sexta-feira, 20 de julho de 2007

Meio da tarde

Nunca fui muito ligada a criança. Aqui no meu trabalho está recheado delas por causa de uma peça infantil, eu estava perto do local onde elas estavam ensaiando e uma menininha olhando o lago da frente solta: - Olha! Aqui que foi filmado "Procurando Nemo"!
Que delícia no meio da tarde ver crianças trabalhando, ensaiando e ainda sendo crianças.... Eu na minha mente mais "adulta" pensei: Mas "Procurando Nemo" não foi filmado, é desenho! E se fosse filmado não seria neste laguinho sujo daqui da frente....

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Professor Pardal

Meu pai sempre gostou de apetrechos, mas com a idade estes apetrechos andam crescendo e ele ultimamente parece o Professor Pardal. Outro dia reparei nele e ri sozinha. Meu pai tem problema de respiração e usa um oxigênio portátil que carrega agora em uma mochila preta da Adidas, na orelha usa um bluetooth permanente, usa suspensórios, pois não hà cinto que cubra a sua circunferência e coloca neste suspensório: o celular, um medidor de oxigênio, um pen drive e um passômetro, pois ele tem que dar no múnimo 1000 passos por dia.
Outro dia cheguei em casa e me deparei com aquele robocop andando, e fui brincar com os apetrechos dele, eram 8 da noite, medi minha oxigenação e peguei o passômetro para ver quantos passos ele tinha andado, e adivinhem?
14 passos!
- Pai, você só andou 14 passos hoje?
Ele riu e disse: - Acabei de acordar.
- Pior ainda como você acabou de acordar e já está com tudo isso acoplado em você, e os 1000 passos por dia?
- Mas pode deixar, amanhã ando 2000.
A questão é, como alguém consegue até as 8 da noite só ter andado 14 passos?
Para que usar um passômetro se ele nunca chegou a 200 num dia? Aliás pra que usar um passômetro para ir da cozinha para a cama? E porque ele anda com um pen drive em casa?
Vai entender os nossos pais…

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Fukão


Faz tempo que te devo um post. Pois já falei aqui de todos os meus filhos peludos, menos de você, meu nêgo.
Acho que é difícil falar para todos de quem a gente ama tanto, por isso resolvi escrever só para você.
Lembra quando você me escolheu? Eu estava passeando sozinha pela rua e de repente algo preto, peludo e bem pequenininho pula na vitrine do Pet Shop, era você, me escolhendo, não parei, não dei bola, apenas sorri, duas horas depois voltei pela mesma calçada e eis você lá pulando de novo, não resisti e entrei para de dar um “chêro”, mas 2 segundos depois percebi que não ia conseguir te deixar lá, na vitrine de novo, era sábado, o que seria do seu final de semana? Perguntei o preço, como quem não quer nada, já com você deitado no meu braço. – Duzentos e cinquenta, respondeu a moça. Meu Deus, só tenho cem reais na bolsa. Posso levar? A moça aceitou. Fomos para a nossa casa. Por isso sempre digo que você foi o meu cachorro de liquidação.
Chegamos em casa e você conheceu o papai, ele te amou logo, a bronca foi comigo por sair para passear e voltar com um cachorro, mas como explicar uma paixão?
Com o tempo você foi virando este meu nêgo safado que tanto alegra a casa e a minha vida. Aprendemos a nos comunicar com o olhar, e com gestos simples.
Quando eu chego em casa e você pega a minha chave, sei que quer dizer, não sai mais? Por favor, fica comigo…
Lembro de um dia de chuva, estávamos em Recife e você olhando para a varanda tentando pegar a chuva e me convidando para um passeio. Achei meio maluquinho da sua parte um passeio no temporal, mas estava calor, e saimos…. Que delícia correr na chuva com você, brincamos tanto de pega-pega, esconde-esconde e você me fez tão feliz aquele dia. Chegamos em casa tomamos um banho quente e nos arrumamos antes do papai chegar e dizer que somos dois idiotas que correm na chuva do nada apenas por estarmos felizes com a nossa amizade.
Nossa amizade só cresceu com o tempo, nossa cimplicidade até nas horas difíceis que passamos juntos fez com que você sempre fosse o meu melhor amigo e hoje só tenho que te agradecer por cada estrelinha de pelúcia que enterrou no meu vaso, por cada chinelo meu que você arrebentou na esperança de me calçar, por cada bolinha que jogamos na sala, pelos xixis feitos no jornal que você vai me mostrar, por cada janela que ficamos contemplando juntos, por cada toquinho de rabo abanando quando chego em casa, por cada pote de comida que você comeu só para me fazer feliz, já que você odeia comer, agradeço pelos dias de praia com você, caçando caranguejo no mangue e me pedindo socorro depois, e principalmente, pelo dia de chuva acompanhado do banho quente. Obrigada meu nêgo.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Meu extrato

Será que quer dizer alguma coisa quando no envelope do seu extrato do banco chega com a frase “que seu saldo de beijos e abraços seja sempre positivo”.
Será que quer dizer, espero que alguém te console depois de abrir este envelope?
Ou sendo muito otimista, quer dizer, puxa, você é uma cliente tão legal que desejamos de verdade saldo positivo de beijos e abraços?
Com medo de infartar, não abri ainda o envelope.
Ontem tive uma noite de princesa, tomando champagne, beliscando coisinhas finas, cercada de gente famosa na estréia do musical Miss Saigon. Estava até de roupa boa, que gastei antes de receber o maldito extrato, e provavelmente naquele papelzinho está escrito: Ah! Teve uma noite de princesa ontem, gastou hein? Espero que o saldo da noite de beijos e abraços tenha sido positivo pois a sua conta… e olha pega o vestidinho lilás, coloca a etiqueta de volta e tenta devolver na loja, pois você nem foi fotografada para a CARAS usando ele, também, diante de tantas beldades, você podia muito bem ter repetido roupa.
Este meu extrato é debochado demais. O que aquela frase no envelope quer dizer? Vou morrer curiosa, pois não vou abrir de jeito nenhum.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Entrevista de emprego

Ontem fui a uma entrevista de emprego, já a algum tempo penso em ser professora e surgiu uma oportunidade, ser professora de uma escola de design, então me preparei com gosto para tal. Roupa formal e moderna, portfólio atualizado, pasta nova, bom humor, chapa feita, maquiagem com cara de frescor, tudo perfeito.
Cheguei no local e fiquei esperando uns 20 minutos para ser atendida, resolvo ir ao toalete, assim não me daria vontade de fazer xixi mais tarde e ainda dava um tapa final no visual. Fui chamada, frio na barriga. A entrevista foi correndo perfeita, eu estava ótima, calma, divertida, leve, feliz, fui elogiada, ego nas alturas, saio de lá com a certeza que em breve serei uma professora de design nas horas vagas.
Trânsito, muito trânsito, resolvo parar na casa dos meus pais, subo e no maldito espelho do elevador… A surpresa… Tinha abotoado meu casaco pulando um botão e estava parecendo uma bêbada que não tem coordenação nem para abotoar um casaquinho estilo “bonequinha de luxo” com apenas 3 botões. Se você erra a ordem de abotoar 8 botões… tudo bem, são 8… mas 3 e dos grandes…
Não sei porque, mas tenho a impressão que o meu sonho de virar professora de design foi adiado.