quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Os excentricos

Minha avó não abria a geladeira, pois pegava resfriado, portanto ela nunca pegou um copo d’água sequer, sempre alguém a servia, ela inventou esta história e como diz minha mãe: -Ela sabia viver…
Minha tia Helena, esperava ônibus em um pé só, Se alguém visse na rua uma senhora esperando o ônibus num pé só ia achar o que? Segundo ela o tempo passava mais rápido assim, ainda bem que ela pegava pouco ônibus na vida.
Dizia também que era São Cristovão e torcia pelo Flamengo.
Meu primo Mario, não abre os presentes de Natal na frente das pessoas.
Meu pai, andava com um gravador para a gente não voltar atrás nas nossas opiniões.
Um dia ele disse que ia morrer igual índio, nunca mais se levanter da cama, se despediu da gente, disse para a gente crescer feliz, e adeus, eu e minha irmã choramos muito e minha mãe dizia: -Quando ele tiver fome vai se levantar… Dito e feito, deu fome e se levantou.
O tio da minha mãe brigava com a tia dela, pois nunca conseguiram se decidir, se o leite ficava na frente da água ou atrás na geladeira, isso é “case” de família.
Meu tio que era advogado só se vestia de branco, achei a vida inteira que ele era médico.
Até hoje, no Natal, colocamos o sapato no corredor e quando acordamos está cheio de presentes.
As excentricidades no fundo não incomodam tanto assim…

2 comentários:

Ana disse...

Re,
vc deveria escrever os textos daquele Retrato Falado, da Denise Fraga (se bem que eu nem sei se ainda existe)..
As historias da sua familia dariam uns bons capitulos :)
Beijos.

Anônimo disse...

Esse texto ficou otimo, mas e as SUAS excentricidades, vc nao vai nos contar? rsrss