segunda-feira, 11 de março de 2013

Brincadeira de criança

Nesta atual busca pelo que fazer no que eu chamos de 2º tempo da minha vida, tentei me lembrar do que eu gostava de brincar quando era criança, forcei minha memória quase "amnésica" e me lembrei do meu "escritórinho" da casa da tia Helena, lá era o cantinho oficial das brincadeiras, na verdade é um corredor secundário que liga o escritório de verdade, na época coberto de livros de Direito e de Medicina, para os quartos passando por trás dos banheiros. Ele é cheio de janelas com vista para os fundos de outros prédios com um grande pátio no meio.
Ele era todo bonitinho e meio esquecido do resto sempre movimentado da casa, o que me deixava sozinha por horas e horas. Achando lá no fundico da minha memória o lugar das brincadeiras, veio com ele o cheiro de massinha colorida misturada com cheiro de livros velhos, sabonete, frascos de perfumes vazios e todos os demais cheiros que viravam brincadeiras.
A minha preferida era de professora, arrumava todos as bonecas e ensinava algo para elas, provavelmente contava uma história de Monteiro Lobato, pois neste "escritórinho" ficavam os livros infantis. Li neste cantinho mágico todas os livros da série "Inspetora" e seu grupo de "detetives adolescentes" o nome do grupo era algo com uma coruja de papelão, não lembro ao certo. Eram livros incríveis que me fazia agradecer estar neste cantinho esquecido da casa.
Brincava também de secretária de consultório, onde eu tinha um fichário azul com várias fichas, cada uma de uma pessoa "famosa" Joaquim Nabuco, Santos Dumond, Princesa Isabel... que para mim eram clientes imaginários, com horas agendadas.
Gostava também de ser dona da doceria mais criativa de Copacabana. Meus doces de massinha faziam sucesso, eram muito bem produzidos, com variedades de formas e cores de acordo com os sabores. Cliente imaginário chegava na minha doceria e eu já ia informando os sabores "Tem este de nata com chocolate, este de morango com chantily, este de creme com granulado... Quer provar? Quer levar? Quantas gramas?"
Adorava brincar também de mocinha do banheiro, aquelas de rodoviária, que quando alguém entra distribui o papel higiênico normalmente insuficiente para um mísero xixizinho, pois bem, ninguém fazia suas necessidades sem a minha autorização na casa. Era uma brincadeira que me deixava muito tempo ociosa, por isso nos momentos de ócio, oferecia água para as pessoas assim elas teriam vontade de fazer a próxima visita ao meu banheiro mais cedo.
Mas hoje, passados uns, cof, cof, hum, hum, 30 anos destas brincadeiras, me vejo olhando para outras janelas, não tão mágicas e nem tão cheias de vida. Me vejo olhando por janelas imaginárias que me fazem questionar o mundo que mudou sem me perguntar se eu queria que ele mudasse, me questiono se todas estas histórias foram reais ou mais uma parte da farta imaginação de uma criança que lia muitas histórias e as vivia como podia.

4 comentários:

Cláudia disse...

Amiga, agora você tem o seu corredorzinho de verdade, clientes de verdade, pastinha de cliente de verdade... Muito sucesso na empreitada! bjs

Renatinha disse...

Ah! Clau.... verdade.... tenho meu escritórinho cheio de bichinhos.... rsrsrs beijo

vivi disse...

RE QUERIDA RE!
Muito feliz em ver você fazer o que ama!!
Que bacana!
Muito sucesso no PET!
Que vc seja muito feliz com seus bichinhos!
Estou sumida... ensaiando pra ter concentração e te escrever....
Mas já queria mostrar que fiqui muito feliz com a sua nova fase!
muita sorte!
Beijao e saudades!

Saudades da Cláu também!!!

vivi disse...

RE QUERIDA RE!
Muito feliz em ver você fazer o que ama!!
Que bacana!
Muito sucesso no PET!
Que vc seja muito feliz com seus bichinhos!
Estou sumida... ensaiando pra ter concentração e te escrever....
Mas já queria mostrar que fiqui muito feliz com a sua nova fase!
muita sorte!
Beijao e saudades!

Saudades da Cláu também!!!