Lá pelos 19, conheci um vizinho. Ele me pareceu ser mau, obscuro, algo me intrigava. Devia ter uns 35 anos, mas dizia ter 28, acreditei.
Ele me chamou para sair.
Meio assustada, fui. Fomos no Iguatemi jantar.
Depois disso, fomos jogar. Jogar? Sim, jogar num lugar bem suspeito.
Ele tinha um Mustang vermelho e nós estávamos num cassino clandestino no Morumbi.
Na entrada, ele deu um cheque e o atendente disse que não aceitavam cheques ali. Ele respondeu:
- Veja o nome. Com uma voz meio rouca, imponente.
Na mesma hora o cheque foi aceito e com muitas fichas jogamos 21.
Rimos, bebemos, nos divertimos. E eu me sentindo a própria mocinha de um filme policial, tão tolinha que foi levada para o submundo do crime de São Paulo.
Por lá, muitos políticos, pessoas importantes. E eu acompanhando o …. (sem nomes, por favor)
Saímos algumas vezes, ele gostava de mim e eu gostava do poder dele.
Algumas vezes, fomos a pontos do jogo-do-bicho pegar o “faturamento”, outras, fomos a reuniões de “família”, me sentia mafiosa.
O Mustang vermelho, foi pintado de repente de branco. Tudo começou a ficar mais suspeito.
E um dia descubro que ele morava lá no prédio ao lado do meu, com a mulher, e grávida. E a nossa história acabou ali. Cruzei ainda algumas vezes com ele pela rua, via que seus olhinhos brilhavam por mim, afinal, eu era ingênua demais, nunca perguntei nada, nunca o entreguei para a polícia. Anos depois, seu pai foi preso, li no jornal, e ele passou a comandar a “empresa”. E imaginei que se eu estivesse com ele ainda hoje, saíria nas páginas policiais dos jornais. Me imaginei na foto da capa me escondendo e a manchete. “Amante de bicheiro é presa na zona Sul”.
Há 7 anos
4 comentários:
NOssa Re
não sabia desse seu passado obscuro...eu hein
Ta melhor assim, nao gostaria de ir visitar amiga minha na cadeia.. :)
Nossa que medo Re, imagina vc no Jornal Nacional cercada por policiais da Federal??
Coitada da Dona Sylvia rsrs
Geeeeente... com todo respeito (a você e ao ex), não dava nem uma vergonhazinha de sair de Mustang?
pensa você indo na visita íntima da cadeia, que beleza
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