Há 7 anos
sábado, 4 de setembro de 2010
E foi assim...
De repente meu marido me ligou e contou: "Amor, ganhamos uma filha, linda, Tróia vai morar com a gente". Eba. Sempre gostei dela. Tróia surgiu como um presente de grego dado aos meus sogros. Ela era de um criador que vendeu para uma fazenda e nesta fazenda ela foi muito judiada, a ponto de ficar em coma, ainda bebê, foi resgatada pelo criador, que pensou: que família é tão doida a ponto de adotar uma rotweiller cheia de cicatrizes que quase morreu, com displasia e isso tudo ainda com 6 meses de vida? E eles adotaram. O tempo passou e ela se tornou a grande tia da casa.
Quando eu dormia na casa da minha sogra, ela dormia embaixo da minha janela e várias vezes durante a noite, acordava com ela espiando se estava tudo bem comigo e com o Renato dentro do quarto, aí ela ficava tranquila e voltava a dormir, mas sempre verificava, aposto que pensando: "Vai que eles precisam de mim no meio da madrugada, vou checar se está tudo bem". E assim surgiu um amor de finais de semana e com os anos quando meus sogros se mudaram para um apartamento o convite foi feito. Topar? Muito topado. Amava já aquela coisa gorda, aquela minha "a la ursa" do olhar mais doce que existe.
E neste último ano aprendi a acordar e receber ela no meio das minhas pernas toda desengonçada me empurrando e me pisando para receber carinho antes de todo mundo, um bom dia bem delicado, típico de quem tem 40 kg, mas pensa que tem 40g.
Certo dia, no meio do nada, ela aparece me chamando para algo, eu sem entender vou colocar água e ela aflita me avisando, se requebrando, me empurrando, dou comida, deve ser fome, penso eu. Mas ela não pára de se remexer, me empurrar, dar narigadas, vou para o quintal e percebo que Zézinho (sempre Zézinho) não está lá, e chamo: "Zézinhooooooo...." Quando digo o nome dele, Tróia ficou tão feliz, mas tão feliz que tinha conseguido se comunicar que só depois de 5 minutos de carinho ela me deixou sair para procurar o cachorro fugitivo. Esta era Tróia. Alegrando minha casa. Me deixando ser sua mãe em seu último ano de vida.
No seu aniversário de 10 anos, fiz linguiça para ela e dei uma inteira de presente. Dava banho e ela se exibia. Caçava mariposas. Provocava. Abraçava o pote de comida para o sapo ou os passarinhos não pegarem. Dava ossinho e ela roubava de todos sorrateiramente, com olhar doce de sempre. Quando recebia carinho, ela entendia como era especial.
Nesta quinta-feira ela se foi, finalizando uma vida plena, deixando um vazio imenso, mesmo em uma casa cheia de vida.
Obrigada Tróia por deixar a minha vida mais feliz. obrigada por amar meus filhos como se fossem seus. Obrigada pela docilidade, amizade, cumplicidade, amor e acima de tudo lealdade. Obrigada por deixar eu ser sua amiga.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
17 comentários:
E fica a saudade e as maravilhosas lembranças né Rê?! Força!
Beijo
Dê
Ah, uma fofa essa Troia...
Aposto como já contou para todo mundo, lá no céu dos cachorros, o quanto os humanos da casa não sabiam nem dormir sem ela por perto, e que se não fosse ela o Zezinho estaria até hoje perdido por aí.
E todos os outros cachorros lá do céu dos cachorros sentadinhos, escutando as histórias dela e dizendo: puxa, Troia, como você é importante!
beijos
Porque eu sempre choro quando você escreve essas coisas?? :(
Meninas, está difícil viu? Obrigada pelo carinho... Tenho certeza que no céu dos cachorros ela está escolhendo a nova menina para animar a minha casa...
beijos
Re
Ah, Re!
Nem gosto muito de pensar nisso... nossa labradora, que mora com a minha mae, está bem velhinha já!
Meu filho e minha sobrinha são loucos por ela e eu não quero nem pensar em como vai ser quando ela for lá pro céu dos cachorros conhecer a sua Tróia...
Beijos tristes
Que lindo, Re!!
A única parte muito chata de ter tantos bichos na nossa vida é que, infelizmente, a vida deles é mais curta que a nossa... Mas SEMPRE vale a pena!
beijo
Foi um final muito feliz...
ah Re... Fiquei triste agora... :( poxa gostava tanto da troia... Fica bem ta? Super beijo.
Perder bichinho é horrível. Sinto muito Rê!
Eles passam pela nossa vida e sempre deixam uma gratidão tão enorme que nem dá pra explicar.. senti assim tb quando meu Pur~e se foi...
Ai RÊ!!!!
Partiu o meu coraçao também...
Ah, como dá um vazio mesmo... mas como disseram antes, apesar disso tudo, SEMPRE VALE A PENA!!!
Agora ficam as lembranças, sempre!!
Beijo querida
PS: Lembro que vc falava que a Tróia era 'especial'; a dona do pedaço mesmo. Mãezona até da PTK, não?
Concordo com quem diz que a parte difícil de ter bichos de estimação é quando eles se vão, o vazio que fica na gente. Hora, n~çao deixam de ser parte da família, do dia-a-dia, estão sempre ali com você. E sempre é dificil superar a perda deles. Pelo menos ficam as boas lembranças para nos consolar...
Nossa, Rê... vc nem me avisou... choquei... depois vou lá pra te ver... bonita homenagem... ela merece.
Bjs.
Cá
Gente... tô chorando aqui. E que olhar mais doce ela tinha. Fofa, fofa, fofa! Tem uma cia. assim durante anos, não tem preço. Forçaí.
Bjos!
Muito lindo teu texto ....só quem ama um animal entende como ele retribui esse amor...
Se puder passa lá em casa, http://sindromemm.blogspot.com
Renata, eu tive uma rotweiller de nome Áira que era muito parecida com sua Tróia. Muito doce, amiga e companheira. Ela falava com os olhos.
Adorei o texto.
bjus
Postar um comentário