segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Lá no fundo dói...

Lá no fundo dói ainda a saudade. Dói quando respiro fundo e seguro o ar para ele não me faltar. Te perder, me deixa ainda sem ar. Eu respiro, respiro, mas não tem ar suficiente no mundo que preencha meus pulmões. Inspira, inspira fundo, olha ali a dor aparecendo, de novo.
Nada adianta quando sinto a sua falta, fico dias com um vazio enorme, uma saudade que o tempo não amenizou, parece que o tempo nem passou, que foi ontem que te perdi.
Inspira.
Dói lembrar do seu riso moleque, da sua chatice constante, do seu falar sem fim.
Dói lembrar do seu monoassunto, do seu cheiro e seu cantarolar depois do banho.
Inspira.
Ainda sinto seu perfume seguido do seu "Oba, oba, oba".
Inspira.
Dói o seu vazio. Dói o seu silêncio. Dói as suas lembranças.
Dói lembrar do seu "Não entendo porque mora sozinha se liga o dia inteiro". Queria poder ligar só para ouvir isso e eu diria "Ah! É? Vou parar de ligar então". Inspira. Aí vinha seu riso e seu deboche "Quer falar com sua mamãezinha?"
Dói.
Inspira.
Sinto sua falta todos os dias. Queria aquele lugarzinho dentro de mim cheio ainda, aquele cantinho que você ocupava em mim. Queria ele cheio de você ao invés da saudade, e do ar que não preenche.
Cada dia uma nova lembrança, cada data uma nova importância, cada momento uma nova falta de ar e uma nova dorzinha se instalando.
Cada mar azul, cada lua cheia, cada dia dos pais, cada aniversário, cada conquista, cada derrota, cada bobeira, cada gatinho, cada novidade, cada fofoca, cada riso, cada choro, cada passo me falta você. Ainda. E quer saber? Lá no fundo ainda dói. E muito.
Queria acreditar em Deus, ou em um Deus que me fizesse entender o sentido desta dor. Queria que você viesse "puxar meu pé" como sempre ameaçou. "Ah! se eu morrer venho puxar seu pé". Mentiroso. Nunca veio. Te esperei. Para ver se a respiração voltava ao normal. Mas não volta.
Cada suspiro, cada brilho, cada comida, cada cheiro, cada sabor, cada travessura, cada cochilo, cada olhar, cada instante ainda me falta você.
Este post dói lá no fundo. Inspira. Passou o dia dos pais. Expira.

7 comentários:

Ana disse...

Dói Re... e sempre vai doer. Cada dia das mães vem me lembrar como doi... mas com o tempo a dor vai ficando mais amena, até que fica uma pontadinha sabe? Não tira mais o ar, mas ainda assim estará lá.
Acredite em mim, mesmo que não pareça que isso vai acontecer, a dor vai se amenizar, sim.
beijão.

Vivi, o retorno disse...

Acho que a dor é proporcional ao amor, Rê...
Elas até rimam... mas é verdade.
Dói porque foi muito bom, intenso, verdadeiro, não foi!?

Sinto por você........mas expira que já passou..............

Beijao com muitas saudades!

Kakaya disse...

Sem palavras.
Deve dor porque tem que dor.
Porque se não sentisse falta sentiria falta de não ter amado.
Beijos!

Cláudia disse...

<3

placco araujo disse...

Cheguei através da tira do D.Ramirez e me lembrei de um filme..."nunca te lí, sempre te amei". Melissinha com chulé foi demais prá mim...
Gostei muito mesmo, foi deste seu texto (não é texto, é sentimento) sobre seu dia passado..
Neste momento, sou um mero sonambulo, mas voltarei mais vezes... beijos de um pai, mas com coração de menino..

Juliana disse...

Sem comentário... Chorei.

Bibis disse...

Sempre que chega essa data eu sei que vai ter um texto lindo seu aqui. Eu me preparo, mas não consigo, eu choro do msm jeito.