinha, melhor suspiro, melhor latido bravo, melhor saltitar, melhor passeio… Eles conseguem ser melhores em tudo o que se propõe a fazer, pois fazem com amor, fazem com a certeza que não esperam nada em troca, só um coçar nas costas, um beijo no focinho, a alegria retoma a magia de ser cão, o amigo, o filho, o tudo na minha vida.
Parabéns meus amores.

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Pernambucolite

A melhor coisa de morar em Recife foi aprender um novo dialeto. No começo eu franzia a cara para entender o que falavam, mas fui me acostumando e virei tradutora e intérprete para quando meus amigos iam me visitar.
A primeira vez que andei de taxi, o taxista estava indignado, pois tinham assaltado o carro dele e destruido o tabeliê, eu também fiquei indignada com isso, pois nem sabia que carro tinha tabeliê.
Uma vez eu e meu marido estávamos perdidos e pedimos informação, o moço muito gentil, pois pernambucano é gentil, disse, na dúvida vira a direita… ficamos em dúvida por um bom tempo dando voltas no quarteirão.
Minha empregada então… era o máximo conversar com ela, ela lavava as alcatifas, achava minhas diademas e escorrinhava a porta como ninguém. Dizia que meu cachorro era muito treloso, e que eu precisava comprar jerimum para ela fazer.
Pior quando você conhecia alguém e a pessoa já lhe informava para você ficar bem atento: - Hum, este cara é peba, se acha a tampa do Crush.
Fui ao médico e ele me mandou comprar um lambedor, pois eu estava com muita tosse. Fiquei com vergonha de ir na farmácia comprar isso e passar vexame.
Pior era no verão comprar remédio para acabar com os maruins.
Sinto falta do sururu da Dona Helena na praia, de tomar Vinho Botticelli em Olinda, comer codórninha no pé sujo ou no cospe grosso, basicamente sinto falta das minhas amigas Eli e Silvinha.
Tabeliê – painel
Dúvida – bifurcação
Alcatifa – tapete
Diadema – tiara
Escorrinhar – empurrar
Treloso – bagunceiro
Peba – pessoa mala
Tampa do Crush – pessoa que se acha
Jerimum – abóbora
Lambedor – xarope
Maruim - pernilongo

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Minha baba eh agiota

Quando era criança tinha uma babá, a Lulu, ela era uma pessoa diferente, chamava minha mãe de Madame Silvia, fazia comidas com o nome em francês, mas era carne moída com ovo. Usava casacos de pele. Emprestava para minha mãe ir a jantares. Era amiga das governantas da alta sociedade. Usava peruca com cachos. Mas era e sempre foi muito amiga.
Quando saiu de casa para trabalhar na casa dos Maluf, dos Diniz, etc… mandava cartas e ligava sempre.
Ontem fui visitá-la com minha mãe em um asilo, ficamos conversando com a assistente social dela e ela nos dá uma revelação bombástica: - Ela era agiota.
Como assim? Minha babá tão querida Lulu era agiota?
Aquela senhora com cara de ingênua, origem humilde, apesar dos requintes que a vida ensinou era na verdade agiota. Emprestava dinheiro para os filhos dos patrões, para os mordomos das mansões, para os motoristas e cobrava juros altíssimos por isso.
Fiquei imaginando como era a vida secreta dela. Será que ela mandava matar quem não pagava? Cortava o dedinho da mão como aviso?
Só sei que no seu tempo vago cuidava das crianças como um disfarce.

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Os excentricos

Minha avó não abria a geladeira, pois pegava resfriado, portanto ela nunca pegou um copo d’água sequer, sempre alguém a servia, ela inventou esta história e como diz minha mãe: -Ela sabia viver…
Minha tia Helena, esperava ônibus em um pé só, Se alguém visse na rua uma senhora esperando o ônibus num pé só ia achar o que? Segundo ela o tempo passava mais rápido assim, ainda bem que ela pegava pouco ônibus na vida.
Dizia também que era São Cristovão e torcia pelo Flamengo.
Meu primo Mario, não abre os presentes de Natal na frente das pessoas.
Meu pai, andava com um gravador para a gente não voltar atrás nas nossas opiniões.
Um dia ele disse que ia morrer igual índio, nunca mais se levanter da cama, se despediu da gente, disse para a gente crescer feliz, e adeus, eu e minha irmã choramos muito e minha mãe dizia: -Quando ele tiver fome vai se levantar… Dito e feito, deu fome e se levantou.
O tio da minha mãe brigava com a tia dela, pois nunca conseguiram se decidir, se o leite ficava na frente da água ou atrás na geladeira, isso é “case” de família.
Meu tio que era advogado só se vestia de branco, achei a vida inteira que ele era médico.
Até hoje, no Natal, colocamos o sapato no corredor e quando acordamos está cheio de presentes.
As excentricidades no fundo não incomodam tanto assim…

Bilhetinhos de casamento

Outro dia estava lendo os bilhetes que me mandaram junto com os presentes de casamento, 4 anos depois… Pois, sempre escrevo a mesma coisa nos meus cartões: “Se existe algo maior que a felicidade é o que desejo para você”, e agora que meus amigos estão indo para o segundo casamento, vou ter que reciclar e resolvi ver se achava algo novo para inserir.
Muitos escreveram, Felicidades, Muito amor, que seja eterno enquanto dure, que o amor reine, etc… mas o da minha tia Lúcia foi o mais real.
“Renata e Renato, desejo a vocês muita paciência.”
Foi ótimo, tão real… Rê te amo, mas… muita paciência… E acho que é isso que vou escrever agora nos meus bilhetes. Um plágio a tia Lúcia.

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Nhaca de gringa

Um dia estava numa boate no Rio com o Pinho, estávamos bêbados e rindo de todos, boate apertada, aniversário de uma amiga de outra amiga… De repente sentamos numa mesa e uma moça veio dançar com a gente. Ela era gringa, não entendíamos o que ela queria e ela levanta o braço na nossa frente e ficava balançando, nos chamando para dançar. Mas quando ela fazia isso, percebemos que ela nunca tinha visto uma cera de depilação, e muito menos uma gilette, ou um desodorante. Quanto mais a gente ria, mas ela se empolgava me pegando pela cintura para dançar com ela, ela me queria, era gringa, toda liberal, e a favor da mata virgem. Ríamos e ela ria achando que agradava… Bebida, risada, o cheiro forte de cecê, não dava, ela pega o Pinho pra dançar, justo no primeiro porre da vida dele…
Ninguém merecia tanto cecê logo da primeira vez… Só sabemos que no dia seguinte a mistura de ressaca com a nhaca da gringa com o suvaco na nossa cara, foi uma das piores sensações da minha vida.

terça-feira, 22 de agosto de 2006

Confesso que pequei

Outro dia estava conversando com o Pinho e ele me diz que meu blog é legal, mas que ninguém lê, eu disse que as pessoas lêem sim e até comentam… mentira, né?
Aí ele falou: - Vc só tem 3 comentários, meu, da Kiki e da Ana. (Últimamente nem da Kiki) Eu fiquei magoada com isso e inventei comentários, fiz isso sim, inventei, se verem André, Deborah (com h) e Paty, fui eu que inventei… que feio, né? Ele não pára mais de me ameaçar por isso, descobriu a desonestidade do meu ato, portanto eu peço, deixem comentários, senão vou apelar para o André, Deborah e Paty, já estou até criando as personalidades deles…tadinha de mim. Estou virando esquizofrênica.

Dormi com o Batman

Certa noite em Recife, eu estava dormindo e o Rê foi dormir de madrugada e entrou no quarto e falou: - Renata, não se mexe, vou acender a luz.
Óbvio que me mexi e vejo no meu travesseiro um ser esmagado. Segura cachorro, vamos observar o ser e era um morcego, neném, mortinho, esmagado provavelmente pela minha pequena cabeça morto no meu travesseiro.
Morávamos no último andar e era comum estes “seres” entrarem e saírem de casa numa velocidade ímpar, mas este se deu mal, tadinho…
Passei o resto da noite lavando o cabelo, passando álcool em mim e chorando.
O pior foi no dia seguinte no hospital: - Doutora, é que eu esmaguei um morcego enquanto dormia. Ela segurou o riso, e disse: - Tudo bem, é comum isso.
HAHAHA comum? Como assim é comum um morcego resolver dormir com você?
Anti-tenânicas, anti-rábicas depois…
Meu marido sempre diz para todo mundo:
- Peguei minha mulher na cama com o Batman.

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Cr$ 5,00

Vamos ficando velhos e perdendo a noção do dinheiro, tantos planos… cruzeiros, cruzados, cruzeiro novos, real…
Uma vez a minha avó materna convidou todo mundo da família para um almoço num lugar de frutos do mar bem gostoso, na beira da praia, foi a família toda, que não é pequena.
- Podem pedir o que quiserem, que hoje é por minha conta. Disse a minha avó, toda orgulhosa.
Foi uma tarde divertida, comeram camarão, peixada, agulhinha frita, hum… caipirinha… na hora de pagar a conta minha avó pega Cr$ 5,00, e a conta tinha dado uns Cr$ 500,00… Todo mundo sem dinheiro, juntando os trocados para pagar a conta, naquela época nem todos tinham cartão de crédito ou talão de cheques as pessoas usavam dinheiro mesmo, ainda mais para ir a praia.
Foi um sufoco pagar a conta e minha avó, ainda achava que tinha pago o almoço para toda a família.

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Xixi no chão

Outro dia, sai com um amigo meu, o Alan, fomos num barzinho na Vila Madalena, batemos papo, demos risada, nos divertimos.
Ao sair de lá, percebi que estava apertada para fazer xixi, mas e a preguiça?
Em casa eu faço… O caminho foi longo, trânsito, farol fechado, parei para pôr gasolina.
Chegando no meu condomínio, estava quase explodindo de vontade… comecei a rir de nervoso, não vai dar tempo, não vai dar tempo, um diabinho falando no meu ouvido.
Chamo o elevador, mas que demora, pára de rir Renata, pára.
Aperto o 7º andar, mas que demora… pára de rir.
A chave? Cadê a chave? Abro a porta e faço xixi no chão da sala.
Peteka e Fuka, meu fiéis escudeiros caninos se colocaram de castigo e eu pensando em como é triste ainda passar por isso depois dos 30… bem depois…

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Mentirinha

Um amigo do meu pai, o Gustavo, tem uns 75 anos, aparenta uns 65, mas fala que tem 83, e outro dia a pessoa que estava com ele revida: - Nossa te dava uns 80… Ele entrou em depressão, pois é, nesta mentirinha ele perdeu 5 anos, e o cara acha que lhe deu 3.
Mas, ontem, comecei a fazer academia no condomínio onde moro, aula de abdominal. Cheguei lá e vi um monte de meninas de 18 aninhos que nem precisavam da aula, já estavam sem barriga nenhuma… pensei, preciso me sentir em forma.
O professor pede para eu preencher o formulario, na hora da idade fiquei com medo:
- Se eu falar que tenho 31 e ele me achar acabada? E se eu escrever 25? Será que ele vai acreditar? Estou tão fora de forma, pensei no Gustavo e… Já sei vou colocar 41 anos.
Pronto… ele acha que tenho 41, me disse que sou super conservada, que me dava uns 28, no máximo, na hora da aula ele deixava eu fazer menos que as teenagers, foi ótimo… Me senti muito nova e conservada. Mas não tenho 41, sera que isso importa? Ou corro o risco de perder 10 anos qualquer dia com esta mentirinha?

terça-feira, 15 de agosto de 2006

Festa da Mariana

Minha prima Mariana, fez 15 anos, uma festa linda de debutante com toda pompa que se merece.
Foi no Rio em uma casa maravilhosa.
Como toda festa de 15 anos, tem o seu cerimonial.
- Agora os pais.
- Agora os irmãos.
- Os primos mais queridos… ops é nesta que eu entro.
- No palco Renata a minha prima querida. Lá vou eu toda feliz até o palco, todos olhando, eu estava linda, com um vestido chique, preto, longo, com um decote vinho, meio tomara que caia, meio decote princesa.
Ao subir os degraus…. Ops… pisei na barra do vestido, ops, meu peito saiu pra fora. Ninguém viu, ninguém viu continua chorando emocionada.
Só que lá de cima eu vejo metade da festa rindo, todos tinham visto, mais do que a minha emoção, meu peito… para 150 convidados…

Dietas

Porque a gente passa por isso?
Eu sou bem cara-de-pau, digo que sou a profissional da comida, como que nem gente grande, principalmente a Nutella, mas todos nós passamos por isso… regimes.
Outro dia resolvi fazer regime, pedi uma salada de almoço, mas o Kani veio descongelado no microondas!!! Tive que devolver a salada e almoçar na Ofner, não tem erro, a coxinha é sempre gordurosa e a bomba de chocolate perfeita.
Tenho uma amiga, que não quer se identificar, faz o regime das 5 da tarde, come de tudo até as 5 e depois pára. Às 4:59 ela come uma bolacha bono e depois só água... não perdeu nem uma grama, mas se divertiu com isso.
Mas um dia ela resolveu ser light, pediu um suco ao invés da Coca-cola normal de sempre, mas, ao invés de açucar, colocou sal no suco, e resolveu nunca mais se aventurar nessa audaciosa missão.
Minha mãe tomava diet shake, antes do jantar! Mas como? Não é para substituir uma refeição com isso? Para ela não, era um complemento alimentar, e então ela aprimorou o diet shake misturando sorvete, assim tinha mais sustância e conseguia segurar a fome dela por mais tempo, uma meia hora talvez.
Meu pai vive perdendo 10kg, e diz que a barriga dele é pedra no rim, que ele operou nos anos 90, e agora voltou do tamanho de uma melancia, e acredita nisso.
Outro dia ele estava na piscina do prédio, e uma menininha berrou:
- Homem, homem, vc está grávido?
Ele riu, desconversou, a mãe da menina implorou desculpas, e ele respondeu:
- É pedra no rim…

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Apenas um gatinho

Em Recife, pouco antes de voltar pra São Paulo, eu e meu marido estávamos na Lagoa do Araça passeando com nossos cachorros, um parque do Ibirapuera nordestino, numa tarde de domingo.
Na volta do passeio, vimos um gatinho, bem neném com a pata quebrada.
Óbvio que não deixaríamos ele lá, mas também estávamos duros e no domingo a nossa veterinária querida que a gente tinha conta estava fechada.
Pegamos o gatinho, mas nossos 2 cachorros e colocamos no carro e fomos indo para Boa Viagem e pensando como resolver a situação.
Lembramos de um petshop 24hs que uma vez fomos, mas o que fazer? Como pagar? E depois ficaremos com 1 gato?
Ensaiamos abandoná-lo na porta da clínica, mas e se eles não vissem o gatinho lá?
Mais uma volta no quarteirão.
Então o Renato teve a brilhante idéia de eu entrar com o gato, pedir para ser atendida e, quando eles se distraissem, sair correndo de lá.
Lá fui eu.
Entrei no petshop, aguardei ser atendida, até chorei um pouco com frases: - Cuida do meu gatinho. E na hora da radiografia…
Saí como quem não quer nada: - Ah! Vou ver se meu marido está lá fora.
Fui saindo devagar e sempre, chego perto do carro, abro a porta de trás entro, abaixo, e: - Acelera, corre que a recepcionista está na porta, corre!
Nunca mais voltamos lá. E olha que precisamos de veterinário 24hs várias vezes depois disso e tínhamos que ir até Jaboatão atrás de um.

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Noite dos Leopardos

Certa noite eu, minha irmã (Dea), Lanica e a irmã dela (Renata), fomos na “Noite dos Leopardos” no Rio.
Estava na moda estes clube das mulheres, ficamos dias pensando como entrar, pois eu e Lanica tínhamos 16 anos e só as nossas irmãs eram maiores de idade.
Escolhemos a data: - Vamos em uma 4ª feira pois deve ser mais vazio. Queríamos ver de perto os saradões dançando.
Escolhemos roupas para parecermos mais velhas, maquiagens, até passamos shampoo tonalizantes nos cabelos para ficarmos mais loiras, não obtivemos bons resultados, mas não desistimos, fomos a praia munidas de leite e chá de camomila. Iríamos na “Noite dos Leopardos”, lindas e loiras.
Chegou o grande dia, empolgadas, chegamos até antes da hora, era num teatro em Copacabana, bem caído. Ficamos com vergonha de entrar, vimos que não tinham tantas meninas como imaginávamos e pensamos que era o nosso dia de sorte, show exclusivo!
Entramos e ninguém olhou para a nossa cara, ficamos felizes, afinal não queríamos ser barradas.
O teatro era bem escuro, ao entrar procuramos um lugar bem perto do palco, envergonhadas, sentamos. Vimos que a platéia era 100% masculina e só nós 4 de mulheres, até aí, tudo bem, pois estávamos empolgadas só pelo fato de termos entrado.
Começa o show, um striptease aqui, outro ali, um malandro carioca, um homem vestido de leopardo, um marinheiro, outro bombeiro, um desfile de fantasias e corpos perfeitos que ao final da música ficavam uns de sunga e outros até a sunga tiravam.
De repente tudo escureceu e no escuro começaram a circular objetos fosforescentes pelo palco, uns grandes, outros menores, e os objetos iam e vinham, se encontravam e saiam do palco, não entedemos bem esta parte do show. Ao final do espetáculo, sobe no palco Rogéria, um ícone travesti, e todos os Leopardos aparecem pelados no palco, com tudo, tudinho a mostra e ainda por cima eretos.
Percebemos que os objetos fosforescentes eram nada mais, nada menos que camisinhas que brilhavam no escuro. Nos demos conta que estávamos na noite gay dos leopardos.
Saímos à francesa, morrendo de vergonha, mas ganhamos um show bem, bem maior que as mulheres normalmente ganham.

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Missa do Cazuza

Em homenagem ao aniversário da minha mãe... hoje...
Minha mãe antes de casar com meu pai, namorou o primo do Cazuza, e quando ele morreu, estávamos no Rio e ela queria ir na missa, mas sem ser reconhecida.
Ficou durante dias pensando em como se camuflar no meio da multidão para que ninguém reconhecesse ela.
- Não quero que ninguém me veja e quero ver todo mundo… Era o sonho dela.
Estava eu e Kiki em casa e ela aparece na sala. Com um óculos a lá Onassis, e pergunta se está irreconhecível.
- Não.
Ela volta com uma burca praticamente, querendo saber se agora estaria camuflada.
Respondemos que não.
De repente ela tem a brilhante idéia de se fantasiar de fã, coloca uns óculos escuros, um lencinho no cabelo igual ele usava e ficou insistindo para acompanharmos ela, comovidas com o empenho dela, fomos para a missa na igreja do Arpoador.
Eu e Kiki andamos bem na frente, para não passarmos vexame.
Chegando na igreja, na rua ainda, antes de entrar uma pessoa vem se aproximando da minha mãe e berra:
- Silvinha!!!!!!! Que bom que você veio!
Era a tia do Cazuza, a Cristina que não via a minha mãe a uns 20 anos pelo menos. E ainda comenta:
- Que homenagem linda, esta bandana e este estilo Cazuza, obrigada.
Rimos tanto que ficamos até com vergonha de entrar na igreja, um momento de dor e comoção nacional e nós 3 na calçada chorando de rir.

Consulado do Suriname

Estava jantando na casa dos meus pais e meu pai solta:
- O consulado do Suriname é no apartamento da sua avó. (Um apartamento de 70m2 em Copacabana e minha avó é uma senhora de 92 anos).
Como assim? Quer dizer que se uma pessoa quiser pedir asilo político e ir para o Suriname, vai na casa da minha avó?
Ela quem tira os passaportes dos cidadãos do Suriname?
Lá que se faz a diplomacia entre os 2 países?
Se um cidadão do Suriname que mora no Rio, comete um crime, ele vai se esconder na casa da minha avó?
Quer dizer que lá é território neutro?
Mas nós não somos do Suriname, somos de descendência árabe-portuguesa.
Como assim?
Lembro de ver na casa da minha avó um brasão na parede, e nunca questionei aquilo.
Enfim, mas um mistério que não entendemos aonde surgiu e só que é fato:
Minha tia é consulesa do Suriname, mas é casada com um Israelense.
O endereço da embaixada do Suriname é Duvivier, 70 apto 613, caso alguém precise se comunicar com o Suriname…
Mas, onde fica o Suriname?

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

O tombo

Eu estava saindo com um amigo de uma amiga lá pelos tempos do Colégio Gávea, um mocinho chamado Alexandre Marcelo. Bom nome, né?
Uma noite, fomos a uma boate com três casais. Era um lugar bem barulhento e tinha uma parte com um bar; sentamos numa mesa bem central perto da pista de dança, mesa privilegiada.
Pedimos as bebidas, as comidinhas... estávamos dando um tempo, fazendo aquela interação entre os casais, antes de atacarmos a pista de dança.
Eu estava com uma saia bem curta, como sempre usei, e um sapato bem alto.
Resolvi dar uma puxadinha na cadeira para bem pertinho da mesa, assim conseguia pegar melhor as comidinhas.
Mas, nessa puxadinha, de repente a cadeira quebrou e eu fui caindo em câmera lenta, bem devagar mesmo. Lembro-me de cada milésimo de segundo do tombo, barulhinho da cadeira quebrando, eu caindo, caindo, me desequilibrando, tentando achar algo para me agarrar. Achei, achei, ops, a toalha da mesa, se segura, opa, peraí, puxar a toalha não é uma boa idéia, agora já foooooooiiiiiiiii.
Pum! Cai de costas no chão com as pernas pra cima, saia curta, mas, peraí, o que está caindo em cima de mim???
Tudo da mesa!!!
Copos, comidas, garrafas, tudo em cima de mim. E o barulho? Apesar do barulho do lugar, todos ouviram, deve ter sido meu berro, e agora? Estou molhada, com gordura do bolinho de bacalhau em cima de mim, azeite, cerveja… e agora? E agora?
Olho pra cima, muitas cabeças me olhando e a certeza de que nunca mais veria o Alexandre Marcelo.

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Ano novo

Sempre a festa de ano novo é na casa da Dinda em Copacabana, mas teve um ano que a festa teve uma inusitada visita.
Os preparativos e a comilança é dividida entre os parentes e neste ano a prima encarregada das uvas, esqueceu das uvas, mas levou uma criança com catapora.
Estávamos em casa umas 5 da tarde e chega uma família, mãe, pai e 4 filhos, sim, 4 filhos entre 1 e 10 anos.
Chegou e ninguém sabia quem havia convidado, chegaram com uma mala, todos desconfiamos do nosso primo Mario, mas ele disse que não havia sido ele, enfim, já estavam lá mesmo e sempre cabe mais 1 ou melhor mais 6 naquele apartamento.
Umas 10 da noite eles entram no banheiro, todos tomam banho se trocam e começam a circular pela festa fazendo amigos e todos perguntando daonde havia surgido aquela família.
Chuva, muita chuva.
Perto da meia-noite vamos para a praia ver os fogos, a família também vai.
Depois dos fogos e dos rituais sem uva, voltamos para casa.
Continuamos a comilança, as risadas da família Castro, de repente, percebemos que a família continuava por ali, só que de camisola e pijaminhas procurando um lugar para dormir. Como assim???? Eles iam dormir lá e nem haviam comunicado.
Minha mãe me chama num canto e diz: - Garante sua cama que a família quer dormir…
Nunca adivinhamos daonde eles haviam surgido, quem havia convidado, como apareceram, mas soubemos que as crianças pegaram catapora.
E desde então eles são conhecidos como a família do Mario.

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

A estreia

Trabalho em uma empresa de entretenimento e ontem umas 7 da noite me liga meu chefe dizendo: - Rê, corre, consegui 2 ingressos para hoje a estréia do Cirque du Soliel.
Óbvio que eu iria, afinal, os meus ingressos eram só para outubro, final de outubro.
Na correria, corto as prioridades, banho? Não dá tempo, pentear cabelo? Não dá tempo. Vou para o armário, tento visualizar roupas e… nada, começo a experimentar e nada entra, afinal engordei um pouquinho…
Meu tempo acabando, pensei, jogo no Morumbi, hora do rush, ferrou, não vai dar tempo. Acho uma saia longa no meu armário com elástico na cintura, ótimo, ela entra, mas peraí, que blusa vou colocar, nada entra, nada entra… coloco a saia como vestido, amarro um cinto, coloquei uma bota e saí correndo sem pensar. Festa, estréia e eu com uma saia fingindo ser vestido! Vou buscar a Kiki para me acompanhar, jogo no Morumbi, pela libertadores, trânsito, muito trânsito.
- Kiki, pega um casaco pra mim, maquiagem, dinheiro para os estacionamento, já, já chego aí.
Pego a Kiki e trânsito, muito trânsito, o bom era que no caminho consegui me maquiar um pouquinho. Chegamos na festa.
Logo na entrada encontramos um amigo nosso de infância que namora a Luciana Mello. Um achado, entramos para o mundo de caras…
Entramos na festa e muitos, muitos artistas, nem sabíamos para onde olhar. Sentamos na nossa cadeira, fileira D… A, B, C, D!!!!
Sentamos e ficávamos rindo, Jorge Fernando? Fileira K.
Hebe? Fileira C, tudo bem ela pode. Peraí, a Hebe, preciso ligar para a minha mãe.
- Mãe, adivinha quem está aqui?
- Ana Maria Braga. Berra minha mãe.
- Não mãe, a Hebe!
- Que roupa ela está? E o cabelo? Está com quem? Com as amigas judias?
- Amanhã conto… bjs (Quanta pergunta!)
Começou o espetáculo, uma das coisas mais lindas que já vi na minha vida, um espetáculo de sonho, vc volta a ser criança, chora, ri, sonha…
Intervalo:
- Kiki, temos 20 minutos para ver famosos! Corre!
Uau! Fabio Assunção, Adriane Galisteu, Paulinho Vilena, UAU! Mais, mais artistas pra onde eu olho, pra onde?
- Rê, aquela lá não trabalha com vc?
- Ignora, ela eu vejo todo dia, mas… Jairzinho, Bruna Lombardi, Ana Hickman, Marcos Paulo, Junior?
Acabou o intervalo, voltamos ao espetáculo que é divino.
Acabou tudo. De volta a realidade… cada carrão na porta! Ainda bem que parei meu carro bem longe, mas que se dane, estou vestindo saia no lugar de vestido!

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Tio Paulo

Um dia estava na casa da minha prima Paulinha, tinha um monte de parentes dela por lá, apartamento pequeno e muita gente, principalmente primos, Paulinha tem muitos primos.
Todos haviam descido para o play, acho que era aniversário de alguém da família e eu ainda estava no apartamento, supostamente sozinha e vou entrando num quarto da casa, bem, bem desligada e esbarro em algo e começo a berrar de susto e olho para cima e vejo o tio Paulo, o Tio Paulo da Paulinha, pelado de costas pra mim, e eu berrando, berrando, saio correndo e bato a porta do quarto, desço as escadas era segundo andar, e ouço lá de baixo alguém berrando:
- Oi, oi, alguém em casa? Estou preso no quarto, a maçaneta caiu, oi, oi alguém aí?
Eu me fiz de surda, como eu ia resgatar a pessoa que eu mesmo havia prendido no quarto e visto pelada?
Não lembro como ele se libertou, só sei que na mesma semana minha irmã foi cumprimentá-lo e com um beijo, errou o local e beijou ele na boca.
Ele com certeza passou a temer as irmãs Cintra.

O elevador

Porque tem momentos em que não ficamos caladas? Porque?
Ontem eu estava no elevador do meu prédio que havia sido reformado, entrei e o elevador desceu e entrou um senhor bem, bem, bem vesgo.
Ele estava lá tentando puxar papo e eu incomodada se ele olhava pra mim ou para o chão. Aí ele fala:
- Bonita cor.
Eu respondo:
- Obrigada.
Me diz, porque respondi obrigada para alguém que elogiou a cor do elevador?
Não consegui me conter e subi com o vesguinho 7 andares chorando de rir, ele meio sem graça percebendo o meu fora e eu meio sem entender porque eu sempre faço isso, falar coisas sem sentido.

terça-feira, 1 de agosto de 2006

As Maluf Cintra

Eu e minha irmã, lá pelos 17 e 21 anos, fomos a um oculista meio banbanban daqui de São Paulo, ficamos na fila de espera durante 6 meses e finalmente chegou o dia da consulta.
Chegamos lá e ele tinha ido fazer um transplante de córnea e a recepcionista disse que só dali a 6 meses teria outra data, fomos embora meio frustadas, (não sei porque já que ninguém gosta de ir ao oculista) mas como meu avô era oculista minha mãe acha o médico mais importante do mundo.
Voltamos para casa e falamos para minha mãe que só dali a 6 meses voltaríamos.
Minha mãe indignada pega o telefone e liga pra ele.
- Gostaria de falar com o Dr. Aloísio?
- Quem gostaria. Responde a tal recepcionista.
- Diga para ele que é Silvia Maluf Cintra.
A mulher rapidamente passou a ligação pra ele, uma Maluf querendo falar com o Doutor...
Minha mãe brigou com o médico disse que as filhinhas dela eram universitárias muito ocupadas e que não podiam perder tempo assim para uma simples consulta de vista...
O doutor achou um hoário às 9 da noite no dia seguinte.
Minha mãe se emperuou toda, fez a gente vestir a nossa melhor roupa e foi com a gente. Que vergonha. O médico nos chamava das meninas do Morumbi e nunca questionou o sobrenome inexistente dos nossos nomes... Olha o trauma que uma mãe pode causar?

segunda-feira, 31 de julho de 2006

O primo Murad

No útimo inverno resolvemos ir para a terra do meu pai, Brasópolis, interior do interior do sul de Minas.
Ficamos 4 dias, levamos os agregados da família, Tia Malu e Kiki, e meu afilhado e a afilhada da minha irmã. Foram 4 dias bem divertidos, descobrimos um lugarzinho para comer e todos os dias íamos lá. O dono ficou encantado, nunca viu tanta gente no seu modesto restaurante, e ele não sabia mais como agradar a gente. Colocava DVD's de Ivete, Chicele com banana, e outras coisas que ele achava que ia nos agradar, até que minha mãe fala:
- O senhor podia chamar o meu primo, o Murad para tocar aqui, ele é ótimo.
O dono do bar respondeu humildemente que o Murad já havia tocado lá, mas ele era meio exigente para tocar no seu resturante.
No dia seguinte...
- O senhor devia chamar o Murad, meu primo, ele toca tão bem... (minha mãe insiste)
No dia seguinte...
Estávamos lá, comendo muito e rindo mais ainda, ouvindo Ivete Sangalo (de novo) quando ele troca o DVD, ficamos rindo do DVD que ele colocou, um tiozinho de colete desafinando… um horror!
Minha mãe berra.
- Quem é este homem tão ruim que esta tocando? Volta para a Ivete.
O moço responde:
- É o seu primo Murad...

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Meus herois

Eu e meu marido casamos e fomos morar em Recife, lá aprendemos muitas coisas... falar e entender um vocabulário novo e nunca deixar os cachorros sozinho em casa foram as melhores lições.
Um dia cheguei do trabalho umas 7 da noite, tento entrar em casa e nada de conseguir abrir a porta, existia uma tranca por dentro, mas era impossível estar fechada pois não havia ninguem em casa.
Chega meu marido e nada de conseguirmos abrir a porta, e nisso os cachorros não paravam de chorar... Provavelmente eles trancaram a porta. Chega a minha cunhada que era a dona do apartamento e... nada.
- Vamos arrombar... disse meu marido. (porque homem acha que violência resolve tudo?)
- Não, vamos ligar para os bombeiros. (eu e minha cunhada, bem mais sensatas)
Ligamos, toca, espera, atendem.
Qual é a emergência?
- Meus cachorros se trancaram dentro de casa. Preciso urgente que salvem eles... (achei a frase meio exagerada, mas eu estava falando com os bombeiros, poxa, nunca tinha pensado em como falar com eles)
A mulher responde do outro lado, que dentro de meia hora estariam no local.
Meia hora, 1 hora.. e nada...
Meu marido chamou um amigo e tiveram a brilhante idéia de serem bombeiros por um dia, pegaram uma escada e acharam que fossem chegar no segundo andar com ela, depois imaginaram que podiam ir até o terceiro, entrar no apartamento do vizinho e se jogar para o segundo andar, nisso vão acumulando pessoas na rua curiosos com as façanhas e indignados com os latidos dos cachorros.
Ligo para os bombeiros de novo:
- Moça, eu continuo esperando, (resolvi dramatizar) tem uma panela no fogo, 2 cachorros e uma gata sozinhos em casa!!!
- Mas a senhora não havia mencionado a panela no fogo antes. Responde ela com ar de desconfiança
- Ah! Eu tinha me esquecido!
Droga, agora ela está com raiva de mim e nunca mais vai mandar o bombeiro.
Mais um tempo, curiosos se dispersando... Ligo de novo
- Moça, eles estão lá no segundo andar sozinhos.
- Segundo andar??? Nossa escada não chega até o segundo andar.
- Mas como não??? Vc não tem aquela escada magirus???
- Temos minha senhora, mas não é usada para qualquer emergência.
Eu não tinha mais argumentos, meu marido quase caiu do terceiro andar, a escada magirus era grandiosa demais para salvar meus cachorros, a mulher me odiava pela mentirinha da panela no fogão. Acho que vou partir para a violência, arrombar a porta.
Quando já desanimados lá pelas 11 da noite ouvimos a sirene.
- São eles, são eles... (parecíamos crianças vendo o caminhão se aproximando de nós, os nossos olhos brilharam, foi uma emoção única, os nossos heróis...)
Juntam mais curiosos, tentam colocar a escada, que cabe bem até o segundo andar, sobe o bombeiro (meu herói, ou melhor herói da minha porta), rasga a tela, entra, cachorros e gata felizes, destranca a porta e procura a panela no fogão...

terça-feira, 25 de julho de 2006

As japonesas

Mais um quase amor que me deixou por tão pouco.... lá pelos 18 anos, estava saindo com um mocinho do bairro, o Ivan. Segundo encontro, ele me liga e diz, desce que vou passar aí com uns amigos...
Xi, te apresentar aos amigos significa ser quase namoro firme, preciso me comportar, ser simpática... vamos lá.
Toca o interfone e desço.
Na entrada do meu prédio tinha um carro parado e uma 5 japonesas, pensei: - Ele gosta da comunidade.
Cumprimento as meninas, dois beijinhos, prazer Renata. Dois beijinhos, muito prazer Renata, oi! muito prazer Renata e entro na parte de tras do carro e sento.
Estranho a demora para elas entrarem no carro, mas tudo bem, olho pela janelinha e do outro lado da rua vejo. Ele. O Ivan. E seus amigos. Sentados na calçada. Rindo de mim.
Em menos de 1 segundo vejo japonesas se entreolhando, porteiro me dizendo que ele estava do outro lado da rua, amigos dele chorando de rir, e o Ivan, com cara de quem percebeu neste momento que era o fim...

segunda-feira, 24 de julho de 2006

Tenho um amigo, o Pinho, que tem um blog que eu amo, leiam e vejam que gostosos e engraçados são os textos dele.
http://blogdopinho.zip.net/

A festa

Certa noite, meu pai chega "em casa", e estava cheia de gente, umas 30 pessoas, ele pensa.
- Minha mulher é maluca. Faz uma festa e nem me comunica.
Entra "em casa" e vem uma pessoa lhe perguntar o que deseja tomar.
- Puxa, a Silvia contratou até um barman, a festa é chique.
Aceita um whisky e tenta dizer que é o anfitrião da festa, mas deixa quieto. Começa a circular, fazer amizade, contar histórias, entra em uma rodinha ouve uma história e conta outra, mais uma rodinha e conta que namorou a miss paraíba quando era jovem e que Florinda Bulcan virou lésbica por causa dele, percebe que tem um público bom para as suas histórias, começa a se soltar, e pensar.
- Cadê a Silvia? Ela vai me deixar aqui sozinho e aposto que ainda não chegou do salão.
Passa-se mais um tempo, outra dose de whisky pede uns canapés e pensa (receita nova, aposto que comprou pronto, que festa cara), alguns convidados já se entreolhando desconfiados quando ele se aproximava. Chegou o barman por perto e meu pai discretamente pergunta.
- Cadê a minha mulher? E o barman responde.
- Na sua casa provavelmente.
Meu pai cai em si, olha a sua volta e percebe que não está na sua casa, que o barman é o vizinho dele e que não conhece ninguém. Ele se desculpa sai discretamente e vai para seu apartamento de verdade. Durante anos ele passou a evitar encontrar o vizinho dele que a partir disso passaram a achar a nossa família meio excêntrica.... por que será?

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Uma sereia

Lá pelos meus 15 anos, eu tinha um namoradinho do Rio chamado Tuca, nossas saídas eram sempre pela orla, mão dadas, até que ele me convidou para ir à praia. Fomos em Copacabana, dia ensolarado, férias...
Ele estava na areia e eu para me exibir fui entrar no mar, não sei porque já que odeio o mar de Copacabana, é bravo, gelado, principalmente no posto 4. Fui andando para o mar me sentindo a garota de Ipanema e ele olhando: Uau, estou abafando! resolvi inovar, entrei no mar até a altura do joelho abaixei a cabeça, meu cabelo ia até o meio das costas, e molhei o cabelo com aquele movimento de cabeça, bem estlo garota do Fantástico, uma verdadeira sereia... na hora de voltar o cabelo e fazer aquela chuva de água do mar, veio uma onda e me desequilibrei, cai no mar e fui rolando pra lá e pra cá do mar, sempre que conseguia olhar por cima da onda olhava para ver se o gatinho estava olhando a minha performance, sobrevivendo ao caldo e Ufa, ele estava entretido com outras coisas. Depois de umas 8 ondas, pecebi que ele ainda não tinha se tocado do meu tombo e resolvi voltar a fingir que nada tinha acontecido... dei mais um mergulho e fui andando em direção a ele, que agora estava com uns amigos por perto, fui saindo do mar e pensando, hum, tem areia no meu biquini, tudo bem continua andando ele está acenando.... dei um tchauzinho sexy... e fui andando até ele chego perto e percebo um certo constrangimento no ar, ele me olha e diz: Seu peito está aparecendo!!! Eu quase morri de vergonha, biquini cortininha, dois peitos pra fora, areia na parte de baixo, enfim. Hora de fingir que é chique e não pode pegar o sol do meio dia e ir embora. Puxa, este gatinho sumiu pra sempre. Porque será?

terça-feira, 18 de julho de 2006

Bem basica

Venho de uma família bem básica, meu marido diz que ela é excentrica, mas eu acho básica: pai, mãe e 1 irmã.
Meu pai é um contador de histórias complusivo, minha mãe... uma engraçada perua por natureza, e minha irmã e eu somos bem, bem básicas.
Acho que é por meus pais falarem tanto que somos até meio caladas.
Meu pai teve paralisia infantil quando criança, o sonho dele era ser militar e se tornou engenheiro de minas, adora explodir coisas.... era do interior de Minas, foi criado no Rio de Janeiro e estudou em Ouro Preto. Certa vez fui para lá e meu pai dissse que foi fundador de uma república de lá, que a foto dele estaria na parede e eu pra variar não acreditei e meio sem graça fui atras da tal república purgatório, bato na porta, entro meio com vergonha de dizer o que me levava lá e quando vejo a parede de entrada, a foto dele... me deu um alívio, vi que a minha infância toda foi real, as histórias dele eram reais (bem, algumas delas ;))
Minha mãe perua mor, certa vez estava no shopping center com uma saia longa, mil chales e colares, e os anéis.... um em cada dedo, passeando, foi então descer da escada rolante quando sua saia ficou presa. Pára-se a escada e o segurança sugere que ela se segure bem, pois ele iria mudar o sentido da escada e assim soltar a saia, ela se segura no corrimão com toda força e se esquece que a tal saia era de elástico na cintura, escada subindo, saia descendo e minha mãe... de calcinha no meio do shopping. O segurança desesperado rasgou a saia dela para cobri-la, e ela sem perder a pose, anda pelo shopping com a saia em frangalhos e com a certeza que todos viram que a calcinha dela era cor da pele...

terça-feira, 23 de maio de 2006

Sobrevivi aos 30

Passei dos 30... já levei fora porque o cara fez operação na vista e passou a enxergar bem, namorei cigano surdo-mudo, levei fora quando sai de férias e na volta o moço já estava com outra, namorei pé-descalço que nunca usava sapato e mesmo assim terminou comigo e o pior de todos (será que tem coisa pior?) levei um fora por cartão-postal.... É quase como sexy in the city quando a carrie levou um fora por post it.... e depois de tudo isso casei, e assim continuo, casada até que a morte nos separe, ou outro cartão-postal ou operação de miopia... quando se passa dos 30, isso acontece, ou não?