segunda-feira, 23 de abril de 2007

Amor bandido

Lá pelos 19, conheci um vizinho. Ele me pareceu ser mau, obscuro, algo me intrigava. Devia ter uns 35 anos, mas dizia ter 28, acreditei.
Ele me chamou para sair.
Meio assustada, fui. Fomos no Iguatemi jantar.
Depois disso, fomos jogar. Jogar? Sim, jogar num lugar bem suspeito.
Ele tinha um Mustang vermelho e nós estávamos num cassino clandestino no Morumbi.
Na entrada, ele deu um cheque e o atendente disse que não aceitavam cheques ali. Ele respondeu:
- Veja o nome. Com uma voz meio rouca, imponente.
Na mesma hora o cheque foi aceito e com muitas fichas jogamos 21.
Rimos, bebemos, nos divertimos. E eu me sentindo a própria mocinha de um filme policial, tão tolinha que foi levada para o submundo do crime de São Paulo.
Por lá, muitos políticos, pessoas importantes. E eu acompanhando o …. (sem nomes, por favor)
Saímos algumas vezes, ele gostava de mim e eu gostava do poder dele.
Algumas vezes, fomos a pontos do jogo-do-bicho pegar o “faturamento”, outras, fomos a reuniões de “família”, me sentia mafiosa.
O Mustang vermelho, foi pintado de repente de branco. Tudo começou a ficar mais suspeito.
E um dia descubro que ele morava lá no prédio ao lado do meu, com a mulher, e grávida. E a nossa história acabou ali. Cruzei ainda algumas vezes com ele pela rua, via que seus olhinhos brilhavam por mim, afinal, eu era ingênua demais, nunca perguntei nada, nunca o entreguei para a polícia. Anos depois, seu pai foi preso, li no jornal, e ele passou a comandar a “empresa”. E imaginei que se eu estivesse com ele ainda hoje, saíria nas páginas policiais dos jornais. Me imaginei na foto da capa me escondendo e a manchete. “Amante de bicheiro é presa na zona Sul”.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Dignamente

Digo que tenho ganhado meu dinheiro dignamente.
Como vocês sabem, trabalhei no show do Roger Waters no portão de deficientes físicos, sobrevivi, aguentei deficientes chorando, brigando comigo, ceguinhos que perguntavam qual o melhor lugar para ver o show, anões que queriam banheiros à altura deles, mas teve um em especial, que me marcou.
Ele é “cadeirante” chegou no estádio e 10 minutos depois veio brigar comigo, pois os lugares com rampas de acesso no Morumbi são ruins para ver o show. Expliquei que eu não podia fazer nada, pois o Morumbi era assim, e que aquele era o único lugar que ele conseguia se deslocar com segurança.
Outros 10 minutos depois… ele chega e diz que quer comprar camisetas oficiais e não tem nenhuma banca na área de deficiente. Vou com ele até a banquinha espero ele escolher dentre todas as opções e não comprar nenhuma, pois nada lhe agradou, volto com ele para o seu lugar e 10 segundos depois ele volta para meu portão:
- Não quero assistir o show daqui.
- Como assim?
- Quero ir na pista.
E como um menino mimado começou a chorar e se debater. Ele berrava e balançava os braços pra cima descontroladamente. Bateu um desespero total em mim. Nunca tinha visto um homem chorando assim antes, implorando para ir para a pista e eu lá, sem poder criar rampas de acesso seguras para ele e vendo a hora que iria apanhar.
Resolvi levá-lo até a pista mesmo assim e após um rally me despedi dele, que nem agradeceu o meu feito heróico.
Show do Aerosmith, 20 dias depois, como já tinha uma vasta experiência em portão de deficiente físico, fiquei lá, como supervisora master power dos meus amigos deficientes.
Quase na hora de começar o show, quem chega?
Ele o meu amigo deficiente problemático, olha pra mim na porta da entrada e diz:
- Aqui tem banca que vende camiseta oficial?
Olhei para a cara dele e não me contive:
- Não, você de novo, não! Vamos para a pista, lá tem tudo o que você quer. Mas promete não voltar?
Amanhã farei o show do Evanescence, e desde ontem tenho tido pesadelos.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Meu primeiro amor

Seu nome? Rico.
Loiro, olhos verdes, alto, lindo. Uma mistura de Billy Idol com Guilherme Fontes (sim, Guilherme Fontes já foi galã). Foi paixão a primeira vista.
Ele estava na locadora de vídeo (era 1988), meu coração parou, pulou, sambou, eu com 14 anos, o segui para descobrir onde ele morava e a partir daí, peguei gosto pela profissão de detetive e não parei mais de espioná-lo.
Descobri seu telefone e passei a ligar quase que diariamente, ia para a rua dele sempre com meu cachorro da época o Sunset e passei a ser conhecida por todos por lá. Certa vez o Sunset fugiu da coleira e o encontrei sentado em frente a casa dele, me esperando. Eram horas de vida ociosa completamente dedicadas a ele, meu primeiro amor.
Nos apresentamos, ele meio tímido e envadecido do meu amor, me dispensou, claro. Mas não desisti. Pixei no muro. Mandei cartas, chamei ele para sair e, nada.
O tempo passou, os anos passaram, e aquele meu primeiro amor, virou a paixão platônica mas conhecida entre meus amigos.
Os telefonemas se tornaram mais espaçados, passei a ligar apenas em datas comemorativas como aniversário, páscoa, natal, dia da criança, aniversário da primeira vez que o vi, da primeira vez que falei com ele… se tornou um hábito meu ligar para ele por anos e anos, exatamente 8 anos. E certo dia… esqueci de ligar. Era aniversário dele. No dia seguinte ele me liga pela primeira vez e diz: - Esqueceu de mim?
Aquela frase me fez desmaiar, cair da cadeira, gaguejar e aceitar o primeiro convite para sair com ele.
Fomos jantar fora, eu linda, com a melhor roupa que meu dinheiro podia comprar, cabelo feito, unhas perfeitas. Aquele era o dia mais perfeito da minha vida. Após 8 anos finalmente eu iria conseguir sair com o Rico.
Nem dormi aquela noite de tanta emoção, liguei cedo para as minhas amigas da era Rico, precisava contar, dividir a emoção do nosso primeiro beijo.
No dia seguinte saimos de novo, e de novo, e após 2 semanas… eu terminei com ele.
Em resumo: tem certos sonhos que jamais deviam ser realizados.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

desafio da Ana

Coisas que faço bem:
• dormir
• passear com o Fuka e com a Peteka
• limpar a orelha do Fuka
• falar ao telefone
• compras
• rir de mim mesma
• chorar

Coisas que não faço ou não sei fazer:
• cozinhar
• falar com sotaque de paulista
• acordar cedo
• lavar roupa
• desenhar
• ser durona

Coisas que me atraem no sexo oposto:
• sorriso
• olhar
• inteligência

Coisas que não suporto no sexo oposto:
• irônia
• imaturidade
• pêlo nas costas

Coisas que digo frequentemente:
• mas vale cair em graça do que ser engraçado
• um beijo, tchau
• cie brasil renata
• peteka, vc não cabe aí, coelhinha
• pára fuka, pára, pára de rebolar, estou brigando com você, me dá a coleira, meu chinelo, não roe, as chaves não, me dá um canto da minha cama?, nêgo safado, não baba, quem fez isso aqui?
• Já para o seu cantinho!
• Oi mãe

Atores / atrizes que admiro:
• Gael Garcia
• Fernanda Torres

Filmes favoritos:
• A História de Nós Dois
• As pontes de Madison
• Uma linda mulher
• Um convidado bem trapalhão
• Quatro destinos
• E o vento levou…
• A outra face da raiva
• Letra e música

Livros favoritos:
• Snoopy, volte para casa
• Cem anos de solidão
• O amor no tempo do cólera
• Helena
• Aritmética

Lugares favoritos:
• Oscar Freire
• Shopping Jardim Sul
• Comer no Koi de moema
• Ipanema (principalmente as lojinhas)
• Pontal de Maracaípe na lua cheia
• Olinda… na rua do mosteiro de são bento às 5 da tarde… Com os sinos…
• Sítio do Lucas para andar à cavalo
• Casa dos meus pais
• Escritórinho da casa da tia Helena
• Sofá da Kiki
• Pracinha perto de casa com meus filhotes

Passo agora para o pinho responder.... bjs