quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Rose Businis

Trabalhei durante 5 anos em uma editora que fazia uma revista de cavalos, a Horse Business. Era diretora de arte de lá e nas horas vagas a maior conhecedora de cavalos que existia.
Na minha primeira capa da revista, dentro daquele caos, achei nos arquivos uma foto de um jegue, adoro jeguinho, eles são muito fofos principalmente nenêm, e coloquei na capa, feliz. Foi a primeira edição da Jegue Business. Achei que perderia meu emprego ali, mas não, eles eram mais perdidos que eu e continuei por lá.
Às vezes por falta de trabalho atendia os assinantes que ligavam do interior, do interior, do interior, de uma cidade lá do Sul de Minas. E era assim:
- Queria assinar aquela revista de cavalos.
- Qual meu senhor? Perguntava para dar risada.
- A Rose, Rose Businis.
- Um minuto. E chorava de rir… Olha o nome da revista Horse Business, era difícil mesmo.
A editora se chamava Taos Editora, e uma vez o caminhão de encalhe da revista, e eram muitas revistas que encalhavam, afundou o chão da casa e tivemos de tirar as revistas do caminhão antes que ele afundasse mais o chão e nisso toca o telefone e ouço a telefonista dizendo: - Taos Editora.
A pessoa do outro lado disse: - Caos editora?
- É meu senhor acho que Caos editora é mais apropriada.
Tinha um cara meio suspeito que criava cavalos e vivia por lá, acho que o dono da editora devia dinheiro para ele ou coisa assim. Este criador tinha Hepatite, daquela pior de todas, e um dia aparece com uma seringa com o sangue dele dentro para contaminar o dono.
Morremos de medo, chamamos a polícia e para me previnir, fiquei trancada no banheiro, por algumas horas. Vai saber…
Fiz muitos amigos, pessoas incríveis que viviam no mesmo caos que o meu, mas não nos largávamos.
Fim de tarde quando o dono ia embora, compravamos uma carninha, acendíamos a churrasqueira, forrózinho no som do carro e a festa só acabava de manhã, para mais um dia de caos.
Durante 5 anos a vida foi assim. Vi estagiária com 1 mês de empresa virar editora chefe, eu mesma fui até convidada a ser sócia, mas tenho bom senso.
Recebia salário? Às vezes. Era meu trabalho voluntário como dizia minha mãe, mas aprendi tanto naquele lugar que não trocaria por dinheiro nenhum.
Como, eu não sei, mas a revista saía todo mês nas bancas. Às vezes sinto falta daquele caos na minha vida.

4 comentários:

MH disse...

gente xiki é otra coisa...

Anônimo disse...

bom pra vc trabalhar tanto tempo de graça ao menos divertido tinha que ser ne rsrs

Anônimo disse...

Certo, certo, uma das poucas garotas que sabe do que se trata um Appaloosa !!
(não tem nada a ver com índio apache !!)

bjs

Ricardo

Anônimo disse...

Poxa Re, nao sabia q era assim na Rose bisinis, vou mandar esse post pro Raul kkkkkkkk